Pesquisas a prefeito e vereador por atores de 2024 e especialistas

 

Wladimir Garotinho, Jefferson Manhães, Sérgio Mendes, Natália Soares, Bruno Vianna, Marcão Gomes, Hamilton Garcia e Eduardo Shimoda analisaram pesquisas de avaliação de governo de 2023 e da eleição de prefeito e vereador de Campos em 2024 (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Wladimir na pesquisa Prefab

“Agradeço mais uma vez à confiança dos campistas. Os resultados são fruto do trabalho. É no trabalho que estou focado. Temos muitas entregas por fazer ainda. A eleição é ano que vem e trataremos dela no momento oportuno”. Foi o que disse o prefeito Wladimir Garotinho (PP) após a divulgação na segunda (4) da pesquisa Prefab Future, feita em 29 e 30 de agosto, com margem de erro de 3 pontos para mais ou menos. Que registrou 77% de aprovação popular ao governo de Campos. E projetou sua reeleição ainda no primeiro turno de 6 de outubro de 2024, daqui a exatos 13 meses, com 66,8% das intenções de voto na consulta estimulada.

 

Jefferson destaca reprovação

“É preciso comparar o que é comparável. As três pesquisas usam gradações de avaliação do governo diversas. Entendo não ser correto dizer que a aprovação do governo saltou de 55,5% para 74,7%, na Iguape. E, deste patamar, para 77%, na Prefab. Nas duas últimas pesquisas está sendo incluído o ‘regular’ como ‘aprovação do governo’, que foi excluído na primeira, a GPP. Pelo contrário, o movimento é o inverso. A ‘reprovação do governo’ é que vem aumentando. Sai de 8,8% na GPP, vai para 12,3% na Iguape e 12,8% na Prefab”, apontou nos números o professor Jefferson Manhães, reitor do IFF e provável candidato do PT a prefeito de Campos.

 

Sérgio Mendes questiona

“Friso o trecho da análise da pesquisa feita à Folha por William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatística no IBGE: ‘Por convenção, as pesquisas usam a amostragem da população do Censo Demográfico do IBGE de 2010. A Prefab optou por entrevistar uma proporção maior de segmentos mais propensos a votar em Wladimir’. E indago: qual o tamanho da reprovação do governo em Transportes, Saúde e Segurança? Por que a estimulada não colocou meu nome como opção? Quem foi o contratante da pesquisa Prefab?”, questionou o ex-prefeito Sérgio Mendes (Cidadania).

 

Pesquisa Iguape: prefeito x Câmara

Antes da pesquisa Prefab, a Folha divulgou no sábado (2) a pesquisa Iguape de julho, na parte relativa à disputa sempre mais complexa a vereador. Na qual constatou que, dos 25 prováveis candidatos mais citados em consulta espontânea, 18 são ligados a Wladimir. Encomendada pelo grupo dos Bacellar, a consulta apontou que a atual Câmara Municipal, presidida por Marquinho Bacellar (SD), é reprovada por 38,6% e aprovada por 35,5% dos campistas, com 26,6% que não responderam. Enquanto o governo Wladimir é aprovado por 74,7% (39,2 pontos a mais que o Legislativo) e reprovado por 22% (16,6 pontos a menos que a Câmara).

 

Natália Soares: números de vereador

“A Saúde Pública aparece na Iguape como ponto mais frágil da gestão, antes do Transporte. A pesquisa proporcional também demonstra a força dos Garotinho, com 18 dos 25 nomes citados. Óbvio que tende a aparecer quem já é vereador. Se algo grita aos olhos é a ausência de mulheres na lista. A eleição legislativa se decide sempre às vésperas da eleição. Enquanto o Legislativo for visto como secundário, estaremos fadados a repetir o quadro que ora se apresenta na própria Câmara de Campos”, alertou a professora Natália Soares (Psol). Que surgiu na Iguape logo abaixo dos 25 primeiros, com 0,1% de intenção de voto a vereadora.

 

Bruno Vianna e Marcão: números de vereador

“Sobretudo a vereador, pesquisa não quer dizer muita coisa. Mas é lógico que nos motiva ver o nosso nome citado de forma espontânea. Vamos continuar trabalhando para que isso ocorra mais vezes”, garantiu o edil Bruno Vianna (PSD), nome mais bem colocado na Iguape dentro do grupo dos Bacellar, com 0,4% de intenção de voto, atrás dos quatro primeiros governistas. “A questão dos mais citados pertencerem ao grupo do prefeito aponta que provavelmente ele irá eleger um grande número de vereadores ligados aos partidos aliados para sua reeleição”, projetou Marcão Gomes (PL), ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara de Campos.

 

Análise do cientista político

“Natural que num sistema dominado por ‘grupos políticos’, a distribuição de cadeiras legislativas municipais se dê mais pelo poder de atração das oligarquias, sobretudo a que controla a Prefeitura. Em Campos, todo o mais estável, principalmente o preço do petróleo, a tendência é a reeleição do prefeito bem avaliado, com uma cauda de vereadores candidatos. Talvez, em meio a uma nova crise do petróleo, possam se abrir brechas, como a que propiciou a eleição de Rafael Diniz (Cidadania) em 2016; uma oportunidade, infelizmente, desperdiçada”, lamentou o cientista político Hamilton Garcia, professor da Uenf.

 

Análise do estatístico

“Existe uma tendência de estabilidade, considerando os meses de março (pesquisa GPP), julho (Iguape) e agosto (Prefab), quanto ao índice de aprovação do governo. Historicamente, acima de 50% de aprovação, é muito provável que o candidato seja reeleito. Não estou falando que isso vai acontecer, porque sou estatístico, não Pai Dinah (risos)”, disse no Folha no Ar da manhã de ontem Eduardo Shimoda, professor de Estatística do Doutorado em Planejamento Regional e Gestão da Cidade da Universidade Candido Mendes. “A tendência, hoje, pelos números, é de definição da eleição (a prefeito) em primeiro turno”, completou o estatístico.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

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