Sonho do título, realidade de dívidas

Embalada pela técnica refinada de Pet, a força ofensiva de Adriano e o belo trabalho do técnico Andrade, a maior torcida do Brasil, além do G-4, já sonha até com o título. Enquanto isso, os dirigentes do Flamengo insistem em nadar na corrente oposta à boa fase do time.

Na edição de hoje de O Globo, foi revelado o valor da dívida do clube: R$ 333.327.782,00. Mas o misto de presidente do clube e pré-candidato a deputado federal, Márcio Braga, acha que o clube é financeiramente viável, já que, segundo ele, desde 2003 gastaria menos do que arrecada.

Mesmo que conquiste o título do Brasileiro, o que é matematicamente tão difícil quanto o Fluminense escapar da Segundona, é preciso mudar muita coisa no Flamengo. A paixão pelo rubro-negro não pode nublar a razão na constatação da gravíssima situação do clube de futebol mais popular do mundo.

Ecos do passado

Sobre a possibilidade de voltar a vigorar a exigência do diploma para a atividade de jornalista, a partir de inclusão constitucional proposta por projetos em trâmite na Câmara e Senado Federais, numa tentativa de driblar a decisão recente do Supremo Tribunal Federal, a presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Judith Britto, escreveu um ilustrativo artigo (aqui), até por revelar a origem histórica da exigência no Brasil: a ditadura.  O artigo também foi publicado hoje no jornal O Globo.

Saco cheio dos anônimos

Do colega de lida e amigo José Trajano, agora há pouco, no Linha de Passe,  mesa-redonda de futebol da ESPN Brasil, na qual é diretor de jornalismo, sobre o “tempo” que deu no seu videoblog: “Vou ser sincero, dei umas ‘férias’ do blog porque cansei de me deparar todo dia com aquele bando de anônimos. Estou de saco cheio de quem quer ter opinião, sem sequer ter a dignidade de assinar o nome no que diz”.

Folha e chuva no Ar

Acabei de participar do programa Folha no Ar, junto ao também jornalista Rodrigo Gonçalves, entrevistando Arthur Soffiati. Sem papas na língua, o professor e ambientalista classificou de incompetente a atuação dos governos Rosinha, Cabral e Lula, no que se refere às ações necessárias para proteger Campos e região da estação das chuvas, que já se avizinha. Ele não teve dúvida ao também afirmar: “Se as chuvas cairem como no verão passado, Campos, Cardoso, Itaperuna e toda a região viverão o mesmo quadro de caos!” 

Em relação à questão da conservação do patrimônio histórico e arquitetênico de Campos, tema de enquete no Folha Online (aqui), Soffiati sugeriu que o Orávio de Campos, pela secretaria de Cultura, assumisse a participação da administração municipal, no lugar da secretaria de Obras, no Conselho de Preservação do Patrimônio Arquitetônico Municipal (Coppam), ora desativado. Fica, pois, o espaço do blog e do programa franqueado para manifestação tanto do Orávio, quanto do misto de titular da pasta de Obras, ex-prefeito de São Fidélis e pré-candidato à Alerj, Davi Loureiro… 

Ainda quanto à questão das chuvas, Soffiati cobrou também a qualificação de Marcos Soares, ascendido recentemente à secretaria municipal de Defesa Civil, pasta que se encarregará da assistência à população caso as chuvas caiam sobre um município despreparado para recebê-las, como admitiu à Folha a própria Rosinha. “Afinal de contas, quem é Marcos Soares?”, indagou Soffiati.

Com a resposta, neste blog, na Folha impressa, Online e no Ar, o próprio secretário e o governo municipal…

 

Foto de Antonio Cruz (Folha da Manhã)
Foto de Antonio Cruz (Folha da Manhã)

Mais Pet

Ainda em relação à atuação de gala de Petkovic, diante do Palmeiras, esqueci dois dados relevantes. O primeiro é que, numa resposta a quem disse que o meia sérvio, já aos 37 anos, só consegue jogar se for deixado livre, ontem ele atuou os dois tempos sob marcação individual de Edmilson.

O segundo, só atentei agora há pouco, ao assistir pela enésima vez a pintura do seu primeiro gol: após driblar dois em sua penetração lateral pela área, enquanto recebia a marcação de um terceiro defensor adversário, ele não virou o corpo de frente para o gol, nem abriu a perna para chutar, no momento da conclusão. Nesta dissimulação, de que só os gênios da bola são capazes, Pet matou o goleiro Marcos.

Yes, we can‘t

Em rodas de conversa, não tenha dúvida ao afirmar: desde que Zico se aposentou, Dejan Petkovic é o maior meia que apareceu no futebol do Rio de Janeiro. Como o Galinho encerrou a carreira de jogador (no Brasil,  pois jogaria depois no Japão) em 1989, isso significa elevar o craque sérvio à condição de principal artista, nos últimos 20 anos, do maior palco do mundo: o Maracanã. Isso, logicamente, ao lado de um atacante: Romário.

Todavia, não foi no Maracanã que Pet deu hoje seu último espetáculo de futebol, mas no Parque Antarctica, casa do líder do Brasileirão, o Palmeiras de Muricy Ramalho, que levou dois gols do camisa 43 rubro-negro. O primeiro, aos 23 minutos da etapa inicial, em penetração pela área, após se livrar de dois marcadores com aqueles seus dribles clássicos, lentos, feitos só de habilidade (como eram os de Zico), e encontrar o espaço mínimo para colocar a bola, mais um passe que um chute, no canto oposto do goleiro Marcos. O segundo, aos 16 do segundo tempo, um gol olímpico, aquele em que o adjetivo dispensa narrações. Duas obras de arte no campo e mais três pontos para o Fla na tabela.

Agora, em quinto lugar, com 48 pontos — a um de São Paulo e Internacional, dois do Atlético Mineiro e seis do mesmo Palmeiras —, além do limiar ao G-4 e uma vaga na Libertadores, já não é delírio sonhar com o título, que o clube da Gávea não conquista desde 1992. O empecilho maior é que das oito partidas restantes, o Fla joga apenas três no Maracanã, ainda que a próxima, no domingo, contra o velho freguês Botafogo, deva ser jogada no Engenhão; ou seja: no Rio.

Com Pet jogando assim, dá para acreditar!

 

Foto de Joel Silva (Folha Imagem)
Foto de Joel Silva (Folha Imagem)

Apresentação

Antes que meu irmão, Christiano Abreu Barbosa, dividisse comigo seu projeto sobre a nova Folha Online e os blogs que seriam nela hospedados, já tinha o projeto pessoal de abrir um blog, mas dedicado à poesia e sem link direto com a Folha. Por menor, meu projeto acabou incluído no dele, vindo à tona, no dia 1º deste mês, com o blog Cantos, construído junto ao Adriano Moura e Fernanda Huguenin, também poetas e apaixonados pela Literatura.

Todavia, Christiano também achava que eu deveria abrir um blog de opinião, em prosa, idéia compartilhada por algumas outras pessoas que respeito. Até por não ser internauta ou leitor de blog, resisti à idéia, mas acabei cedendo diante da possibilidade de fazer um trabalho em parceria com o Zé Renato, chargista da Folha, no qual as opiniões pudessem ser expressas em imagens, além de palavras.

 A obsessão pela imagem é característica de poeta, assim como é a do jornalista sempre querer trabalhar em grupo.

Literatura, música, cinema, cotidiano, política, mundo, mídia e esportes — sobretudo futebol, basquete e lutas — serão os temas mais abordados aqui. Mas a construção será coletiva.