Morre poeta Pedro Lyra e Rio das Ostras cancela Festival de Jazz & Blues

 

 

 

Pedro Lyra (Foto: Kleber A. Gonçalves)

 

 

Morre Pedro Lyra

Morto na última segunda-feira (23), em Campos, aos 72 anos, o poeta cearense Pedro Lyra teve seu corpo velado ontem na cidade, antes de seguir ao Rio de Janeiro, onde foi cremado. Poeta consagrado nacionalmente, era pós-doutor em tradução poética pela Universidade de Sorbonne, na França. E há anos lecionava Centro de Ciências do Homem (CCH) da Uenf. Ele estava internado em Campos desde que sofreu um infarto, na madrugada do último dia 9. Suas cinzas serão levadas para Fortaleza, onde será celebrada sua missa de sétimo dia.

 

“Só isto, a vida”

“Estamos muito abalados com sua partida. Meu pai viveu para a poesia. Ele tinha 72 anos, deixa cinco filhos, três netos e muitos versos”, disse ontem Wladimir Lyra, filho do poeta. Além da Uenf, ele também foi professor da Universidade de Fortaleza (Unifor) e da Universidade Federal do Ceará (UFC). No poema “Um diálogo com Deus”, ele definiu em versos: “Só isto, a vida/ — ou nisto resumida./ Só isto, a vida humana:/ um breve rastejar, entre o Big Bang e o Apocalipse”.

 

Crise desafina (I)

Um dos festivais mais aguardados entre os amantes da música negra dos EUA, o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival teve seu cancelamento anunciado oficialmente no início da semana. O motivo alegado pela organização do poder público daquele município foi a crise econômica. Marcada para ocorrer entre os próximos dias 18 e 20 de novembro, seria 15ª edição anual do festival, que se consolidou ao longo dos anos no calendário oficial dos apreciadores do estilo musical na região, no Estado e no país.

 

Crise desafina (II)

O Festival era organizado anualmente, sempre com entrada franca. Há mais de uma década, tinha virado encontro obrigatório dos amantes do blues e jazz, de várias faixas etárias e lugares, que se reuniam para conferir atrações musicais nacionais e internacionais. Movimentava o setor de serviços não só de Rio das Ostras, como de Macaé. Segundo a organização, a não obtenção de recursos junto à iniciativa privada causou o cancelamento. A promessa é de que volte em 2018, no feriado de Corpus Christi, entre 31 de maio e 3 de junho.

 

Comédia pastelão

Em comentário na edição de ontem desta coluna (aqui) nas redes sociais, um leitor comentou que a longa entrevista do ex-governador Anthony Garotinho (PR), com o jornalista Roberto Cabrini, exibida na noite de domingo (22) pelo SBT, foi “uma comédia”. É a opinião predominante entre os campistas que perderam quase uma hora para assistir às encenações em rede nacional de Garotinho e Rosinha, conhecidas na planície desde que ambos eram atores amadores no Teatro de Bolso (TB) Procópio Ferreira, nas décadas de 70 e 80 do século passado.

 

Filme de gângster

No dia seguinte, na segunda (23), o espetáculo foi de outo ex-governador: Sérgio Cabral (PMDB), ex-aliado de quem Garotinho pretender ser agora o grande antagonista. O depoimento em que Cabral confrontou quem de fato encara com seu rival, o juiz federal do Rio Rodrigo Bretas, também foi exibido em rede nacional. Se a participação do casal da Lapa, diante de Cabrini, foi considerada uma comédia pastelão, a de Cabral, diante de Bretas, lembra outro gênero: filme de gângster. Como indagou o leitor: a que nível desceram os três ex-governadores do Rio?

 

Publicado hoje (25) na Folha da Manhã

 

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