Na CPI do Petrobras, Barusco confirma repasse ao PT para campanha de Dilma em 2010

Pedro Barusco chega à sessão da CPI (Jorge William - Agência O Globo)
Pedro Barusco chega à sessão da CPI (Jorge William – Agência O Globo)

 

 

Por Aguirre Talento, Gabriel Mascarenhas e Márcio Falcão

 

O ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, afirmou em depoimento à CPI da Petrobras nesta terça-feira (10) que se reunia com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para discutir o repasse ao PT de propinas pagas à estatal, mas se negou a dar detalhes sobre o recebimento de propina durante a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso alegando estar sob investigação.

Primeiro depoimento da CPI, Barusco frustrou as expectativas do PT de obter detalhes de irregularidades durante a gestão tucana e pouco avançou nas informações já dadas em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, que investiga os desvios na Petrobras.

Ele disse que começou a receber propina de forma “institucionalizada” a partir de 2003 ou 2004, já sob gestão petista, quando assumiu o cargo de gerente executivo de Engenharia. No caso das propinas que começaram a ser pagas a ele entre 1997 e 1998, informou que foi uma “iniciativa pessoal minha”.

De acordo com as investigações da Lava Jato, a propina era paga por um cartel de empreiteiras para garantir a obtenção de contratos com a estatal. Parte ficava com funcionários da Petrobras e parte era repassada a partidos.

Questionado pelo relator Luiz Sérgio (PT-RJ) se outros também recebiam propina na época da gestão tucana, Barusco evitou responder. “Sobre essa questão, existe uma investigação em curso, eu sou investigado. Essa é uma parte que eu vou me ater ao depoimento [na delação premiada]. Não vou aprofundar, porque está ocorrendo uma investigação”. Ele não explicou quem está fazendo essa investigação.

 

Repasses

Em relação aos repasses para o PT, repetiu que o partido recebia um percentual da propina paga por empresas à diretoria de Serviços. Afirmou que não sabia se esses recursos eram dados para políticos, citando apenas o tesoureiro Vaccari. “Eu realmente sentava com ele, discutia, (…) mas eu não me envolvia com essa parte, se o dinheiro era para ele, pro partido. O rótulo era PT.”

Os encontros ocorriam principalmente nos hotéis Meliá, em São Paulo, e Windsor, no Rio — mesmos locais onde o ex-diretor Renato Duque e Vaccari se encontravam, conforme relatado pelos dois à Polícia Federal.

Segundo ele, esse assunto era “sempre combinado” com Vaccari. “Isso cabia ao João Vaccari gerenciar. Ele que era responsável. Não sei como ele recebia, para quem ele distribuía, se era oficial, extra-oficial. Cabia a ele naquele percentual uma parte”.

Barusco também fez questão de fazer um esclarecimento de como fez a estimativa de que o PT recebeu até US$ 200 milhões em propina: era o dobro do que ele próprio havia recebido.

“Como ao PT, na divisão da propina, cabia receber o dobro ou um pouco mais, eu estimava que ele [Vaccari] poderia ter recebido o dobro. Se eu recebi, porque os outros não teriam recebido?”, afirmou, provocando risos aos integrantes da CPI.

Vaccari assumiu as finanças do PT em 2010. Questionado se teve contato com o antigo tesoureiro Delúbio Soares, que cuidava das finanças do partido na época do mensalão, Barusco respondeu negativamente. Também disse que teve poucos contatos e somente em eventos sociais com o ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão.

Apesar da defesa de Barusco ter pedido que a sessão fosse fechada, houve uma negociação e sua advogada, Beatriz Catta Preta, concordou que fosse aberta, desde que não lhe fizessem perguntas de ordem pessoal.

O tesoureiro do PT João Vaccari Neto nega o recebimento de propinas em contratos da Petrobras.

Sobre a delação premiada de Barusco, o PT já havia afirmado em nota que todas as doações recebidas são legais.

 

Alívio

Em um momento de desabafo, Barusco disse que está “aliviado” com a delação e com a devolução dos recursos aos cofres públicos.

ÓEsse é um caminho que não tem volta. A gente começa a receber recurso no exterior, vai indo, vai indo, vai crescendo, de um ano pra outro isso vira uma espada em nossa cabeça. Não tem saída para isso. Essa delação que estou fazendo está me dando um alívio”.

 

Publicado aqui, na folhadesaopaulo.com

 

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Este post tem um comentário

  1. RICARDO OLIVEIRA

    PERGUNTO AOS OUTROS LEITORES…QUEM INDICA O PRESIDENTE DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL? RESPOSTA: DILMA – PT, E QUEM INDICA O PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL? RESPOSTA: DILMA – PT. VOCÊ NÃO ACHAM QUE SERIA MUITO FÁCIL MANDAR EMPRESTAR A UM LARANJA R$ 10 MILHÕES DE REAIS PARA BANCAR UMA CANDIDATURA PETISTA??? ESSE DINHEIRO ENTRA COMO EMPRÉSTIMO NÃO RECEBIDO NO BALANÇO DOS BANCOS FEDERAIS!! MEU DEUS..PETROBRÁS É SÓ A PONTA DO ICEBERG!!!!!! ACORDA BRASIL!!! COM O EX-PRESIDENTE COLLOR ERA DESTA FORMA: ELE SENDO GOVERNADOR DAS ALAGOAS, PEGOU UM VULTUOSO EMPRÉSTIMO PARA A PRÓPRIA RÁDIO E TV GAZETA DAS ALAGOAS, E A FORMA DE PAGAR ESTE EMPRÉSTIMO SABE QUAL ERA??? PASSANDO ANÚNCIO DO BANCO DO ESTADO DAS ALAGOAS NO COMPLEXO DE COMUNICAÇÃO DA FAMÍLIA DELE!! OU SEJA, TIROU DINHEIRO DO BANCO E NÃO PAGOU R$ 1 REAL SEQUER!!! ALÔ POLICIA FEDERAL, CADÊ VOCES???? VEJAM O BALANÇO DO BB E DA CEF!!!!

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