2012 espelha 2024 a Wladimir e Jefferson, mais Thiago Rangel

 

Wladimir Garotinho, Caio Vianna, Sérgio Mendes, Thiago Rangel, Waguinho, Jefferson Manhães de Azevedo, Makhoul Moussallem, Rosinha Garotinho, Arnaldo Vianna e Lindbergh Farias (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Wladimir no 1º turno?

Na última sexta (23), o ex-deputado federal e estadual Christino Áureo (PP) afirmou no Folha no Ar (confira aqui) o que se comenta abertamente nos bastidores políticos da cidade. “Esse cenário é muito provável”, projetou o experiente político de Macaé (confira aqui) sobre a possibilidade de reeleição de Wladimir Garotinho (PP) como prefeito de Campos ainda no primeiro turno de 6 de outubro de 2024. É daqui a 15 meses. Certeza de candidaturas, só a partir das convenções de julho do ano que vem. Mas Wladimir é candidato natural à reeleição. Assim como a candidatura pelo PT do professor Jefferson Manhães de Azevedo, reitor do IFF, não parece ter volta.

 

A depender

Há outros prefeitáveis, como o deputado federal Caio Vianna (PSD), o estadual Thiago Rangel (sem partido), o ex-prefeito Sérgio Mendes (Cidadania) e o presidente da Câmara Municipal Marquinho Bacellar (SD). Mas, como esta coluna adiantou (confira aqui) desde 3 de junho: “todos dependem da conjuntura”. Marquinho, por exemplo, só seria candidato a prefeito se azedar a pacificação entre Bacellar e Garotinhos. Se esta se mantiver até o pleito, Wladimir amplia seu favoritismo. Que já foi reforçado, em qualquer conta, pelo reajuste salarial de 10% (adiantado, com exclusividade, aqui) dado pelo prefeito aos 14 mil servidores ativos e 5,4 mil aposentados e pensionistas do município.

 

Professor Jefferson

Por seu currículo de realizações no IFF, cuja administração supera em orçamento muitos municípios do Norte e Noroeste Fluminense, além do seu preparo para debates, Jefferson causa preocupação aos Garotinho. Se sempre foi filiado ao PT, ele tem um perfil técnico que foge ao radicalismo por vezes associado ao partido. Sobretudo numa cidade bolsonarista como Campos se revelou nas eleições presidenciais de 2018 e 2022. Muito embora, nesta última, mesmo atrás do agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula tenha recebido mais de 100 mil votos dos campistas no segundo turno. Se conseguir estes eleitores, Jefferson entra no jogo.

 

Lições de 2012

O melhor desempenho de um candidato do PT a prefeito de Campos foi em 2012. Com o saudoso médico Makhoul Moussallem. Com perfil semelhante ao de Jefferson no potencial para furar a bolha do partido na cidade, 65.143 campistas (25,52% do eleitorado) votaram 13. Apesar do belo desempenho de Makhoul, sobretudo na chamada “pedra”, a 98ª Zona Eleitoral (ZE), a então prefeita Rosinha Garotinho (hoje, União) teve 167.615 votos (69,96% dos válidos) e se reelegeu em turno único. Repetir desempenho eleitoral próximo ao da mãe, uma dúzia de anos depois, é o objetivo de Wladimir. Como é do PT chegar além da “pedra”.

 

Falta terceiro para brigar

Em 2012, Rosinha foi beneficiada pela falta de outro adversário com densidade eleitoral, além de Makhoul. O ex-prefeito Arnaldo Vianna (PDT) até tentou concorrer, mas teve a candidatura indeferida e seus 31.491 votos anulados. Para 2024, nada mudou: ter outros candidatos com potencial eleitoral, além de Jefferson, é a melhor chance de qualquer um deles para tentar levar a disputa com Wladimir ao segundo turno. Eleito em sua primeira tentativa a vereador e, na sequência, a deputado estadual, Thiago Rangel pode ser esse nome. Diferente do PT, ele tem sua base eleitoral na periferia, onde os Garotinho são tradicionalmente mais fortes.

 

Thiago Rangel e Waguinho

Por isso mesmo causou impacto no tabuleiro político de Campos para 2024 a declaração dada pelo presidente estadual do Republicanos e prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, o Waguinho, ao blog Caminhos (confira aqui), hospedado no Folha1 e do jornalista Rodrigo Gonçalves, editor de política da Folha da Manhã. “Thiago desistiu de disputar a eleição (a prefeito) de Campos”, afirmou Waguinho. O deputado, no entanto, não confirmou a desistência. “Depende da vontade do povo. Estarei à disposição do nosso povo e nossa cidade”, disse Thiago na noite de segunda ao blog Opiniões (confira aqui), também hospedado no Folha1.

 

Com ou sem Republicanos?

Ciente de que Thiago buscava o Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, para dividir ainda mais os votos a prefeito de 2024 na periferia de Campos, Wladimir se movimentou. No dia 5, ele se reuniu com Waguinho (confira aqui) para aumentar seu arco de apoio e tentar fechar a legenda a Thiago. Que, no dia 15, conseguiu uma vitória por unanimidade no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o autorizando a sair do Podemos, pelo qual se elegeu à Alerj. O deputado está certo ao dizer que uma eleição a prefeito depende da vontade do povo. Mas, no Brasil, para ser candidato, é necessário partido. E o de Waguinho piscou a Wladimir.

 

Lindbergh na região

Para reforçar seu trabalho parlamentar no Norte e Noroeste Fluminense, bem como para trabalhar a provável candidatura de Jefferson a prefeito de Campos em 2024, o deputado federal Lindbergh Farias (PT/RJ) vai hoje a Santo Antônio de Pádua e Miracema, onde se encontra com os respectivos prefeitos, Paulo Roberto (PTB) e Clóvis Barros (SD). Também passa por Itaperuna, antes de seguir na quinta (29) a Bom Jesus do Itabapoana, onde estará com o prefeito Paulo Sérgio Cyrillo (Rep), para depois chegar a Campos. Onde, à noite, vai ao Arraiá do PT, no Santa Paciência. E, na manhã de sexta (30), fecha a semana do Folha no Ar.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

fb-share-icon0
Tweet 20
Pin Share20

Deixe um comentário