Embora, por óbvio, ressalte que seu objetivo é primeiro se eleger vereador, o pré-candidato ao cargo, atual secretário de Comunicação de Rosinha e presidente municipal do PT do B, Mauro Silva, destaca que a capacidade de agregar e harmonizar é fundamental para quem, na nova Legislatura, quiser ocupar sua presidência. Características pelas quais se tornou conhecido e bem quisto até pelos opositores mais ferrenhos do grupo político de Anthony Garotinho (PR), que integra há mais de 20 anos, ele não foge a elas ao apostar que a reconciliação entre o deputado federal e seu irmão, Nelson Nahim (PRB), é uma questão de tempo. Todavia, em relação aos vereadores de oposição, Mauro não deixa de alfinetar, identificando a falta de elementos propositivos numa postura política que considera exclusivamente crítica. Dos bastidores à linha de frente, ele não se mostra acrítico em relação a Garotinho, em quem, no entanto, indentifica “muito mais acertos do que erros”. A mesma parcial independência demonstra em relação aos 80% de aprovação de Rosinha, creditando-os ao que o governo faz, mas também ao que se sabe que ele faz.
Folha da Manhã – Embora esteja há muito tempo no primeiro escalão do grupo de Garotinho, você sempre evitou atuar diretamente na política partidária, até assumir a presidência do PT do B em Campos. Por que, só agora, exceder a atuação dos bastidores à linha de frente?
Mauro Silva – A vida é feita de desafios. Aceitei ao convite de assumir a presidência do PT do B porque sei que posso contribuir de uma nova forma com o grupo político que acompanho há mais de 20 anos. Quero ajudar com novas idéias e o governo da Rosinha me estimulou a isso. Um governo que trouxe para Campos mais emprego, mais saúde, mais educação, obras em todo o município e que planeja a cidade para o futuro. Hoje a auto-estima da população está muito melhor e tudo isso me estimula a esse novo desafio.
Folha – Até que ponto sua entrada no PT do B teve o papel de tentar anular a atuação do vereador Marcos Bacellar. Como foi a relação entre vocês, até que ele migrasse ao PDT? Há a possibilidade do suplente, Guilherme Negão, requerer o mandato na Justiça?
Mauro – A minha entrada no PT do B não tem qualquer relação com o vereador Marcos Bacellar. O partido já tinha se aliado com o PR nas eleições de 2010, onde indicou os dois candidatos ao Senado na chapa com o Fernando Peregrino ao governo do estado. Entrei no PT do B porque o partido se propôs a caminhar com o Garotinho e apoiar o governo da Rosinha. Desde o início tive diálogo franco e aberto com todos os colegas do partido, inclusive com o Bacellar. Como presidente do partido, eu liberei o Marcos Bacellar. Não sei se o Guilherme Negão pensa em requerer o mandato na Justiça, mas posso afirmar que em momento algum se discutiu isso no partido.
Folha – Como vai ficar o PT do B na eleição proporcional? Vocês vão se coligar com alguém?
Mauro – Em princípio não há essa perspectiva de se coligar com outro partido. Formamos uma chapa muito equilibrada, onde temos apenas um vereador de mandato, que é o Jorginho Pé no Chão, e os outros concorrem no mesmo patamar. Agora, tudo vai depender da conjuntura, já que o partido é um dos 14 que integram o movimento “Campos de Todos Nós”. Se houver necessidade, estamos prontos para o diálogo.
Folha – Além de você, dos também secretários Cecília Ribeiro Gomes (Trabalho e Renda) e Eduardo Crespo (Agricultura) e do vereador Jor-ginho Pé no Chão, o partido conta com algum outro puxador de voto? Quantos vereadores o partido pretende eleger?
Mauro – Sim, o Chico da Rádio, por exemplo, fez mais de 3,5 mil votos nas últimas eleições. O próprio Guilherme Negão fez mais de dois mil votos. E com a renovação do partido, temos nomes novos, de vários segmentos da sociedade, com novas propostas para ajudar Campos a crescer ainda mais, e que vão ser testados com perspectiva de muitos votos. Eu prefiro não citá-los para não cometer injustiça com o conjunto de companheiros que compõe a nossa nomina-ta. Pelos nossos cálculos, devemos eleger dois vereadores e, eu acho, Aluysio, que até três, dependendo dos votos válidos e da legenda.
Folha – Presidente municipal do PR, Wladimir já declarou enxergar a possibilidade dos governistas conquistarem todas as 25 cadeiras da nova Câmara, o que gerou forte reação da oposição. E você, chega a ser tão otimista?
Mauro – Em 2008 nós iniciamos um grande processo de transformação política com a eleição da Rosinha. Agora, podemos fazer o mesmo com a Câmara Municipal, já que teremos vários colegas secretários, além de outros bons nomes que surgem com a proposta de estar contribuindo com o desenvolvimento do município. O aumento do número de cadeiras pode trazer uma renovação ainda maior. Respeito a opinião do Wladimir, mas não sei se faremos as 25 cadeiras, mas podemos chegar perto, sabe, Aluysio. Temos o maior número de candidatos, os partidos mais fortes, uma militância aguerrida e o governo da Rosinha que tem 80% de aprovação popular e é daí que vem a nossa maior força.
Folha – Independente de quantas cadeiras os governistas irão fazer, se as perspectivas de maioria realmente se cumprirem, você é um dos nomes do grupo que, se eleito, é apontado entre os favoritos para ser o próximo presidente da Câmara. Trabalho com esse planejamento? Para que ele se cumpra, seria necessário ser também o vereador mais votado do seu partido?
Mauro – (Risos) Aluysio, eu preciso primeiro ser eleito. Você sabe que eleição de vereador é a mais difícil de todas. Todo mundo tem um amigo, um parente, que é candidato (risos). Estou otimista e muito disposto a trabalhar. Conto com o apoio do Garotinho e da Rosinha que me confiaram essa missão. A eleição da mesa vai ser discutida em outro momento. O que posso afirmar é que esses 20 anos com o nosso grupo foi um grande aprendizado. Sempre me colocarei à disposição para o que for melhor para a nossa cidade. E digo mais, Aluysio, nem sempre o mais votado é o escolhido para presidir a Câmara, mas o que tem mais habilidade em agregar e harmonizar o Legislativo.
Folha – Mesmo entre os opositores mais aguerridos de Garotinho, você sempre foi considerado um canal aberto ao diálogo. Acredita que es-sa característica, presente também no vereador Nelson Nahim (PRB), reforçaria sua condição para sucedê-lo na presidência da Câmara?
Mauro – Aluysio, já disse que preciso vencer as eleições primeiro (risos). Mas na política, como na vida, é mais importante ouvir do que falar. Isso facilita o diálogo. Eu gosto de ouvir as pessoas, suas posições, e de argumentar, deixar as coisas claras. A experiência nos mostra que o ruído é o avesso da comunicação. Isso tudo ajuda no processo político, seja ele qual for. Eu sou candidato a vereador não para suceder Nelson Nahim, mas para dar início a um novo momento da minha trajetória política, como você mesmo disse, agora no front, e acumular mais experiência para galgar novos patamares. Para quem me conhece, sabe que meus sonhos vão além de uma cadeira na Câmara Municipal de Campos. Tenho a certeza de que posso contribuir ainda mais para o futuro de nosso município.
Folha – Dentro do mesmo raciocínio, julga ser importante dialogar com a oposição? Como enxerga hoje o papel que ela exerce na Câmara, com os vereadores Nahim, Bacellar, Ilsan Viana (PDT), Odisséia Carvalho (PT) e Rogério Matoso (PPS)?
Mauro – Eu acho que a crítica é saudável desde que seja construtiva. Vejo os vereadores de oposição criticar, mas o que eles propõem para o município? A oposição poderia melhorar o nível da discussão. Eu defendo, como a prefeita Rosinha, que Campos precisa de todos nós, de todos que tenham contribuições para dar a este momento tão importante de nossa história. Com proposições construtivas, que não sejam presas apenas a posturas políticas ou partidárias. Mas que se somem ao esforço de todos por uma Campos que hoje é referência na geração de empregos e de renda, na atenção básica à saúde, no volume de investimentos municipais em in-fraestrutura, na ampliação da rede de proteção social.
Folha – Por falar em Nahim na oposição a Garotinho, como avalia o processo que levou à ruptura entre os dois irmãos? Em sua opinião, é algo incontornável?
Mauro – Acho mais adequado que os dois falem sobre isso, é uma questão familiar. São irmãos, são políticos experientes e nesta condição tão particular tenho certeza de que eles estão mais próximos do que desejam seus adversários. Vejo que é uma questão de tempo, e torço e acredito que eles voltem a caminhar numa mesma direção.
Folha – Inicialmente proposto para dezembro, o prazo para os secretários candidatos deixarem seus cargos ficou para março. Já tem planejado a Comunicação Social após sua saída?
Mauro – Sim, a prefeita Rosinha, preocupada com a estabilidade e a continuidade das ações de governo, num gesto de gentileza, pediu a todos os secretários que indicassem os seus sucessores. Aí, partir desse momento, ela vai decidir se aceita ou não a indicação. Na secretaria de Comunicação o cenário hoje é muito tranqüilo e eu já indiquei o nome de minha confiança, que vai dar seqüência a tudo que está planejado em nosso programa de governo.
Folha – Líder governista, o vereador Jorge Magal já fez alguns alertas (aqui) contra qualquer eventual uso da máquina pelos secretários candidatos. Como encara essas declarações? Há alguma tensão entre os vereadores governistas em busca de reeleição e aqueles que deixarão o governo para tentarem se eleger?
Mauro – Os vereadores de mandato e todos os secretários se relacionam muito bem, independente de serem candidatos ou não. Até entendo a posição de Magal, mas acho que ele não precisa se preocupar. Cada secretário é responsável por seus atos e a prefeita Rosinha já deixou muito claro que vai punir qualquer um que cometer essa irregularidade.
Folha – Enquanto ainda secretário, qual sua avaliação das relações entre o grupo político de Garotinho e os meios de comunicação, sobretudo depois que a acusação do seu uso indevido já gerou a prefeita Rosinha duas cassações?
Mauro – A relação de Garotinho com os veículos de comunicação, com a mídia local, sempre foi muito boa, até porque ele é um profissional de comunicação, tanto ele como a Rosinha. E acho que essa foi uma injustiça, uma dose exagerada em um momento inoportuno, porque a Rosinha concedeu apenas uma entrevista de rádio quando nem era candidata a prefeita.
Folha – Analisando o grupo de Garotinho, as relações entre situação e oposição, embora quase sempre extremadas, parecem meio confusas, no sentido de que o aliado de hoje muitas vezes se torna o opositor de amanhã, e vice-versa, alguns a se perder de conta nessas idas e vindas. Até por ter sido um dos poucos que nunca mudou de lado, como enxerga essa aparente bipolaridade? Qual seria a causa desse processo?
Mauro – O Garotinho construiu seu próprio caminho e liderou a formação de seu grupo político. Quem foi lançado ou se juntou ao nosso grupo, nunca foi enganado, conhecia o estilo transparente e franco de Garotinho exercer sua liderança política. Muitos deixaram o grupo, depois reviram suas posições e voltaram. E o Garotinho não faz política olhando pelo retrovisor, ele tem a capacidade de perdoar. Todas as pessoas erram e acertam, mas no caso de Garotinho, ele tem muito mais acertos do que erros. Garotinho é uma referência nacional e tenho certeza de que ainda vai entrar para a história como um dos maiores políticos deste país.
Folha – Um desses ex-aliados, ex-desafetos e novamente aliados, o ex-prefeito Alexandre Mocaiber declarou ter feito um bom governo, só que mal divulgado. Em relação a Rosinha, Wladimir já se queixou que a população não teria conhecimento de todas as realizações administrativas da mãe. Que avaliação faz do seu trabalho na Comunicação e como ele o credenciaria a buscar uma vaga na Câmara?
Mauro – (Risos) Olha, Aluysio, você conhece bem isso, de futebol e comunicação todo mundo acha que entende e quer dar um pitaco. O governo da Rosinha fez muito e faz muito, e é difícil mesmo divulgar e mostrar tudo o que ela está fazendo, de tanta coisa boa que ela realiza. Mas, o que eu posso afirmar é que se hoje ela tem 80% de aprovação do povo, não é só pelo que ela fez, mas foi também pelo que o povo e as pessoas tomaram conhecimento do que ela fez. Isso mostra que a comunicação e a política de governo estão no caminho certo. Ninguém tem 80% de aprovação por gravidade, por inércia. É porque a informação chegou à ponta, as pessoas avaliaram e concordaram que o que ela está fazendo é muito bom.
tem gente que pensa que politica se faz com dimdim. se fosse assim,pudim levava maionese.
O Mauro Silva é disparado hoje o melhor nome na disputa à câmara municipal de Campos, com capacidade enorme para ser o presidente da câmara.Homem de caráter irrevogável,falo isso porque o conheço a muito tempo tive o privilégio de estudar com ele, e como secretário e braço direito do Garotinho e da Rosinha, sempre exerceu com muita competência e discrição. Quero parabenizá-lo por esta entrevista,foram muito bem colocadas as suas respostas.Isso mostra o seu bom senso e serenidade.
Excelente Entrevista Aluysio!Parabéns! O Srº Mauro Silva é uma ótima pessoa e um grande profissional. O trabalho que desenvolve a frente da Secretaria de Comunicação é notável e perceptível aos campistas. Os quais conhecem quase na totalidade tudo que a Prefeita Rosinha realiza no seu governo. Sabe diferenciar a política do pessoal. Reconhece acertos e erros das pessoas, independentemente de quem sejam elas, aliados ou adversários políticos. A correção e o caráter, acredito serem duas de suas grandes virtudes. A capacidade de agregar, dialogar, conviver bem, aliadas às suas virtudes, acredito serem fatores que o credenciam a galgar objetivos maiores políticos in front ou no backstage. Campos, nosso estado/RJ e nosso País, precisa muito de pessoas como ele, para que tenhamos uma forma de viver melhor e mais pacífica, na qual TODOS sejam beneficiados com políticas sérias e de desenvolvimento, propiciando uma melhor qualidade de vida para cada cidadão campista, fluminense e brasileiro. Acredito e torço para que ele consiga atingir seus objetivos e que trabalhe ainda mais pelo cidadão campista que tanto merece.
Sucesso!
Hum, está parecendo entrevista combinada. Folha da Manhã por acaso virou extensão da Rádio O Diário?
80% de aprovação que ridículo, onde tem isso?
Só mesmo no Instituto Precisão que recebe da Prefeitura para entregar pesquisas fajutas. Olha a propaganda subliminar aí gente!
Se fosse um Datafolha ou Ibope seria crível.
Melhor colocar a dita “entrevista” como espaço publicitário pois seria menos vergonhoso!
A Folha da Manhã está brincando com a inteligência de seus leitores “morde para depois assoprar” pensa
que ninguém percebe?
Secretário de Comunicação = Verbas = Candidatura a Vereador = Poder
Quero ver se tem coragem para publicar na íntegral!
MAURO SILVA SE MOSTROU BEM TRANQUILO.
COM O APOIO DE ROSINHA E GAROTINHO ELE SERÁ O NOVO PRESIDENTE DA CAMARA.
So pode ser uma piada…. esse (trecho excluído pela moderação) de primeira, um nada realmente dando entrevista paga !!
E esse jornal ainda fazendo essa imprensa marron… que (trecho excluído pela moderação) !!!
POR ISSO ESSA CIDADE E ESSA BOSTA… OS COMANDANTES SAO ESSES… GAROTINHO, AGORA UM TAL DE MAURO SILVA COM APOIO DESSE JORNAL !!
(Trecho excluído pela moderação)
Vai continuar (trecho excluído pela moderação) seguido de perseguição .
Você é um cara do bem!
qual o interesse dele além do salario????….
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e isso ai estamos junto nessarodrigo me falou sobre voce eestamos ai para o que der e vir
Caro Antonio Rangel,
Como comentarista assíduo do blog, notadamente na imensa maioria dos seus posts avessos aos interesses da administração municipal, vc deveria saber qual é a linha editorial que orienta este espaço. Afinal, não é preciso nem preciso muita coragem para se chegar à óbvia e gratuita equação: “morde e assopra” – comentarista que só “assopra” quando o blogueiro “morde” = equilíbrio.
Abraço e grato pela colaboração!
Aluysio
Caro Jose,
Dado o linguajar rasteiro empregado em seu comentário, demandando bastante edição para torná-lo publicável, o blogueiro prefere deixar a resposta apenas na conta das perguntas feitas na entrevista. Sinceramente, acredito que estas bastem para quem sabe ler, assim como escrever com um pouco mais de nível.
Abraço e grato pela colaboração!
Aluysio