Delegada de Polícia Civil e pré-candidata a prefeita de Campos, Madeleine Dykeman (União) é a convidada para fechar a semana do Folha no Ar nesta sexta (7), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3. Ele falará do papel da mulher na política de Campos, que tem uma Câmara Municipal composta só de 25 homens, e no Brasil.
Madeleine também falará o que pode levar da sua experiência na Segurança Pública, sobretudo em defesa dos direitos da mulher, ao Executivo goitacá. Por fim, analisará o apoio político dos Bacellar (confira aqui) à sua pré-candidatura e tentará projetar, com base nas pesquisas (confira aqui), a eleição à Prefeitura e à Câmara de Campos em 6 de outubro, daqui a exatos 4 meses.
Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta quinta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook, no Instagram e no YouTube.
Poeta, professor de Letras e presidente da Academia Campista de Letras (ACL), Ronaldo Junior é o convidado do Folha no Ar desta quinta (6), ao vivo, a partir das 7 da manhã, na Folha FM 98,3. Ele detalhará a programação (confira aqui) para celebrar neste mês de junho os 85 anos da ACL.
Ronaldo também falará sobre o papel da literatura e das academias de letras no tempo do Kindle e das redes sociais. Por fim, ele avaliará a cultura como tema também das eleições a prefeito e vereador de Campos em 6 de outubro, daqui a exatos 4 meses e 1 dia.
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O mês de junho marca a passagem dos 85 anos de fundação da Academia Campista de Letras, o que me leva a fazer um convite e uma reflexão.
Primeiro, o convite: ao longo deste mês, a ACL vai receber cinco eventos que marcarão as comemorações dessa data. A começar no dia 8 de junho, às 16h, quando será aberta a exposição de ilustrações do grupo Urban Sketchers Campos, com curadoria de seu coordenador, o arquiteto Ronaldo Araújo. Para marcar esse momento, ouviremos o coordenador do USk Campos e, também, seremos agraciados com uma palestra da professora Maria Catharina Reis Queiroz Prata, do IFF Campos-Centro, responsável pelo projeto Patrimônio Goitacá. O tema será “A cidade no espelho”.
O segundo dia será 13 de junho, às 19h, quando receberemos uma mesa redonda para homenagear a Livraria Ao Livro Verde por seus 180 anos de fundação. Participarão a professora Valéria Crespo — autora de uma pesquisa sobre a Livraria — e os acadêmicos Genilson Soares e Sylvia Paes (mediadora), que possuem reconhecida atuação na preservação de nossa memória. Na ocasião, após a mesa redonda, receberemos o lançamento e a afiliação de membros da Associação de Amigos de Ao Livro Verde (Asalve), que tem como principal pilar a preservação da Livraria enquanto patrimônio cultural, com enfoque em salvaguardar o que ela representa para a nossa cultura. A Associação será fundada a partir da Campanha SOS Ao Livro Verde, da qual a ACL é signatária.
O terceiro evento ocorrerá em 17 de junho, às 19h, quando receberemos uma conferência em homenagem aos 95 anos de fundação da Associação de Imprensa Campista — instituição parceira da ACL —, ministrada pelo acadêmico e jornalista Herbson Freitas. Na ocasião, o evento será aberto por mim e pelo presidente da AIC, Wellington Cordeiro.
Em 21 de junho, dia que marca a fundação da ACL, celebraremos, às 19h, o aniversário da instituição com uma homenagem aos acadêmicos e acadêmicas, que receberão a Comenda da Academia Campista de Letras. Logo após, será apresentado o site oficial da instituição. Nesse dia, ainda, seremos brindados com a presença da Sociedade Musical Lira de Apolo, que fará uma apresentação, seguida de um coquetel.
O encerramento da programação será no dia 29 de junho, às 17h, quando teremos a honra de receber um dos maiores nomes da antropologia brasileira: o professor e escritor Roberto DaMatta, que fará um bate-papo com o acadêmico Carlos Augusto Souto de Alencar.
Durante os dias de evento, o público poderá visitar a exposição do grupo USk Campos — que estará aberta até o final do mês de junho — e, ainda, poderá conhecer peças artesanais do grupo Arte e Identidade do Artesanato Campista. Que tem como proposta valorizar a cultura de Campos por meio do artesanato.
Agora que fiz o convite, quero aproveitar para refletir sobre o que esse momento significa.
Os últimos 85 anos da história campista foram, de alguma maneira, presenciados pela ACL. Seus membros, muitas vezes, participaram de forma ativa dessa história e permitiram que a instituição resistisse ao longo dos anos, para seguir participando da vida cultural, política e intelectual do município.
Mas, para visitar esses anos, entendo ser necessário contar uma história conjunta, que passa por outros olhares e pela história de outras instituições, que também trabalham em prol da preservação da nossa memória. Neste mês de junho de 2024, portanto, celebramos nossa história também sob a ótica de outras entidades que vivenciaram a Campos das últimas décadas, pois entendemos que o papel da ACL passa por salvaguardar nosso patrimônio cultural, o que exige diálogo e trabalho conjunto num mesmo objetivo.
Isso me faz pensar no fundamento da imortalidade evocada pelas Academias de Letras: somente a memória nos permite ao menos simular a perenidade. E isso vale para os nossos símbolos, lugares, fatos e pessoas. Precisamos lembrar para imortalizar. Precisamos lembrar para reconhecer. Precisamos lembrar para refletir sobre os significados. E, com isso, preservar o que compõe nossa identidade campista.
Assim, encerro reiterando o convite para celebrarmos, a partir do dia 8 de junho, em nossa sede (localizada no Pq. Dr. Nilo Peçanha, o Jardim São Benedito), a cultura campista e nossas instituições, responsáveis por contar parte da história de quem somos e fomos.
Eleito o melhor jogador da Champions League da Europa decidida no sábado (1º), que conquistou com o Real Madrid pela segunda vez marcando o gol do título, feito inédito a qualquer jogador brasileiro, o atacante Vini Jr. é a esperança mais concreta do “melhor futebol do mundo” sair da bravata. Já era desde a Copa do Mundo de 2022, quando a Seleção Brasileira talvez não tenha passado das quartas-de-final porque o jovem atacante, preso pelo técnico Tite na ponta esquerda, não brilhou. Após ser o 6º colocado na Bola de Ouro de 2023, Vini hoje aparece com chance de conquistar o prêmio em 2024, entregue em novembro. A ver.
Futebol contra o racismo
Na Bola de Ouro de 2023, Vini Jr. ganhou o troféu Sócrates — um dos craques da inesquecível Seleção Brasileira de 1982 e conhecido pela militância política — por sua luta contra o racismo no futebol. Exato um século antes, essa luta tinha sido encampada no Brasil em 1923, pelo Vasco da Gama. Que, com um time que aceitava negros e pardos, diferente do Flamengo, Fluminense e Botafogo, venceu estes três para ser campeão da 19ª edição do Campeonato Carioca de Futebol. Logo em seu ano de estreia, na principal divisão do esporte da então capital da República, não há exagero em dizer que o Vasco já nasceu gigante.
Vasco: apogeu e decadência
Do “Expresso da Vitória”, que dominou o futebol carioca e nacional entre 1942 e 1953, dando a base do Brasil vice-campeão mundial em 1950, o Vasco cedeu jogadores à Seleção nas conquistas das Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1994. E teria suas maiores glórias com a Libertadores da América em 1998 e seus quatro Brasileiros: 1974, 1989, 1997 e 2000. Também ganharia a Copa do Brasil em 2011. Mas esta veio para atenuar a decadência em que o clube já tinha entrado a partir de 2008, quando foi rebaixado a primeira vez à Série B do Brasileirão. Voltaria à Série A, onde hoje está. Mas seria também rebaixado em 2013, 2015 e 2020.
6 a 1 e 7 a 1 x história de grandeza
No domingo (2) seguinte à conquista da Europa por Vini Jr, o Vasco abriu o placar contra o Flamengo, no Maracanã, pela Série A do Brasileiro. Foi esperança apagada na virada de 6 a 1. Para figurar entre os maiores vexames do futebol brasileiro recente, com os 7 a 1 da Alemanha na Copa do Mundo de 2014 ou a inverossímil pipocada do Botafogo no Brasileirão do ano passado. Para piorar, no futebol feminino, o Rubro-Negro já tinha dado, em 9 de março, outro 6 a 1 no Cruz-Maltino. Que aplicou, porém, a maior goleada do clássico: 7 a 0 no Flamengo, em 1931. Como o Brasil, o Vasco precisa reencontrar a sua história de grandeza no futebol.
No segundo bloco do programa Folha no Ar de ontem (4), além dos números já conhecidos da aprovação do eleitor de Campos ao governo do prefeito Wladimir Garotinho (PP), foram também revelados os relativos aos do governador Cláudio Castro (PL) e do presidente Lula (PT). Enquanto a gestão de Wladimir é aprovada por 70,5% (com 14,9% que desaprovam e 14,6% que não souberam avaliar), a de Castro tem aprovação de 41,4% (com 20,8% que desaprovam e 37,8% que não souberam avaliar) e a de Lula é aprovada pela minoria de 28,9% (com reprovação majoritária de 59,5% e 11,6% que não souberam avaliar).
Antilulismo goitacá
Enquanto Wladimir tem na alta aprovação ao seu governo a melhor chance de se reeleger em 6 de outubro, daqui a 4 meses e 1 dia, e o de Castro ficou na conta do chá, a reprovação ao Lula 3 entre os campistas é hoje mais que o dobro da aprovação. Foi o cenário desenhado pelos números da pesquisa Prefab Future, que ouviu 1.002 eleitores de Campos em 26 de abril, com base no IBGE e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número RJ-04536/2024. Se não dá para cravar que o eleitor de Campos é conservador, parece não haver dúvida matemática de que ele hoje tem expressiva maioria antipática ao Governo Federal.
Direita lidera na pesquisa
No debate se o eleitor campista se posiciona mais à direita ou à esquerda, uma pergunta mais específica da pesquisa foi feita: “Você se considera ideologicamente um eleitor de?” A direita liderou com 39,6%, com 28,0% se identificando como moderado, 23,7% como apolítico, cabendo a identificação com a esquerda a apenas 8,7% do eleitorado campista. São números que não se traduzem necessariamente em eleições municipais. Sobretudo quando polarizadas por políticos como Wladimir e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), ideologicamente camaleônicos em suas vitoriosas e ainda relativamente curtas trajetórias políticas.
Esquerda à frente na urna
Pode ser que prefeitáveis de direita como a Delegada Madeleine (União), o odontólogo Alexandre Buchaul (Novo) e o empresário Clodomir Crespo (DC) tentem capturar esse eleitor ideológico. Que deu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) 64,87% dos votos válidos de Campos no 2º turno de 2018 e 63,14%, no 2º turno de 2022. Entre estes dois pleitos nacionais, dois candidatos tentaram surfar o bolsonarismo local no 1º turno da eleição a prefeito de 2020: o ex-vereador Tadeu Tô Contigo levou 2,17% dos votos válidos, e o empresário Jonathan Paes, 0,51%. Candidata estreante do Psol, Professora Natália teve quase o dobro dos dois: 4,68%.
Ideologia a prefeito?
Como, pela única pesquisa até aqui registrada neste ano de nova eleição municipal, Madeleine já saiu de 6,8% de intenções de voto na consulta estimulada, isso pode ser tanto voto conservador, quanto moderado e apolítico que admira sua brilhante trajetória como delegada de Polícia Civil. Bem como pelo apoio dos Bacellar. Assim como os 18,7% de Carla Machado, quase certamente, se devem mais aos seus quatro mandatos como prefeita de São João da Barra do que por ser deputada estadual do PT. Com apoio declarado do senador Flávio Bolsonaro (PL) e bom trânsito com o Lula 3, Wladimir liderou a pesquisa com 53,7%.
Marceneiro conceituado e figura querida na cidade, Edinho Black é o convidado desta quarta (5) no Folha no Ar, ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3. Ele falará como consegue viver e produzir sem celular ou redes sociais. E do papel da marcenaria em Campos e nos dias de hoje.
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A preservação do patrimônio histórico de Campos e a estátua de Tiradentes há 10 meses decapitada (confira aqui) no Centro. Com base nos últimos pleitos (confira aqui e aqui) e pesquisas (confira aqui), o eleitor campista é de direita ou esquerda? E, por fim, a projeção das eleições a prefeito e vereador (confira aqui, aqui e aqui) de 6 de outubro, daqui a 4 meses e 3 dias.
Esses serão os assuntos em debate no Folha no Ar desta terça (4), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3. Que serão debatidos pela bancada do programa: os jornalistas Aluysio Abreu Barbosa e Edmundo Siqueira e o radialista Cláudio Nogueira, gerente da Folha FM e âncora do Folha no Ar.
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Era terça, dia 28, quando à tarde chegaram pelos Correios as duas camisas da seleção da Croácia de futebol. Que comprou para si e ao primo materno mais novo, meio filho adotado pelo mais velho.
Uma camisa era a branca, salpicada do tradicional quadriculado vermelho. No padrão croata que o saudoso Bussunda chamava de “toalha de cantina”. A outra era a versão azul marinho do mesmo uniforme.
As duas, a pedido, vinham com o número 10 ao peito e às costas. Nestas, também estava o nome do craque, corretamente escrito, com acento agudo no “c”, que indica a palatização fraca na língua croata: Modrić.
Quem comprou as camisas tinha o jogador franzino, pequeno e narigudo, sem titubeio, como o melhor volante e um dos mais cerebrais meias que vira jogar desde que passou a acompanhar futebol. Como já o acompanhava há 44 anos, não julgava pouca coisa.
Acompanhava o basquete da NBA há menos tempo, 37 anos. Desde 1987, quando tinha 15, e a Band fez a primeira transmissão, ainda em VT, das finais de 1986. Que foram vencidas pelo Boston Celtics. Foi o terceiro e último título do seu astro, o ala Larry Bird.
Em 1987 e 1988, nos dois últimos títulos dos cinco dos Los Angeles Lakers do armador Earwing Magic Johnson, reconheceu seu time e ídolo na NBA. Negro, Johnson foi o antagonista de Bird, um típico red neck — como se designa nos EUA os brancos de origem pobre e do interior.
Na popularidade da oposição racial entre o ala dos Celtas e o armador dos Lakers, bem como pela exuberância técnica de ambos, não há exagero em dizer que uma decadente NBA foi salva naqueles anos 1980. Enquanto, fora das quadras, Bird e Johnson se tornaram grandes amigos.
Quatro décadas depois, veria o Boston varrer na noite de segunda (27) o Indiana Pacers, pelo placar de 105 a 102. E, por 4 jogos a 0, vencer a final da Conferência Leste. Não mais com Bird, natural de Indiana. Mas com um quinteto muito homogêneo e nivelado por cima.
Entre o armador Derrick White, o ala-armador Jrue Holiday, o ala Jaylen Brown, o ala-pivô Jayson Tatum e o veterano pivô dominicano Hal Horford, a surpresa veio na escolha do MVP (“Most Valuable Player”, ou “Jogador Mais Valioso”) do Leste.
Não Tatum, considerado o melhor jogador do Boston desde que lá estreou como profissional, em 2017. Mas Brown, que em 2014 ouviu da professora: “Vou procurar você na prisão daqui a 5 anos”. Dez anos depois, como MVP do Leste, o jogador negro recebeu o troféu Larry Bird.
Dever de casa feito, o Boston e o mundo do basquete voltaram os olhos para a noite do dia seguinte, terça. Na qual o Dallas Mavericks, vencendo a Conferência Oeste por 3 jogos a 0, enfrentaria novamente o Minnesota Timberwolves.
Após eliminar por 4 a 3 o atual campeão Denver Nuggets, do revolucionário pivô sérvio Nikola Jokić, o Minnesota passou à final do Oeste com ares de favorito. E liderado por uma grande promessa, o explosivo Anthony Edwards, de apenas 22 anos.
Só esqueceram de combinar com o Dallas. E com sua dupla de armadores de qualidade poucas vezes vista na NBA: o veterano Kyrie Irving e o esloveno Luka Dončić. Preparado para encarar o Denver, o Minnesota embaralhou a vista com os Mavericks. Que abriram 3 jogos a 0 na série.
Após vencerem os três primeiros jogos, Dončić e Irving foram também vencidos. Sobretudo por conta da atuação apagada do segundo no jogo 4. No qual Edwards e o ala-pivô Karl-Anthony Towns comandaram a primeira vitória do seu time na série.
Quem assistia de casa, mesmo torcendo pelo Dallas, por conta do basquete diferente de Dončić, escasso em explosão e abundante em técnica, passou a torcer pelo Minnesota do explosivo Edwards. Porque o jogo estava tão bom, mas tão bom, que merecia outro.
Como a Eslovênia de Dončić, a Sérvia de Jokić e a Croácia de Modrić compunham a antiga Iugoslávia, usava a camisa azul do terceiro que recebera pelos Correios, por acaso, naquele dia. Para, trajado do futebol croata, acompanhar o gênio esloveno do basquete nos EUA.
Sempre admirou aquele povo balcânico, ao norte da Antiga Grécia. Que ajudou a formar com os dóricos e os macedônios de Alexandre. Como sua resistência ao nazismo de Hitler na II Guerra, sob o comando de Tito. Comunista que não se submeteria depois à União Soviética.
Após a morte de Tito, em 1980, a Iugoslávia se esfacelaria em guerras fraticidas nos anos 1990. Mas ainda via no presente essa história milenar e secular refletida numa maneira comum de se expressar pelo esporte. Embora incomum aos demais.
Como um jogador de futebol sem explosão, velocidade ou força, como o croata Modrić, pode ter sido o único a furar o monocórdio revezamento entre o argentino Lionel Messi e português Cristiano Ronaldo, na década passada, como melhor boleiro da Terra?
Como dois jogadores de basquete sem explosão, velocidade ou impulsão, como o sérvio Jokić e esloveno Dončić, podem ter tanto destaque num esporte inventado nos EUA, dentro dos EUA? E que tem no voo de Michael Jordan a sua referência mais elevada?
Quem realmente duvida que o esporte, enquanto expressão também de arte, tem tanto ou mais de intelecto e cultura do que de força física, que veja o primeiro tocar uma bola com os pés. Ou os outros dois com as mãos. E depois dê o braço, ou a perna, a torcer.
Após dar a camisa azul de Modrić ao primo na quinta (30), vestiu a branca para assistir à noite ao jogo 5 entre Dallas e Minnesota. Enquanto refletia se não era jogo de cena a fala de Dončić após o jogo 4: “Acho que a culpa da derrota é minha. Não consegui dar energia suficiente”.
A cena se revelou na abertura do jogo 5. Com apenas 2 minutos e meio, Dončić já havia marcado 10 pontos. Aos adversários e companheiros, deu de cara uma prova da tal energia. Ele terminaria com 20 pontos o 1º quarto. No qual o time do Minnesota, junto, marcou 19.
No placar de 35 a 19, se a vantagem do Dallas ao fim do 1º quarto era confortável, quem a ampliou no 2º foi Kyrie Irving. Quando anotou 15 pontos. Para partir ao 3º quarto com 69 a 40. Nos quais Dončić e Irving marcaram, juntos, 44. Sozinhos, bateram todo o Minnesota.
A vantagem chegaria a ultrapassar os 30 pontos, mas seria reduzida com tentativas de reação do Minnesota, comandadas tardiamente por Towns e Edwards. Nada que impedisse a vitória do Dallas pelo inapelável placar final de 124 a 103. Tanto quanto o de 4 jogos a 1 na série.
Se Dončić e Irving empataram ao marcar, cada um, 36 pontos na conquista da Conferência Oeste, não houve na eleição do MVP a dúvida do Leste entre Jaylen Brown e Jayson Tatum. Também de cara, o anúncio nos EUA foi claro: “O MVP é da Eslovênia”.
Assim como Brown havia recebido três dias antes o troféu Larry Bird, o branco Dončić recebeu o troféu Earwing Magic Johnson. O basquete, como a própria vida, guarda sempre arremessos mais precisos a quem é capaz de distinguir além do preto e branco. Que venham as finais!