Lula tem imagem negativa de governo, mas lidera 1º e 2º turnos

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Lula desaprovado e favorito ao 1º e 2º turno

Pesquisa que mais se aproximou dos resultados da urna nos 1º e 2º turnos presidenciais de 2022, a MDA divulgada na segunda (8) revelou que o governo Lula ainda tem mais avaliação negativa (40%) do que positiva (30,5%). Ainda assim, hoje, o atual presidente bateria todos os adversários nas simulações de 1º e 2º turno para 2026, daqui a pouco mais de um ano.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Lula 36,2% x 29,7% Bolsonaro no 1º turno

Feita entre 3 e 6 de setembro, com 2.002 eleitores e margem de erro de 2,2 pontos para mais ou menos, Lula liderou as três consultas estimuladas (com apresentação dos nomes dos candidatos) da pesquisa MDA ao 1º turno. Contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030, o petista venceria por 36,2% de intenção de voto a 29,7%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Lula à frente de Tarcísio e do 03 no 1º turno

Contra adversários elegíveis, Lula também ficou à frente no 1º turno contra o governador paulista Tarcísio de Freitas (REP), por 35,8% a 17,1%. Já contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), residindo nos EUA desde março, o petista venceria o 1º turno por 37,1% a 14,6%. Nos três cenários, a vantagem de Lula ficou fora da margem de erro.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Ciro, Ratinho, Caiado e Zema, mas sem Michelle e Flávio

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e os governadores Ratinho Jr. (PSD), Ronaldo Caiado (União) e Romeu Zema (Novos), respectivamente, do Paraná, Goiás e Minas Gerais, foram testados nos três cenários MDA ao 1º turno, sempre abaixo dos dois primeiros. Mas a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL) foram ignorados na pesquisa.

 

Lula bate todos no 2º turno, sem Michelle

Nas seis simulações de 2º turno da MDA, Lula também ganhou todas. Por 45,7% a 37,7% contra Bolsonaro, 43,9% a 37,6% contra Tarcísio, 43,4% a 36,7% contra Ratinho, 45,0% a 30,7% contra Zema e 44,8% a 30,7% contra Caiado. Novamente, Michelle não foi incluída nas sondagens.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Empate técnico com Ciro

Lula também venceria numericamente Ciro, por 39,4% a 36,0%, na simulação MDA ao 2º turno. Mas, mesmo que o ex-governador do Ceará não seja cogitado como candidato a presidente em 2026, foi o único com quem Lula ficou em empate técnico na margem de erro.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Rejeição de 49,8% é empecilho a Lula

Apesar dos bons resultados de intenção de voto na pesquisa MDA, Lula tem nela um empecilho ao 2º turno: com apenas 0,4% dos eleitores que não o conhecem, 49,8% dos brasileiros não votariam nele de jeito nenhum. É uma rejeição menor apenas que os proibitivos 57,6% de Bolsonaro, desconhecido por ínfimos 0,9% dos eleitores.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Tarcísio e Ratinho têm espaço para crescer

Por sua vez, se Tarcísio acumula 33,6% de rejeição nacional, ele tem 27,9% dos brasileiros que não o conhecem. Enquanto, entre os nomes medidos pela MDA no índice negativo, Ratinho Jr. tem 33,1% de rejeição, mas com 30,4% dos eleitores que não o conhecem. Ou seja, Tarcísio e Ratinho têm espaço razoável para crescer, em um eventual 2º turno, que Lula não tem ou terá.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Semiárido à região e FDP! adiado no Folha no Ar desta 4ª

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Geógrafo climatologista, escritor, presidente da Academia Pedralva de Letras e Artes e membro da Academia Campista de Letras, Carlos Augusto Souto de Alencar é o convidado do Folha no Ar desta quarta (10), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3.

Ele explicará a diferença de critérios entre o clima semiárido científico e o adotado pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para beneficiar regiões do Sudeste como o norte do Espírito Santo. Que agora pleiteia a classificação também ao sul do estado vizinho, separado de Campos apenas pelo rio Itabapoana.

Carlos Augusto também analisará o fato do PL 1.440/2019, aprovado por unanimidade (confira aqui) em todas as comissões por que passou no Congresso Nacional para classificação do clima do Norte e Noroeste Fluminense ao semiárido, ter sido vetado (confira aqui) pela Casa Civil no ministro-chefe Rui Costa por uma disputa (entenda aqui e aqui) pelo poder no PT da Bahia com o senador Jaques Wagner.

Por fim, ele falará da sua expectativa para o Festival Doces Palavras (FDP!), adiado pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima de setembro para 5 a 9 de novembro.

Quem quiser participar do Folha no Ar desta quarta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.

 

“Quem disser que Gilberto Gomes é racista está mentindo!”

 

Gilberto Gomes em campanha política sempre multirracial pelas ruas de Campos (Foto: Instagram)

 

Como jornalista, conheci Gilberto Gomes há alguns anos, quando ele ainda integrava o DCE da Uenf. Reconheci, desde o nosso primeiro contato, não só um jovem idealista de esquerda, de sólida base cristã formada no catolicismo progressista, mas alguém, talvez até precocemente, dotado de pragmatismo político. Seja na política universitária ou na partidária, na qual despontou como um dos quadros mais promissores do PT goitacá.

Na relação entre repórter e fonte, sempre estabelecida com base na confiança da conversa em off e na garantia constitucional do sigilo de fonte, nossa relação profissional derivou naturalmente à amizade pessoal. Se não mais próxima ou assídua, tampouco na concordância pessoal no pensamento político, mas naquela em que reciprocamente se reconhece o compromisso comum com a defesa dos interesses coletivos da cidade, da região e do país.

Foi por reconhecer essa atuação cidadã de Gilberto, para além do PT, como a sua facilidade geracional com as mídias sociais, que o convidei há alguns para hospedar seu Blog do Gilberto (confira aqui) no Folha1. No qual, mesmo sem formação jornalística, ele chegou a dar alguns furos de reportagem, que mereceram chamada entre as principais do site. Talento natural para a área que o faria, depois, secretário de comunicação do PT de Campos.

No plantão do último domingo (7), assim que soube das primeiras notícias de desavenças envolvendo a já tradicional “marcha dos excluídos” que o PT e outras legendas de esquerda promovem junto a sindicatos e movimentos sociais, nos desfiles cívicos do 7 de Setembro em Campos, passei a acompanhar o caso. Apurei por telefone informações com várias fontes, interagindo com a reportagem da Folha presente, primeiro no Cepop e, depois, na 134ª DP.

Pela equipe da Folha que cobria o plantão dominical da DP, fui informado que Gilberto seria autuado (confira aqui) em flagrante por suspeita de crime de injúria racial. Porque, após alguns desentendimentos envolvendo integrantes da “marcha dos excluídos” e agentes da Guarda Municipal, Gilberto teria questionado o fato de um militante do Brasil Império, presente ao evento e que já teria feito provocações aos militantes de esquerda, ser preto.

Alguém que conhece História do Brasil, como Gilberto, pode ter lembrado que o Império neste país foi montado sobre a força da mão de obra de escravos pretos, capturados em África e de lá trazidos acorrentados no “sonho dantesco” que o poeta Castro Alves narra em detalhes em seu “O Navio Negreiro”. Como alguém poderia também lembrar que a Princesa Isabel deu fim, tardiamente, à escravidão no Brasil em 1888. Pelo que alcançou à época grande popularidade entre os recém-libertos, após mais de três séculos sendo tratados como animais.

Como qualquer questão retórica, sobretudo na bipolaridade política do Brasil, há argumentos subjetivos aos dois lados. Objetivamente, no entanto, há duas questões. A primeira é jurídica. E é ressaltada pelo conceituado criminalista Alex Ribeiro Cabral, advogado de Gilberto: o crime de injúria racial não é culposo, demanda dolo, intenção. Que inexiste. E remete à segunda e principal questão: Gilberto não é racista!

Para além da mera opinião, a posição de Gilberto contra qualquer forma de discriminação pode ser objetivamente constatada ao longo dos anos. Em que ele sempre esteve na linha de frente da luta contra o racismo em Campos, da sua atuação na política estudantil à partidária. Basta uma simples zapaeada em seus perfis nas redes sociais para qualquer um, imperialista ou republicano, de esquerda, centro, direita ou apolítico, testemunhar isso (confira aqui) por conta própria.

Após dormir de domingo para segunda na 134ª DP, de ser transferido na manhã de hoje para o Presídio Carlos Tinoco da Fonseca, Gilberto agora aguarda audiência de custódia a partir das 13h desta terça (9). Antes e depois dela, muitos poderão concordar ou discordar, com veemência, da ideologia política do militante do PT de Campos.

Mas, ao fim e ao cabo, se minha palavra como cidadão, mais que como jornalista ou diretor do Grupo Folha, vale algo, afirmo com integral convicção: quem disser que Gilberto Gomes é ou chegou a ser por algum momento racista, está mentindo!

 

Bolsonaro no STF e acusação de racismo em Campos no Folha no Ar desta 3ª

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Os advogados criminalistas Ana Carolina Ramos e Roberto Corrêa são os convidados do Folha no Ar nesta terça, ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3.

Eles analisarão o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus do chamado “núcleo crucial” na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe de Estado em cinco crimes. Com projeção de conclusão nesta sexta (12) e penas que podem exceder 4o anos de prisão.

Roberto e Ana Carolina também analisarão a condução do julgamento pelo ministro Alexandre de Moares como relator do caso, assim como a participação dos outros quatro ministros da 1ª Turma do STF e do PGR, Paulo Gonet.

Por fim, os dois criminalistas falarão do caso da acusação de racismo (confira aqui) contra o secretário de Comunicação do PT de Campos, Gilberto Gomes. Pelo qual ele foi detido, encaminhado à 134ª DP e depois à Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro, após uma discussão com um militante do Brasil Império, no desfile cívico do 7 de Setembro em Campos.

Quem quiser participar do Folha no Ar desta terça poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.

 

Cidennf vai debater como derrubar veto do PT ao semiárido à região

 

Longas estiagens que secam trechos do Paraíba evidenciam a mudança climática de Campos, Norte e Noroeste Fluminense (Foto: Genilson Pessanha/Folha da Manhã)

 

“A informação divulgada pela assessoria de imprensa do Cidennf sobre a existência de um texto alternativo ao PL 1.440/2019 (do semiárido ao Norte e Noroeste Fluminense) foi incorreta”. Foi o que esclareceu hoje o próprio secretário executivo do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf), Vinícius Vieira, sobre o tema da assembleia da entidade às 14h desta terça (9), em Itaperuna.

A informação anterior da assessoria do Cidennf, que chegou a ser divulgada pela Folha, dava a ideia de capitulação dos 22 municípios das duas regiões pelo PL do Semiárido. Que facilitaria linhas de crédito (confira aqui) aos produtores rurais de todos esses municípios. E foi aprovado (confira aqui) por unanimidade no Congresso Nacional, mas acabou vetado (confira aqui) pelo Governo Lula para atender às disputas internas de poder (entenda aqui e aqui) no PT da Bahia.

Assim, no lugar de buscar alternativas ao veto, como chegou a ser divulgado ontem pelo Cidennf e foi proposto pelo secretário nacional para Assuntos Parlamentares de Lula, o ex-presidente da Alerj André Ceciliano (PT), o foco do debate de quarta será sobre as possibilidades e caminhos do Norte e Noroeste Fluminense para derrubar o veto do semiárido.

O Projeto de Lei (PL) 1440/2019 é de autoria do prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PP), quando era deputado federal. A proposta visa alterar, com base em estudos realizados pela Uenf, a classificação climática das regiões Norte e Noroeste Fluminense para semiárido. O que garantiria os benefícios do programa Garantia-Safra aos produtores rurais e a criação de um fundo de desenvolvimento para as duas regiões.

Abaixo, a íntegra da nota oficial do Cidennf, presidido pelo prefeito de Italva, Léo Pelanca (PL), que foi divulgada na tarde de hoje:

 

 

NOTA OFICIAL

O Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf) informa que os temas da Assembleia Geral Ordinária foram definidos em continuidade às discussões anteriormente realizadas, assegurando a sequência dos encaminhamentos e a busca por soluções conjuntas entre os(as) prefeitos(as) integrantes da entidade.

No ponto 3 da ordem do dia, será tratado especificamente o alinhamento em relação ao veto ao PL 1.440, momento em que serão estabelecidas as deliberações subsequentes e o posicionamento conjunto do CIDENNF.

Esclarece-se, ainda, que a informação divulgada pela assessoria de imprensa do Cidennf, acerca da existência de um texto alternativo ao PL 1.440/2019, não procede.

Cidennf – Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense

 

Flávio lidera todas pesquisas ao Senado, seguido de Benedita

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Flávio competitivo a governador e líder a senador

Em todas as consultas (confira aqui) que incluem seu nome, Flávio é o nome menos distante da liderança de Paes a governador: 7,2 pontos atrás na Atlas e 20,1 pontos atrás na Paraná. E o senador lidera todas as pesquisas, até aqui, à reeleição. Como a Quaest não realizou essa consulta em agosto, Flávio seguiu à frente da corrida ao Senado na Atlas (confira aqui) e na Paraná (confira aqui) do último mês.

 

Na Atlas: Flávio, Bené, Molon e Portinho

Nas duas consultas estimuladas da pesquisa Atlas ao Senado, Flávio liderou em ambas. No cenário 1, seus 22,6% foram seguidos, 5,6 pontos atrás, pela deputada federal Benedita da Silva (PT), com 17%. Na margem de erro, ela ficou empatada tecnicamente com o ex-deputado federal Alessandro Molon (PSB), com 16,1%; e com o senador Carlos Portinho (PL), com 14,1%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Atrás de Flávio, Bené e Molon, Castro pior que Portinho

No cenário 2 da pesquisa Atlas a senador, Flávio teve 23,1% de intenção. Ele veio seguido, 5,9 pontos atrás, novamente por Benedita, com 17,2%. Que ficou tecnicamente empatada na margem de erro com Molon, que teve 16,5%. Ao substituir Portinho como candidato a senador em 2026, o governador Cláudio Castro (PL) ficou nos 12,4%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Na Paraná, Flávio lidera, mas Castro empata com Bené

Nas duas consultas estimuladas da pesquisa Paraná ao Senado pelo RJ, Flávio também liderou em ambas. No cenário 1, com 10 nomes, ele teve 33,4% de intenção. Ficou 7 pontos à frente de Benedita, com 26,4%. Na margem de erro, a petista ficou tecnicamente empatada na 2ª posição com Castro, que teve 25,6%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Castro em 2º ao Senado, mas com Bené e sem Portinho

No cenário 2 da Paraná ao Senado, em uma lista mais curta de seis nomes, Flávio permaneceu liderando com 35,6% de intenção. Ficou 4,7 pontos à frente de Castro, com 30,9%. Que registrou outro empate técnico na 2ª posição com Benedita, que teve 29,8%. Nas consultas Paraná a senador, diferente da Atlas, Molon foi colocado como opção, mas Portinho não.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Paes favorito a governador em todas as pesquisas de agosto

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Paes favorito a governador e Flávio a senador

A pouco mais de 12 meses da urna de 4 de outubro de 2026, três pesquisas de agosto de 2025, de institutos e com metodologias diferentes, apontam os favoritos de hoje às eleições ao Governo do Estado e às duas cadeiras ao Senado que os fluminenses elegerão: o prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) a governador e o senador Flávio Bolsonaro (PL) à reeleição.

 

Pesquisa Atlas de agosto

A pesquisa mais recente é (confira aqui) a Atlas. Foi divulgada no dia 2 e feita de 25 a 29 de agosto, com 2.001 eleitores. E deu a Paes uma liderança a governador entre 40% e 43,9% de intenções de voto, em dois cenários de consulta estimulada (com a apresentação dos nomes dos possíveis candidatos).

 

Paes 31,5 pontos à frente de Bacellar

No cenário 1 da Atlas a governador, Paes liderou com 43,9% de intenção. Foi seguido, 31,5 pontos atrás, pelo presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), com 12,4%. Na margem de erro de 2 pontos para mais ou menos na pesquisa, o político de Campos ficou empatado tecnicamente na 2ª posição com o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB), que teve 9,8%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Flávio encurta com Paes a governador: 7,2 pontos

No cenário 2 da Atlas a governador, Paes liderou com 40%. Foi seguido, 7,2 pontos atrás, por Flávio. Favorito em todas as pesquisas à reeleição ao Senado, o filho 01 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é, nas simulações que o colocam como opção a governador, o adversário até aqui mais competitivo ao prefeito carioca ao Palácio Guanabara.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Ninguém bate 2 dígitos contra Paes e Flávio

Com Flávio na disputa a governador contra Paes, nenhum outro nome chega a dois dígitos de intenção de voto. No cenário 2 da Atlas, bem atrás e todos empatados tecnicamente na margem de erro, vieram o ex-prefeito de Maricá Fabiano Horta (PT), com 5,6%; Bacellar, com 5,2%; Reis, com 4%; e a vereadora carioca Monica Benicio (Psol), com 3,6%.

 

Paes lidera também pesquisa Paraná

Antes da Atlas, a pesquisa de agosto mais recente a governador foi (confira aqui) a do instituto Paraná. Foi divulgada no dia 1º e feita de 24 a 27 de agosto, com 2.000 eleitores. E deu a Paes uma liderança a governador entre 50,6% e 54,9% de intenções de voto, em três cenários de consulta estimulada.

 

Paes 44,2 pontos à frente de Reis

No cenário 1 da Paraná a governador, Paes liderou com 54,8%. Foi seguido, 44,2 pontos atrás, por Reis, com 10,6%. O político da Baixada Fluminense ficou empatado tecnicamente na 2ª colocação, na margem de erro de 2,2 pontos para mais ou menos da pesquisa, com Bacellar, que teve 7,8%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Paes 20,1 pontos à frente de Flávio

No cenário 3 da Paraná a governador do RJ, Paes liderou com 50,6%. Foi seguido, 20,1 pontos atrás, por Flávio, com 30,5%. No único cenário da pesquisa com o filho de Bolsonaro na disputa ao Palácio Guanabara, pré-candidatos que ambicionam o eleitorado bolsonarista para se tornarem competitivos, como Reis e Bacellar, sequer foram listados.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Quaest sem Flávio com Paes 26 pontos à frente de Bacellar

Antes da Atlas e da Paraná, a Quaest fez sua pesquisa a governador do RJ (confira aqui) em agosto. Foi divulgada no dia 22 e feita dos dias 13 a 17. E foi o único dos três institutos que não testou o nome de Flávio em nenhum cenário estimulado a governador. Mas a liderança também foi de Paes, com 35% de intenção. Que foi seguido, 26 pontos atrás, por Bacellar, com 9%.

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Sem Flávio, ninguém bate 2 dígitos abaixo de Paes

Sem Flávio, Bacellar ficou na 2º colocação a governador na Quaest. Mas empatado tecnicamente, na margem de erro de 3 pontos para mais ou menos, com Reis, que teve 5%, e com Monica, que registrou 4%. O dado estranho é que, em pesquisa que realizou no RJ em fevereiro, a Quaest havia listado (confira aqui) o filho 01 de Bolsonaro como opção a governador.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Crônica — BH no STJD, Bolsonaro no STF e Tarcísio de porta-bandeira da anistia

 

Bruno Henrique, Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

— E aí, quer começar por onde? Bruno Henrique no STJD, Bolsonaro e o barata voa da defesa do general Paulo Sérgio no STF ou tentativa de anistia no Congresso com Tarcísio de porta-bandeira? — indagou Manoel, já sentado, copo de cerveja na mão, à mesa do boteco.

— Como diria um amigo, cada assunto dá uma série da Netflix — respondeu Aníbal, enquanto puxou a cadeira, se sentou e pediu um copo ao garçom.

— Vamos começar por Bruno Henrique? Sei o quanto você gosta dele.

— Para mim, BH é o maior ídolo do Flamengo desde Zico, Leandro e Júnior.

— Você acha que ele jogou mais que Romário ou Sávio nos anos 90, ou que Adriano ou Petković nos anos 2000?

— A questão não é essa. É no sentido daquele que não treme diante de nenhum adversário, que sempre aparece nos jogos grandes e nos momentos mais difíceis, que Bruno Henrique tem sua condição de maior ídolo rubro-negro desde aquele mítico Flamengo dos anos 1980.

— Em 2019, Bruno Henrique foi eleito melhor jogador da Libertadores, que o Flamengo não ganhava desde 1981. Muito embora, na final dura contra o River Plate, tenha sido Gabigol que achou os dois gols, no final do jogo, para virar e levar o caneco.

— Ninguém pode tirar esse feito histórico dele. Mas é um moleque da mesma escola de Neymar: os “meninos do Santos” que nunca crescem. Gabigol é um atacante razoável que teve uma grande fase. Mas não evoluiu seu jogo, não se cuidou fisicamente, aprontou um bando de imundas, foi embora do Flamengo com a graça de Deus e hoje esquenta banco no Cruzeiro.

— Naquele mesmo 2019, Gabigol foi colocado no bolso pelo zagueiraço holandês Van Dijk e se escondeu na final do Mundial. Assim como Arrascaeta e Gérson. O próprio técnico Jorge Jesus disse isso na entrevista coletiva após a derrota, por 1 a 0, na prorrogação.

— E BH foi o único craque daquele Flamengo que não tremeu diante do Liverpool. Partiu para dentro e tirou o excelente lateral-direito Alexander-Arnold, hoje no Real Madrid, para nada.

— E contra o Chelsea na Copa do Mundo de Clubes deste ano, que depois seria o campeão?

— Bruno Henrique empatou contra o Chelsea e comandou a virada rubro-negra por 3 a 1. Com a qual, 44 anos depois de 1981, “botou os ingleses na roda”. E se tivesse marcado na chance que teve de empatar contra o Bayern, quando este vencia o Flamengo por 3 a 2, a história daquele jogo teria sido outra.

— Mas não foi por nada disso que Bruno Henrique foi condenado e suspenso por 12 jogos no STJD. Foi porque forçou um cartão amarelo contra o Santos em 2023 para beneficiar apostadores. E está tudo nas mensagens entre ele e o irmão, capturadas pela Polícia Federal.

— Não há dúvida de que BH forçou o cartão para manipular resultado de apostas. Mas não prejudicou o Flamengo, que ficou e está ao seu lado. E não levou dinheiro de nenhuma quadrilha de apostas. Como ocorreu com todos os outros jogadores brasileiros que tiveram punições mais severas. E que por isso foram denunciados por seus próprios clubes.

— Mas Bruno Henrique também é réu na Justiça comum. Ele agora responde criminalmente por fraude em esquema de apostas. E a pena é de 2 a 6 anos de prisão.

— O filósofo espanhol Ortega y Gasset dizia que “o homem é ele e suas circunstâncias”. Mesmo dotado de grande talento e capacidade de decisão no futebol, BH é um homem simples. E café muito pequeno diante das maracutaias financeiras na cartolagem de um Textor, Eurico da terra de Trump. Ou das circunstâncias nacionais: um ex-presidente da República, três generais do Exército e um almirante da Marinha julgados por tentativa de golpe de Estado no STF, em cinco crimes com penas que podem exceder 40 anos de prisão.

— Enfim, invertemos o jogo. E o Andrews Farias no STF, advogado do general Paulo Sérgio Nogueira, jurando de pés juntos, cinco vezes, que seu cliente tentou “demover o presidente”.

— No que a ministra Cármen Lúcia, na sua mineirice sutil e precisa, tomou a bola: “Demover de quê?”

— E o advogado de Paulo Sérgio não hesitou: “De qualquer medida de exceção”. Ou seja, rifou Bolsonaro e jogou no seu colo toda a responsabilidade do golpe.

— Pois é. Não é mais só Mauro Cid. No desespero do navio afundando, agora foi seu próprio ex-ministro da Defesa que entregou Bolsonaro. Juridicamente, não há salvação para ele.

— O que nos leva à última pergunta que fiz umas cervejas atrás: E a anistia no Congresso com Tarcísio de porta-bandeira?

— Quem melhor classificou a proposta de anistia que o PL passou a circular na Câmara foi a jornalista Vera Magalhães: “pornográfica”! A pretexto de anistiar Bolsonaro, anistiariam qualquer outra quadrilha armada que tenha atuado criminalmente no Brasil desde 2019.

— E olha que é a patota do “bandido bom é bandido morto”. Mas a pergunta é: passará?

— Como diz a menininha do comercial da Sadia: “Nem a pau, Juvenal!” Pode até ser colocado em pauta na Câmara pela presidência enfraquecida de Hugo Motta. Mas, certamente, sucumbirá. Se não por falta de voto, pelo veto de Lula. Que, mesmo se o Congresso derrubar, será considerado inconstitucional pelo STF.

— Mas há também a possibilidade do Alcolumbre, presidente mais esperto e empoderado do Senado, tentar costurar uma alternativa com o STF.

— Que só passaria na redução das penas excessivas dos bois de piranha presos pela invasão da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro, não para os tubarões da tentativa de golpe. E Tarcísio, que já foi definido pelo Centrão como adversário de Lula em 2026, sabe muito bem disso.

— Então por que ele virou porta-bandeira da anistia?

— O Centrão, como a Faria Lima, o agro e o empresariado, alvos do tarifaço de Trump, nem querem mais Bolsonaro elegível. Candidato precificado dos quatro, Tarcísio vive o dilema: não perder os votos bolsonaristas para conseguir chegar ao 2º turno. E, lá chegando, não perder os votos do centro que definiram a vitória de Bolsonaro em 2018 e de Lula em 2022.

— Para tentar negociar as tarifas contra o Brasil, o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Ricardo Alban, estava até ontem em Washington. Onde fugiu de Dudu Bananinha como o diabo da cruz. Enquanto aqui, Tarcísio rasgou a pose de “moderado” e deixou São Paulo para virar capacho dos Bolsonaro em Brasília.

— De novo, é como o futebol: Tarcísio corre pela anistia para não chegar. Até 2026, veremos se não levará bola nas costas — advertiu Aníbal, enquanto via no iPhone o ex-botafoguense Luiz Henrique, investigado na Espanha por manipulação de resultado, entrar no 2º tempo para incendiar o jogo contra o Chile no Maracanã. E definir, no final daquela noite de quinta, a vitória de 3 a 0 do Brasil de Ancelotti.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.