Frente Democrática — Oposição unida para 6 de fevereiro de 2011 ou outubro de 2012

O ex-prefeito Sergio Mendes, entre Rodrigo Gonçalves e o blogueiro (foto de Diomarcelo Pessanha)
O ex-prefeito Sergio Mendes, entre Rodrigo Gonçalves e o blogueiro (foto de Diomarcelo Pessanha)

 

Junto ao também jornalista e blogueiro Rodrigo Gonçalves, acabei de entrevistar, agora há pouco, no Folha no Ar, o ex-prefeito e vice-presidente do PPS, Sérgio Mendes. Embora também acredite que a volta de Rosinha seja só uma questão de tempo, após a decisão de ontem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tornou sem efeito o julgamento do casal Garotinho pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), para Sérgio ainda continua valendo o calendário da eleição suplementar. Mesmo que ela não se realize mais em 6 fevereiro próximo, a reunião da oposição no movimento batizado de Frente Democrática seguirá até o próximo pleito, em outubro de 2012.

À execeção do PSB, os demais 11 partidos (PPS, PT, PMDB, PDT, PV, PTdoB, PCB, PCdoB, DEM, PRP e PSL) que se uniram para exigir a eleição suplementar, marcada pelo TRE para 6 de fevereiro, continuarão a se reunir, no sentido de montar uma agenda comum, não só de pontos programáticos, como da mobilização da sociedade em torno deles. Segundo Sérgio, as discussões avançaram bastante na reunião de hoje, onde estiveram representantes de 10 partidos (ficaram momentâneamente de fora PV e PSL, com o acréscimo do PSC), e devem evoluir no próximo encontro, às 10h de amanhã, no sindicato da Cedae.

Seja para 6 de fevereiro de 2011, ou para de outubro de 2012, a oposição promete caminhar junta. Na hora de definir as chapas, se não houver consenso numa única candidatura, a pulverização respeitará a interseção em torno de pontos programáticos comuns, acordados previamente nas discussões. A partir disso, num eventual segundo turno, todos se unem para o enfrentamento do candidato do grupo de Garotinho.

 

Atualização às 19h10: De maneira mais resumida e tendo como fonte o deputado federal Arnaldo Vianna (PDT), o também jornalista e blogueiro Alexandre Bastos já havia divulgado a continuação dos trabalhos da oposição, independente da recondução ou não de Rosinha à Prefeitura de Camos. Leia aqui

Matoso critica Garotinho e afirma: “O nome é Nahim!”

O blogueiro falou agora, por telefone, com o presidente da Câmara e pré-candidato do PPS à Prefeitura de Campos, Rogério Matoso. Apesar de confirmar o que já havia dito no encontro do partido, à repórter da Folha Jane Ribeiro, no sentido de só ter colocado seu nome à disposição do partido para a eleição suplementar, junto aos de Sérgio Mendes e Sérgio Diniz, por exigência do seu presidente regional, deputado estadual Comte Bitencourt, Matoso afirmou, no entanto, que a melhor opção para a cidade, no seu entender, é a manutenção de Nelson Nahim na Prefeitura. “Seria o mais legítimo e correto”, afirmou.

Sobre a possibilidade de ser lançado pelo próprio Nahim, com apoio da máquina municipal, caso Anthony Garotinho imponha alguma outra opção ao PR, que não a candidatura natural do próprio irmão, Rogério criticou a postura do ex-governador e do partido que este preside regionalmente:

— O problema está com essa indefinição do PR, essa coisa de Garotinho ficar inventando esse e aquele nome. O nome, até por uma questão de justiça, tem que ser o de Nelson Nahim —

PPS lança Mendes, Matoso e Diniz à eleição suplementar

Acabou agora há pouco a reunião do PPS, na casa do ex-prefeito Sérgio Mendes, com a presença do diretor estadual do partido, deputado estadual Comte Bitencourt, que definiu três nomes à convenção da legenda, no próximo domingo, dia 19, visando a eleição suplementar à Prefeitura de Campos. Segundo informou a repórter da Folha Jane Ribeiro, para cabeça de chapa ou coligações (preferencialmente com DEM, PSDB e PV) o partido lançou três nomes: Sérgio Mendes, o presidente da Câmara Rogério Matoso e Sérgio Diniz.

Dos três, apenas Diniz não esteve presente fisicamente, mas participou por telefone.

O que está por trás do “voto nulo” de Garotinho

Noticiado aqui no Blog do Bastos, o que pode estar por trás da declaração do ex-governador Anthony Garotinho (PR), hoje, em rádio, pregando voto nulo na eleição suplementar à Prefeitura de Campos em 6 de fevereiro? Múltiplas são as fontes que indicam a tentativa de Garotinho de impor o nome do seu filho, Waldimir, na chapa do PR. Na verdade, ao usar o blog do sempre fiel Avelino Ferreira (aqui), para lançar veladamente Wladimir/Edson Batista (PTB), Garotinho teria tentado assustar o prefeito interino Nelson Nahim, no sentido de evitar que a vice na chapa encabeçada naturalmente pelo irmão fosse entregue ao vereador Abdu Neme (PSB), ex-aliado e um dos principais críticos do governo Rosinha.

Por apostar no caminho da composição com a Câmara, que tem funcionado até agora, inclusive como uma das suas distinções positivas em relação a Rosinha, Nahim não só se recursou a ceder às pressões do irmão, mantendo o acordo com o líder da maior bancada do Legislativo (do PSB, composta, além de Abdu, por Altamir Bárbara e Jorge Rangel), como ainda teria ameaçado lançar e apoiar Rogério Matoso (PPS) a prefeito, como o poeta e jornalista Fernando Leite (PMDB) revelou aqui.

No impasse, Garotinho partiu hoje para a pregação aberta pelo voto nulo, não só na rádio, como em seu blog (aqui), onde divulgou uma pesquisa apócrifa para tentar dizer que a população de Campos é contra a nova eleição. Sem a máquina nas mãos, enfrentado pelo irmão que hoje a controla (e controlará até 6 de fevereiro), e com o próprio mandato de deputado federal em risco, já que foi condenado pelo mesmo crime que cassou Rosinha e só pôde concorrer com base em liminar, Garotinho aposta todas suas fichas na ação cautelar com pedido de outra liminar, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para suspender o pleito marcado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para Campos.

Nas mãos do advogado Fernando Neves, ex-ministro do TSE e também responsável pelos recursos de Garotinho e Rosinha contra suas condenações por crime eleitoral, a ação não tinha entrado até o dia de hoje. Para conseguir suspender a eleição, terá que dar entrada no TSE até o recesso de 15 de dezembro: depois de amanhã. Como o pedido liminar deve ser apreciado em um ou dois dias, ainda esta semana, ou no máximo no início da próxima, deveremos saber se Garotinho apostou certo ou errado as suas fichas.

Se não conseguir a liminar, que ninguém tenha dúvidas: a aposta de hoje, pelo voto nulo, pode mudar, embora com cacife cada vez menor à disposição…