Não é novidade que a condução do julgamento de Bolsonaro (PL) no STF pelo ministro Alexandre de Moraes divide o Brasil. Essa divisão foi medida na pesquisa Quaest de agosto: 46% dos brasileiros são favoráveis ao impeachment de Moraes, que só pode se dar no Senado, com 43% contra. É um empate técnico na margem de erro de 2 pontos para mais ou menos.
Lei dos EUA sobre ministro do STF
Com números não tão próximos, a divisão também se dá sobre a aplicação da lei Magnitsky, criada nos EUA para sancionar financeiramente acusados de crimes contra direitos humanos em outros países, sobre Moraes. Para 49% dos brasileiros, a Magnitsky sobre o ministro do STF é injusta. Ela é justa a 39%, 10 pontos a menos, enquanto 12% não opinaram.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Em quatro partes, Quaest antes da AtlasIntel
Entre os quatro institutos de pesquisa do Brasil que mais acertaram (confira aqui) a votação de Lula e Bolsonaro no 2º turno presidencial de 2022, a Quaest ouviu 2.004 eleitores, entre 13 e 17 de agosto (antes da AtlasIntel). E divulgou sua consulta em quatro partes: aprovação de governo (confira aqui) no dia 20, eleitoral (confira aqui) no dia 21 e sobre Bolsonaro no STF (confira aqui) no dia 25 e sobre Moraes (confira aqui) no dia 26.
William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística no IBGE
Análise do especialista (I)
“Na Quaest, 49% dos brasileiros consideram injusta a aplicação da Magnitsky contra Moraes, enquanto 39% consideram a punição justa. Já no caso do impeachment do ministro do STF, a divisão é maior, registrando empate técnico: 46% dos brasileiros são a favor e 43% são contra”, resumiu William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística no IBGE.
Análise do especialista (II)
“Nas fatias da pesquisa Quaest de agosto, os brasileiros do Nordeste, com até 5 salários-mínimos de renda familiar e que votaram em Lula no 2º turno presidencial de 2022, são os mais favoráveis a Moraes” detalhou o geógrafo e estatístico.
De acordo com o IBGE, Norte, Noroeste Fluminense e Baixadas Litorâneas têm uma população estimada em 2.250.207 habitantes em 2025. Os dados têm como data de referência o dia 1º de julho de 2025.
Também segundo o IBGE, o entorno do Porto do Açu, considerando Campos, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana, alcança 605.396 habitantes. Por sua vez, a Região da Bacia de Campos, formada por 15 municípios (Campos, SFI, SJB, Quissamã, Carapebus, Conceição de Macabu, Macaé, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Cabo Frio, Búzios, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Araruama), atinge 1.738.153 moradores.
William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística no IBGE
Baseadas nas Estimativas da População Residente para o Brasil, os Estados e os Municípios, do IBGE, as Estimativas da População Residente dos Municípios do Norte Fluminense, Noroeste Fluminense, Baixadas Litorâneas, Entorno do Porto do Açu e Região da Bacia de Campos foram levantadas pelo geógrafo com especialização doutoral no IBGE William Passos. E estão sendo divulgadas com exclusividade pela Folha, no infográfico que abre esta matéria.
Essas estimativas são as mesmas utilizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios. E são consideradas fundamentais para a construção de indicadores econômicos, sociais e populacionais nos anos em que o Brasil não realiza Censo Demográfico.
Embora não possam ser diretamente comparadas com a contagem do Censo Demográfico 2022, por adotarem metodologias diferentes, o geógrafo Wiliam Passos lembra que essas estimativas incluem em seu cálculo a evolução do crescimento anual da população de cada município e estado do país apurada pelo último Censo Demográfico, realizado há três anos.
Ao divulgar o levantamento, William acrescentou: “As Estimativas divulgadas pelo IBGE confirmam que a população brasileira, do Estado do Rio de Janeiro e dos municípios fluminenses deverá crescer até 2041, iniciando, a partir de 2042, uma trajetória de lenta diminuição, no contexto da chamada transição demográfica. Por isso, ao olhar a população de cada município fluminense, precisamos considerar essas transformações, dentro de um processo irreversível”.
Longas estiagens que secam trechos do Paraíba evidenciam a mudança climática de Campos, Norte e Noroeste Fluminense (Foto: Genilson Pessanha/Folha da Manhã)
João Gomes Siqueira, diretor do Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba, doutor em veterinária pela Uenf e produtor rural; e Edmundo Siqueira, servidor federal, jornalista e produtor rural (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Por João Gomes Siqueira e Edmundo Siqueira
O Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro vivem uma contradição que se arrasta há décadas. Os dados climáticos, as condições agronômicas e a experiência cotidiana dos produtores rurais mostram que a região possui características próprias de semiárido. Entretanto, a ausência de reconhecimento oficial nega a esses municípios instrumentos essenciais de apoio, incentivo fiscal e linhas de crédito diferenciadas, tornando a atividade agropecuária cada vez menos competitiva e menos sustentável.
Segundo estudos do professor José Carlos Mendonça, da Uenf, a aridez do solo e da vegetação na região segue uma curva ascendente, agravada pelas mudanças climáticas globais e pela má distribuição das chuvas. Embora a média anual de precipitação varie entre 800 e 900 mm — pouco acima do índice utilizado como corte técnico do semiárido nordestino (700 a 800 mm) —, a diferença é ilusória. O que caracteriza o semiárido não é apenas o volume anual de chuva, mas a sua distribuição e a capacidade do solo em reter umidade.
E é exatamente nesse ponto que a região se distingue de forma negativa. O regime pluviométrico concentra volumes elevados entre dezembro e março (300 a 400 mm mensais), seguidos de longos períodos de estiagem, que podem ir de abril a outubro, quando a média não ultrapassa 10 a 20 mm por mês. Trata-se de um padrão dramático: enquanto a planta recebe excesso de água em poucos meses, passa o restante do ano em situação de estresse hídrico severo.
Além disso, a forte incidência de ventos — característica geográfica ligada à posição da Serra do Mar — intensifica a evaporação da pouca umidade existente no solo, agravando o processo de desidratação das plantas. No Nordeste, mesmo em áreas de menor pluviosidade, as chuvas tendem a ser mais regulares e, sobretudo, a evaporação é menor, o que permite alguma acumulação hídrica no solo. No Norte Fluminense, ao contrário, a combinação de estiagens longas, ventos e altas temperaturas cria um ambiente ainda mais hostil.
A barreira da Serra do Mar e os “desvios” da chuva
A geografia explica parte dessa desigualdade. A Serra do Mar, que se inicia a partir de São Fidélis, passando pelo Parque do Desengano e se estende até o Estado de São Paulo, funciona como barreira natural que intercepta a umidade vinda do oceano, fazendo chover intensamente na Região Serrana do Rio de Janeiro e em Minas Gerais, mas deixando os 22 municípios do Norte e Noroeste fluminense em sombra pluviométrica.
Essa condição não é recente. Historicamente, a região convive com estiagens longas e severas. Mas nos últimos dez anos, o cenário tem se agravado em função das mudanças climáticas, que ampliam a irregularidade das chuvas e aumentam a evaporação. O resultado é a progressiva perda de capacidade hídrica do solo e a crescente aridez da vegetação.
Impactos produtivos e inviabilidade sem irrigação
Sem irrigação, a agricultura de base alimentar torna-se praticamente inviável. Cana-de-açúcar, mais resistente, ainda sobrevive, embora com produtividade inferior à observada em São Paulo. Mas milho, feijão, soja, trigo, hortaliças e frutas não se sustentam sem investimento pesado em sistemas de irrigação.
O problema é que irrigar custa caro — muitas vezes, mais caro do que a rentabilidade que o pequeno produtor consegue obter. Em uma região marcada por propriedades familiares e baixa capacidade de investimento, a irrigação acaba restrita a poucos, inviabilizando a diversificação produtiva e levando ao empobrecimento progressivo da agricultura local.
Esse empobrecimento não afeta apenas o campo. Quando a agricultura perde força, o comércio, a indústria de beneficiamento e até o setor de serviços sofrem. Afinal, é a produção primária que gera excedentes e recursos externos, movimentando a economia regional. O comércio apenas circula renda; é a agropecuária que a cria.
A questão dos incentivos fiscais e da competitividade regional
Enquanto isso, estados vizinhos, como Espírito Santo e Minas Gerais, contam com incentivos fiscais e linhas de crédito específicas. Em São Paulo, por exemplo, a aquisição de máquinas e implementos agrícolas é feita com alíquotas de impostos significativamente menores. No Espírito Santo, já se discute a extensão de benefícios adicionais ao Sul do estado, apoiada por uma bancada federal articulada.
No Norte e Noroeste fluminense, ao contrário, o produtor enfrenta alíquotas de até 27% na compra de equipamentos. A diferença não é apenas contábil: ela define competitividade. É impossível competir no mercado nacional quando os custos locais são muito mais altos e os preços de venda seguem a lógica de mercado unificado. O açúcar ou o milho produzido aqui será vendido pelo mesmo preço que em São Paulo, mas com custo de produção significativamente maior.
Uma realidade que exige reconhecimento técnico
Diante desse quadro, a inclusão da região no Semiárido não deve ser tratada como concessão política ou privilégio, mas como correção de uma injustiça histórica. Os dados técnicos estão postos:
Precipitação anual entre 800 e 900 mm, em padrão equivalente ao semiárido nordestino;
Longos períodos de estiagem, com até 6 a 7 meses de seca intensa;
Forte evaporação pela presença de ventos, o que agrava a perda de umidade;
Aridez crescente, comprovada em estudos recentes;
Baixa competitividade produtiva em comparação a estados vizinhos.
Negar o reconhecimento significa perpetuar o empobrecimento da região e inviabilizar a sucessão familiar na agricultura. Significa condenar jovens agricultores a abandonar suas terras e reforçar o êxodo rural. Significa comprometer, de maneira estrutural, a sustentabilidade econômica e social de todo o Norte e Noroeste fluminense.
O dinheiro que viria através de crédito subsidiado e incentivado não traria aumento de área para uso na agropecuária; pelo contrário. Os recursos seriam liberados para produtores que atendam parâmetros de produtividade e de cuidado com o meio ambiente, obrigatoriamente. Portanto, investir em tecnologia e uso sustentável, e com maior produtividade, permite uso de menores áreas com maior capacidade de produção.
A continuidade do fim
O semiárido não é apenas um conceito climático: é uma realidade social, produtiva e econômica. Reconhecê-lo na região é oferecer condições mínimas de igualdade. Não se trata de pedir recursos a fundo perdido, mas de viabilizar crédito, reduzir custos tributários e possibilitar investimentos em irrigação e tecnologia.
Sem isso, a região seguirá um caminho já conhecido: perda de competitividade, êxodo rural, empobrecimento urbano e a transformação de uma das áreas mais férteis em vocação, mas mais áridas em realidade, em um território condenado à estagnação.
Todas as pesquisas brasileiras feitas a partir de 9 de julho, quando Donald Trump divulgou sua carta como presidente dos EUA e ameaçou tarifar o Brasil por conta do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), revelaram (confira aqui) a recuperação de Lula (PT) em aprovação e intenção de voto. A pergunta que passou a ser feita foi: até onde e quando o petista cresceria? Pesquisa AtlasIntel divulgada hoje (28), e feita entre 20 e 25 de agosto, parece indicar que esse crescimento pode ter começado a desandar.
Queda na aprovação — Feita com 6.238 eleitores, com margem de erro de 1 ponto para mais ou menos, a AtlasIntel revelou que o Lula caiu 2,3 pontos em aprovação, dos 50,2% de julho aos 47,9% de agosto. E que sua desaprovação cresceu 1,3 ponto no mesmo período: de 49,7% aos atuais 51%.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Atrás de Bolsonaro no 1º turno — No enfrentamento teórico contra Bolsonaro, inelegível de fato até 2030, Lula teve queda de 3,2 pontos na consulta de 1º turno: dos 47,8% de intenção em julho aos 44,6% de agosto. No mesmo período, o capitão cresceu 1,2 ponto: de 44,2% aos atuais 45,4%. Numericamente atrás de Bolsonaro, Lula está hoje em empate técnico com seu antecessor.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Atrás de Tarcísio no 2º turno — Contra possíveis adversários elegíveis, Lula também não tem o que comemorar. Em um eventual 2º turno presidencial contra o governador paulistano Tarcísio de Freitas (REP), este hoje lideraria numericamente por 48,4% de intenção contra 46,6% do líder petista. Apesar do empate técnico na margem de erro, Tarcísio cresceu 1,8 ponto em relação aos 46,6% que tinha em julho, enquanto Lula perdeu 3,9 pontos dos 50,4% que tinha no mês passado.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
No empate técnico com Tarcísio e Michelle — O empate técnico de Lula com Tarcísio seria exato se o primeiro disputasse hoje um 2º turno contra Bolsonaro: 48,3% a 48,3%. Na simulação com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o petista liderou numericamente por 48,8% a 47,9%, mas em outro empate técnico.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
À frente dos demais no 2º turno — Para além da margem de erro, Lula venceria o 2º turno contra o governador mineiro Romeu Zema (Novo), por 47,1% a 40,9%. Como bateria também o governador goiano Ronaldo Caiado (União), por 46,7% a 40,3%; o governador paranaense Ratinho Jr. (PSD), por 46,9% a 41,1%; e o governador gaúcho Eduardo Leite (PSD), por 47,2% a 24,9%.
Não é novidade que a condução do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Alexandre de Moraes divide o Brasil. Essa divisão foi expressa em números pela pesquisa Quaest de agosto: 46% dos brasileiros são favoráveis ao impeachment de Moraes, o que só pode ser feito no Senado, com 43% contra e 11% que não opinaram. Na margem de erro de 2 pontos para mais ou menos, é um empate técnico.
Com números não tão próximos, a divisão também se dá sobre a aplicação da Lei Magnitsky, criada nos EUA para sancionar financeiramente acusados de crimes contra direitos humanos em outros países, sobre Moraes por sua ação no julgamento da tentativa de golpe de Estado no Brasil entre 2022 e 8 de janeiro de 2023. Para 49% dos brasileiros, a Magnitsky sobre o ministro do STF é injusta. Ela é justa a 39%, 10 pontos a menos, enquanto 12% não opinaram.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Entre os quatro institutos de pesquisa do Brasil que mais acertaram (confira aqui) a votação de Lula (PT) e Bolsonaro no 2º turno presidencial de 2022, a Quaest ouviu 2.004 eleitores, entre 13 e 17 de agosto, com margem de erro de 2 pontos para mais ou menos. E divulgou sua consulta em quatro partes: aprovação de governo (confira aqui) no dia 20, eleitoral (confira aqui) no dia 21 e sobre Bolsonaro no STF (confira aqui) no dia 25 e sobre Moraes no dia 26.
William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística no IBGE
— A Quaest de agosto apurou que 49% dos brasileiros consideram injusta a aplicação da lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, enquanto 39% consideram a punição como justa. Já no caso do impeachment do ministro do STF, a divisão é maior, registrando empate técnico: 46% dos brasileiros querem a saída do ministro da Corte e 43% são contra. Os brasileiros do Nordeste, com até 5 salários-mínimos de renda familiar e que votaram em Lula no 2º turno presidencial de 2022, são os mais favoráveis a Moraes — detalhou William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística no IBGE.
Servidor federal, jornalista, blogueiro do Folha1 dedicado à cultura, produtor rural e ex-integrante da bancada fixa do programa, Edmundo Siqueira é o convidado do Folha no Ar desta quinta (28), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3.
Ele falará sobre o PL 1440/2019, para a mudança da classificação climática do Norte e Noroeste Fluminense ao semiárido, que facilitaria linhas de crédito (confira aqui) aos produtores rurais de 22 municípios. Que foi aprovado (confira aqui) pelo Congresso e acabou vetado (confira aqui) pelo Lula 3 para atender às disputas internas de poder (confira aqui e aqui) no PT da Bahia.
Edmundo também fará um balanço (confira aqui) do I Festival Internacional de Cinema Goitacá, realizado entre 19 e 24 de agosto, e do adiamento do Festival Doces Palavras (FDP!), de setembro, para (confira aqui) 5 a 9 de novembro em Campos.
Por fim, ele tentará projetar, a partir das pesquisas mais recentes, as eleições de 4 de outubro de 2026, daqui a pouco mais de 13 meses, a presidente (confira aqui e aqui), governador (confira aqui e aqui), senador e deputados.
Quem quiser participar do Folha no Ar desta quinta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.
Donald Trump, Jair Bolsonaro, Lula e Tarcísio de Freitas (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Direita brasileira paga tarifa de Trump
Uma das causas da melhora de Lula (confira aqui e aqui) nas pesquisas, o tarifaço do Brasil pelos EUA de Donald Trump, por conta do julgamento de Bolsonaro no STF, tem sido até aqui um tiro no pé da direita brasileira. Que vem pagando pesada tarifa política, desde que a comercial (confira aqui e aqui) foi anunciada em 9 de julho, em carta do presidente dos EUA endereçada ao presidente do Brasil.
Centrão já definiu Tarcísio a presidente
Se Lula ativou o modo campanha e cresceu nas pesquisas a partir da ameaça de Trump, a direita brasileira não está dormindo no ponto. Jornalista de O Globo, Lauro Jardim revelou (confira aqui e aqui) que o Centrão já definiu Tarcísio como seu nome a presidente em 2026. E que, mesmo favorito nas pesquisas à reeleição como governador de São Paulo, ele aceitou internamente a missão.
Dilemas de Tarcísio e Bolsonaro
Atacado (confira aqui) pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que age contra o Brasil nos EUA, e chamado de “rato” (confira aqui) pelo vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), Tarcísio se cala. Pois teria dificuldade contra Lula sem o eleitorado bolsonarista. Mas, provavelmente condenado pelo STF em setembro, Bolsonaro pode não ter outra opção viável a outubro do ano seguinte. A ver.
Hoje, 55% dos brasileiros acham justa a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Que foi determinada em 4 de agosto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes, por descumprimento de medidas cautelares. Outros 39% acham injusta, enquanto 6% não opinaram. É o que revelou a pesquisa Quest divulgada na segunda (25).
Entre os que mais acertaram em 2022
Entre os quatro institutos de pesquisa do Brasil que mais acertaram a votação de Lula (PT) e Bolsonaro no 2º turno presidencial de 2022, a Quaest ouviu 2.004 eleitores, entre 13 e 17 de agosto, com margem de erro de 2 pontos para mais ou menos. E divulgou sua consulta em três partes: aprovação de governo (confira aqui) no dia 20, eleitoral (confira aqui) no dia 21 e sobre Bolsonaro no STF (confira aqui) no dia 25.
Bolsonaro agiu de propósito para 57%
Quando perguntados por que o capitão participou da chamada de vídeo nas manifestações de 3 de agosto, que geraram sua prisão domiciliar, 57% dos brasileiros acham que “Bolsonaro queria provocar Moraes e fez isso de propósito”. Outros 30% acham que “Bolsonaro não compreendeu bem as regras impostas por Moraes e errou”, com 13% que não opinaram.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Prisão domiciliar: 84% sabem
Se, na média, o brasileiro não costuma acompanhar acontecimentos jurídicos, a atual situação do ex-presidente é uma exceção. A esmagadora maioria de 84% dos eleitores respondeu à Quaest já saber da prisão domiciliar de Bolsonaro decretada por Moraes. Apenas 16% declararam que só passaram a saber quando indagados pela pesquisa.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Julgamento de Bolsonaro: 86% sabem
Endosso do conhecimento do eleitor à situação jurídica de Bolsonaro, seu julgamento no STF por golpe de Estado, segundo a Quaest revelou, hoje é conhecido por 86% dos brasileiros. São 13 pontos a mais do que os 73% de março. Em agosto, só 14% ficou sabendo ao responder a pesquisa. São os mesmos 13 pontos a menos do que os 27% que não sabiam em março.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Aprovação do Lula 3
No dia 20, na divulgação da parte sobre aprovação de governo na pesquisa Quaest, embora o Lula 3 seja hoje desaprovado pela maioria numérica de 51%, oscilou 2 pontos para baixo em relação aos 53% de julho. Em agosto, o atual Governo Federal apareceu aprovado por 46%, crescimento de 3 pontos sobre os 43% que aprovavam em julho.
(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)
Lula abre contra todos no 2º turno
Também de julho a agosto, Lula abriu vantagem, fora da margem de erro, nas projeções de um eventual 2º turno em 2026 contra 9 nomes da oposição testados pela Quaest. Não só sobre um Bolsonaro inelegível até 2030, como contra o governador paulistano Tarcísio de Freitas (REP), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e outros seis presidenciáveis de direita.