Prefeitáveis de 2024, Jefferson e Wladimir debatem economia

 

Wladimir e Jefferson em encontro amistoso no lançamento da 6ª Feira de Oportunidades, no auditório da Firjan, em 31 de julho (Foto: César Ferreira/Secom)

 

“Os dados que foram por mim apresentados sobre o comparativo dos setores agrícolas de Campos e de São Francisco têm como fontes o Núcleo de Pesquisa Econômica do Rio de Janeiro (Nuperj) da Uenf e o IBGE. O que nos chama atenção é a confusão de informações econômicas apresentada pelo prefeito (Wladimir Garotinho), misturando dados do setor agrícola com os do setor industrial”. Foi o que questionou hoje o professor Jefferson Manhães de Azevedo, reitor do IFF e provável candidato do PT a prefeito de Campos em 6 de outubro de 2024, daqui a pouco mais de 14 meses.

Em entrevista ao programa Folha no Ar, da sexta-feira de 28 de julho, Jefferson já tinha usado dados do Nuperj da Uenf para fazer questionamentos. Mais precisamente, na comparação entre os municípios de Campos e São Francisco de Itabapoana, no que se refere à terra agricultável e produção:

— Nós temos que defender um projeto de retomada da industrialização desse município, investir muito na agricultura. Em dados recentes do Nuperj, que é o núcleo de pesquisa do Alcimar, do José Alves, aqui da Uenf, Campos tem o dobro da área agricultável de São Francisco, mas tem a produção econômica da agricultura igual à de São Francisco. Campos tem 60% da área agricultável da região, é o dobro de São Francisco, mas, do ponto de vista da agricultura, as receitas (se equivalem). Então, significa que Campos tem que aprender isso. Eu não estou aqui, de forma alguma, desmerecendo o nosso secretário de Agricultura (professor Almy Júnior, ex-reitor da Uenf), longe de mim. Mas, eu quero dizer que nós temos que reativar a economia desse município, e tenho certeza absoluta de que esse é o compromisso do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin, da reindustrialização do país — disse Jefferson ao microfone da Folha FM 98,3. Confira no vídeo abaixo:

 

 

Exatas duas semanas depois, a resposta ao petista foi dada pelo prefeito Wladimir Garotinho (PP), no Folha no Ar da última sexta, dia 11:

— Falar de fora, é muito fácil. Estar dentro, com coragem para fazer acontecer, é outra (…) Então, os dados que o Jefferson passou aqui, que eu acho que podem ter sido passados pelo irmão dele (o economista José Alves de Azevedo, que integra o Nuperj), vou dar dois exemplos apenas: ele disse que Campos tem o dobro da terra agricultável de São Francisco, e que São Francisco tem mais volume de negócios do que Campos. Isso é uma inverdade! Se a gente for falar só da cana-de-açúcar… Poderia falar de outros aqui, mas só a cana-de-açúcar esse ano vai movimentar em Campos R$ 700 milhões. Desculpa, mas São Francisco não vai movimentar nem perto disso com todas as suas culturas que tiver lá. Nem perto disso! Então, não sei de onde é que ele tirou esse dado de que São Francisco movimenta mais do que Campos com metade da terra agricultável. Eu não sei, sinceramente. É um questionamento apenas — contra-argumentou Wladimir. Confira no vídeo abaixo:

 

 

Com base nos dados do Nuperj e do IBGE, Jefferson fez hoje sua tréplica ao prefeito de Campos, aprofundando questionamentos:

— O plantio, a colheita e a comercialização da cana-de-açúcar, por exemplo, estão associados ao setor agrícola da economia municipal; já a rentabilidade da produção de açúcar e álcool está associada ao setor industrial. O município de São Francisco, mesmo com seus já conhecidos desafios socioeconômicos, apresenta uma atividade agrícola muito mais diversificada, com metade da área colhida com cana-de-açúcar e a outra metade com variados cultivos, como abacaxi, mandioca, aipim, etc. Campos, por sua vez, concentra 98% de sua área colhida com cana-de-açúcar, tendo a diversificação de sua produção de alimentos localizada em pequenas propriedades familiares, cerca de 1 mil famílias. Por isso, a produtividade agrícola em São Francisco, por hectare (R$/ha), é o dobro da campista. É bom ressaltar que parte expressiva da produção de açúcar e álcool em Campos é obtida a partir da cana-de-açúcar cultivada em São Francisco — explicou Jefferson, enviando infográfico com os dados do Nuperj e do IBGE:

 

(Infográfico: Nuperj-Uenf/IBGE)

 

O reitor do IFF e provável candidato a prefeito de Campos em 2024, usou outros dados para fazer mais questionamentos sobre a posição econômica de Campos no cenário regional:

— Quando analisamos os setores econômicos em conjunto, seja pelo Valor Adicionado Fiscal, um indicador da geração da ‘riqueza local’ calculado pela secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, ou seja, pela Dinâmica Econômica Local, mensurada pelo Nuperj-Uenf, o município de Campos dos Goytacazes também não se mostra bem colocado, quando comparado aos demais municípios da região Norte-Fluminense, estando em 5ª posição entre os municípios no primeiro indicador e na 6ª posição no segundo. Desafios que precisamos superar! — pregou Jefferson, também enviando infográfico com os dados das questões que levantou:

 

(Infográfico: Nuperj-Uenf)

 

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Este post tem um comentário

  1. João Flávio

    A teoria é muito bonita, quero ver colocar em prática ! As universidades e Institutos estão cheios de pesquisas mas pouco se vê essas tecnologias sair das bibliotecas . Campos precisa sair da monocultura e partir para diversificação , ainda praticamos queimadas emporcalhando a cidade e meio ambiente, todos os órgãos de fiscalização são omissos deixando o povo em segundo plano.

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