Em matéria feita e publicada hoje no G 1 (aqui), a ministra da Casa Civil e pré-candidata petista à presidência, Dilma Rousseff, endossou o exercício de interpretação feito ontem no blog (aqui), e publicado hoje na edição impressa da Folha, em sua página 3, na forma de editorial, acerca de declaração de Lula, ontem, na Jordânia, de que “a bola (dos royalties) agora está com o Congresso”. Por sua vez, disse hoje a ministra:
— Esperamos que seja revertido no Senado e que se busque um consenso, que é muito melhor do que uma disputa fratricida entre os estados. Acho que a tendência é uma busca de um consenso no Senado entre todos para evitar uma disputa fratricida, entre irmãos. Os estados têm uma representação específica no Senado, de preservar o cerne da Constituição. Nada mais justo do que esperar o que o Senado fará.
Como aqui foi dito ontem, tudo indica que o aparente vacilo do governo federal em fazer uso do veto presidencial, caso passe também no Senado a emenda de partilha dos roaylties já aprovada pela Câmara, é na verdade uma sinalização de que a questão já está politicamente amarrada para que o Congresso garanta o acordo que o governador Sergio Cabral (PMDB) revelou ter com Lula (aqui e aqui): manter os recursos das jazidas já exploradas comercialmente, do pós-sal, para os estados e municípios produtores, reservando a divisão proposta pelo deputado Ibsen Pinheiro (PMDB/RS) para as jazidas futuras, do pré-sal.
Como também foi dito ontem, se não precisar usar o veto, Lula evita o desgaste com a grande maioria dos estados e municípios brasileiros que não produzem petróleo, nem arcam com os impactos sociais e naturais de sua extração, mas que querem também sua fatia de recursos. Assim, em ano eleitoral, fica menos difícil tentar eleger Dilma.