Lula é favorito à reeleição?
Em fase de recuperação desde 9 de julho, quando foi anunciada a taxação dos EUA de Donald Trump sobre o Brasil por conta do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no STF, o Lula 3 bateu teto na aprovação de governo ou continua a recuperá-la? Hoje, a pouco mais de um ano da urna, Lula (PT) é favorito ou não à reeleição? E quem seria seu adversário mais competitivo?
Contradição na aprovação de governo (I)
Nas duas últimas pesquisas nacionais de setembro, a recuperação na aprovação de governo é contraditória. Na série Quaest, o Lula 3 patinou de agosto a setembro: tinha e manteve tanto a maioria de 51% de desaprovação quanto a minoria próxima de 46% de aprovação.
Contradição na aprovação de governo (II)
Na série Atlas, no entanto, o Lula 3 melhorou: dos 47,9% de aprovação em julho aos 50,8% de setembro, com a desaprovação caindo no mesmo período de 51% aos atuais 48,3%.
Lula liderou todos os cenários Quaest
A situação de Lula pareceu melhor nas consultas eleitorais das duas pesquisas. Na Quaest de setembro, o atual presidente liderou, fora da margem de erro de 2 pontos para mais ou menos, todos os oito cenários ao 1º turno e todos os nove ao 2º turno.
Lula liderou todos os cenários Atlas
Na Atlas de setembro, o líder petista também liderou, também fora da margem de erro de 1 ponto para mais ou menos, todos os três cenários ao 1º turno e os sete ao 2º turno.
Tarcísio é o adversário mais competitivo?
Nas duas pesquisas, o adversário mais competitivo contra Lula a presidente, em um eventual 2º turno, hoje seria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP). Na Quaest, Lula teve 43% contra 35% de Tarcísio na simulação de 2º turno, diferença de 8 pontos. Na Atlas, Lula teve 50,6% contra 45,2% de Tarcísio na simulação de 2º turno, diferença de 5,4 pontos.
Ciro Gomes x Lula?
Nas simulações de 2º turno da Quaest, só Ciro Gomes (PDT) teve desvantagem numérica menor que a de Tarcísio contra Lula: 40% deste contra 33% do ex-governador do Ceará, diferença de 7 pontos. Mas Ciro não é considerado de direita nem e é, até aqui, cogitado como candidato a presidente em 2026.
Ratinho Jr. x Lula?
Ainda nas simulações de 2º turno da Quaest, abaixo de Ciro e Tarcísio, o melhor desempenho contra Lula foi do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD): 32% contra 44% do atual presidente, diferença de 12 pontos.
Lula x Bolsonaro, Zema e Michelle na Quaest
Contra Bolsonaro, hoje inelegível até 2060, Lula venceria o 2º turno na Quaest por 47% a 34%, diferença de 13 pontos. Foi mesma diferença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em um 2º turno contra o líder petista: 45% deste a 32%. Contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), Lula a bateria no 2º turno por 47% a 32%, diferença de 15 pontos.
Lula x Bolsonaro, Michelle, Zema e Ratinho Jr. na Atlas
Já na Atlas de setembro, abaixo de Tarcísio, os melhores desempenhos contra Lula em um eventual 2º turno foram de Bolsonaro (7 pontos atrás: 44,8% contra os 51,8% do petista), de Michelle (7,3 pontos atrás: 44,6% contra 51,9%), Zema (14,7 pontos atrás: 36,7% contra 51,4%), Ratinho Jr. (16,7 pontos atrás: 34,9% a 51,6% do atual presidente).
Rejeição é calcanhar de Aquiles de Lula
Apesar da vantagem presente de Lula em todas as simulações Quaest e Atlas aos 1º e 2º turnos de 2026, há índices favoráveis à oposição. Na Quaest, entre conhecimento e rejeição, Lula só é desconhecido por 2% dos brasileiros, enquanto 46% conhecem e votariam nele. A maioria de 52%, porém, conhece e não votaria, rejeição proibitiva à eleição em um 2º turno.
Bolsonaro é campeão de rejeição
Lula só foi superado na medição de rejeição da Quaest por Bolsonaro, desconhecido por apenas 4% dos brasileiros, em quem outros 32% conhecem e votariam, mas intransponíveis 64% conhecem e não votariam.
O espaço de Tarcísio
Já em Tarcísio, 26% conhecem e votariam, enquanto outros 40% conhecem e não votariam. Mas o governador paulista ainda é desconhecido para relevantes 34% dos brasileiros, espaço para crescer que Lula e Bolsonaro não têm.
O muro de Tarcísio
A Atlas, no entanto, revelou a maior dificuldade de Tarcísio numa eleição presidencial. Se a sua postura for a que adotou no discurso do último 7 de setembro — “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes (…) Vamos para a vitória, vamos para a anistia” — proibitivos 54% dos brasileiros, com certeza, não votariam nele.
Lula surfa Trump
“Passados dois meses da taxação de produtos brasileiros, além de outras sanções impostas pelos EUA, todas de caráter político, para tentar constranger o STF a absolver o ex-presidente do Brasil, parece que os louros colhidos pelo presidente Lula chegaram ao seu ápice. O que se extrai das pesquisas realizadas de julho a setembro”, resumiu o advogado João Paulo Granja.
Publicado hoje na Folha da Manhã.