Após o dia de ontem no estaleiro, para cuidar de uma forte gripe, o blogueiro opta por retomar hoje suas atividades virtuais, dando sequência ao resgate, neste “Opiniões”, de textos sobre poesia escritos originalmente para o blog “Cantos” (aqui), inativo há algum tempo. Segue abaixo uma crônica com pretensão de ensaio, sobre Robert Burns (1759/1796), poeta nacional da Escócia, assim como o comentário feito à época pelo professor, historiador, crítico de cinema, ambientalista, imortal da Academia Campista de Letras e também poeta, Arthur Soffiati…
Robert Burns — Olhos e ouvidos à
língua da Escócia
Por aluysio, em 27-11-2009 – 5h01
“Adeus, amor, eu vou partir, pra bem longe daqui…”. Cantada em todo mundo, é nesta tradução adaptada que a maior parte dos brasileiros conhece “Auld lang shyne” (“Aos velhos tempos passados”), canção de Robert Burns (1759/1796), poeta nacional da Escócia. Tomei conhecimento da sua existência em meados dos anos 90, quando o amigo e também jornalista Celso Cordeiro Filho, pai da Manuela Cordeiro — promissora poeta de Campos —, me presenteou com o livro. Edição comemorativa do whisky Teacher’s, a publicação trazia 50 poemas na versão original, acompanhados não só da tradução em português da Luiza Lobo, como por uma sua introdução, que li à época à guisa de informação, mas que na releitura recente, para confecção deste post, me impressionou pela profundidade da pesquisa e a descoberta na palavra escrita de algo que já havia notado na fala escocesa, quando percorri como mochileiro boa parte daquele belo país, no inverno (deles) de 2007.
Fui acompanhado da também poeta Silvana Siqueira, com quem namorava à época. Por ter morado nos EUA, ela falava (como fala) inglês bem melhor que eu, muito embora condicionada à corrida pronúncia yankee. Na Inglaterra, deu para se virar perfeitamente bem, mas assim que desembarcamos do trem em Edimburgo, capital da Escócia, e pedimos uma informação ao primeiro passante, ela confessou espantada, ao notar que eu havia compreendido o sujeito: “Aluysio, eu não entendi uma palavra do que ele disse”.
Ocorre que aprendi inglês de ouvido, não em sala de aula, mas a partir da música e, principalmente, do cinema. Mais recentemente, por paixão à dramaturgia de William Shakespeare (1564/1616), estudei por conta própria, para tentar ler a obra no original. Na fala, nunca excedi o nível tarzânico — Me, Tarzan! You, Jane! —, mas leio razoavelmente e, ouvindo, entendo bem. Sobretudo, por gostar muito do cinema britânico, adestrei o ouvido também aos sotaques irlandês e escocês, que considero, inclusive, os de sonoridade mais atraente. Não tão impostados quanto os ingleses, ou desleixados como os estadunidenses, possuem uma fala viril, de dicção nasalada, fundamentados numa ancestralidade gaélica — língua dos antigos celtas, os gálatas destinatários da epístola de Paulo — que não soa tosca, “caipira” como, por exemplo, os sul-africanos e australianos.
Em relação à língua que bate ao palato escocês, é mais ou menos como se o inglês fosse sempre pronunciado com o acento circunflexo (que inexiste naquela língua) sobre a vogal tônica de cada palavra. Para resumir, como passei a brincar após minhas andanças na Escócia, o “no” (“não”), lá, se diz “na”.
Pois ao reler a introdução da Luisa Lobo, atentei a um fato que tinha passado despercebido em minha primeira leitura, mais de 10 anos atrás: discussão antiga, seja como língua distinta ou derivação em dialeto, o escocês não é, literalmente, o inglês. Como explica David Murison, em seu livro “The language of Burns”: “tanto o escocês quanto o inglês são dialetos da mesma língua original, o anglo-saxão, e as diferenças são muito menores que as semelhanças”.
Ao transcrever o original do poema de Robert Burns que escolhi para postar, “To a mouse” (“Para um camundongo”), que os alunos dos países de língua inglesa costumam saber de cor, grande foi minha surpresa ao constatar que uma dessas diferenças assinaladas por Murison se dava num dos vocábulos mais elementares. Não é que os escoceses pronunciem o inglês “no” como “na”. O fato é que eles realmente escrevem assim o seu “não”.
Pode parecer um detalhe menor, mas impressiona quem descobre, sem querer, o fundamento escrito há mais de dois séculos de algo ecoado no ouvido por dois anos. Assim, à velocidade da luz no pensamento, uma madrugada de leitura solitária é preenchida pela companhia das gentes de tempos e terras distantes. E, de súbito, o “não” passa a significar: “sim, meus irmãos, podem chegar”.
Utópico na real, esse mesmo socialismo humanista é traço marcante em Burns, que o caracteriza como pré-romântico, assim como a religiosidade mística e o tratamento nacionalista do folclore, das lendas e dos temas políticos. Ainda que também ligado à Ilustração — conjunto das tendências ideológicas de origem inglesa e francesa, que teve no Arcadismo sua expressão literária —, ele foi precursor não só do Romantismo, como inovador nesse mesmo humanismo que o ligava ao movimento, posto ter alcançado fama mundial com o poema “The rights of woman” (“Os direitos da mulher”).
“Enquanto a Europa se volta para coisas mais fundamentais,/ O destino dos impérios e as quedas reais;/ Enquanto os doutores fazem planos estatais,/ E até crianças balbuciam os Direitos do Homem,/ Deixai-me dizer, em meio a tal confusão que/ Os Direitos da Mulher merecem especial atenção” já seriam versos por demais ousados, levado em conta que a simples posse de uma cópia do citado “Os direitos do homem”, do inglês Thomas Paine (1737/1809), representava pena de prisão na Grã-Bretanha daquele revolucionário fim de séc. 18. Mas variado o gênero, o que dizer, então, sobre cantar os direitos da mulher século e meio antes dos primórdios do feminismo?
E, distinto do esteriótipo brasileiro do poeta romântico, mais afeito à idealização das musas, Burns conhecia a mulher de carne e osso suficientemente bem para ter feito 16 filhos em quatro delas — excetuada uma galeria numerosa de amantes com as quais não procriou, mas dedicou versos.
Não por motivo diverso, o bardo escocês é também conhecido pela produção de poesia fescenina (pornográfica), característica que o aproxima não de um romântico brasileiro, mas do nosso maior barroco e primeiro grande poeta, Gregório de Matos (1633/1695), o “Boca do Inferno”. O mesmo se dá a partir da sátira social e política e da anti-religiosidade (mas associada à fé inabalável num Deus libertário e piedoso) que permeiam a obra de ambos.
Em contraponto a esse humanismo romântico, a referência aos pequenos animais é caracterítica da Ilustração, em sua exaltação da natureza. Dela são frutos não só o poema lírico “To a mouse” (“Para um camundongo”), mas também outra de suas obras-primas, o cômico “To a louse” (“Para um piolho”). Essa acentuada veia cômica em muitos dos seus versos, aliás, se constitui em outro traço anti-romântico do pré-romântico Burns.
Se empregar o animal como metáfora à conversa com homens é prática desde o grego Esopo (séc. 6 a.C.) e do francês La Fontaine (1621/1695), talvez nenhum outro autor o tenha feito antes com a intimidade verdadeira de Burns, que à parte a atividade de poeta, sempre exerceu, desde a infância, a lida de fazendeiro, salvo em seus último anos, quando conseguiu o ofício de coletor de impostos. Já na primeira edição de sua obra, em 31 de julho de 1786, intitulada “Poemas, principalmente no dialeto escocês”, ele se apresentava como “um gênio rústico”.
Muito embora essa auto-definição “ingênua” pouca coisa tenha de ingenuidade, mas do caso pensado de se promover em cima do modismo desse “espírito puro” na Edimburgo e na Londres da sua época, Burns não mentiu quando depois se classificou como um poeta despojado das “elegâncias e vagares da vida elevada, que baixa os olhos para o tema rural”. De fato, ninguém que lê “To a mouse”, no original ou em qualquer tradução razoável, é incapaz de perceber o homem real, solidarizado em sua vida do campo com aquele simples camundongo, cujo habitação e provisões para o inverno acabara de destruir com o arado, tentando se valer das mesmas precauções que demonstrou inúteis ao seu “companheiro/ Terreno e mortal”.
Como em relação ao socialismo e ao feminismo, estandartes que marcaram o séc. 20, Burns se mostra precursor de outra bandeira, hasteada com vigor no panteão universal deste início de séc. 21: a ecologia. Um hemisfério, um oceano e mais de dois séculos separado, por exemplo, do nosso ambientalista mais proeminente, o professor, crítico de cinema e também poeta Arthur Soffiati, na boca deste e de todos os seus pares, o lamento do escocês se torna quase bordão: “Sincero lastimo a humana dominação/ A quebrar da Natureza a social união”.
Mesmo hoje, difícil pensar num fazendeiro que encare um rato como igual, não como praga, chegando a perdoá-lo pelo furto da lavoura: “Um grãozinho de milho num monte de grãos/ É pequena requisição;/ Será uma dádiva o que me deixares/ Nunca sentirei o que me roubares!”.
De fato, muito além de “baixar os olhos ao tema rural”, Burns segue dizendo a verdade quando se define poeta voltado aos “rústicos companheiros a seu redor, na sua língua nativa”. Não precisava olhar para baixo. Bastava olhar aos lados.
Não foi por outro ângulo que esse fazendeiro-poeta dedicou sua vida a roçar um dialeto já reduzido à oralidade da sua gente mais simples, para semeá-lo com seus versos no plantio e colheita de uma língua literária. Burns não precisou mais do que uma educação formal restrita ao ensinamento pago pelo pai (um jardineiro) numa escola paroquial, para beber da fonte de Shakespeare, John Milton (1608/1674), John Dryden (1631/1700), Alexander Pope (1688/1744) e Thomas Gray (1716/1771), entre outros autores ingleses, mas canalizando esse fluxo irresistível à fertilização da sua própria língua, gradativamente deixada à míngua pelos próprios prosistas escoceses, após a fusão dos Parlamentos da Escócia e Inglaterra na cidade de Londres, em 1707.
Se toda língua, sem exceção, nasce da poesia, foi com a poesia que Burns fez renascer a escocesa. Para tanto, dedicou anos da sua vida ao trabalho arqueológico de compilação, complementação e recriação de antigas canções populares, não só das letras, como das próprias melodias. Trabalhando junto aos editores James Johnson e George Thomson, nunca aceitou receber por isso, mesmo com tantos filhos e uma vida financeiramente sempre difícil, pois considerava uma desonra auferir lucro num serviço tão importante à cultura do seu país.
Robert Burns nunca saiu da Escócia. À exceção de viagens às Highlands (as Terras Altas, encravadas nas belas montanhas ao norte do país) e à capital Edimburgo, nunca deixou a Caledônia, região do sudoeste escocês, onde nasceu, viveu e morreu, aos 37 anos. Sucumbiu à febre reumática, consequência dos anos de trabalho duro na terra.
À parte tudo que havia visto em fotos e vídeos, foram as imagens transpostas por Burns, das suas retinas aos seus versos, que fui buscar com meus próprios olhos na Escócia, lugar mais belo em que já estive, ao lado da Grécia. Assim que desci em Edimburgo, antes de seguir a Glasgow e depois às Highlands, fui experimentar o haggis — pudim de míudos de carneiro, que está para os escoceses como a feijoada aos brasileiros — cantado em seu “Adress to a haggis” (“Saudação a um haggis”), numa reafirmação da nacionalidade em todos os sentidos, do palato ao paladar. E nunca deixei de ouvir a musicalidade viril da fala da sua gente, ecoada para sempre em suas canções.
É fato: “Os melhores planos de ratos e homens/ Por vezes se arruínam”. Mas, por vezes, não…
Renascida na umidade quente da saliva de um poeta, a língua do “não” também pode ser aquela que confirma.
A UM CAMUNDONGO
AO REVIRÁ-LO NO SEU NINHO COM O ARADO,
NOVEMBRO 1785
I
Suave, encolhido, tímido animalzinho,
Oh, que terror se aperta em teu peitinho!
Não precisas te precipitar
Em temerosa corrida!
Eu não desejava te arreliar e perseguir
Com enxadão assassino!
II
Sincero lastimo a humana dominação
A quebrar da Natureza a social união,
E a justificar tão má opinião
Que o faz saltar
Longe de mim, teu pobre companheiro
Terreno e mortal!
III
Não duvido, tu és o meu ladrão;
E então? animalzinho, precisas sobreviver!
Um grãozinho de milho num monte de grãos
É pequena requisição;
Será uma dádiva o que me deixares
Nunca sentirei o que me roubares!
IV
E tua casinhola, também em ruínas!
Seus tolos muros pelos ventos carregados!
E nada já para construir-te uma casa nova,
Mesmo de áspero capim!
E em dezembro, as invernais ventanias
Aparecem, cortantes e severas!
V
Tu viste os campos desertos, devastados,
E o árido inverno rápido chegado,
E, comodamente, sob os vendavais,
Aqui pensaste em habitar!
Até que um som cruel cortou numa fatia
Crash! A tua morada.
VI
Este feixe de folhas e restolhos,
Como te custou exaustivos bocados,
Agora foste expulso, apesar dos cuidados,
Sem abrigo nem casa ter,
A suportar chuvosa a fria geada,
E a terra sentir congelada!
VII
Mas camundonguinho, tu não estás sozinho
Ter precaução pode ser algo bem vão:
Os melhores planos de ratos e homens
Por vezes se arruínam
Deixando-nos imersos em tristeza e dor
Em lugar da prometida alegria!
VIII
És contudo feliz se comigo comparado!
Pois tão-somente o presente observas:
Enquanto eu, oh! quando para trás olho
Só planos frustrados enxergo!
E quando olho para frente nada vejo,
Senão maus augúrios, e estremeço!
TO A MOUSE
ON TURNING HER UP NEST WITH THE PLOUGH,
NOVEMBER 1785
I
Wee, sleekit, cowrin, tim’ beastie,
O, what a panic’s thy breastie!
Thou need na start awa sae hasty
Wi’ bickering brattle!
I wad be laith to rin an’ chase thee,
Wi’ mudering pattle!
II
I’m truly sorry man’s dominion
Has broken Nature’s social union,
An’ justifies that ill opinion
Wich makes thee startle
At me, thy poor, earth-born companion
An’ fellow mortal!
III
I doubt na, whyles, but thou may thieve;
What then? poor beastie, thou maun live!
A daimen icker in a thrave
’S a sma’ request;
I’ll get a blessin wi’ the lave,
An’ never miss’t!
IV
Thy wee-bit housie, too, in ruin!
Its silly wa’s the win’s are strewin!
An’ naething, now, to big a new ane,
O’ foggage green!
An’ bleak December’s win’s ensuing,
Baith snell an’ keen!
V
Thou saw fields laid bare an’ waste,
An’ weary winter comin fast,
An’ cozie here, beneath the blast,
Thou thought to dwell,
Till crash! the cruel coulter past
Out thro’ thy cell.
VI
That wee bit heap o’ leaves an’ stibble,
Has cost thee monie a weary nibble!
Now thou’s turned out, for a’ thy trouble,
But house or hald,
To thole the winter’s sleety dribble,
An’ cranreuch cauld!
VII
But Mousie, thou art no thy lane,
In proving foresight may be vain:
The beast-laid schemes o’ mice an’ men
Gang aft agley,
An’ lea’e us nought but grief an’ pain,
For promis’d joy!
VIII
Still thou art blest, compared wi’ me!
The present only touched thee:
But och! I backward cast me e’e,
On prospects drear!
An’ forward, tho’ I canna see,
I guess an’ fear!
Burns, Robert. Em Robert Burns, 50 Poemas, tradução e prefácio de Luiza Lobo, editora Relume Dumará (1994), págs. 74 a 79.
Prezado Aluysio
Parabens não só por nos lembrar do grande poeta escocês do século 18 Robert Burns, mas também – e principalmente – pelo primoroso artigo. Você soube salientar apropriadamente o acento escocês e o pioneirismo de Burns quanto aos direitos da mulher e à preocupação com o ambiente, sobretudo com os pequenos animais. Enquanto Esopo e La Fontaine falavam de animais para se dirigirem aos humanos, Burns fala diretamente dos e aos animais. Enquanto a mulher ainda era considerada inferior ao homem, como defende Antoine Léonard Thomas no Ensaio sobre o caráter, os costumes e o espírito das mulheres em diferentes séculos, Burns gosta não de mulher, mas das mulheres. Ele sai do genérico para falar de e a um camundongo, de e a um piolho, das e para as mulheres, que não deixou de amar fisicamente sem se sentir superior a elas.
Burns tem a sensibilidade (e talvez a dúvida sistemática) de um Montaigne, que dedicou seu maior ensaio ao comportamento dos animais, tencionando mostrar aos humanos que deveriam reduzir sua arrogância em relação ao mundo, atenuar sua infantil pretensão de escolhido de Deus para dominar a natureza em nome do espírito imortal e da cultura. Como ninguém, Montaigne questionou todos os apanágios humanos, vislumbrando-os também nos animais, e isto sem ferir os princípios cristãos, ele, que deveria ser um marrano ou pós-marrano.
No ocidente, desde a Idade Média, podemos distinguir duas visões de natureza. A primeira, hegemônica, afirma a superioridade humana. A segunda, subterrânea, inserindo o ser humano na criação. São Bento exaltava o trabalho como forma de dominar a natureza. São Bernardo de Claraval dizia que a natureza inculta se encontra em estado de pecado. Os humanistas dos séculos 15 e 16 consideravam a natureza um terreno baldio a ser dominado e cultivado. Picco Della Mirandola, por exemplo, tratava os pés humanos como a parte mais vil do corpo por estar em contato com a terra. Petrarca não via nada de importante fora do homem.
Já no século 17, o humanismo se transforma em antropocentrismo, notadamente com a figura de Descartes e de La Méttrie. O próprio iluminismo, que tanto se maravilhava com a natureza, não hesita tambem em defender o seu conhecimento para melhor explorá-la em favor do homem. E assim esta concepção se consolida nos séculos 19 e 20, com liberais e socialistas de todos os matizes, para só mostrar os primeiros sinais de exaustão na segunda metade do século 20 e no início do século 21, que assistem ao desabrochar de uma nova razão, esta complexa.
A outra vertente é representada por São Francisco de Assis, Mestre Eckhart, o já mencionado Montaigne, Espinosa, Pascal, o nosso apreciado Burns, Henry David Thoreau (nos EUA), Tolstoi, Alberto Torres, Claude Lévi-Strauss e alguns outros que são valorizados agora pela defesa veemente que fizeram em respeito à natureza não-humana.
Voltemos à Escócia de Burns. Esta parte do Reino Unido, que zela com denodo e altivez por sua diferença cultural em relação à Inglaterra e ao País de Gales, viu nascer Adam Smith, considerado o fundador da teoria econômica do capitalismo, e James Watt, aperfeiçador da máquina a vapor que iria deflagrar a Revolução Industrial no último quartel do século 18, origem material da crise ambiental da atualidade. Também na Escócia as duas vertentes ocidentais relativas à natureza se manifestaram. E Burns parece ser uma figura isolada neste contexto. Obrigado por evocar meu nome em seu artigo, eu, um ínfimo pensador, prosador e poeta perdido num recanto esquecido do mundo.
Um abraço do
Soffiati