Depois da Uenf, que elegeu (aqui) no último dia 17 o professor Raúl Palacio como seu novo reitor, chegou a vez do Instituto Federal Fluminense (IFF) também eleger o seu, assim como os diretores dos seus 11 campi. As eleições gerais ocorrerão entre a primeira e a segunda semanas de dezembro, provavelmente no último dia 10 do ano, que cai numa terça.
Na última quinta (26), o processo de eleição deu seu pontapé inicial, com a reunião do Conselho Superior (Consup). Hoje (30) ocorreu uma outra reunião do Consup, preliminar à escolha da Comissão Eleitoral Central e das 12 Comissões Eleitorais Locais onde funcionarão os locais de votação. Professores, técnicos e alunos do IFF podem se candidatar às comissões eleitorais. As inscrições podem ser feitas através do e-mail:comissaopreliminareleicoes2019@iff.edu.br
Diferente da Uenf, cujo colégio eleitoral dá peso de 70% aos professores, 15% aos técnicos e 15% aos estudantes, no IFF cada uma das três categorias tem o mesmo peso: 1/3. Como a instituição de ensino federal tem cerca de 20 mil alunos, 1.100 professores e 700 técnicos, o voto destes acaba tendo o maior peso unitário na divisão. Foi o que explicou o reitor substituto do IFF, professor José Boynard. Ele está à frente do Consup para assuntos eleitorais, já que o reitor, professor Jefferson Manhães de Azevedo, é candidato à reeleição. Vedada na Uenf, a reeleição pode ocorrer uma única vez no IFF. Boynard também lembrou que as urnas eletrônicas já foram solicitadas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
O reitor substituto também adiantou que, por enquanto, a pré-candidatura de Jefferson à reeleição (anunciada aqui, em entrevista à Folha em 27 de abril) é até aqui a única colocada à reitoria do IFF. “O que não quer dizer que não possam surgir outras até a que a Comissão de Campanha anuncie o calendário eleitoral, em 24 de outubro”, destacou Boynard.
Professora aposentada do IFF, que disputou e perdeu uma eleição com Jefferson para diretor do campus Campos-Centro, a historiadora Guiomar Valdez fez uma análise crítica do clima que enxerga na maior e mais importante instituição de ensino da região:
— Eu tenho achado, já há muito tempo, o IFF muito desmobilizado. Do ponto de vista político macro, a gente sempre foi uma instituição de vanguarda. Na última eleição a reitor, só teve o Jefferson de candidato. Comparando com a nossa rede federal (dos Institutos) e das universidades federais, tenho achado desmobilizado no sentido de se posicionar e esclarecer à comunidade algumas ações do governo federal, como o “Future-se”. Enquanto as universidades têm se posicionado, a maioria contra, mas argumentando, buscando esclarecer os impactos negativos. Sinto falta da boa política que fez a gente crescer nestes últimos 110 anos. Hoje, a gente parece ser muita mais retaguarda. Quanto ao Jefferson, desde quando ele concorreu comigo como diretor do campus Campos-Centro, eu torço por ele. Nossas diferenças são bem menores do que o que a gente pensa em comum do mundo.
Sociólogo, cientista político e professor da UFF-Campos, George Gomes Coutinho encaminhou sobre o evento com entrada franca nesta terça, 1º de outubro. Será o mesmo dia em que a pró-reitora de graduação da universidade, professora Alexandra Anastácio Monteiro Silva, estará defendendo (aqui) o projeto de emenda para conclusão do novo campus da UFF-Campos diante da bancada federal fluminense, na Câmara dos Deputados.
Do Planalto Central à planície goitacá, como o diálogo entre academia e gestão pública é sempre bem vindo, o blog repassa abaixo:
Na próxima terça-feira (01/10), acontecerá na UFF em Campos o Workshop “Políticas Públicas: Diálogos entre a Academia e a Gestão Pública”. O evento é uma realização dos discentes da terceira turma do mestrado em Desenvolvimento Regional, Ambiente e Políticas Públicas da UFF (PPGDAP/ESR). Fará parte das atividades da disciplina Estado e Políticas Públicas ministradas pelas professoras Socorro Lima e Vanuza Ney.
O Workshop tem por objetivo o aprofundamento teórico-metodológico que envolvem as discussões das políticas públicas no âmbito regional/nacional.
A atividade será composta por quatro mesas temáticas que terão a presença de pesquisadores e gestores públicos.
MESAS TEMÁTICAS:
1) Mercado de Trabalho, Reforma Trabalhista e Terceirização.
2) Segurança Pública, Direitos Humanos e Saúde
3) Direito à cidade, Segregação, Espaço Público e Arenas Políticas
4) Espaço Urbano, Planejamento e Inclusão Social
A atividade será aberta a comunidade acadêmica e sociedade em geral.
Saída da eleição a reitor (aqui) mais acirrada dos seus 26 anos de história, a Uenf reunirá no auditório do seu Centro de Convenções, a partir das 18h do próximo dia 9, as suas maiores lideranças do passado, presente e futuro na mesa “Os Desafios Institucionais da Uenf em Perspectiva Histórica”. Dela participarão o reitor eleito, professor Raúl Palacio; o reitor atual, professor Luís Passoni; mais os professores e ex-reitores Silvério Freitas, Almy de Carvalho e Raimundo Braz Filho.
Passado, presente e futuro na reitoria da Uenf: professores Raimundo Braz Filho, Almy de Carvalho, Silvério Freitas, Luís Passoni e Raúl Palacio (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Cientista político e professor da Uenf Hamilton Garcia
O evento é organizado pela direção do Centro de Ciência e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) da universidade, com o apoio da direção do Centro de Ciências do Homem (CCH), do Movimento Uenf Democrática e do Grupo Folha da Manhã. É uma promoção do cientista político e professor da Uenf Hamilton Garcia. Ao blog, ele falou do objetivo do encontro histórico entre os reitores e ex-reitores da mais importante universidade de Campos e região:
— O objetivo do debate é, depois do forte embate entre as chapas que disputaram o recém-encerrado certame eleitoral da Uenf, recolocar o foco nas questões que importam para a instituição, como o modelo de gerenciamento administrativo à luz da nova autonomia financeira reconhecida em lei, a diversificação do financiamento institucional, o suporte aos docentes nas tarefas burocráticas de captação de recursos, prestação de contas, publicação científica e o norteamento efetivo das ações acadêmicas pelo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), entre outras. Na reunião entre a experiência das gestões passadas e presente, o intuito é contribuir no diagnóstico dos problemas e no mapeamento dos desafios a superar pela nova reitoria, eleita para o período 2020/2023, que terá a possibilidade de discutir a trajetória da universidade e refletir sobre suas primeiras iniciativas.
Data: 09/10, 4ªf, de 18h-21h.
Local: auditório térreo do Centro de Convenções.
Promoção: Direção do CCTA.
Organização: Prof. Hamilton Garcia (Lesce-CCH/Uenf).
Apoio: Direção do CCH, Movimento Uenf Democrática e Grupo Folha da Manhã.
Mesa de palestrantes:
Prof. Raimundo Braz Filho (ex-reitor da Uenf, junho/03 à junho/07, CCT)
Prof. Almy de Carvalho (ex-reitor da Uenf, junho/07 à junho/11, CCTA)
Prof. Silvério Freitas (ex-reitor da Uenf, junho/11 à dezembro/15, CCTA)
Prof. Luís Passoni (atual reitor da Uenf, janeiro/16 à dezembro/19, CCT)
Prof. Raúl Palacio (recém-eleito reitor da Uenf, janeiro/20 à dezembro/23, CCT)
Igor Franco, professor de economia da universidade Estácio de Sá
Campos não tem saídas felizes
Por Igor Franco
Na última quarta-feira, foi encaminhado ao Poder Legislativo municipal o Projeto de Lei Orçamentária para o ano de 2020. Consta do projeto uma redução de R$ 36 milhões em relação ao que foi aprovado pela Câmara de Vereadores para o exercício de 2019. Porém, segundo cálculos da própria Prefeitura, o orçamento vigente já será frustrado em aproximadamente R$ 140 milhões, uma diferença que representa quase três vezes o gasto deste ano com Limpeza Pública.
A penúria das contas públicas brasileiras em todos os níveis — federal, estadual e municipal — parece ser um fantasma que se recusa a desaparecer. Desde 2015, pelo menos, o brasileiro é constantemente acossado por reflexos das dificuldades nos cofres públicos. Nos últimos meses, essa realidade voltou aos holofotes com a repercussão da polêmica dos contingenciamentos no orçamento das universidades federais. Num episódio que será lembrado pela péssima condução política do atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, as instituições de ensino superior sofreram ainda mais restrições aos seus gastos e até mesmo bolsas de pesquisa serão afetadas pelas medidas.
Em situações de crise, infelizmente, não há saídas felizes em temas orçamentários. Pelo lado da receita pública, o alívio nas contas é proporcionado pelo aumento da arrecadação pública, o que significa, em última instância, menos recursos nos bolsos da população. Pelo lado da despesa, a redução de gastos impacta direta ou indiretamente toda a população, com o agravante de, no curto prazo, afetar severamente a atividade econômica em regiões ou setores dependentes de verbas públicas.
Voltando à realidade municipal, a estabilização macroeconômica brasileira coincidiu com o período em que as receitas oriundas do petróleo inundaram os cofres municipais. Com os cofres abastecidos por um tipo de receita que não retirava dinheiro dos bolsos do contribuinte campista, o desgaste do poder público com a função arrecadadora era mínimo. Isso permitiu que o orçamento municipal focasse quase que exclusivamente no que mais agrada aos cidadãos — e mais ainda aos políticos: a injeção de dinheiro na economia real.
A sensação de riqueza infinita fez com que os gestores negligenciassem a escassez que define toda e qualquer abordagem econômica. Isso significa entender e gerir os recursos com a consciência de que cada real gasto com salários, por exemplo, não será gasto com medicamentos; que cada real direcionado à realização de um show demandará um outro real para garantir a compra de material escolar.
Ao ignorar a limitação orçamentária, principalmente no longo prazo, diversos governos municipais gastaram como se as restrições financeiras não existissem: contratação de milhares de servidores, inauguração de centenas de prédios públicos e, mais recentemente, a construção de obras faraônicas cujos projetos financeiros, se apresentados numa empresa privada, seriam motivo de demissão sumária. Porém, com o declínio expressivo das receitas do petróleo (passaram de quase 900 milhões em 2014 para um pouco mais da metade disso em 2018), as vacas gordas emagreceram, a maré baixou e mostrou quem estava nu.
O tempo do gasto desenfreado deu lugar à necessidade de contingenciamentos e cortes recorrentes. Como agravante, temos o fato de as regras do gasto público brasileiro estarem entre as mais rígidas do mundo. O gasto com pessoal, dada a ampla estabilidade e a virtual impossibilidade de redução salarial, é praticamente inamovível; a herança de centenas de estruturas públicas — muitas delas necessárias, obviamente — impõe um custo de manutenção significativo. Além disso, grande parte das receitas são “carimbadas”. Ou seja, possuem destinação legal, o que reduz a margem de manobra do orçamento.
Dado o cenário traçado, é difícil não reconhecer os méritos da administração atual. Por mais antipática e desgastante que seja a medida, a não-concessão de reajuste aos servidores garantiu o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, importante instrumento de saúde das contas públicas. A renegociação de contratos e a conquista — ainda que precária — da mudança na forma de pagamento da dívida contraída na gestão passada foram essenciais para impedir um shutdown da máquina pública. A iniciativa de buscar reduzir a dependência dos royalties com aumento da arrecadação própria foi também um resgate de uma das funções primordiais da Fazenda Pública, que é recolher aos cofres valores compatíveis com seus gastos.
Porém, na esteira das iniciativas federais para melhoria da gestão dos recursos públicos, como a Reforma da Previdência e a perspectiva de uma Reforça Administrativa, por exemplo, é preciso que o governo atual busque iniciativas de longo prazo que melhorem a governança do orçamento e reduzam os incentivos. Só assim o futuro da população não será colocado novamente em xeque por conta da irresponsabilidade fiscal.
“Gato” flagrado na rua Pero de Góis, que antecede toda noite e madrugada de evento na boate Luxx (Foto: Reprodução de vídeo)
Direito de dormir
Após a divulgação (aqui) de mais uma briga generalizada flagrada em vídeo na saída da boate Luxx, na madrugada da última segunda (23), os residentes do Pq. Tamandaré esperavam uma noite mais tranquila na sexta (27). Ledo engano! Por volta das 23h30, carros passaram a se revezar na rua Pero de Góis, com possantes sons à última altura, regurgitando decibéis muito acima do permitido em lei. Motos sem silencioso passavam pela rua acelerando, em desafio acintoso aos moradores que se reuniram (aqui) na quinta (26) com o superintendente de Postura Victor Montalvão, para ter o direito de dormir em suas casas nas noites dos finais de semana.
Rabo entre as pernas
Com um dos IPTUs mais caros da cidade, contribuintes que perderam o direito ao sono sofriam, da rua, a ameaça velada típica dos filmes policiais de Hollywood. Até que a Postura foi avisada da nova impostura, enquanto era divulgado (aqui) mais um flagrante em vídeo. Desta vez, dos permissionários das barracas que vendem bebidas alcoólicas nas calçadas da Pero de Góis. Que, naquele mesmo dia, faziam “gatos” de luz nos fios de iluminação pública. Como acontece em todo o fim de tarde que antecede os eventos da boate. Coincidentemente, ato contínuo, os “valentes” das motos e carros de som possantes enfiaram o rabo entre as pernas e calaram.
Oito anos de reclusão
De fato, como a superintendência de Postura informa (aqui) na matéria da página 9 desta edição, quando seus fiscais chegaram ao local, as motos e carros que ameaçavam infernizar a vida de cidadãos, dentro de suas casas, em mais uma madrugada, não estavam mais lá. Mas todos os moradores do bairro residencial ouviram, mesmo se não quisessem, o que antes se deu. Além disso, como a divulgação do vídeo dos “gatos” antecipou e a Enel confirmou, o risco era de interrupção do fornecimento de eletricidade na região. A concessionária também informou que furto de energia é crime, passível de oito anos de reclusão. E que vai apurar a denúncia.
Exemplos de união
Além do infortúnio de quem reside no Parque Tamandaré, a edição de hoje da Folha traz duas notícias mais felizes. Assim como cidadãos fazem para ter direito ao sono, demonstram o que a aliança pelo interesse comum pode fazer, a despeito de eventuais diferenças. Na página 2, o esforço (aqui) dos deputados federais Wladimir (PSD) e Clarissa Garotinho (Pros), Chico D’Ângelo (PDT), Alessandro Molon (PSB), Talíria Petrone (Psol) e Paulo Ramos (PDT) pela conclusão do campus da UFF-Campos. Na página 3, a união (aqui) entre o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) e o deputado Rodrigo Bacellar (SD) pela reabertura do Restaurante Popular. Campos agradece!
Cotado
O deputado federal Christino Áureo (PP) teve seu nome cotado recentemente para assumir, outra vez, a secretaria de Agricultura do Estado. O motivo foi o espaço que seu partido ganhou junto ao governador Wilson Witzel (PSC), sobretudo após o desembarque do PSL — com direito a crítica direta do senador Flávio Bolsonaro ao governador. Mas a assessoria do deputado garante que, apesar de todo compromisso com o setor, Christino está comprometido com a bancada fluminense na Câmara dos Deputados na luta contra a partilha dos royalties e, por ora, não seria o momento de voltar ao Governo do Rio de Janeiro.
Justificável
O nome de Christino ser cotado para Agricultura não é uma novidade na política fluminense. Muito pelo contrário. Ele atuou como secretário da área com os últimos quatro governadores: Anthony Garotinho (sem partido), Rosinha Garotinho (Patri), Sérgio Cabral (MDB) e Luiz Fernando Pezão (MDB). Na gestão Pezão, Christino também esteve à frente da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico. Como secretário, teve papel fundamental nas articulações pelo acordo de recuperação fiscal do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, na Câmara, da Frente Parlamentar do Petróleo e Energias Renováveis.
Bilhetagem
A mudança no sistema de transporte público em Campos dá mais um passo nesta segunda. Terá início a integração tarifária nos setores A, da Baixada, e B, de Martins Lage. Para o pagamento da passagem única, é imprescindível que o usuário adquira o Cartão Anda Campos — no terminal de integração, nas rodoviárias Roberto Silveira, do Farol de São Tomé, no Shopping Estrada ou na loja do Anda Campos (próxima à rodoviária Roberto Silveira). Os usuários podem fazer o cadastro do cartão sem custos, apresentando a identidade e o CPF, com a opção de fazer uma recarga mínima de R$5, que será revertida em passagem.
Obras no novo campus da UFF-Campos, abandonadas desde 2015 (Foto: Rodrigo Silveira – Folha da Manhã)
Uma luta antiga do deputado federal de quatro mandatos Chico D’Ângelo (hoje, PDT), que teve a articulação assumida pelo deputado federal estreante Wladimir Garotinho (PSD), decidirá o destino dos 3,5 mil estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF) em Campos. A partir do novo critério impositivo das emendas de bancada no Orçamento da União, já se comprometeram com a proposta de emenda para o novo campus da UFF-Campos os também deputados federais Clarissa Garotinho (Pros), Talíria Petrone (Psol), Alessandro Molon (PSB) e Paulo Ramos (PDT). Faltam mais quatro parlamentares para retomar as obras iniciadas no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas abandonadas pela metade em 2015, no governo Dilma Rousseff (PT).
Para os seis deputados já comprometidos com a emenda de bancada à UFF-Campos, Wladimir explicou que o plano A é conseguir os R$ 45 milhões para a conclusão total das obras. O plano B seria fatiar a emenda de bancada em R$ 30 milhões, que bastaria para concluir um dos dois prédios abandonados e a área comum. Em busca do apoio de mais parlamentares fluminenses na Câmara Federal, a reitoria da UFF (sediada em Niterói) será representada na próxima terça-feira (01/10) pela pró-reitora de graduação, professora Alexandra Anastácio Monteiro Silva. Em Brasília, ela apresentará aos deputados federais do estado do Rio o projeto de conclusão das obras do novo campus da UFF-Campos na av. XV de Novembro.
Professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, reitor da UFF
Iniciadas e abandonadas nos governos do PT, as obras ganharam caráter de urgência com o contingenciamento de gastos do ministério da Educação do governo Jair Bolsonaro (PSL). A partir do corte de verbas, em maio deste ano os contêineres em que hoje estudam cerca de 2.300 alunos da universidade em Campos tiveram ameaça de retirada (aqui) pela empresa que os aluga, por falta de pagamento. Reitor da UFF, o professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, renegociou (aqui) o contrato com a empresa, à qual paga mensalmente R$ 360 mil — R$ 180 mil de aluguel, mais o mesmo valor pelos atrasados. Embora tenha como objetivo conseguir os R$ 45 milhões necessários à conclusão integral do projeto do novo campus, que abrigaria definitivamente todos os estudantes, ele trabalha com a possibilidade de fatiamento:
— Com a soma integral, concluiríamos os dois prédios principais, mais o prédio administrativo e o restaurante universitário. Mas é uma obra que levaria dois anos e meio para ficar completa. Se conseguirmos apenas R$ 30 milhões agora, não vai fazer diferença no final. Na escolha das emendadas de bancada do próximo ano (2021), estaremos na batalha pelo que faltar para concluir o segundo prédio. Mas temos outra batalha neste ano: as emendas individuais. Cada deputado tem R$ 15 milhões. Precisaremos de R$ 5 milhões em 2020 só para os contêineres. Um exemplo disso é o que fez este ano o deputado Chico D’Ângelo, que deu metade das suas emendas para as despesas discricionárias da UFF, que ficam a cargo do reitor.
Deputado Chico D’Ângelo (PDT)
Natural de Campos, mas radicado em Niterói, Chico D’Ângelo é médico por ofício. E a ele coube dar à luz o projeto do novo campus da UFF-Campos. No governo Lula, quando também era filiado ao PT, o deputado avaliou o terreno da XV de Novembro, da Rede Ferroviária, junto com o professor José Luiz Vianna da Cruz, à época coordenador da UFF em Campos. Era a contrapartida exigida na disputa para um polo da universidade. Ele articulou a desapropriação junto aos então ministros da Educação e Planejamento, respectivamente Fernando Haddad e Paulo Bernardo. Aprovada, a obra teve início, até ser abandonada em 2015. Agora, mesmo com o pé quebrado, ele integra a iniciativa de retomada coordenada por Wladimir:
— No governo Dilma, veio a crise econômica. E o projeto da UFF do novo campus foi considerado caro. Este ano, o novo reitor nos procurou, com a crise dos contêineres em Campos. Ao longo de meus quatro mandatos, destinei várias de minhas emendas individuais para a UFF. Neste ano, foi metade dos R$ 15 milhões a que tinha direito, para verbas de custeio, como é o caso do aluguel. Se cada um dos 46 deputados fluminenses destinar R$ 500 mil das suas emendas individuais, salvamos a UFF. Na questão da emenda de bancada para 2020, Wladimir vem tendo um papel importante, que deve ser reconhecido.
Deputado Wladimir Garotinho (PSD)
Líder da iniciativa, coletando as assinaturas para a emenda de bancada, o filho do casal Garotinho destacou a importância do novo campus da UFF ao desenvolvimento da região:
— Não é apenas um conjunto de prédios, trata-se de um grande propulsor de desenvolvimento intelectual, tecnológico e social. Temos exemplos em todo mundo de como as universidades conseguiram transformar e revolucionado a sociedade ao qual estão inseridas. Precisamos de Campos desenvolvida, inovadora, com pleno emprego e gerando oportunidades. Não tenho dúvidas que será um marco fundamental na mudança de rumo de nosso município e região de atuação da UFF.
Deputada Clarissa Garotinho (Pros)
Campista radicada no Grande Rio como Chico, e irmã de Wladimir, a deputada Clarissa destacou o aspecto impositivo do valor que for definido na emenda de bancada:
— Estamos articulando com um grupo de parlamentares para destinarmos uma parcela das emendas da bancada do Rio para ajudar na construção dos prédios da UFF. Ainda não sabemos a que valor será possível chegar, só quando efetivamente as emendas forem protocoladas. O que for colocado terá que ser liberado, pois as emendas de bancada agora são impositivas.
Deputado Alessandro Molon (PSB)
Líder da oposição a Bolsonaro na Câmara Federal, o deputado Alessandro Molon também entrou na briga pela UFF-Campos. E não perdeu a chance de alfinetar o presidente:
— Apoiei a iniciativa de garantir recursos para a conclusão do novo campus da UFF em Campos dos Goytacazes. Acho fundamental a conclusão dessa obra. Nosso país precisa investir em educação, ciência e tecnologia, em vez de retirar recursos destas áreas, como tem feito o governo Bolsonaro.
Deputado Paulo Ramos (PDT)
Embora seja oficial da PM reformado, nicho geralmente afeito ao bolsonarismo, o deputado Paulo Ramos é outro que firmou compromisso com a UFF-Campos e a escola pública:
— As dificuldades não são apenas das universidades federais, mas das escolas técnicas do país. Sabemos da dificuldade que a UFF está vivendo em Campos, surgiu essa proposta de emenda e nos colocamos solidários. Vamos lutar para que seja abraçada pela bancada, depois definimos o valor. Acredito que será viabilizada. O ideal seriam os R$ 45 milhões.
Deputada Talíria Petrone (Psol)
Outra que fez críticas ao governo Bolsonaro, ao abraçar a causa de Campos e região, foi a deputada Talíria Petrone. Niteroiense e mestre em serviço social pela UFF, ela denunciou:
— Nós estamos vivendo um ataque sistemático do governo federal à universidade pública. A UFF de Campos precisa de um espaço para ao menos continuar funcionando. A questão ganhou caráter de urgência com a questão dos contêineres. As obras do novo campus já estão pela metade. Fizemos uma reunião com o reitor e estamos tentando colher assinaturas de mais deputados. É fundamental não só para Campos, como para todo o Norte Fluminense.
Em reunião na semana passada, o prefeito de Campos, Rafael Diniz (Cidadania), e o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) firmaram uma acordo para atender a um dos principais pleitos sociais do município: a reabertura do Restaurante Popular em parceria do Governo do Estado, proprietário do prédio onde funcionava o antigo, na rua Lacerda Sobrinho. Outros parlamentares da região na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) também estão envolvidos no esforço. Em junho de 2017, o Restaurante Popular Romilton Bárbara foi fechado (aqui) pelo governo Rafael, alegando falta de recursos. E enfrentou protestos.
Embora a Prefeitura tenha um projeto próprio para reabrir outro Restaurante Popular, em moldes diferentes do antigo e em outro local, o andamento da iniciativa foi afetado pelo contingenciamento de gastos (aqui), devido à contínua queda de arrecadação nas receitas do petróleo (aqui e aqui). Ainda assim ontem (27) foi publicado no Diário Oficial uma licitação no valor de quase R$ 1 milhão para o projeto. Em paralelo, a partir da reunião e do acordo selado entre Rodrigo e Rafael, o deputado iniciou nesta semana a interlocução com o governador Wilson Witzel (PSC) e sua secretária de Assistência Social, Cristina Quaresma. A intenção, ainda sem previsão de prazo, é firmar a parceria entre Campos e o estado do Rio.
— Rafael pediu minha intermediação com o governador Witzel e a secretária de Assistência Social Cristina Quaresma, o que fiz no correr desta semana. Em um momento de crise finaceira do município e do estado do Rio temos que nos somar forças; Não é hora de se preocupar com eleição (a aprefeito de Campos, em 2020). Não é hora de olhar para o tabuleiro eleitoral, mas sim para a população da nossa cidade, sobretudo a mais carente. É para isso que fui eleito deputado. Quando a gente chegou a ter prefeito e governador do mesmo grupo político, pedemos tempo com picuinhas políticas. No final, foi Campos que perdeu — lamentou Rodrigo.
Rafael teve um dicurso muito parecido. Na necessidade de união de esforços pela reabertura do Restarurante Popular e na crítica à “picuinha política” que, mesmo sem citar nomes, os dois afirmam ter atrapalhado Campos no passado:
— Temos um trabalho paralelo para o Restaurante Popular em outro local, já em fase de licitação. Mas, neste momento de crise, por que não a parceria para avançarem juntos Campos e Governo do Estado? Reconhecendo o trabalho do deputado Rodrigo Bacellar, nos reunimos. Com apoio de outros deputados estaduais da região, ele assumiu essa articulação junto ao governo estadual pela reabertura do Restaurante Popular. Nosso município perdeu muitas oportunidades lá atrás por conta de picuinha política. Isso acabou. Com a força de Rodrigo e a busca de parcerias, independente de qualquer divergência política, vamos trabalhar para avançar — pregou o prefeito.
Como saber se haverá eventos na casa noturna Luxx, no bairro residencial do Parque Tamandaré? Basta observar os “gatos” de luz feitos feitos a céu aberto, na rua Pero de Góis, em todos os finais de tarde que antecedem as noites e madrugadas de eventos da boate nos finais de semana. Como o que foi flagrado em vídeo no final da tarde de hoje (27). Confira o flagrante nos três vídeos abaixo:
Como evidenciam os três vídeos feitos há poucas horas, o furto de energia da concessionária Enel gera risco de incêndio em curto-circuito, além da interrupção do abastecimento elétrico de todo o bairro. Os “gatos” são feitos para atender as barracas que vendem bebidas alcoólicas instaladas nas calçadas da rua Pero de Góis, permissionados pela superintendência municipal de Postura do governo Rafael Diniz (Cidadania).
Diante da impunidade acintosa, depois de tudo que foi recentemente noticiado (confira aqui), é torcer para que, na saída da casa noturna, seus clientes não promovam novas cenas de tiroteio. Como a registrada na madrugada de 1º de dezembro de 2018. Confira o flagrante abaixo em fotos e vídeo:
No detalhe, o flagrante de cliente da boate Luxx correndo de pistola em punho, após briga generalizada e três tiros disparados na madrugada de 01/12/18 (Fotos: Reprodução de vídeo)
Ou torcer para que não se repitam novas agressões verbais e físicas contra mulheres. Como a registrada na saída da Luxx, na madrugada de 20 de maio deste ano. Confira o flagrante abaixo:
Ou torcer para que não se repitam novas brigas generalizadas na rua, com garrafas de vidro atiradas e espatifadas contra o muro de residências. Como a registrada na saída da boate, na madrugada da última segunda (23). Confira o flagrante abaixo: