“O PT se perdeu quando Lula resolveu ser seu dono. Dilma é autoritária e não ouve ninguém”

Sandra Starling, fundadora do PT em Minas, ex-deputada pelo partido (foto de Cristiano Mariz)
Sandra Starling, fundadora do PT em Minas, ex-deputada federal e líder do partido no governo FHC (foto de Cristiano Mariz)

 

 

Por Cristina Jungblut

BELO HORIZONTE — Fundadora do PT e líder do partido na época do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, a ex-deputada federal Sandra Starling anunciou que vai votar no candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, no próximo domingo. Aos 70 anos, a professora aposentada disse ao GLOBO que decidiu votar em Aécio diante do comportamento do governo Dilma de esconder dados, citando o caso do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que segurou a divulgação de dados sobre a superação da pobreza no país. A ex-petista disse que é um “voto crítico” e para mostrar sua indignação. Ela faz críticas ao PT, ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma Rousseff.

Sandra autorizou a publicação na quarta-feira de um texto seu intitulado “Meu voto crítico em Aécio é um veto ao voto a Dilma” no blog Diário do Poder. Ontem, ela disse que saiu do PT em 2010 quando o ex-presidente Lula impôs o apoio do partido à candidatura de Hélio Costa (PMDB) ao governo de Minas Gerais. Sandra lembrou que concorreu ao governo de Minas em 1982 contra o avô de Aécio, Tancredo Neves. E contou que, no início do ano, chegou a ironizar a decisão de Aécio de ser candidato à Presidência.

 

Por que a senhora decidiu votar em Aécio Neves?

Estou muito indignada com a camuflagem de números que se passou a ver no governo Dilma. O caso do Ipea, que já deveria ter publicado os dados (sobre a miséria). Quem anda nas ruas está vendo que a coisa não está indo bem. Isso me remeteu a um tempo muito ruim, de quando era professora. Na época da ditadura, não se publicava a verdade. Fiquei muito indignada e, então, resolvi votar no Aécio, para mostrar essa indignação. Eu ia praticar a idiotia, que, em grego, significa não participar de política. Já tenho 70 anos e não iria votar. Estou querendo saber (dos números) do FAT, do FGTS.

 

A senhora foi fundadora do PT, líder do partido na Câmara. Como vê o PT hoje?

Com muito pesar, muita tristeza. Eu militei por 30 anos nele, antes mesmo da fundação. Tenho orgulho de ter sido candidata por ele em 1982 e disputei com o Tancredo Neves. Se quisesse me vingar, não votaria no neto dele. No debate, Tancredo me chamou de “professorinha” e disse: “Você tem uma inteligência perigosa” (risos). O PT se perdeu.

 

Quando o PT se perdeu?

Quando o Lula resolveu ser dono do PT. A partir do momento em que ele se arvorou a ser dono, escolheu a Dilma (candidata à Presidência). Em 2010, escolhemos o Pimentel (Fernando) para ser o candidato ao governo e, dias depois, era o Hélio Costa. Eu me desfiliei do PT em 2010. Fui líder do PT e combati o governo Fernando Henrique feito louca. Em 1996, combati a reeleição, sou contra a reeleição. Fico envergonhada de os petistas concorrerem à reeleição.

 

O que a senhora acha do governo da presidente Dilma Rousseff?

Péssimo. Dilma é autoritária e não ouve ninguém.

 

A senhora escreveu em seu artigo que dava um “voto crítico” a Aécio Neves e que ele lhe causa “medo”, sobre a possibilidade de aumento da exclusão social. Como é isso?

Dou um voto crítico. Não tenho nenhuma posição semelhante às do Aécio. Ele me causa medo, como ela também. Dilma escondeu qual a posição dela em relação às mulheres, aos casos de aborto que ocorreram recentemente. Não sabemos a posição de Aécio sobre a homofobia, e ele diz que vai continuar o programa Bolsa Família. Vou votar, mas dizendo que “estou de olho”.

 

Publicado aqui, na globo.com

 

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Este post tem um comentário

  1. Herval Guimarães

    Sede de Veja atacada por terroristas do PT.
    Por Aluízio Amorim

    Eis agora a comprovação do que tenho afirmado aqui no blog há quase uma década. O PT é um partido comunista radical, violento e que deseja transformar o Brasil numa república bolivariana no estilo da Venezuela.

    O ataque à sede do Grupo Abril, que edita a revista Veja na noite desta sexta-feira, por uma milícia bolivariana do PT, é mais uma afronta ao Estado de Direito Democrática, sobretudo à liberdade de imprensa.

    Um bando de psicopatas do PT pichou e depredou o prédio que abriga a redação da revista Veja, porque a revista publicou em sua edição que foi às bancas nesta sexta-feira, a reportagem-bomba revelando que Lula e Dilma sabiam tudo sobre a escandalosa roubalheira na Petrobras, segundo delatou o doleiro Alberto Youssef, o operador financeiro do petrolão.

    Mais um motivo para nunca mais votar em ninguém do PT. Entretanto, uma pequena parcela de jornalistas, entre os quais este blogueiro, vem alertando há anos sobre realidade dos fatos que muitos não acreditaram e outros fingiram de forma oportunista não acreditar.

    Espero que esse assalto ao Grupo Abril e às revista Veja sirva, de uma vez por todas, para que todos os brasileiros saibam que a nossa democracia, a nossa liberdade corre sério risco estando o Brasil nas mãos desses psicopatas do PT.

    A informação do ataque à sede da revista Veja foi noticiada pela Folha de S. Paulo, esse jornal que ignorou o furo de reportagem de Veja, sobre o envolvimento de Lula e Dilma com a roubalheira da Petrobras, enquanto outros veículos de comunicação dera a matéria.

    A Folha de S. Paulo tornou-se um panfleto do PT. Entretanto, nenhum brasileiro decente e democrata vai atacar a Folha de S. Paulo.

    Particularmente, eu Aluizio Amorim, jornalista e advogado, estarei sempre defendendo a liberdade de imprensa, inclusive a liberdade da Folha de S. Paulo de fazer o que faz. Entretanto, a liberdade de imprensa me faculta o direito constitucional de criticar a Folha como qualquer outro veículo de comunicação.
    Quem não quer a liberdade de imprensa é o PT que, estranhamente, a Folha de S. Paulo defende, não só defende, divulga e mistifica informações em favor de Lula, Dilma e seus sequazes.

    http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2014/10/sede-de-veja-atacada-por-milicias.html?m=1

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