Difícil encontrar, nos municípios cortados pela BR 101, uma pessoa que, no mínimo, não conheça alguém que tenha perdido a vida nessa rodovia tão importante e, ao mesmo tempo, tão perigosa.
Pela BR 101, especialmente a partir do trecho do Rio de Janeiro, trafega grande parte da riqueza brasileira. Máquinas, equipamentos, móveis, vestuário, veículos, alimentos. Tudo passa pela BR em direção a seus destinos. É o progresso, é o desenvolvimento, é a riqueza.
Ao mesmo tempo, por ali passam histórias de vidas. É a família que viaja em férias, é o homem de negócios, é o trabalhador que enfrenta o estresse da estrada todos os dias, ano após ano. É o próprio caminhoneiro na briga para manter suas metas e, por consequência, seu emprego.
Numa convivência quase impossível para uma pista simples que recebe tão volume de trânsito e responsabilidades. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, entre janeiro e abril de 2013, no Norte Fluminense, foram 19 acidentes com mortes, um número quase 50 vezes maior que o registrado no mesmo período de 2012.
Um dado muito mais que alarmante. Passou da hora de acender o sinal vermelho. A duplicação é necessária, é urgente, mas a conscientização dos motoristas que utilizam essa (e qualquer outra via) é imperial.
Basta de acreditar que só quem morre é o outro, só o outro é irresponsável, não sabe ultrapassar, é afobado. O outro sou eu, é você. O outro pode morrer. O outro pode sofrer um acidente e ficar imobilizado, com sequelas para sempre.
Apesar de o Brasil precisar intensificar outros meios de transportes — como o ferroviário e o marítimo, por exemplo — enquanto isso não acontece, vamos cobrar de quem precisa ser cobrado pelas melhorias na pista e sinalização adequada, mas sem esquecer de fazer nossa parte, de dirigir com responsabilidade.
Publicado hoje na edição impressa da Folha.
Excelente, comentário ressalvo que a rodovia já está sendo duplicado a vários meses, não por iniciativa do autopista, já havia várias cobranças, claro não por iniciativa dos políticos do estado, estavam comprometidos com lobistas, reclamação dos usuários e possíveis ações movidas por vitimas ou parentes dessas vitimas, aliás não são poucas, morrem em média 1,3 pessoas por dia nas estradas, no trecho Rio de Janeiro, fronteiro com Espirito Santo.
Onde estão aqueles políticos que defendiam a privatização da rodovia? com certeza curtindo os valores recebidos para apoia-las, ou fiscais e gestores do contrato ficam de pés e mãos amarradas pelo contido no contrato de privatização.
Agora que já está sendo duplicada, aparece o nosso ilustre deputado do PR e o Ministro dos transportes do mesmo partido fingido que estão preocupados com duplicação da rodovia, hirário.
Para termos a real verdade dos mortos nesta rodovia ,sugiro que se coloque no lugar da mesma,uma cruz com nome, idade e data da morte.Muitas vítimas não morrem no local.Assim as homenagearemos e saberemos os lugares mais perigosos.
Parabéns Suzy, como sempre dando o seu recado de uma forma excelente