RJ: Romário dá de goleada e Bolsonaro avança no placar

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Romário (PL) continua a dar de goleada na sua tentativa de se reeleger na única vaga do RJ ao Senado. E o presidente Jair Bolsonaro (PL) também avança no placar eleitoral fluminense. No qual ele cresceu 5 pontos na consulta estimulada ao 1º turno. De julho a agosto, o capitão subiu de 34% a 39% das intenções de voto, alcançando o empate exato com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tinha e manteve os mesmos 39%. Na projeção do 2º turno presidencial no RJ, da vitória do petista fora da margem de erro (de 2,5 pontos para mais ou menos) projetada em julho (47% a 38%), o capitão chegou ao empate técnico em agosto: 42% do ex-presidente a 40% do atual. A diferença no turno final entre os dois, que era de 9 pontos, caiu a apenas 2 pontos nos últimos 35 dias. Foi o que revelou a comparação entre as pesquisas Genial/Quaest fluminenses divulgadas em 14 de julho e hoje, 18 de agosto, a 45 dias das urnas de 2 de outubro.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

A SENADOR DO RJ

Na consulta estimulada da Genial/Quaest, Romário teve 30% de intenções de voto a senador. Ele veio seguido bem de longe por um bloco de concorrentes, todos embolados no empate técnico dentro da margem de erro: o deputado federal Alessandro Molon (PSB) e o Cabo Daciolo (PDT), com 10% cada; e os deputados federais Clarissa Garotinho (União), com 8%, e Daniel Silveira (PTB), com 7%. A consulta espontânea, no entanto, evidencia como a eleição está aberta: 88% dos eleitores fluminenses ainda está indecisa no seu voto ao Senado.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

A PRESIDENTE NO RJ

A grande indefinição a senador não se repete no voto fluminense a presidente da República. Embora 33% ainda se mostrem indecisos na consulta espontânea, Bolsonaro vem logo atrás, com 32%, em empate técnico com Lula, que tem 30%. Na consulta estimulada, a que vale tão perto das urnas, o avanço bolsonarista no RJ se explica claramente em quatro faixas: 1) a dos eleitores que recebem o Auxílio Brasil, pago com valor reajustado de R$ 600,00 desde o dia 9; 2) dos que têm renda familiar mensal até 2 salários mínimos e 3) dos católicos e 4) dos evangélicos.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

AUXÍLIO BRASIL NO RJ

Entre os eleitores fluminenses que recebem o Auxílio Brasil, Bolsonaro cresceu 8 pontos das Genial/Quaest de 14 de julho a 18 de agosto: de 32% a 40% das intenções de voto. Por sua vez, Lula caiu 7 pontos na mesma faixa: de 47% a 40%. Para chegar ao empate exato onde o petista sempre teve vantagem, a tirada de diferença do capitão foi de 15 pontos em 35 dias. Não por acaso, foram os mesmos 15 pontos em faixa análoga do RJ: os que têm renda familiar mensal até 2 salários mínimos. Entre eles, Lula caiu 6 pontos, de 47% a 41% entre julho e agosto; enquanto Bolsonaro saltou 9 pontos, de 28% a 37%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

VOTO RELIGIOSO NO RJ

A Genial/Quaest revelou que Bolsonaro, como tem ocorrido em todo o país, aumentou sua vantagem sobre Lula entre os eleitores evangélicos do RJ. De julho a agosto, o capitão cresceu 5 pontos entre eles, de 51% a 56%; mas Lula cresceu 2 pontos, de 24% a 26%. A maior novidade a favor de Bolsonaro no voto religioso fluminense foi entre os católicos, onde ele cresceu 7 pontos, de 28% a 35%; enquanto o petista caiu 5 pontos, de 44% a 39%. No voto ligado à fé liderada pelo progressista Papa Francisco, o presidente tirou uma diferença de 12 pontos para Lula no estado do Rio. Tudo isso apenas nos últimos 35 dias.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística pelo IBGE

ANÁLISE DO ESPECIALISTA

— Para o Senado, Romário lidera isoladamente com 30% de intenção de votos e deve ficar com a vaga. Cabo Daciolo (10%), Alessandro Molon (10%), Clarissa Garotinho (8%)  e Daniel Silveira (7%) estão tecnicamente empatados na segunda colocação. Na disputa para a presidência, Lula e Bolsonaro aparecem numericamente empatados, ambos com 39% de intenção de votos na pesquisa estimulada ao 1º turno. O empate numérico é resultado do crescimento de 5% na intenção de voto do atual presidente, que subiu de 34%, no levantamento de 14 de julho, para 39%, na aferição de hoje. Lula mantém os mesmos 39% dos dois levantamentos. Em apenas 35 dias, Bolsonaro subiu 9% na intenção de voto dos eleitores fluminenses que ganham até 2 salários mínimos (28% a 37%), enquanto Lula caiu 6% nessa faixa (47% a 41%). Entre os que recebem Auxílio Brasil no estado, o atual presidente subiu 8% (32% a 40%), enquanto o ex-presidente perdeu 7% (47% a 40%). Na simulação de 2º turno, há empate técnico: 44% para Lula e 42% para Bolsonaro. O empate é explicado pela queda do ex-presidente dentro da margem de erro, de 47% para 44%, e pelo crescimento acima da margem de erro do atual presidente, de 38% para 42%. A pesquisa não mediu a rejeição dos candidatos a presidente — analisou William Passos, geógrafo com especialização doutoral em Estatísticas do Setor Público, da População e do Território na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) do IBGE.

 

fb-share-icon0
Tweet 20
Pin Share20

Deixe um comentário