Ministério Público, Bacellar, Garotinhos, decoro e fuligem

 

Rodrigo Bacellar, Anthony Garotinho, Marcos Bacellar, Rosinha Garotinho, George Coutinho, Hamilton Garcia, Igor Franco, Frederico Paes, Marquinho Bacellar e Wladimir Garotinho (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

MP pede esclarecimento a Bacellar

“A Procuradoria-Geral de Justiça instaurou, na última quinta-feira, 17/08, procedimento preliminar de investigação para apurar informações veiculadas em matéria do site Metrópoles (do dia 10, confira aqui), sobre imóveis relacionados ao presidente da Alerj (deputado Rodrigo Bacellar), a quem foi dirigido ofício para prestar esclarecimentos”. Foi o que a assessoria do Ministério Público (MP) informou à reportagem da Folha. Globo, G1, UOL e Veja (confira aqui, aqui e aqui) também repercutiram as denúncias contra Rodrigo. Publicada no mesmo dia 17 pelo Metrópoles (confira aqui) com título: “MP abre investigação sobre imóveis milionários do presidente da Alerj”.

 

Resposta de Rodrigo

Em nota, Rodrigo disse ter determinado aos seus “advogados, antes mesmo de ter ciência de qualquer investigação, que fosse peticionado ao MP, colocando-se à disposição para qualquer tipo de informação”. Garantiu ter “total disposição em revelar, de forma transparente e objetiva, todos os documentos e contratos que comprovam a legalidade em relação aos imóveis e sua conduta pública”. O político de Campos afirmou que todas suas movimentações estão declaradas no Imposto de Renda. E que “repudia tentativa de condenação midiática sem fundamento, baseada em denúncia política, como vimos recentemente na história do país”.

 

Guerra e paz

As denúncias contra o deputado campista na grande imprensa foram antecipadas pelo ex-governador Anthony Garotinho. Desde 2 de agosto, ele tem feito ataques a Rodrigo. Pai deste, o ex-vereador Marcos Bacellar reagiu no dia 13, com ataques pessoais ainda mais pesados contra Garotinho e a ex-governadora Rosinha. Após esta denunciar a agressão verbal à Deam de Campos, o ex-parlamentar recuou e pediu desculpas. Em meio à guerra dos patriarcas dos clãs, a pacificação entre Garotinhos e Bacellar tem sido, até aqui, mantida (confira aqui) pelos chefes dos Poderes goitacá: o prefeito Wladimir (PP) e o presidente da Câmara, vereador Marquinho (SD).

 

Ciência política adverte políticos

Nos 30 anos de fundação da Uenf, Campos lhe deve sua condição de polo universitário. E seus políticos, sobretudo os mais experientes, de quem se espera mais maturidade, têm o que aprender com a academia. No Folha no Ar do dia 8, o cientista político George Coutinho, professor da UFF, lecionou (confira aqui): “A disputa de adversários é legítima no âmbito democrático. Agora, sem utilizar de recursos vis como a ameaça, a intimidação”. No dia 15, outro cientista político, Hamilton Garcia, professor da Uenf, advertiu (confira aqui): “O mesmo Garotinho que está flechando o Bacellar, por acusações que têm que ser provadas, também respondeu à Justiça”.

 

Onde riscar a linha no chão

No Folha no Ar da manhã de ontem (22), foi a vez do especialista em finanças Igor Franco, professor do Uniflu, engrossar o coro pelo decoro na política de Campos. “Ofensas pessoais são linhas a não ser cruzadas, por qualquer uma das duas searas. Principalmente a manifestação de (Marcos) Bacellar (contra Rosinha) tem que ser rechaçada. Ele voltou atrás, percebeu que se excedeu. Esse passo atrás deveria ser a linha no chão. Quando você tem notícias que lançam suspeitas sobre um agente público, isso não é ultrapassagem de limites. O que você não pode é atribuir uma responsabilidade que não está comprovada”, ponderou.

 

 

Proibida por lei estadual, fuligem continua a incomodar os campistas (Foto: Kátia Macabu)

A revolta da fuligem (I)

Advinda da queimada de cana proibida pela lei estadual nº 5990, de 2011, a queda de fuligem voltou a incomodar os campistas nos últimos dias. Em vários pontos da cidade, são vários os registros de residências, comércios, carros, calçadas e ruas sujos. No grupo de WhatsApp do programa Folha no Ar e do blog Opiniões, hospedado no Folha 1, também têm sido muitas as reclamações. “A fuligem está prejudicando a saúde das pessoas e não se restringe ao espaço delimitado aqui. Até no Alphaville e na Pecuária está ocorrendo o mesmo. Ninguém se move para resolver isso”, cobrou a diretora de teatro e servidora federal Kátia Macabu.

 

Mais um flagrante da fuligem em ponto distinto da cidade (Foto: Sávio Gomes)

A revolta da fuligem (II)

“É um absurdo ainda se fazer queima de cana em Campos. Os criminosos fazem isso escancaradamente! Todos sabem quando há queima, até porque todos somos infernizados com a fuligem. Que, para além de ser o corpo de delito desse crime ambiental gravíssimo, é um tormento à população em suas casas. Tudo fica imundo! Até quando as autoridades públicas em Campos fingirão nada ver?”, questionou o advogado criminalista Felipe Drumond. “O silêncio das autoridades públicas! Há total desrespeito e conivência, tornam-se cúmplices e igualmente criminosos pela omissão”, completou o jornalista e psicólogo Sávio Gomes.

 

A causa da fuligem

Entende-se a revolta. E é papel do jornalismo registrá-la. Como a causa do problema secular da fuligem em Campos, à margem da lei há 12 anos. “Não há defesa para a queimada de cana. Que hoje só é feita pelos pequenos produtores. Não compensa financeiramente a eles a colheita mecanizada. Uma colheitadeira custa cerca de R$ 2 milhões. Toda a colheita da cana própria da Coagro é mecanizada. E podemos moer toda a cana dos fornecedores crua, com palha. A fuligem vem do Carvão e da Baixada, no vento sul; e da margem esquerda do Paraíba, no vento nordeste”, explicou o presidente da Coagro, Frederico Paes, vice-prefeito de Campos.

 

Mulher debate mulher nesta 5ª

De cor mais leve que o negro da fuligem, o Agosto Lilás é celebrado pelas mulheres da terra da heroína Benta Pereira contra a violência de gênero. Neste sentido, será realizada uma roda de conversa com o tema “Mulheres Unidas contra a Violência”, às 18h desta quinta (25), na Santa Paciência Casa Criativa, na rua Barão de Miracema, nº 81. Sob mediação de Magnólia Carvalho, representante em Campos da Marcha Mundial de Mulheres, as debatedoras serão a graduanda em psicologia Artemis Rezende, a assistente social Jessica Gomes e a advogada Mariana Ribeiro. O evento terá entrada franca. Todas e todos serão bem-vindos.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

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Este post tem um comentário

  1. Manoel dos Santos Ribeiro

    Sem contar com a lerdeza pra trocarem lâmpadas queimadas pela cidade… é uma imcompetência atrás da outra…

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