Por Alexandre Bastos, em 08-08-2013 – 2h32
Em março de 2006, após Alexandre Mocaiber vencer a eleição suplementar contra Geraldo Pudim, o grupo do PMDB em Campos, naquela época comandado por Anthony Garotinho, reuniu alguns gatos pingados na sede do partido. Na ocasião passei por lá para fazer uma matéria e vi de perto um discurso interessante.
Derrotado duas vezes em Campos (2004 e 2006), Garotinho comentou sobre o pequeno número de pessoas ao seu lado e disse que aquele pequeno grupo deveria juntar os cacos. “Agora temos que nos unir. A Prefeitura é uma metralhadora e ela está virada para nós. Não podemos desistir. Muitos aliados vão para o governo, mas os que ficarem com certeza estarão mais fortes para as novas batalhas”, afirmou.
Dois anos depois, em outubro de 2008, Rosinha venceu Arnaldo Vianna no segundo turno e o seu grupo voltou ao poder e recuperou a “metralhadora”. E aí, ao cobrir uma outra reunião do grupo, dessa vez superlotada, vi Anthony Garotinho se lembrar daquelas cadeiras vazias de 2006 e dos muitos aliados que foram para o outro lado e voltaram.
Na noite de ontem (7), quando os “Cabruncos Livres” protestaram na Câmara, muitos aliados de Garotinho ironizaram o pequeno grupo. Talvez, muitos deles não estivessem naquela reunião vazia de 2006. Acostumados com o poder e se achando imbatíveis, os rosáceos se esquecem que “a soberba precede a ruína e a altivez do espírito, a queda”. Provérbios 16:18.
É lógico que o grupo governista é muito poderoso e boa parte da oposição bate cabeça por conta de vaidade. Porém, quando se deparar novamente com os poucos “Cabruncos”, os aliados da prefeita Rosinha poderiam agir de uma forma menos prepotente. Respeitem os gatos pingados e lembrem-se dos exemplos de vida do próprio Garotinho ou então de um caso mais recente no mundo das artes marciais. Dono do cinturão e invicto no UFC, Anderson Silva se achou imbatível, abusou das brincadeiras e perdeu para o azarão Chris Weidman.
O mundo dá voltas