Gustavo Soffiati: “Por que casal Garotinho não mete o pé na porta do Trianon?”

Quem também se pronunciou sobre a polêmica da suposta censura à peça “Bonitinha, mas Ordinária”, de Nelson Rodrigues (1912/80), por alegados motivos pessoais e religiosos da prefeita Rosinha (conheça o caso aqui e aqui), denunciada aqui e aqui na mídia nacional, por integrantes do grupo teatral carioca “Oito de Paus”, que encenaria o texto no Trianon, em 10 de agosto, foi o professor, crítico de cinema e poeta Gustavo Soffiati. Aqui, na democracia irrefreável das redes sociais, o professor de História, que conheci nos festivais de poesia nos anos 1990, fez uma interessante analogia histórica para propor ao casal, que governa a cidade há 25 anos, a mesma atitude que os lançou na vida pública, mais de 30 anos atrás. Na década de 80 do século passado, quando eram mais ligados ao “Teatro do Invisível”, do Augusto Boal (1931/2009), do que à leitura fundamentalista da Bíblia, os dois lideraram o grupo que literalmente meteu o pé na porta e ocupou o Teatro de Bolso (nosso Trianon da época),  para devolvê-lo a quem de fato pertencia, como ainda pertencem todos os demais teatros de Campos e deste planetinha azul e girante: aos artistas!

Gustavo Soffiati, professor, poeta e crítico de cinema
Gustavo Soffiati, professor, poeta e crítico de cinema

GAROTINHO, ROSINHA: VAMOS ENTRAR COM O PÉ NA PORTA DO TRIANON?

Corro o risco de perder o slogan, sobretudo, se eu não puder participar da próxima manifestação de rua em Campos (como não pude das anteriores, por estar trabalhando), mas fica a dica para quem quiser usá-lo, considerando que:

1 – No final do regime militar estabelecido no Brasil pelo golpe de 1964, o casal integrou um movimento ao qual alude o slogan, entrando com o pé na porta do Teatro de Bolso, para entregá-lo/devolvê-lo aos artistas da cidade;

2 – Julgando encarnar os ideais “nacionais” (embora não os municipais) que motivaram protestos em todo o país, Garotinho estranhou não ter sido convidado para figurar entre os participantes (ilustres, é claro) do primeiro que ocorreu na planície goitacá;

3 – A construção do novo Trianon foi impulsionada pela necessidade de erigir um teatro que, de algum modo, reparasse a criminosa demolição do antigo, para dar lugar a uma agência bancária, durante o segundo mandato de Zezé Barbosa (1973-1976), principal alvo do Garotinho candidato a prefeito de Campos pela primeira vez (em 1988), por personificar o ex-sub-delegado de Guarus, nos discursos do escolhido pelo “Muda Campos”, o coronelismo e uma oligarquia vinculada à agroindústria canavieira de nosso município;

4 – O Trianon de hoje (de hoje mesmo, quando lá se reúnem os componentes da oligarquia que sucedeu a liderada por Zezé Barbosa) representa, de certa maneira, o Teatro de Bolso de outrora, que precisou ser invadido (ops, ocupado) pelos artistas, havendo nos cancelamentos de eventos previstos para a casa de cultura da rua do Ouvidor mais mistérios do que pode supor nossa vã filosofia.

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Este post tem 4 comentários

  1. cacau

    Chega de nos fazer de palhaços e não nos receber.
    Vamos acabar com essa farsa.
    Venha nos explicar. Pq vc só contrata vc mesma?Ou melhor, a BANDA MASSA? tem que vir a público se explicar.
    Vc sabia que o MP proibe isso?
    Chega de investir no seu marido, BANDA MASSA.
    O dinheiro da FCJOL é nosso e não seu.
    Somos pessoas do bem e precisamos sustentar nossas famílias.
    Vc quer um estúdio ZEN, (trecho excluído pela moderação).
    O MP existe e já foi solicitado pela classe artística.
    Vc pega o talão de chegue da FCJOL e nomeia seu. Tá errado isso.
    Chega de festinhas (trecho excluído pela moderação).
    Esse dinheiro que vc esta gastando (trecho excluído pela moderação) é nosso.

  2. Sandro

    Patrícia comentou que não se dignou a responder pois o que vem da Folha da Manhã não a toca.

  3. carlos

    Ouvimos na FCJOL que a toda poderosa Patrícia Cordeiro não se pronunciou à Folha da Manhã pq ela não acredita na credibilidade do jornal.

  4. alex

    O espetáculo foi cancelado e pronto. A prefeitura decide pois é ela quem paga.
    Não adianta movimento pois quem manda é a prefeita e ela quer Patrícia comandando a cultura.

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