Entre o que diria Lenilson e o que disse Renato

 

Sim, colocar palavras na boca dos mortos é mais fácil, pois morto não fala e não desmente, ao contrário das testemunhas (no plural) que sobreviveram para lembrar suas histórias e estão aí para não deixar mentir quem as revela, baseado na exceção da verdade. Todavia, dissociado dos atos e ditos terrenos, o que dizer de usar o nome dos póstumos para endossar intenções e táticas diametralmente opostas à dignidade com que estes levaram suas vidas? 

Não por outro motivo, aguça a curiosidade pensar no que diria o saudoso professor e petista Lenilson Chaves, ao ver seu nome postumamente tomado de empréstimo para batizar um grupo, cujo auto-intitulado “escrivão de bordo”, numa tática de guerrilha virtual e covardemente anônima contra os próprios companheiros de partido, tentou publicamente ridicularizar Odisséia Carvalho como “Odorsséia”, Hugo Diniz como “Dinzinho fez Totô”, Hélio Anomal como “Anormal” e (o hoje ex-petista) Makhoul Moussalém como “Makhoul, o Médico e o Monstro”…

Embora o tenha conhecido suficientemente bem para prefaciar seu livro, a seu pedido, reunindo uma coletânea de artigos publicados da Folha, só posso imaginar o que diria Lenilson, sobre ter seu nome vinculado, sem sua autorização, na tentativa de endossar esses ataques de nível abissal. Já sobre o não menos saudoso vereador Renato Barbosa, só posso repetir o que ele me disse em vida, mais de uma vez, diante de testemunhas variadas, após ter sido vítima de igual tentativa de ridicularização, a partir de uma confidência pessoal: “São uns canalhas!”

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