Wladimir em céu de brigadeiro
“Pode-se até discordar de algumas ações do governo Wladimir Garotinho (PP). Mas cabe reconhecer sua determinação para harmonizar os interesses comunitários. O êxito está em receber e dialogar com todas lideranças representativas dos segmentos produtivos, ignorando siglas partidárias. Ágil e competente no uso da mídia digital, o filho de Rosinha e Anthony Garotinho desponta como a mais promissora liderança política de Campos, com penetração nas regiões Norte e Noroeste Fluminense”. A análise foi feita ontem (13) pelo experiente jornalista Celso Cordeiro Filho, no grupo de WhatsApp do blog Opiniões e do programa Folha no Ar.
Reeleição no 1º turno? (I)
Com 76 anos de idade e 50 de jornalismo, onde foi e é referência na cidade, Celso estendeu sua análise ao pleito municipal de 2024: “Se a eleição fosse hoje, Wladimir se reelegeria no primeiro turno. Quem já votou nele, está satisfeito. Quem não votou, tende a consagrá-lo nas urnas. Não esperava ver o crescimento vertiginoso de uma liderança jovem no plano político e na dinâmica que imprimiu nas ações administrativas em favor de todos. A constatação é fruto da observação diária do seu estilo moderno e profundamente dinâmico de governar”, frisou Celso. Que é irmão do ex-prefeito e pré-candidato a prefeito Sérgio Mendes (Cidadania).
Rodrigo Bacellar e Carla Machado
Certo que o “crescimento vertiginoso” atribuído por Celso a Wladimir, nos planos municipal e regional, foi alçado ao patamar mais elevado do Estado do Rio pelo campista Rodrigo Bacellar (União). Que, em seu segundo mandato de deputado estadual, chegou à presidência da Alerj. E repetiu o mesmo feito de Sérgio Cabral (MDB) em 1995, antes de se eleger duas vezes governador, em 2006 e 2010. Por enquanto, a pré-candidata dos Bacellar a prefeita de Campos é a deputada estadual Carla Machado (PT). Que, com base em toda a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), está inelegível à disputa.
“A prefeita, Carla não pode”
No último dia 28, esta coluna ouviu (confira aqui) seis juristas respeitados na comarca, todos com experiência em direito eleitoral. Para quatro deles, Carla é carta fora do baralho na Campos de 2024. Dois outros apostaram na possibilidade de revisão. E, se demanda revisão, é porque hoje ela não pode. Em entrevista do Folha no Ar da última quinta (7), também jurista conceituado e com experiência eleitoral, Cleber Tinoco reforçou o entendimento da maioria: “Uma mudança que libere a candidatura da Carla Machado não vai acontecer. Ela pode disputar a governadora, presidente, parlamentar; não interessa. Mas a prefeita, não pode”.
Esquentando o lugar?
A insistência no nome de Carla a prefeita de Campos em 2024, mesmo inelegível após já ter sido reeleita prefeita em São João da Barra em 2020, teria para Cleber outro objetivo real: “Por que alguém se arriscaria a colocar um candidato correndo risco de se tornar inelegível e ter os votos anulados (como foi com o ex-prefeito Arnaldo Vianna na reeleição de Rosinha Garotinho a prefeita em 2012)? Isso pode ser uma estratégia, porque a legislação eleitoral permite a alteração do candidato faltando 20 dias para o pleito. Você teria o nome (de Carla), que faria toda a campanha, e aí outro candidato assumiria o posto dela”.
Reação rápida no transporte
Se merece críticas, é pelas virtudes do governo Wladimir que ele chega ao final de 2023 como favorito em todas as pesquisas (confira aqui) à reeleição em 6 de outubro de 2024, daqui a pouco mais de 9 meses. Mesmo no seu maior calcanhar de Aquiles, o transporte público, a reação rápida impediu que a situação ruim piorasse. No sábado (9), um incêndio pela manhã, na garagem da São Salvador, destruiu (confira aqui) 21 ônibus. E, na tarde do mesmo dia, com o apoio do Ministério Público e da Polícia Militar, o Executivo goitacá promoveu (confira aqui) a requisição administrativa de 25 ônibus na garagem da Turisguá. Assim, evitou (confira aqui) que o sistema entrasse em colapso na segunda (11).
Reeleição no 1º turno? (II)
Antes dos eventos de sábado, Cleber tinha projetado 2024 na quinta: “O grande favorito é Wladimir. Não havendo até as eleições fato novo que desgaste a sua imagem, até para ganhar no primeiro turno”, disse no Folha no Ar. No mesmo programa, o ex-prefeito e ex-presidente da Câmara de Campos Nelson Nahim (MDB) tinha dito no dia anterior (6): “Wladimir só perde essa eleição para ele mesmo. Ele conseguiu uma coisa importantíssima: desligar seu nome do pai. E está fazendo um ótimo governo. Hoje, diria que leva no primeiro turno”, disse o tio do prefeito, pai do vereador de oposição Helinho Nahim (Agir) e integrante do grupo dos Bacellar.
Janja entre críticas e ofensas
Evidente aos não lulopetistas, o deslumbramento da primeira-dama Janja da Silva é alvo de críticas. Ela não tem mandato ou legitimidade para apitar no governo Lula3. Como, sem comparar as figuras humanas, o vereador carioca Carluxo (Rep) não tinha para apitar no único governo Jair Bolsonaro (PL). Isso posto, os ataques ofensivos e misóginos que Janja sofreu ao ter a conta hackeada na rede social X (ex-Twitter), na segunda, revelam o pior do bolsonarismo. Que merece todo o rigor da Justiça. Bandido bom não é bandido morto. Mas a cadeia, como no caso do 8 de janeiro, tem didática viva. Estão aí os 16 anos da Lei Maria da Penha para provar.
Publicado hoje na Folha da Manhã.