Se Lula ainda é “o mais preparado”, o gigante Brasil não acordou, só falou dormindo

Jornalista e escritor Guilherme Fiúza
Jornalista e escritor Guilherme Fiúza

O gigante fala dormindo

Por Guilherme Fiúza

O Brasil deu para dizer a si mesmo que mudou. Que nada mais será como antes das manifestações de rua, que agora vai. Que se os governantes e os políticos em geral não entenderem o recado das ruas, estão fritos. É um fanfarrão, esse Brasil.

Qual é mesmo o recado das ruas? Vamos falar a verdade: ninguém sabe. Nem as ruas sabem. Ou melhor: não há recado. O gigante continua adormecido em berço esplêndido — o que se ouviu foi um ronco barulhento, misturado com palavras desconexas. Esse gigante fala dormindo.

Há alguns anos, a imprensa vem contando aos gritos o que está acontecendo com o gigante, sem que ele mova um músculo. E o que está acontecendo é devastadoramente simples: em uma década, o ciclo virtuoso do país foi jogado fora pela indústria do populismo.

A crise das tarifas de ônibus (estopim dos revoltosos) é só uma unha do monstro: o descontrole inflacionário causado pelo derrame de dinheiro público. País rico é país com 40 ministérios.

A economia estabilizada nos anos 90, e a posterior enxurrada de capital para os países emergentes, deram ao Brasil sua grande chance. E ela foi queimada por um governo que investiu tudo numa máquina eleitoral sem precedentes.

Planejamento zero. Investimento quase zero. Infraestrutura abandonada em terra, mar e ar, com trem-bala, Belo Monte e outras assombrações bilionárias encobrindo a realidade: o PAC entregue à pirataria da Delta e quadrilheiros associados. A CPI do Cachoeira chegou a levantar esse véu, mas o gigante não acordou e a CPI foi assassinada (pelo PT e seus sócios).

Os governos Dilma e Lula bateram todos os recordes de arrecadação, com impostos escorchantes (entre os maiores do mundo) que empobrecem os brasileiros e enriquecem o império do oprimido. Nem um gemido das ruas sobre isso.

Dilma anuncia um “pacto” sem nada dentro, e ainda diz que para bancar o recheio do pastel de vento terá que aumentar impostos. É o escárnio. E não aparece nenhum Robespierre da Candelária para mandar a presidente engolir o seu deboche.

Enquanto isso, a maquiagem das contas públicas vai bem, obrigado — com mais um truque contábil no incesto entre o BNDES e o Tesouro, para forjar superávit e legalizar a gastança. É pedra na vidraça do contribuinte, que nada ouve e nada vê. Deve estar na passeata, exigindo cidadania.

Pensando bem, foi o governo popular quem melhor entendeu o recado das ruas: os cães ladram e a caravana passa. Ou talvez: os revoltados passam e a quadrilha ladra.

Para checar se o gigante estava dormindo mesmo, o estado-maior petista chamou um dos seus para ir até o ouvido dele e chamá-lo de otário, bem alto. Assim foi feito.

Como primeira reação oficial às passeatas, Dilma escalou Aloizio Mercadante para dizer ao povo que ele ia ganhar um plebiscito. E que com esse plebiscito, ele, o povo, ia fazer a “reforma política” (o Santo Graal dos demagogos). Claro que o governo sabia que isso era uma troça, uma piada estilo “Porta dos fundos”. Tanto que caprichou nos ingredientes.

Para começar, a escolha criteriosa do porta-voz. No governo da “presidenta”, cercada de ministras mulheres por todos os lados, a aparição do ministro da Educação — cuja pasta não tinha nada a ver com nada (nem reforma política, nem plebiscito, nem transportes, nem orçamento, nada) — já seria impactante.

E não era qualquer ministro. Era o famoso Mercadante, figura tostada em casos como o dossiê dos aloprados e a “renúncia irrevogável” da liderança do PT no Senado, quando o partido decidiu acobertar o tráfico de influência de Sarney (Mercadante revogou sua própria renúncia em menos de 24 horas).

E o porta-voz foi logo anunciando um “plebiscito popular”, só faltando dizer que era uma decisão de “governo governamental”. Enfim, um quadro de “Zorra total”.

Com toda essa trágica palhaçada gritada em seu ouvido, o gigante permaneceu estático. Sono profundo. Nem um “basta”, nem um “#vem pra rua”, nem um “que m… é essa”. Depois daquele incrível ensaio de Primavera Árabe (ou seria Inverno Tropical?), com milhões nas ruas em todo o território nacional, o Brasil revolucionário mordeu a isca como um peixinho de aquário. E está até agora discutindo, compenetradamente, o plebiscito popular e irrevogável do Mercadante. Contando, ninguém acredita.

O país se zangou, foi para as ruas, tuitou, gritou, quebrou e voltou para casa sem nem arranhar quem lhe faz mal. O projeto de privatização política do Estado, que corrói a sociedade e seu poder de compra, está incólume. A prova disso? A popularidade de Dilma caiu, mas quem surgiu nas pesquisas para 2014 vencendo a eleição no primeiro turno, e escolhido “o mais preparado para cuidar da economia nacional”? Ele mesmo: Luiz Inácio, a nova esperança brasileira.

Ora, senhor gigante: durma bem! Mas, por favor, ronque baixo. E pare de bloquear as ruas com seus espasmos inconscientes.

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Este post tem 9 comentários

  1. maria

    Acorda vc Guilherme Fiúza. Até uma criança percebe que o Brasil não é mais o mesmo. Só precisamos de líderes. E eles vão aparecer.

  2. Paulo Henrique

    Será que para o Guilherme o Brasil só terá acordado quando o PSDB estiver liderando as pesquisas? Aceito os vários erros cometidos pelo PT, no entanto ,não reconhecer que houve avanço em vários setores como: elevadíssimos investimentos em educação técnica ( abertura de inúmeras escolas técnicas); facilitação de intercâmbios no exterior, ( entre outros Brasil sem fronteiras ), ou seja, eu quero que os mensaleiros sejam presos mas não aposto no retrocesso da volta do PSDB para continuar no processo de privatização.

  3. Marcos Cintra

    Custo Lula’, por Carlos Alberto
    Sardenberg

    Há menos de três anos, em 17 de
    setembro de 2009, o então presidente
    L… apresentou-se triunfante em uma
    entrevista ao jornal Valor Econômico.
    Entre outras coisas, contou, sem meias
    palavras, que a Petrobrás não queria
    construir refinarias e ainda apresentara
    um plano pífio de investimentos em
    2008. “Convoquei o conselho” da
    empresa, contou L… . Resultado: não
    uma, mas quatro refinarias no plano de
    investimentos, além de previsões
    fantásticas para a produção de óleo.

    Em 25 de junho último, a Petrobrás
    informa oficialmente aos investidores
    que, das quatro, apenas uma refinaria,
    Abreu e Lima, de Pernambuco,
    continua no plano com data para
    terminar. E ainda assim, com atraso,
    aumento de custo e sem o dinheiro e
    óleo da PDVSA de Chávez. Todas as
    metas de produção foram reduzidas. As
    anteriores eras “irrealistas”, disse a
    presidente da companhia, Graça
    Foster, acrescentando que faria uma
    revisão de processos e métodos. Entre
    outros equívocos, revelou que
    equipamentos eram comprados antes
    dos projetos estarem prontos e
    aprovados.

    Nada se disse ainda sobre os custos
    disso tudo para a Petrobrás. Graça
    Foster informou que a refinaria de
    Pernambuco começará a funcionar em
    novembro de 2014, com 14 meses de
    atraso em relação à meta anterior, e
    custará US$ 17 bilhões, três bi a mais.
    Na verdade, as metas agora revistas já
    haviam sido alteradas. O equívoco (?)
    é muito maior.

    Quando anunciada por L… , a
    refinaria custaria US$ 4 bilhões e
    ficaria pronta antes de 2010. Como
    uma empresa como a Petrobrás pode
    cometer um erro de planejamento
    desse tamanho? A resposta é simples:
    a estatal não tinha projeto algum
    para isso. L… decidiu, mandou fazer e a
    diretoria da estatal improvisou umas
    plantas. Anunciaram e os presidentes
    fizeram várias inaugurações.

    QUALQUER FORREST GUMP PODE
    SER PRESIDENTE SÓ NO GOGÓ.
    SEM PLANEJAMENTOS E MUITO
    MENOS VERDADES, É FÁCIL
    DESTRUIR UM PAÍS. BASTA FALAR
    E TAPEAR. PRINCIPALMENTE SE
    TIVER UMA PLATÉIA BESTIFICADA,
    COMO A REPRESENTADA POR ESSE
    POVO BRASILEIRO.

    O nome disso é populismo. E custo
    … . Sim, porque o resultado é um
    prejuízo para os acionistas da
    Petrobrás, do governo e do setor
    privado, de responsabilidade do ex-
    presidente e da diretoria que topou a
    montagem.
    Tem mais na conta. Na mesma
    entrevista, L… disse que mandou o
    Banco do Brasil comprar o Votorantim,
    porque este tinha uma boa carteira de
    financiamento de carros usados e era
    preciso incentivar esse setor. O BB
    comprou, salvou o Votorantim e engoliu
    prejuízo de mais de bilhão de reais,
    pois a inadimplência ultrapassou todos
    os padrões. Ou seja, um péssimo
    negócio, conforme muita gente
    alertava. Mas como o próprio Lula
    explicou: “Quando fui comprar 50%
    do Votorantim, tive que me lixar
    para a especulação”.

    Quem escapou de prejuízo maior foi a
    Vale. Na mesma entrevista, L…
    confirmou que estava, digamos,
    convencendo a Vale a investir em
    siderúrgicas e fábricas de latas de
    alumínio. Quando os jornalistas
    comentam que a empresa talvez não
    topasse esses investimentos por causa
    do custo, L… argumentou que a
    empresa privada tem seu primeiro
    compromisso com o nacionalismo.
    A Vale topou muita coisa vinda de L…,
    inclusive a troca do presidente da
    companhia, mas se tivesse feito as
    siderúrgicas estaria quebrada ou perto
    disso. Idem para o alumínio, cuja
    produção exige muita energia elétrica,
    que continua a mais cara do mundo.
    Ou seja, não era momento, nem havia
    condições de fazer refinarias e
    siderúrgicas. Os técnicos estavam
    certos. L… estava errado. As empresas
    privadas foram se virando, mas as
    estatais se curvaram. PELO JEITO, SE
    CURVARAM TANTO, QUE CHEGARAM AO
    CHÃO!

    Ressalva: o BNDES, apesar das
    pressões de Brasília, não emprestou
    dinheiro para a PDVSA colocar na
    refinaria de Pernambuco. Ponto para
    seu corpo técnico.

    Quantos outros projetos e metas do
    governo L… são equivocados? As obras
    de transposição do rio São Francisco
    estão igualmente atrasadas e muito
    mais caras. O projeto do trem bala
    começou custando R$ 10 bilhões e já
    passa dos 35 bi. (*)

    Assim como se fez a revisão dos planos
    da Petrobrás, é urgente uma análise de
    todas as demais grandes obras. Mas há
    um outro ponto, político. A presidente
    Dilma estava no governo …, em
    posições de mando na área da
    Petrobrás. Graça Foster era diretora da
    estatal. Não é possível imaginar que
    Graça Foster tenha feito essa incrível
    autocrítica sem autorização de Dilma.
    Ora, será que as duas só tomaram
    consciência dos problemas agora? Ou
    sabiam perfeitamente dos erros então
    cometidos, mas tiveram que calar
    diante da força e do autoritarismo de
    L…?

    De todo modo, o custo Lula está
    aparecendo mais cedo do que se
    imaginava. Inclusive na política.

    Se quiser testar o caráter de
    alguém, dê poder a ele.
    (A.Lincoln).

  4. Marcos Cintra

    O culpado

    Rodrigo Constantino

    Em artigo publicado hoje no Estadão, o jurista Miguel Reale Júnior apontou o verdadeiro culpado por “tudo isso que está aí”: Lula! O advogado diz:

    Lula, o Macunaíma, tergiversador, que ora se disse traído pelos mensaleiros, ora passou a mão na cabeça dos aloprados, é o responsável pelo clima deliquescente em que está imerso o Brasil. Fortalece-se, agora, a reação à esperteza como um valor: pede-se moralidade e as pesquisas eleitorais mostram dobrar o número de indecisos, começar a queda de Lula e surgir a figura de Joaquim Barbosa, homem probo, franco, alheio a malabarismos malandros.

    O exemplo vem de cima. Após tanto tempo de salvo-conduto que Lula gozou com infindáveis escândalos vindo à tona, o clima de anomia se instalou no país. Esse tipo de coisa acaba se espalhando para a sociedade como um todo. Claro que Lula não inventou a corrupção, mas nunca antes da história deste país ela ficou tão escancarada com o líder máximo do governo totalmente blindado da sujeira. O efeito Teflon se esgotou. Reale diz:

    Deve-se ao julgamento do mensalão e ao ressurgimento da inflação a disseminação da revolta diante da situação moral e econômica do País. Atos de protesto reúnem diversos descontentes, sem propósitos idênticos, próximos apenas no inconformismo. Há um estado de anomia, de negação de legitimidade dos Poderes instituídos que leva a atender à chamada ao protesto como forma de expressar a descrença nos canais formais de representação da vontade popular: partidos, Congresso e governo.

    Outro fator importante foi o contraste entre a situação real, cada vez manos favorável, e o discurso ufanista, propagandista, enganoso do governo. Enquanto o povo sentia a dor da inflação crescente, do caos urbano, o governo repetia que tudo estava incrivelmente fantástico. Em algum momento a dissonância cognitiva cessa. Reale aborda a questão:

    A anomia decorre da frustração em vista da impossibilidade de satisfação das expectativas criadas de realização pessoal. Prometeu-se o acesso ao consumo, pela concessão de crédito e graças ao aumento salarial, alimentando desejos já exasperados pela propaganda, mas a inflação e o endividamento desfazem a promessa. Prometeu-se democracia como probidade e surge o mensalão. Prometeram-se condições dignas de vida com eficiente atendimento no transporte, na saúde, na educação, mas a realidade revela só o descaso dos donos do poder.

    A reação do governo até aqui tem sido errática, populista ou aproveitadora. Reale apresenta uma agenda alternativa:

    A agenda imediata poderia ser: diminuição do número de ministérios, redução drástica dos cargos em comissão na administração direta e nas empresas estatais, nomeação de técnicos para diretores dessas empresas, desaparelhamento do Estado, registro dos cabos eleitorais remunerados, dotação de meios para a Justiça e o Ministério Público Eleitoral fiscalizarem e reprimirem o uso de caixa 2 nas campanhas, proibição de fornecedoras e prestadoras de serviço ao governo contribuírem para campanhas eleitorais, assegurar verbas fixas para emendas parlamentares sem troca de voto por liberação de meios. Quebram-se fontes da corrupção e pode vir a seriedade.

    Mas sabemos que isso não vai acontecer. A presidente Dilma é criatura de Lula. Foi ele quem a colocou no poder, e atrelou o resultado de sua gestão ao seu próprio nome. O sucesso de Dilma seria o sucesso de Lula, e o fracasso dela seria seu fracasso. Tivemos o fracasso. E agora não adianta Lula se fingir de morto, fugir para a Europa, ficar calado: ele é o grande culpado disso tudo. Suas impressões digitais estão em todas as cenas do crime. Quem pariu Mateus, que o embale!

  5. Natalino

    Tem um bando de vivandeiras que dizem que FHC quebrou o Brasil três vezes. Mentira! Três vezes mentira!
    Diz um jornalista que a memória do brasileiro só vai até 10 anos atrás. Então vou reavivar a memória resumindo mais 20 anos para que os jovens de hoje saibam de toda a verdade. Porque o PT só conta meia-verdade.

    Quem quebrou o Brasil foi Sarney, hoje amiguinho do PT, um cidadão incomum, segundo Lula. Declarou moratória, não pagou o que devia ao FMI e ao Clube de Paris. Aliás, o Brasil já estava quase quebrado antes disso, nas gestões desastradas dos generais Geisel e Figueiredo.

    Collor, o “caçador de marajás”, confiscou a poupança dos brasileiros para pagar os empréstimos que Sarney não pagou. Estes empréstimos foram contraídos na época da ditadura, por nada menos que Delfim Netto, hoje o guru de Lula. Me lembro que Delfim dizia que dívida não se paga, se rola.

    Mas a inflação herdada de 80% ao mês, impedia o país de crescer e gerar divisas. Collor teve somente o mérito de abrir a economia mas pecou pela corrupção grosseira e falta de apoio político. Sarney e Collor foram severamente bombardeados pelo PT de Lula que então pregava a ética e correção (a grande mentira). Nesta época, a moeda de verdade era o dólar, totalmente desvinculado da moeda brasileira.

    O governo Itamar veio com o impeachment de Collor que foi plenamente apoiado pelo PT. Hoje Collor é também amiguinho do PT.

    Em seu governo, Itamar se convenceu que o Plano Real poderia estabilizar a moeda e assim foi feito. O PT disse que era manobra eleitoreira, bombardeou, protestou. Mas na realidade, o Plano Real vingou, a moeda ficou vinculada ao dólar e a inflação foi reduzida drasticamente. Fernando Henrique era o Ministro da Fazenda e ficou conhecido do povo como o pai do real. FHC foi eleito e deu continuidade ao projeto de estabilização. Além disso, começou o desmonte das estatais improdutivas criadas na ditadura, que eram verdadeiros cabides de emprego para desocupados, puxa-sacos do poder e altamente ineficientes. Deu continuidade à abertura da economia, integrando o país ao mundo globalizado. Reduziu os gastos públicos sem se descuidar dos programas sociais como o Bolsa-Escola, o Vale-gás, o Bolsa-Alimentação que viraram no fim o “esperto” Bolsa-Família de Lula. Os investimentos produtivos vieram. Telefone que era um bem declarável no IR, virou um bem de consumo. As carroças viraram carros de verdade. A tecnologia trouxe a Internet ao país.

    FHC criou a Lei de Responsabilidade Fiscal para evitar os desperdícios de governos estaduais e municipais, trazendo para responsabilidade do governo a dívida interna escondida, os chamados “esqueletos” que no total, somavam 600 bilhões de reais (hoje está em 2,5 trilhões de reais).

    A manutenção do Plano Real e das elevadas taxas de juros, as metas de ajustes fiscais e o controle dos gastos governamentais, contudo, não conseguiram dar conta de suprir lacunas deixadas pelas administrações anteriores. No setor elétrico, por exemplo, os baixos investimentos por falta de caixa e de planejamento e a ocorrência de longa estiagem levaram ao colapso das centrais hidrelétricas, ameaçando o país com o chamado “apagão”. O racionamento de energia elétrica foi imposto, não houve apagão e a economia brasileira sofreu um período de leve estagnação.

    Três crises externas afetaram a economia mundial e os investimentos saíram para lugares mais seguros pois o Brasil ainda não havia se firmado como economia emergente. O governo teve que recorrer novamente ao FMI para equilibrar suas contas e manter a inflação em baixa. Mas o Brasil não quebrou. Perdeu fôlego, mas não quebrou.

    Aí, o PT que sempre se opôs a qualquer iniciativa positiva, aproveitou a ocasião, iniciou uma campanha feroz articulando os movimentos sociais e sindicais e as esquerdas de modo geral, formando uma ampla frente de oposição parlamentar. O MST continuou a pressionar o governo, invadindo propriedades agrárias e ocupando sedes de órgãos governamentais. Em muitas ocasiões, as invasões desencadearam conflitos armados no campo. As centrais sindicais, também influenciadas pelo PT, promoveram diversas marchas e manifestações em defesa de reajustes e aumentos salariais. Os investidores externos com medo da radicalização tiraram o dinheiro do país, elevando a taxa do dólar e a perspectiva de inflação.

    Com seu caixa de campanha engordado por contribuições escusas tanto internas quanto externas, aproveitou o momento de fraqueza do governo e acabou ganhando as eleições em 2002 com Lula. O resto a gente sabe e sente na pele até hoje.

  6. Márcio

    Eu não sei o que admirar mais no governo (rá!) de Dilma Duchefe: o impressionante crescimento do PIB, a independência que demonstra em relação a seu criador, seus discursos sempre tão coerentes e feitos em um Português impecável ou a eficientíssima coordenação entre ela e os demais membros do governo (rará!). A ideia do plebiscito-que-foi-não-foi-mas-acabou-sendo é uma prova insofismável de que o atual governo (??!!) é mesmo a cara dela. Pena que incompetência não se resolve com penteado e botox…
    *
    Conforme esperado, o tal plebiscito proposto por Dilma, Mercadante “et caterva” foi pro saco. E agora, o que o governo do Poste Sem Luz vai propor para tentar desviar a atenção dos brasileiros? Eis algumas sugestões:

    – Convocar um plebiscito sobre a mudança do nome do País para “Bananalândia” ou “República Cumpanhêra (sic) do Brasil”.

    – Outro plebiscito para decidir o que fazer com os estádios/elefantes brancos superfaturados depois da Copa.

    – Promover uma campanha para que Lula seja eleito para a Academia Brasileira de Letras.

    – Convidar 6 mil especialistas em direitos humanos de Cuba e da Coréia do Norte.

    – Realizar um referendo sobre o “controle social da mídia”.

    – Criar uma Comissão da Verdade para investigar por que quem se gaba de ter resistido à tortura fugiu de uma vaia no Maracanã.

    – Colocar a PF para tentar descobrir o paradeiro de Lula da Silva.

    – Encomendar um estudo acadêmico, encabeçado por Emir Sader e Marilena Chauí, sobre o porquê do silêncio ensurdecedor do Apedeuta.

    – Solicitar a Paulo Henrique Amorim, à TV do “Bispo” e ao pessoal da Carta Capital uma série de artigos e reportagens enaltecendo as conquistas do governo, como a ressurreição política de Collor e Maluf e a classe média de 500 reais, e “denunciando” os protestos como uma conspiração das elites e da mídia.

    – Pedir ao povo para fazer uma vaquinha para ajudar o Eike Batista, com assessoria do vidente Guido Mantega e do BNDES.

    – Um referendo para decidir sobre o “passe livre” nos aviões da FAB para parlamentares e seus parentes assistirem aos jogos da seleção.

    – Conclamar os blogueiros progressistas pagos com dinheiro estatal para inundar as redes sociais com mensagens de louvor ao PT e ao Bolsa-Família e falando mal do FHC.

    – Chamar o pessoal do MPL, da UNE, da CUT e do movimento LGBT para gritar “abaixo a cura gay” e “Fora Feliciano”.

    – Mudar o corte de cabelo.
    *
    Do blog de Reinaldo Azevedo, que os esquerdinhas adoram odiar: “O governo está mais perdido do que cachorro caído de mudança no meio de um protesto contra… tudo isso que está aí!” Disse tudo! * E o “passe livre” chegou aos aviões da FAB. Que o digam Henrique Alves e Renan Calheiros…
    *
    Bastaram alguns dias de protesto para que o presidente do Egito, Mohammed Mursi, virasse suco. Já no Brasil, há mais de três semanas o povo sai às ruas e… nada. Por que a diferença? Tenho um palpite: é que, no Egito, a palavra de ordem era “Fora Mursi”; já em Banânia é “Por um Brasil melhor”… Fui muito sutil?
    *
    Deixa eu ver se entendi…

    – Em um movimento sem precedentes na História, milhões saem às ruas e param o Brasil, protestando contra a corrupção, os gastos na Copa, por melhores transportes públicos, mais saúde, mais educação, mais segurança etc.;

    – Em vez de ouvir esses anseios, o governo de Dilma Duchefe propõe um plebiscito sobre “reforma política” que não estava na pauta de reivindicações, que ninguém entende e que, além de inviável, é claramente INCONSTITUCIONAL (ou seja: tem cara, jeito e cheiro de GOLPE);

    – O que estão esperando para pedir o IMPEACHMENT? …
    *
    “Art. 3o Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, e no caso do § 3o do art. 18 da Constituição Federal, o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por proposta de um terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional, de conformidade com esta Lei.” – Lei 9.709/98.

    Alguma dúvida de que a proposta de dona Dilma de convocar um plebiscito é GOLPE?
    *
    As últimas três semanas me deram mais motivos para assinar embaixo da frase:

    – O único “movimento de massas” que me interessa é o de uma panela de macarrão. (Gustavo Bezerra)

  7. Paulo Henrique

    Era Lula cria mais empregos que governos FHC, Itamar, Collor e Sarney juntos

    Publicado em Domingo, 30 Junho 2013 17:51 Escrito por Daniel Pearl

    Reproduzido do R7: Há oito anos, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para seu primeiro mandato, as pesquisas de opinião mostraram que o desemprego e a fome eram as maiores preocupações dos

    brasileiros. Chegando ao fim do governo mais popular da história recente, um novo levantamento, feito em setembro pelo instituto Datafolha, mostrou que os dois maiores tormentos agora são a saúde e a segurança.
    Sinal dos tempos, a campanha presidencial de 2010 quase deixou o tema emprego passar em branco. Enquanto o Lula candidato prometia a geração de 10 milhões de vagas formais, a presidente eleita, Dilma Rousseff, fez questão de não fixar qualquer meta. Segundo o ministro Carlos Lupi, do Trabalho, que participou do programa de governo de Dilma na área, a ausência foi proposital.
    – Ela não precisou e nem precisa prometer porque já está fazendo. O governo da Dilma é o da continuidade.
    De acordo com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), que registra todas as contratações e demissões de empregados regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), pelo regime estatutário, dos servidores públicos, além dos trabalhadores temporários e avulsos, a expansão durante o governo Lula é incontestável. De 2003 até setembro de 2010 foram criados 14.725.039 empregos. Isso dá a Lula uma média de 1,8 milhão de postos de trabalho por cada ano de seu governo.
    A comparação com os governos anteriores é quase injusta. Fernando Henrique Cardoso criou 5.016.672 empregos em seus oito anos de mandato, uma média de 627 mil. Itamar Franco, que governou de 1993 a 1994, gerou 1.394.398 postos – média de 697 mil. José Sarney, em seus cinco anos como presidente, criou 3.994.437 empregos, marcando a segunda melhor média (998 mil) dos últimos 30 anos. Fernando Collor, por sua vez, deixou o governo com a extinção de mais de 2,2 milhões de postos de trabalho.
    Os 14,7 milhões de empregos gerados nos oito anos do governo Lula até setembro deste ano, portanto, superam a soma dos empregos gerados nos governos FHC, Itamar, e Sarney, que juntos são 10,4 milhões em 15 anos. Isso sem contar com o fechamento de 2,2 milhões de vagas durante os três anos do governo Collor, o que daria um saldo de 8,2 milhões de empregos em 18 anos.
    Propostas de Dilma
    Em seu programa de governo, a presidente eleita afirma que vai trabalhar a questão do emprego em três frentes. A primeira, calcada na continuidade da geração, vem do seu próprio perfil de quem vê o Estado como grande indutor do crescimento econômico. Para isso, como argumenta Lupi, vai investir ainda mais em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do programa Minha Casa, Minha Vida, e, principalmente, em projetos da Petrobras estimados em R$ 250 bilhões até 2014 – outros R$ 462 bilhões estão previstos pós-2014.
    – As ações estatais são a locomotiva do crescimento econômico e da geração de emprego. Há projetos gigantescos envolvendo o Comperj [Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro] que vão demandar investimentos em hotelaria, restaurantes e outros serviços. Isso tudo é emprego que não acaba mais.
    A segunda frente de Dilma é a ampliação de cursos técnicos para todos os municípios com mais de 50 mil habitantes. Nesse ponto, os números estão a seu favor. Desde 2003, foram abertas 214 novas escolas profissionalizantes, com a oferta de 500 mil matrículas. Ainda nessa frente, há o programa Próximo Passo, que pretende qualificar, entre os beneficiários do Bolsa Família, 145 mil trabalhadores na área da construção civil e 25 mil na área de turismo e hotelaria.
    O terceiro nicho de geração de empregos talvez seja o mais importante. De acordo com projeção do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), os pequenos empresários serão responsáveis por quase 80% de todas as vagas criadas em 2010. Dilma afirma, em seu programa de governo, que fará políticas especiais tributárias, de crédito, qualificação profissional e suporte tecnológico para ampliar o setor.
    Para o presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Márcio Pochmann, tudo leva a crer que o caminho seja realmente esse. Apostar em milagres, como já foi comprovado pela história recente brasileira, não é saudável.
    – Muito já foi feito no sentido de criar falsos processos de geração sustentável de emprego. Investir nas micro e pequenas empresas e, ao mesmo tempo, estimular o restante da economia por meio de ações estatais é uma saída viável. Mas não há melhor indicativo de sustentabilidade do que 28 milhões de brasileiros saindo da pobreza e tendo apoio do Estado para buscar um emprego digno.

    Publicado em Domingo, 30 Junho 2013 17:51
    Escrito por Daniel Pearl

  8. Wainer

    Este Fiuza é viuva do PSDB privastita, na Espanha vimeos este mesmo filme, e direita voltou raivosa e cortando direitos, redução de salarios de professores e policiais. O Brasil nunca esteve tão, tanta para o probres como a farisaica classe média, os brasileiros já são os 2º compradores de imóveis em Miame e o 6º em Nova York, se kliga Fiuza, onde esta a crise, cara.

  9. maria

    Concordo com vc Wainer:Onde está a crise Guilherme? Campos só não se manifestou a contento porque tem passagem a 1 real,apesar das péssimas condições de transporte.
    O povo deve estar amando esta situação pq não vai para as ruas: tem medo.

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