Líder em todas as pesquisas, com ampla vantagem a indicar sua vitória ainda no primeiro turno, foi no mínimo desnecessário o desgaste a que a prefeita Rosinha Garotinho se expôs em relação à pintura dos semáforos da cidade. Identificada como de “cor rosácea (…) notória e pública utilizada pela candidata à reeleição”, pela titular da 100ª ZE de Campos, Grácia Cristina Moreira do Rosário, a juíza ontem determinou à Prefeitura que os sinais fossem todos repintados, no prazo máximo de 48 horas.
Além da pergunta óbvia sobre quem vai bancar a pintura “rosácea” e a repintura branca, que ontem mesmo teve início, tampouco é difícil constatar a impressionante facilidade com que o governo dos Garotinho tende a não respeitar os devidos limites (éticos, antes mesmo de legais) entre o público e o privado. Questões de gosto à parte, é um direito da prefeita associar seu nome à sinonímia possível com a cor ou a flor suas xarás, desde que se atenha à sua circunscrição privada, nunca com patrimônio e recursos públicos.
Bem verdade que a confusão entre público e privado não é uma exclusividade de Rosinha, num país onde a ex-primeira-dama da República, Dona Marisa, mandou seu jardineiro, custeado pelos cofres públicos, esculpir nos jardins públicos do Palácio Alvorada a manjada estrela do PT, mantida até hoje pela presidente Dilma Rousseff, mesmo em pleno julgamento do Mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Todavia, o mesmo germe fascista, tão típico dos regimes totalitários, de culto público a simbologias pessoais ou partidárias, felizmente tem encontrado na sociedade civil organizada a imposição dos devidos limites. Permeável à opinião pública, o STF continua julgando (e condenando) a quadrilha petista instalada sob as barbas de Lula, tanto quanto a 100ª ZE de Campos reagiu à pressão expressa nas redes sociais e blogs locais, para acender o sinal amarelo à arrogância de quem está no poder, vislumbra boas chances de nele permanecer, e por isso pensa poder exercê-lo como bem quiser.
Em outras palavras, seja em relação a qualquer um que pretender poder usar o público como privado, a população não é cega. E, graças a Deus e ao estado de direito democrático e laico, do Planalto Central à Planície Goitacá, a Justiça brasileira tem provado não ser daltônica.
Publicado na edição de hoje da coluna Ponto Final, na Folha da Manhã.
Essa pintura “rosacea” nao é outro claro sinal de uso da maquina publica? Essa cidade fica fora do Brasil? Onde está a lei que nao se pronuncia de vez? Essa candidatura nao teria que ser anulada?
Parabéns, Alysio
Que bom te ler, mesmo sem te conhecer o bastante.
Esta cor rosácea não está somente na área urbana. Está em muitos equipamentos sociais da Região da Baixada, por mim constatada neste último final de semana. Além de estar nas luzes de nossas pontes.
Vamos dar um basta a cor e decisão monocromática, principalmente considerando um povo de muitas cores e formas de ser e viver.
Rosa: uma cor que infantiliza as pessoas (o que é muito bom para os candidatos desta cor). No sábado rosa, parecia que era XUXA que iria passar na Pelinca, tamanha a euforia infantil dos adultos que ali estavam.
Precisamos crescer e governar este município com seriedade, maturidade e responsabilidade pública.
Parabéns Folha da Manhã. Parabéns Aluysio vcs foram os comandantes.