A Justiça e as capas entre Rosinha e Dilma

Capa da Folha de 27/10/08
Capa da Folha de 27/10/08

 

 

Ainda em relação ao trabalho gráfico e editorial desenvolvido pela Folha, o leitor mais atento do jornal deve ter percebido a repetição da manchete e as semelhanças de diagramação entre as capas que anunciaram as vitórias de Rosinha Garotinho e Dilma Rousseff nos últimos pleitos, respectivamente, à Prefeitura de Campos e à presidência da República. Além da importância superlativa das conquistas em si, ambas tiveram o aspecto histórico reforçado pelo ineditismo das primeiras mulheres eleitas prefeita da cidade e presidente (ou presidenta) do Brasil.

Os sempre belicosos seguidores do lulo-petismo hão de ressaltar que, na analogia, o perfil técnico de Dilma é bem superior. Ao que os não menos radicais defensores do garotismo poderiam argumentar que, politicamente, Rosinha tinha um nome bem mais consolidado junto ao eleitor comum. Do que nem uns, nem outros poderão discordar, é que por trás do sucesso das duas mulheres, na inversão do ditado popular, capitais foram a presença e a ação de dois homens: Lula e Garotinho.   

A questão do gênero e tudo que possa haver de justo nas teses feministas, pelo menos em Campos, parece ter perdido espaço não só diante da boa aceitação popular ao governo interino de Nelson Nahim, como pelo fato de que, aqui, Serra ganhou de Dilma. Agora, como esta minoria dos eleitores locais da petista parece ser majoritariamente favorável à manutenção do afastamento de Rosinha, relevante ressaltar que qualquer análise desapaixonada concluiria que, se a Justiça Eleitoral adotasse o mesmo rigor aplicado com a prefeita eleita, em relação a abusos cometidos durante a campanha, Dilma correria sério risco de também perder o mandato conquistado ontem.

 

    

Capa da Folha de hoje
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