Decoro à política de Campos e favoritismo de Wladimir

 

Wladimir Garotinho, Rodrigo Bacellar, Anthony Garotinho, Marcos Bacellar, e Rosinha Garotinho; Pedro Emílio Braga, George Gomes Coutinho, Hamilton Garcia, Igor Franco e Fabrício Maciel; Clarissa Garotinho, Luciano D’Ângelo, Jefferson Manhães, Gel Coutinho e Cilêncio Tavares (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr)

 

Pelo decoro na política goitacá (I)

“A pacificação (entre Garotinhos e Bacellar) é delicada. Há contraposição natural entre os dois grupos. E temos uma eleição a prefeito no ano que vem. É quase uma obrigação combater o grupo adversário, se você quer se estabelecer dentro do território original de ambos, que é um só. Mas esse enfrentamento precisa existir com maturidade, cada um mostrando o que propõe e fazendo política. Não tem que haver enfrentamento carnal, mais pessoal. Que é algo que não enriquece em nada o debate, só atrapalha”. Foi o que advertiu no Folha no Ar da manhã de ontem o delegado de Polícia Civil Pedro Emílio Braga, campista titular da 123ª DP de Macaé.

 

Pelo decoro na política goitacá (II)

O discurso do delegado pela imposição dos limites de decoro na política goitacá tem sido consenso. No Folha no Ar de 8 de agosto, foi o cientista político George Gomes Coutinho (confira aqui), professor da UFF: “a disputa de adversários é legítima no âmbito democrático. Agora, sem utilizar de recursos vis como a violência, a ameaça, a intimidação”. No dia 15, foi a vez de outro cientista político, Hamilton Garcia (confira aqui), professor da Uenf: “O mesmo (ex-governador Anthony) Garotinho (União) que está flechando o (presidente da Alerj, Rodrigo) Bacellar (União), por uma série de acusações que têm que ser provadas, também respondeu à Justiça”.

 

Pelo decoro na política goitacá (III)

No Folha no Ar de 22 de agosto, o especialista em finanças Igor Franco (confira aqui), professor do Uniflu, engrossou o coro pelo decoro político em Campos: “a manifestação de (Marcos) Bacellar (ex-vereador, contra a ex-governadora Rosinha) tem que ser rechaçada. Ele voltou atrás, percebeu que se excedeu. Esse passo atrás deveria ser a linha no chão”. No dia 29, foi a vez do sociólogo Fabrício Maciel (confira aqui), outro professor da UFF-Campos reforçar essa linha riscada pela sociedade aos homens públicos do município: “o não decoro na política pode ter efeitos irreversíveis na forma como a sociedade pensa a política. E isso é bastante grave!”

 

Ainda é cedo

Limites éticos postos e repostos aos políticos de Campos, Pedro Emílio não questionou no Folha no Ar de ontem só a pacificação entre Garotinhos e Bacellar. Mas também a projeção da reeleição do prefeito ainda no primeiro turno de 2024, segundo (confira aqui) todas as pesquisas de 2023: “Wladimir lidera as pesquisas de intenção de voto. Só que, a mais de 12 meses da eleição, ainda é muito cedo. Ele faz um bom governo e isso é comentado na cidade. Mas a gente tem uma outra liderança política de Campos, que é Rodrigo Bacellar. Com o início das movimentações eleitorais, esse cenário pode remexer”, ponderou o titular da 123ª DP.

 

Clarissa Garotinho

A precaução do delegado de Polícia Civil não parece ser compartilhada entre os Garotinho. “Natural que Wladimir lidere com folga a disputa (a prefeito em 2024). A comparação é inevitável. Campos saiu de um governo (Rafael Diniz, Cidadania) sem nenhuma articulação política e com uma equipe inexperiente. Agora temos à frente alguém de uma família que possui um legado. Eu mesma, como parlamentar, trouxe um caminhão de recursos a Campos. O governo anterior não pagou dezembro e o 13º aos servidores. Wladimir será reeleito no primeiro turno. É só comparar”, propôs a ex-deputada federal Clarissa Garotinho (União).

 

Luciano D’Ângelo

Fora do grupo político dos Garotinho, há divergências. “As pesquisas a prefeito são feitas sem que as eventuais candidaturas estejam expostas. Embora se coloque possíveis nomes, fica desigual inserir o prefeito com outros. Serve muito mais para falar de Wladimir como prefeito do que como candidato à reeleição. As chances de conclusão em primeiro turno, ao contrário do que muitos andam dizendo, são pequenas. A aliança entre Garotinhos e Bacellar não vai funcionar para 2024”, apostou o professor Luciano D’Ângelo, articulador do PT de Campos. Que deve ter o professor Jefferson Manhães, reitor do IFF, como candidato a prefeito.

 

Gel Coutinho

Fora da família Garotinho, também há divergência também sobre o favoritismo do prefeito: “Wladimir só perde a próxima eleição para ele mesmo ou, claro, para o imponderável. Não há nenhuma candidatura posta ou percebida com capacidade de fazer sombra à força política acumulada pelo prefeito. A firmeza com que se posicionou em defesa da aliança com o grupo opositor na Câmara, em especial a família Bacellar, se colocando acima e além da questão familiar, foi, para mim, a coroação definitiva de que não é um mero prefeito de plantão”, analisou o industrial Gel Coutinho, durante anos dirigente do PSDB em Campos.

 

Cilênio Tavares

Esse espírito mais conciliador, em relação à sua família, parece reforçar o favoritismo de Wladimir. Como as obras pela cidade, mas a depender da conclusão. “Pesquisas refletem o momento. Neste momento, pode-se dizer que o prefeito tem grande vantagem. Wladimir tem se mostrado conciliador, em contraponto ao temperamento dos pais. Por outro lado, se há uma convivência supostamente pacífica na Câmara de Vereadores, quem garante que dura até outubro de 2024? Hoje, há obras para todos os lados. Mas, se não forem concluídas a tempo, o humor do eleitor pode mudar”, ressalvou o jornalista Cilênio Tavares.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

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