Artigo do domingo — O papel de sua excelência, o eleitor

 

Sua excelência, o eleitor

 

 

Por Fernando Leite (*)

 

Homens e mulheres de bem deste município, o que se configura é um cenário eleitoral beligerante, como nunca visto, em Campos. Mais radical e mais violento que o pleito de 2004, o ano que nunca acabou. Os discursos são raivosos e há uma tentativa de cingir a cidade entre pobres e ricos, justamente para amedrontar a classe média, que diante do quadro de agressões verbais e da despudorada e criminosa compra de votos, optaria pela segurança de sua casa e deixaria o campo livre para os manjados impostores, àqueles que batem a nossa carteira e gritam “pega ladrão”.

A intenção deliberada de desarrumar o pleito guarda o condão de manter na arena da disputa política, apenas, os inciados e os de sempre, àqueles que têm interesses inconfessáveis. Os que, de alguma maneira, têm vínculos com o mundo político. O plano, no entanto, esbarra no alvorecer de um tempo novo no Brasil, que acabou de passar por um impeachment de sua presidente e assiste, estupefato, a jornada cívica da Operação Lava Jato que levou para a cadeia, politicos de tradição quatrocentona, capitães da indústria e os sobrenomes mais influentes do grand monde.

Por isso, há a esperança que não passarão! A sociedade de Campos não se deixará enganar com argumentos tão toscos, com mentiras tão mal contadas, com a arrogância dos que se acham acima das leis e que estão dispostos a dar um braço, se necessário, para não perder a eleição. Esse tempo é pretérito. “O tempo passou na janela, e só Carolina não viu”, como diria o velho Chico.

O mais surpreendente é que a safra de candidatos a prefeito do município é uma das melhores dos últimos tempos. Homens honrados, com históricos respeitáveis e prontos, creio, para uma tarefa hercúlea. Longe, muito longe de disputarem o Nirvana, os candidatos competem para ver quem assumirá o controle de um boeing em chamas. A gestão futura exigirá sangue de cirurgião e destreza de espadachim. O município que espera pelo próximo gestor, está com o orçamento espremido e com uma demanda larga e caudalosa.

Será necessário cortar fundo na carne, adequar projetos diversos, equilibrar o custeio crescente e pagar os controvertidos empréstimos. Seja quem for o ungido pelas urnas. Quem emergir da batalha do voto não terá tempo a perder. Antes mesmo da posse pesará sobre seus ombros o destino de um município de história robusta e finanças em decadência, com a curva descendente da receita dos royalties do petróleo. O novo prefeito, mesmo que queira, não conseguirá governar do palanque, prática comum nos ultimos 8 anos. O tempo é outro.

Quanto aos eleitores, senhores do processo eleitoral, protagonistas da história, cabe assumir seu papel. Não é hora de covardia. Não é hora de omissão — dizem que há no inferno uma caldeira mais quente que as outras, para os omissos — chegou a hora dos eleitores tomarem o processo na mão e fazerem valer sua soberana vontade. Não se pode permitir que qualquer projeto personalista interfira no rito de escolha daquele que será o fiel depositário da confiança da população.

Campos dos Goytacazes espera isso de nós!

 

(*) Jornalista, poeta e blogueiro

 

Publicado hoje (25) na Folha da Manhã

 

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Este post tem 7 comentários

  1. Lucia

    Não sou conhecedora dos assuntos Bíblicos. Todavia, seu artigo me fez lembrar de uma narrativa do Livro Apocalipse “Carta à igreja em Laodiceia” 3.16 – Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;
    Estamos em um momento histórico de grandes mudanças pelo mundo a fora.E, Campos dos Goytacazes, por razões obvias não atravessará esse período de transformações de paradigmas conceituais nos diversos setores da sociedade. Urge, que assumamos uma posição diante do que esta posto. O grave momento, não nos permite que sejamos omissos ou lenientes.

  2. Maria

    Para o bem geral de Campos,diga ao povo que voto!Voto para Chicão/Garotinhos cair.

  3. Isaías Santana

    CAMPOS precisa de nós!
    Se o jornal fosse imparcial está rivalidade não seria tão forte.

  4. Sandra Santos

    Vamos votar com fé .Quem se omite permite que o adversário ganhe .Faça a sua parte vote consciente .Nunca tivemos um naipe de candidatos tão bom.

  5. carlinhos j.carioca

    Acho que temos ter a certeza e convicção do nós realmente queremos,agora por a culpa em alguem pelo o que estamos passando,é ridículo.Acho que os órgãos de comunicação estão cumprindo o seu papel,sem quaisquer influencia sobre a escolha de cada um,claro que a Folha exprime a verdade,quanto ao Diário,todos sabemos…cada um que faça as suas escolhasEu tenho plena convicção do que quero,afinal,nasci,me criei ,formei familia e vivo aqui com os meus impostos todos em dia,portanto quero libertação para a minha cidade,e só!

  6. rose

    Por isso os candidatos tem a minha admiracao pois sabem que vao pegar uma laranja esprimida e mesmo assim estao querendo tirar do buraco isso e nobre por isso lhes dou o meu parabens,menos ao sr. dr. checao.

  7. RICARDO OLIVEIRA

    A CONTA É SIMPLES, E NÃO VI NENHUM CANDIDATO COMENTA-LA. A CONTA DA INCOMPETÊNCIA E DESVIO ATUAL É ESSA. R$ 1.500.000.000,00 (Hum bilhão e quintos milhões de Reais) que é o orçamento de Campos atual : 500.000 habitantes (segundo o IBGE) = R$ 3.000,00 por habitante´por ano que a prefeitura possuí para cuidar da cidade, significa dizer que uma família de 4 pessoas a prefeitura teria 4 X R$ 3.000,00 = R$ 12.000,00 ao ano. E se calcularmos por mês R$ 3.000,00 : 12 = R$ 250,00 por mês. A pergunta que faço a todos os eleitores deste Blog é o seguinte: Você acha que este R$ 3.000,00 por pessoa (quando digo isto levo em consideração até crianças) está tendo um bom retorno de qualidade de vida para toda cidade? E já parou para pensar que já tivemos orçamento anual de R$ 3 bilhões de Reais, ou seja R$ 6.000,00 anuais por cidadão Campista disponível no bolso da prefeitura para gastar na cidade. O que vemos sim, é este dinheiro ser usado indevidamente para beneficiar uma minoria com a finalidade puramente eleitoreira como o cheque cidadão, casa de graça e passagem a R$ 1. Enquanto a saúde, a educação e a valorização do servidor público ficam a margem disto tudo. O dinheiro é de todos e não só de alguns. Por isto VOTO para tentar MUDAR este estado de coisas. Campos custa muito “caro” para o bolso dos Campistas, está na hora de elegermos uma nova chapa para trocar o síndico e subsíndico deste prédio chamado “Vilar Campos dos Goytacazes”, além é claro de todo “conselho fiscal” que são os VEREADORES!!!!

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