
PSG confirma favoritismo
Na quarta (17), dia da final do Intercontinental entre Flamengo e Paris Saint-Germain, a coluna assumiu (confira aqui): “a seleção mundial do clube francês é favorita diante da seleção sul-americana da Gávea”. O PSG provou isso ao levar o título inédito na disputa de pênaltis. Mas o empate de 1 a 1 no tempo normal e prorrogação é a evidência do nível que o time de Filipe Luís atingiu.
Empate após golear Inter e Real
O PSG chegou à final do Intercontinental após golear a Inter de Milão por 5 a 0 na final da Champions da Europa, em 31 de maio. E goleou o espanhol Real Madrid por 4 a 0 na semifinal da Copa do Mundo de Clubes, em 9 de julho. Mas, na quarta, a despeito do gol do atacante georgiano Kvaratskhelia, em falha do goleiro Rossi, este não fez nenhuma defesa difícil.
“Sabe defender em qualquer forma”
Contra o tetracampeão da Libertadores, o PSG não teve o grande número de chances que criou para golear outros gigantes da Europa. O que revela a maior virtude do time de Filipe Luís na quarta: a defesa. Como reconheceu Luiz Enrique, técnico espanhol do clube francês, sobre seu adversário carioca: “Sabe defender em qualquer forma, pressionando alto ou linha baixa”.
Defesa desde o ataque
A grande atuação da linha defensiva do lateral-direito Varella, dos Léos Pereira e Ortiz na zaga e do lateral-esquerdo Alex Sandro refletiu o compromisso coletivo com o combate desde o ataque. Com Carrascal na esquerda, Bruno Henrique e Arrascaeta ao centro e, sobretudo, Plata na direita. Onde marcou o português Nuno Mendes, melhor lateral-esquerdo do mundo.
Pragmatismo das faltas
Entre defesa e ataque, Pulgar e Jorginho também se desdobraram no 1º tempo. No qual o PSG foi melhor e fez os dois volantes rubro-negros apelarem ao rodízio de faltas. O que não fariam sem a orientação de Filipe Luís, em pragmatismo tático para tentar dar o título ao Flamengo. Contra um time mais jovem, superior tecnicamente e que teve 60% de posse de bola.
Converteu pênalti e fez falta
Amarelados pelo excesso de faltas, Pulgar e Jorginho dariam lugar a De La Cruz e Saúl, que também tiveram excelentes atuações no 2º tempo. No qual o Flamengo foi melhor e empatou o jogo, ainda com Jorginho. Que converteu o pênalti sofrido por Arrascaeta, em uma cobrança perfeita que tanta falta faria depois.
Chances de fechar o jogo
Nos minutos finais do tempo normal, Plata e o centroavante Pedro, que também entrou no 2º tempo, tiveram chances de definir o jogo a favor do Flamengo. Como o zagueiro brasileiro Marquinhos, a favor do PSG, dentro da área rubro-negra. Na prorrogação, até pelo número inferior de jogos disputados na temporada, o time francês foi melhor.
Vitinha, Safonov e a cola
O volante português Vitinha, maestro do PSG, foi eleito o melhor jogador da final. Mas seu herói improvável foi o goleiro russo Safonov, que catou as cobranças de Saúl, Pedro, Léo Pereira e Luiz Araújo na disputa de pênaltis. Com a ajuda do auxiliar espanhol Borja Álvarez, preparador de goleiros do PSG, que passou ao seu a cola dos batedores do Flamengo.
O reconhecimento e a lição
A qualidade do futebol rubro-negro foi reconhecida pelos jornalistas esportivos do mundo, que aplaudiram Filipe Luís longamente antes da sua coletiva. O PSG tem um orçamento cinco vezes maior que o Flamengo. Mas essa diferença se encurtou num jogo igual. Que deixou como lição a diferença decisiva: time que perde quatro pênaltis na final não ganha nem torneio de várzea.
Publicado hoje na Folha da Manhã.