Escolhida pré-candidata governista à Prefeitura de Quissamã a partir de uma pesquisa de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS), feita em julho deste ano (e divulgada parcialmente aqui), a vereadora petista Fátima Pacheco, além do prefeito Armando Carneiro (PSC), também contará na disputa de 2012 com apoio federal do seu PT (e da presidente Dilma Rousseff) e do PMDB do governador Sérgio Cabral. Para que esta última legenda de fato a apóie em âmbito local, a vereadora claramente se esforça para tentar curar as feridas do secretário de Educação quissamaense, o ex-preito Arnaldo Matoso, que pertence ao partido de Cabral e foi preterido na escolha de Armando, por conta dos índices de rejeição da pesquisa. Embora sem os percentuais revelados, quem a liderou na espontânea e na estimulada foi outro ex-prefeito, hoje pré-candidato da oposição, Octávio Carneiro (PP), de quem Fátima foi secretária de Ação Social no passado e trabalha no presente para construir um futuro de discordância respeitosa. O mesmo cuidado a governista não demonstra com o outro pré-candidato oposicionista, o vereador Juninho Selem (PR), apoiado pelo deputado federal Antohny Garotinho e contra quem Fátima conquistou uma importante vitória prévia, a partir de decisão jucicial, pelo controle da mesa diretora da Câmara.
Folha da Manhã – Na pesquisa do IBPS que a definiu como pré-candidata governista à Prefeitura de Quissamã, feita nos dias 18 e 19 de julho, seu concorrente interno, o secretário de Educação Arnaldo Matoso (PMDB), ficou à sua frente na consulta espontânea (14% contra 13,2%). Você, no entanto, teve melhor desempenho na estimulada (20,8% contra 18,2%), além de uma rejeição bem menor (16,1%, contra os 26,2% de Arnaldo). O cruzamento dos índices não aponta, no entanto, para o equilíbrio entre você e ele?
Fátima Pacheco – O grupo político do qual faço parte e que tem o prefeito Armando como líder se orgulha de possuir bons nomes capazes de vencer as eleições. O secretário Arnaldo Mattoso, meu amigo de longa data, é um desses nomes de relevância eleitoral e política. No entanto, ainda que tenha havido relativo equilíbrio entre os postulantes, sabemos que uma eleição muitas vezes é definida pelos detalhes e identificamos que o meu nome possui indicadores mais favoráveis para vencer essa disputa. O que importa considerar, no entanto, é que estamos consolidando uma pré-candidatura desenhada a partir de uma consulta popular, na qual 39% dos entrevistados (soma de Fátima e Arnaldo na estimulada) se identificaram com os nomes relacionados ao grupo que governa a cidade, o que é extraordinário. Além disso, essa escolha passou por um amplo entendimento partidário, onde o PT e o PMDB, que são os maiores partidos do Brasil, firmaram o compromisso de respeitar o resultado e manter a unidade. Temos hoje 14 partidos convergindo para essa aliança, além de dois terços dos vereadores e da maioria das lideranças religiosas e comunitárias.
Folha – O prefeito de Quissamã, Armando Carneiro (PSC), disse que foi sua menor rejeição que definiu sua pré-candidata como a de maior potencial de crescimento. Concorda com essa análise?
Fátima – Uma pesquisa de opinião mede muitos indicadores e, certamente, a rejeição é um deles. O mais importante para mim, porém, é saber que mais de um quinto da população aprova a minha trajetória e confia no meu trabalho como credencial para ocupar novos espaços. Sempre procurei fazer o melhor e sinto que os quissamaenses aprovam o meu trabalho de assistente social e vereadora. Quando fui secretária municipal, pude implantar a maioria dos programas sociais que fazem de Quissamã uma referência na aplicação dos recursos dos royalties, como os programas de transferência de renda e habitação popular para as famílias em vulnerabilidade social. Também criei os programas de erradicação do trabalho juvenil e de atendimento ao idoso, através dos quais os adolescentes e idosos foram retirados de condições degradantes de trabalho e inseridos na rede de serviços públicos. Como vereadora, apresentei centenas de projetos em benefício da população.
Folha – Até que ponto a análise com que Armando justificou sua escolha, exposta na pergunta acima, se reforça pelo fato de Octávio Carneiro (PP), embora sem os percentuais revelados, ter ficado à frente de você e Arnaldo, na espontânea e na estimulada da mesma pesquisa? Sabe de quanto é esta diferença favorável a Octávio? Como tem trabalhado para tirá-la até outubro de 2012?
Fátima – Todos nós temos imenso respeito por Octávio Carneiro, que foi um bom prefeito para a sua época. Tendo sido prefeito três vezes, é natural que apareça bem nas pesquisas. Todavia, mesmo com sua popularidade e carisma, Octávio ficou em segundo lugar nas últimas eleições e teve os seus votos anulados por um problema judicial que não sabemos se já está resolvido. Acredito que a população quissamaense esteja buscando um modelo de gestão mais dinâmico e descentralizado, onde o governante tenha condições de defender a cidade em todos os níveis de governo, seja no Rio de Janeiro ou em Brasília, nos parlamentos ou nas sedes de governo, o que requer disposição e capacidade de articulação. Ademais, temos o desafio da defesa dos royalties e do Complexo de Barra do Furado, que exigem que o próximo prefeito reúna conhecimento técnico, força política e capacidade de articulação, inclusive com os setores empresariais. Sem desmerecer ninguém, vamos apresentar as nossas qualidades pessoais e as virtudes do imenso grupo político que nos apoia.
Folha – Você participou do governo de Octávio como secretária de Ação Social e apoiou sua reeleição. Qual o discurso pretende adotar para enfrentar quem estimulou sua entrada na vida pública?
Fátima – Respeito e estimo o ex-prefeito, com o qual sempre tive boa convivência por ter sido uma profissional que correspondeu à confiança do cargo. Mas vou me dedicar a apresentar o nosso projeto e o nosso grupo para que a população possa comparar e escolher. Junto aos partidos que nos acompanham, vamos convidar a população a elaborar um plano de governo que reflita os seus anseios e necessidades. Somos um município organizado, que se desenvolveu a partir da contribuição de todos os quissamaenses, inclusive do ex-prefeito. Mas também somos uma cidade que quer olhar o futuro, pois está na hora de falar de projetos, pensando no século 21. E, nesse ponto, estamos preparados para apresentar boas propostas e oferecer um programa que acelere o desenvolvimento de Quissamã, com uma rede de serviços mais dinâmica, geração de empregos e lazer para a juventude.
Folha – Independente dos seus resultados, não acha que uma pesquisa feita há 15 meses do pleito não foi precoce demais para definir o pré-candidato governista?
Fátima – O nosso grupo político, que reúne a maioria dos partidos e das principais lideranças do município, concordou com o formato proposto, que demonstra a sensibilidade política e o espírito público de nosso prefeito, e aceitou o seu resultado.
Folha – Na reunião que definiu seu nome, além de Armando, participaram também o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o ministro da Pesca, Luiz Sérgio (PT). Pelo fato do primeiro ser prefeito, e os dois últimos representantes do primeiro escalão, respectivamente, dos governos estadual e federal, isso endossa o apoio dos três níveis executivos à sua pré-candidatura?
Fátima – Temos absoluta certeza de que o formato que o prefeito Armando escolheu para disputar a eleição nos permitiu agrupar forças políticas em todas as esferas. Todavia, mais importante do que o apoio da presidente Dilma, do governador Sérgio Cabral ou mesmo do prefeito Armando é termos consolidado a unidade na base de sustentação ao governo municipal. Sou muito grata a cada personalidade política que tem buscado entendimento conosco e, principalmente, a cada cidadão ou cidadã que nos abraça na rua com palavras de incentivo. Porque não queremos uma pré-candidatura de governos, mas um movimento de pessoas identificadas com a proposta de que é possível seguir mudando, reciclando ideias e reformulando algumas práticas.
Folha – E as versões que dão conta de que não foi a pesquisa, nem Pezão, nem Luiz Sérgio, nem o próprio Armando que determinaram sua escolha, mas a opção pessoal da primeira dama e secretária de Saúde de Quissamã, Alexandra Moreira?
Fátima – Essa versão foi disseminada por pessoas que desejam desqualificar um processo legítimo e democrático.
Folha – Embora tenha demonstrado publicamente conformismo com a definição, não é segredo que Arnaldo saiu insatisfeito com os critérios e o tempo que a definiram. Como tem trabalhado para cicatrizar as feridas de quem foi preterido?
Fátima – Arnaldo é um político experiente e um homem de palavra. As regras foram aceitas por todo o grupo político e nós dois aceitamos o resultado. Tanto Arnaldo quanto eu fazemos da vida pública uma arena de realizações coletivas e não de projetos pessoais. A minha relação com Arnaldo está melhor agora do que antes.
Folha – No mesmo dia em que Armando revelou alguns números da pesquisa, Arnaldo garantiu aqui que não seria candidato a vice, nem a vereador. Isso não foi uma maneira sutil de externar que ele não irá trabalhar pela sua eleição?
Fátima – Essa pergunta já foi respondida pelo próprio Arnaldo em outras oportunidades, quando declarou publicamente total compromisso com o projeto de sucessão apresentado pelo prefeito Armando. Com sua experiência, tem ajudado os diversos partidos na formação das nominatas que disputarão a Câmara e tem colaborado nos contatos com diversas lideranças municipais. Arnaldo tem sido um parceiro elegante nas palavras e generoso na convivência. Ele sabe de sua importância e também a de seu partido, o PMDB. Ademais, tem feito um excelente trabalho na secretaria de Educação, conduzindo uma equipe comprometida e qualificada na obtenção de excelentes resultados pedagógicos e de gestão.
Folha – Caso Arnaldo volte atrás, estaria aberta a compor chapa com ele? Deseja ou tem atuado neste sentido?
Fátima – Como já foi dito, participamos de um processo transparente, de regras claras. Eu e Arnaldo vamos continuar trabalhando juntos.
Folha – Antes de disputar a Prefeitura, seu grupo político teve êxito no embate jurídico que definiu a mesa diretora da Câmara, agora composta apenas de governistas: Marcinho Pessanha (PSD) na presidência, Chiquinho Arué (PHS) na vice, você mantida na primeira secretaria e Luiz Carlos Fonseca Lopes (PSC) como segundo secretário. Essa unidade será mantida na sua campanha à Prefeitura, uma vez que Arué apoiava a pré-candidatura de Arnaldo?
Fátima – Todo o grupo político do prefeito Armando está comprometido com o processo. Recentemente, reunimos centenas de pessoas, dentre os quais seis vereadores e representantes de 14 partidos, para reafirmar esse compromisso.
Folha – Até que ponto a decisão jurídica na Câmara, favorável à realização da eleição que deu a mesa diretora ao governo, enfraqueceu as pretensões do vereador Juninho Selem (PR), pré-candidato a prefeito que conta com o apoio do deputado federal Anthony Garotinho?
Fátima – Quissamã e região assistiram com tristeza a esse golpe que tomou a mesa diretora e paralisou a cidade por quase um ano. Existem aqueles que apostam no “quanto pior, melhor”, mas eu acredito no “quanto melhor, melhor”. Por isso, não me detenho em agendas negativas, não falo mal de meus adversários e procuro fazer de meu mandato um celeiro de realizações. Como trabalho em inúmeros projetos e estou cercada de pessoas qualificadas e bem intencionadas, tenho boas notícias para contar e não perco o meu tempo desejando o mal, planejando formas de tomar o poder à força ou propagando desgraças.
Folha – Ainda em relação à Câmara, no ano passado, quando o prefeito Armando Carneiro enviou a proposta orçamentária para 2011, com possibilidade de suplementar até 30% sem autorização do Legislativo, você foi contra e propôs teto de 3%. Este ano, já pré-candidata à Prefeitura, você foi favorável aos 30%. O que mudou, de fato, neste período?
Fátima – A constatação de que a experiência não foi positiva, pois tivemos que apreciar vários projetos de remanejamento de verbas ao longo do ano, sob pena de prejudicar o município.
Folha – Em relação à partilha dos royalties aprovada no Senado, enquanto vereadora e candidata a prefeita de um município produtor, mas também petista, como vê a atuação da presidente Dilma, criticada por aliados importantes como o governador Sérgio Cabral (PMDB) e até dentro do mesmo partido, como é o caso do senador Lidenbergh Farias, a quem você é ligada?
Fátima – Como quissamaense, não posso concordar com nenhuma medida que altere a legislação dos royalties, sobretudo em relação ao pós-sal e contratos em andamento. E tenho duas fortes razões para isso. Primeiro, porque Quissamã é uma cidade na qual os royalties são transformados em qualidade de vida, com uma completa rede de assistência social, educação e saúde. Segundo, porque sempre atuei em defesa dos royalties: desde 2004, venho mobilizando outros vereadores e desenvolvendo inúmeras ações com esse objetivo. Visitamos câmaras municipais, a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados, articulando aliados e dando força ao movimento. Estivemos com prefeitos, secretários de Estado, deputados, senadores e ministros, defendendo Quissamã e o estado do Rio de Janeiro. Chamamos a atenção para um problema que parecia distante e que hoje nos toma como uma dura realidade.
Folha – Pretende engrossar o ato público, no Rio, contra a partilha, que o governador e o senador marcaram para o próximo dia 10? Em sua visão, Armando errou ao não integrar iniciativa semelhante, que a prefeita Rosinha e Garotinho promoveram, também no Rio, no último dia 17? Por quê?
Fátima – Na minha avaliação, o nosso prefeito acertou, pois aquele era um momento mais apropriado ao diálogo e à negociação. Esgotada essa etapa, estamos prontos para apoiar as manifestações que ajudem a impedir este ato de covardia contra estados e municípios produtores, sem a partidarização da causa.
Folha – Programada para daqui a 18 meses, a entrada em operação do Complexo Logístico de Barra do Furado será na próxima administração. Caso se eleja, como pretende trabalhar para que as consequências econômicas do investimento sejam otimizadas e seus inevitáveis impactos sociais negativos sejam atenuados?
Fátima – Na verdade, sob minha indicação, já existe um estudo de impacto social sendo implementado no Complexo de Barra do Furado, no qual estão previstos os investimentos sociais necessários ao desenvolvimento da localidade. Esse estudo foi realizado pela UFF, sob a coordenação do professor José Luiz Viana, que foi meu professor no mestrado de Planejamento Regional e Gestão de Cidades. Desde o primeiro momento, atuei ativamente para a liberação das licenças que tornaram possível o empreendimento. Agora, em 2011, levei a Barra do Furado o secretário estadual de Pesca Felipe Peixoto e o ministro da Pesca Luiz Sérgio para discutirmos diretamente com os pescadores as suas necessidades. Estamos trabalhando para que o entreposto pesqueiro seja uma realidade consumada com recursos privados oriundos da contrapartida ambiental das empresas. Acredito em Barra do Furado como a porta de entrada para a qualificação e o emprego e a porta de saída para a dependência dos royalties. Eu sou do time que está trabalhando ao lado de homens e mulheres de bem que desejam o melhor para Quissamã.
Fátima é sem dúvida o melhor nome para Quissamã.Estamos juntos!!!! Brito Carapebus.
Quissama tem tudo para continuar um município modelo no Brasil. Fátima será uma ótima prefeita. Vitoria em 2012 com certeza!!
Triste será a situação de Campos, nao existe candidato com nome do bem para disputar, só aquela classe abominável de políticos que depauperam o município impiedosamente.
Triste fim de um rico município com seus alcaides podres!!!
Asdrubal, triste mesmo será o fim da Prefeita Carla Machado em s. j. da barra com os candidatos dela… huahuahua pq se ela for um pouco inteligente kkk” q não é bom dela e da parte do grupo politico “dela”huahua…quanto ao municÌpio de Quissamã, estara muito bem entregue nas mãos do eterno prefeito OCTAVIO CARNEIRO!!!!