Antes tarde
Ontem, exatamente uma semana depois que seis dos sete promotores eleitorais de Campos propuseram uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), com pedido de tutela de urgência, em face do uso do Cheque Cidadão na troca por votos na candidatura de Dr. Chicão (PR) a prefeito e de 34 candidaturas governistas a vereador, o caso finalmente voltou a caminhar para ser julgado. Após se darem por impedidos os juízes da 76ª e 98ª Zonas Eleitorais (ZEs), respectivamente Heitor Campinho e Elizabeth Longobardi, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) designou que o juiz Eron Simas, da 99ª ZE, assuma o caso.
“Escandaloso esquema”
Classificado de “escandaloso esquema” pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), o caso foi substanciado em farto material apreendido pela fiscalização do TRE. Em 28 de agosto (aqui), num galpão da av. Alberto Lamego com adesivos da campanha de Dr. Chicão; em 29 de agosto (aqui), na casa do vereador Ozéias (PSDB), que chegou a ser preso em flagrante por suspeita de compra de voto; em 2 de setembro, na secretaria municipal de Desenvolvimento Social e em três Centros de Referência de Assistência Social (Cras); e em 6 de setembro (aqui), na casa do vereador Albertinho (PMB).
R$ 200/mês por voto
Nas palavras da assessoria do MPE, o que foi encontrado nas quatro operações evidenciou o “abuso de poder político e econômico decorrente de um grande esquema organizado pelos atuais gestores públicos de Campos dos Goytacazes, incluindo a prefeita Rosinha Garotinho, para a obtenção de votos em favor de candidatos por eles apoiados. Em troca, por meio de cabos/apoiadores eleitorais a eles ligados, são oferecidas inscrições fraudulentas no programa social Cheque Cidadão, cujo crédito mensal é de R$ 200 por beneficiário”.
Joio do trigo
A tutela de urgência não foi pedida pelo MPE não para todo o programa Cheque Cidadão, só à suspensão seletiva dos 18 mil cadastrados na troca por voto iniciada a partir do mês de março. Para se ter uma idéia do crescimento exponencial do benefício, a partir da sua desvirtuação pelos Garotinho à condição de cocho de curral eleitoral, antes de março eram apenas 12 mil os que recebiam o Cheque Cidadão. Para estes, inscritos anteriormente por sua demanda social, não a de votos do governo, o benefício continuaria a ser pago normalmente.
Histórico do juiz
Para quem não se lembra do juiz Eron Simas, foi ele quem desenterrou, em abril de 2016, o julgamento da “Machadada”, que vinha parado dede 2013. Nesse caso, a então prefeita de São João da Barra Carla Machado teria cometido abuso de poder econômico na cooptação de candidatos a vereador em benefício da candidatura vitoriosa de Neco a prefeito. Réus no mesmo julgamento, hoje Carla e Neco disputam entre eles a Prefeitura.
Pesquisas
E por falar em São João da Barra, os números da pesquisa Pro4 continuam a gerar polêmica entre os militantes de Carla e Neco. O prefeito usou seu perfil nas redes sociais para acusar que ocorreram fraudes nas sondagens. Até os institutos de pesquisa emitiram posicionamento, como mostra matéria na página 6 desta edição. Fato é que a Pro4 apontou, como a Folha divulgou na terça-feira, um cenário eleitoral praticamente definido no município da margem direita da foz do Paraíba, com ampla vantagem para Carla Machado.
Parece irreversível
Na margem esquerda do velho Paraíba, o jogo eleitoral também parece sacramentado. O Pro4 aponta o prefeito Pedrinho Cherene (PMDB) com ampla vantagem sobre os seus concorrentes, como pode ser conferido em mais detalhes na matéria da página seguinte. As pesquisas do Pro4 na região reveladas pela Folha nesta semana, aliás, só deixou em dúvida o resultado eleitoral em Quissamã. Armando Carneiro (PSB) aparece em vantagem, mas Fátima Pacheco (PTN) ainda com chance de alcançá-lo. Nos municípios da foz do Paraíba, porém, o resultado parece irreversível a 10 dias da decisão nas urnas.
Com a colaboração do jornalista Arnaldo Neto
Publicado hoje (22) na Folha da Manhã
cheiro de pizza no ar !!!
(Trecho excluído pela moderação)
Também foi esse juiz que extinguiu o processo de busca e apreensão na Odebrecht em Campos.
(Trecho excluído pela moderação)
Vamos torcer para que esse juiz MACHADADA seja o MORO campista, MP e juízes locais se declaram impedidos (coagidos? Ameaçados ou vendidos?) Esses 34 tem que ser banidos da política e a justiça se fazer valer, fazer seu papel e proteger a população do Coronel Saruê e sua gangue. Rafael Diniz e Alexis Sardinha. 23 e 13013 confiem nesses jovens!
Chega a dar náuseas como cidadão ver as autoridades se desobrigando dos seus juramentos e compromissos com a lei; como acreditar em dias melhores e direitos iguais, se o poder de uns sobrepõe a verdade e a justiça; Injusto e deplorável!