Por Vitória Abreu, Vivian Ranuci, Sofia Pasco, Aquiles Paes e Aluysio Abreu Barbosa
Na última segunda-feira (13) foi celebrada a missa de 1 ano pelo falecimento de Ícaro Paes Pasco Abreu Barbosa, meu único filho. Foi marcada por sua mãe, a jornalista Dora Paula Paes, na Igreja de São Francisco, onde Campos dos Goytacazes nasceu.
Ao final da cerimônia, pude reforçar as impressões do homem e jornalista que Ícaro foi em seus 23 anos de vida, pelos cumprimentos e palavras dos presentes. Cada qual com a sua história com meu filho. Que, no reflexo complementar em cada, vive contado em todas.
Antes e após a missa, colhi os testemunhos de três das suas primas e do seu irmão. Nos quais constatei: se a perda física de Ícaro não é fácil, torna-se menos difícil no amor. Pelo significado da sua vida breve e marcante, aos seus mais próximos em idade e sangue.
Abaixo, nos relatos sobre Ícaro, seu legado e saudade. Pelo sentir de Vitória, Vivian, Sofia e Aquiles. Cujo pragmatismo, mesmo na prosa poética que adotou para falar pelo irmão, é epílogo e epitáfio a todos nós: “Tudo continuará, com um dia após a minha morte”.
“Por fim, gostaria de homenagear meu primo, Ícaro Paes Pasco Abreu Barbosa, que foi pra mim referência de bondade, generosidade, educação e carinho durante os 23 anos que vivemos juntos. Obrigada por todas as memórias, nunca esqueceremos de você”.
(Vitória Abreu, 24 anos, último parágrafo do agradecimento do seu TCC de graduação em engenharia de produção na UFRJ, prima de Ícaro)
“Um ano sem meu irmão e a saudade está cada vez mais presente. Tem sido difícil, mas tenho tentado ser forte por ele. Irmão, sei que você partiu, mas ainda tenho dificuldade em aceitar e dizer adeus.
Guardo nossas lembranças e agradeço por tudo que vivemos. Mas, ao mesmo tempo, meu peito dói por saber que nossa história acabou aqui.
Não posso mais ver você, e isso machuca. Oro muito para que esteja em paz e tento seguir em frente. Penso em você todos os dias. Sei que esta saudade seguirá sempre comigo. Você sempre será muito importante para mim e o amor que sinto é imortal”.
(Vivian Paes Ranuci, 21 anos, estudante do curso superior de contabilidade na Estácio, prima de Ícaro)
“Um ano sem você aqui e a saudade é a mesma. Espero que você tenha encontrado sua luz e sua paz.
A família inteira sente sua falta absurdamente, mas sabemos que você estará sempre em nossos corações. Hoje foi um dia triste e reflexivo para todos nós que te amamos”.
(Sofia Lessa Pasco, 16 anos, estudante do ensino médio, prima de Ícaro)
“Um dia após a minha morte. Meu pai chorou, minha mãe se quebrou. A família se corrói, todos sofrem de saudades. Outros buscam alguém para culpar, mas sabem que de nada adiantará.
Nunca me entenderão, nunca entenderam. No fim, tudo passou e agora sigo singelo. Onde seguir, seguirei aqui e passando do teu lado ao eterno.
Criarei a ti minha epopeia. Do amor que existe em vós me alimentarei. Buscarei meu refúgio em minha escrita, meus amores, minha boemia.
Um ano se passou, nada mudou e nada mudará, para sempre. Tudo continuará, como um dia após a minha morte”.
(Aquiles Paes, 15 anos, estudante do ensino médio, irmão de Ícaro, com este na 1ª pessoa)
Publicado hoje na Folha da Manhã.