O que Anthony Garotinho (PR) e Arnaldo Vianna (PDT) têm em comum? Além da origem no mesmo grupo político, nenhum dos dois ex-prefeitos quis falar ontem, com a equipe da Folha, sobre a possibilidade de ser investigado pela CPI dos Royalties que a vereadora Odisséia Carvalho (PT) apresenta amanhã na Câmara de Campos, para saber onde e como foram, de fato, aplicados os recursos do petróleo pagos a Campos nos últimos 20 anos. Garotinho foi prefeito em duas gestões, de 1989 (ano em que os royalties começaram a ser pagos) a 1992 e de 1997 a 1998, quando saiu para concorrer ao governo do estado e entregou o mandato a Arnaldo. Este, por sua vez, o exerceu até 2000, quando se reelegeu para um mandato integral assumido em 2001.
Bem verdade que, assim como Garotinho e Arnaldo, Carlos Alberto Campista (prefeito de 1º janeiro a 13 de maio de 2005) também não quis comentar o assunto, mas se dignou atendeu à reportagem e alegou estar afastado da política.
Os outros três ex-alcaides que continuam na política deram suas opiniões. Sérgio Mendes (prefeito de 1993 a 1997), Alexandre Mocaiber (prefeito interino de 2005 a 2006, quando se elegeu em pleito complementar, sendo afastado e reconduzido em 2008) e Roberto Henriques (prefeito durante os 43 dias do afastamento de Mocaiber) falaram com a Folha e se disseram não temer nenhuma investigação. No entanto, reproduziram os argumentos apresentados pelos vereadores Marcos Bacellar (PT do B), em entrevista publicada no sábado por este blog (aqui), e de Nelson Nahim (PR), presidente da Câmara, no Folha no Ar de ontem (aqui): acham o momento inoportuno.
Só para lembrar, Mocaiber (PSB) e Henriques (PR) são pré-candidatos à Assembléia Legislativa nas eleições deste ano. Sérgio, que não deve ser candidato a nada, está no PPS.
Também não convém perder de vista que Garotinho e Arnaldo têm ainda outra coisa comum: a pretensão a vôos mais altos que os demais ex-prefeitos de Campos. O primeiro quer se eleger novamente governador e o segundo se reeleger deputado federal.
Atualização às 17h10 de 16/03/10: Como pode ser constatado em comentário a este post, bem como no seu registro em post acima (aqui), o ex-prefeito Arnaldo Vianna hoje não se calou diante da possibilidade de ter suas gestões investigadas pela CPI dos Royalties. Como os também ex-prefeitos Sérgio Mendes, Alexandre Mocaiber e Roberto Henriques, ele disse não ser contra a iniciativa, mas a classificou de inoportuna.
Acho péssimo mexer nisto agora, Odisséia teve oportunidade de se promover em plena crise quando os cofres da Prefeitura estavam sendo arrombados (digo) liberado para ser desviado todo recurso que ali entrava nos governos anteriores (creio que estava camuflada porque se não me engano não vi da parte dela nenhuma manifestação publica contra), agora quando se tenta botar ordem na casa em pleno terremoto provocado por este marqueteiro de plantão (Ibsen) em ano eleitoral, essa senhora não mede as conseqüências deste ato neste exato momento, só o fato do que aconteceu aqui principalmente nos últimos 10 anos já era motivo de serem cortados todo Royalties do nosso município. Pelo amor de Deus Odisséia, vamos pela primeira vez ser uma só voz, Campos precisa se reerguer moralmente e politicamente.
Infelizmente ou não fui procurado ou não achado pois estava no Rio em reunião do diretorio do PDT, porem declaro não ter nada contra qualquer CPI, apenas devemos avaliar o momento que passamos nesta luta contra a emenda do Ibsen, seria oportuno neste momento; Em relação ao periodo em que fui prefeito nada a temer até porque ja fui investigado em todos as esferas possiveis e até perseguido politicamente, um forte abraço Arnaldo
Caro Arnaldo,
Procurado pela equipe da Folha, vc foi, mas é realmente uma pena não ter sido encontrado. De qualquer maneira, sua satisfação, primeiro ao blog e depois à redação da Folha, sobre a CPI dos Royalties que Odisséia proporá hoje, demonstra sensibilidade pela satisfação que todo homem público deveria ter com um assunto de interesse público.
Como disse dois posts acima, onde seu comentário foi integralmente transcrito, quem sabe seu exemplo não sensibiliza o também ex-prefeito Garotinho e a atual prefeita Rosinha a romperem um estranho silêncio quanto à possibilidade de ser investigados para saber onde e como o dinheiro dos royalties foi, de fato, aplicado em suas gestões no município de Campos?
Abraço e grato pela colaboração!
Aluysio