Por Aluysio Abreu Barbosa, Arnaldo Neto e Mário Sérgio Junior
Seja na oposição local, ou até mesmo nos nomes de maior destaque no grupo político dos Garotinho, como o deputado estadual e primeiro secretário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Geraldo Pudim (PR), o garotismo encerrou um ciclo histórico em Campos, desde que chegou ao poder pela primeira vez em 1989 e lá se manteve nos últimos 26 anos. Mas enquanto o deputado prega a renovação dentro do seu próprio grupo, visando sua sobrevida já com chances de êxito na sucessão da prefeita Rosinha Garotinho em 2016, qualquer um que ler as pesquisas mais recentes dos institutos Pro4 e Pappel, ambas feitas no município durante o mês de abril, pode ser levado a crer de que a avaliação do grupo governista junto ao povo, hoje, atravessa sua pior fase desde que os garotistas retomaram a Prefeitura em 2009, após uma brilhante campanha eleitoral em 2008.
De lá para cá, o fato é que 54% dos campistas atualmente não aprovam (aqui) a maneira como seu município tem sido governado, 57,5% não confiam na pessoa de Rosinha, 50,2% acreditam (aqui) que a prefeita não cumpriu nada (20,2%) ou a maior parte (30%) das suas promessas de campanha, 71,3% acham (aqui) que a cidade está parada (58,9%) ou regredindo (12,4%), quadro de estagnação que a fatia mais numerosa (33,1%) joga na conta da Prefeitura. Esta por sua vez, aplica mal os bilionários recursos dos royalties para 81,2% da população, cuja administração municipal é considerada (aqui) desonesta para 49,5%.
A soma de tantos indicativos negativos na percepção de um governo junto ao povo que deveria ser por ele representado, parece ser a causa das projeções sombrias ao futuro do grupo em 2016: 65,5% dos campistas hoje dizem (aqui) que não votarão em nenhum candidato apoiado por Rosinha quando, daqui a menos de um ano e meio, chegar o momento de sucedê-la. O motivo, através do extenso detalhamento feito pelo Pro4, parece simples: 66,7%, quase o mesmo percentual de quem se nega a votar nos rosáceos, querem (aqui) que o(a) próximo(a) prefeito(a) de Campos mude totalmente (33,8%) ou a maior parte (32,9%) das práticas hoje adotadas por quem governa de direito, e de fato, o município.
Todos esses dados foram fruto do levantamento do Pro4, que pormenorizou sua consulta junto a 426 entrevistados, entre 6 e 24 de abril. Realizada no mesmo mês, a pesquisa do Pappel ouviu 910 pessoas para achar números finais ainda piores aos Garotinho. Segundo sua amostragem, descontados a neutralidade do regular para 37,06%, a avaliação popular do governo Rosinha hoje teria 43% de ruim (11,72%) e péssimo (31,28%), contra apenas 19,9% de bom (15,5%) e ótimo (4,4%). Nesse mesmo questionário clássico, desconsiderando-se o regular (31,9%) como mandam os especialistas, o Pro4 aferiu que os donos do poder em Campos têm hoje 39,7% de ruim (13,4%) e péssimo (26,3%), diante de somente 26,3% de bom (22,8%) e ótimo (3,5%).
Apesar das diferenças em alguns números, na tradução lógica do que há de comum nessas duas pesquisas feitas no mesmo período, hoje quatro em cada 10 campistas consideram o governo Rosinha ruim ou péssimo. Na outra ponta, o resultado também é preocupante ao garotismo, pois em ambas as consultas o movimento que governa Campos há 26 anos aparece muito aquém dos 35% de bom e ótimo recomendáveis pelos especialistas para quem busca a reeleição. E, como todos sabem, Rosinha não poderá tentar se reeleger. De fato, segundo o Pro4, apenas um em cada 10 campistas deseja a continuidade integral do atual modelo de gestão no município.
Mas embora o antigarotismo esteja hoje presente em todas as faixas de idade, sexo, escolaridade e renda dos campistas, o Pro4 não deixa dúvidas onde ele está mais enraizado. Entre os 65,5% que declararam a intenção de não votar em 2016 em nenhuma candidato a prefeito(a) apoiado por Rosinha, 68,7% são homens, 69,6% são jovens entre 16 e 24 anos, 90% têm curso superior e 92,9% ganham acima de cinco salários mínimos.
Oposição e situação repercutem os números das pesquisas
“Não dá para falar de desonestidade. O governo Rosinha foi o único, depois de 10 anos, que teve as contas aprovadas. E os royalties são bem aplicados, como no Bairro Legal”
(Fábio Ribeiro, PR, secretário de Administração)
“Quem sou eu para dizer se o governo é ou não desonesto? Temos que cobrar dos órgãos de fiscalização. Existe obra orçada em R$ 10 milhões e já está em R$ 17 milhões”
(Fred Machado, PSD, vereador)
“A cidade é outra. Seja na questão da mobilidade urbana; Guarus e Donana foram transformadas. Falar que a cidade está parada ou regrediu, eu não vejo dessa maneira”
(Dr. Chicão, PP, vice-prefeito)
“A cidade está parada desde o ano passado. Eles dizem que entregam obras, mas estão todas atrasadas. O que eu ouço na rua, é que o ciclo de Garotinho acabou”
(Marcos Bacellar, SD, ex-vereador)
“Essa pesquisa mede um momento. É no Brasil que nenhum político é bem avaliado. Agora, dizer que a prefeita não cumpre nada do que prometeu, eu discordo”
(Abdu Neme, PR, vereador)
“Ao invés de cumprir com o que prometeu, diminuindo a máquina administrativa, aumentou e inchou ainda mais, gerando gastos e mais gastos”
(Rafael Diniz, PPS, vereador)
“O sentimento das ruas não é o mesmo que mostra a pesquisa. Não retrata o que eu vejo nas ruas, durante eventos nas quais acompanho a prefeita”
(Mauro Silva, PT do B, líder da bancada governista na Câmara )
“A pesquisa espelha o que a gente tem visto nos bairros, escolas, postos de saúde. Encontramos uma insatisfação enorme e uma imensa vontade de mudança”
(Marcão Gomes, PT, vereador)
“Quando se tem em uma pesquisa que 92,9% vão votar no candidato da oposição, com a experiência que tenho em campanhas, são números que jamais se confirmariam”
(Bruno Dauaire, PR,deputado estadual)
“Isso é resultado de obras paradas, mau atendimento na saúde, os índices ruins no Ideb. Campos teve mais de R$ 15 bilhões de 2009 pra cá e a gente não vê mudança”
(Papinha, PP, deputado estadual)
“Por conta dessa crise sem precedente, que afeta não só o município, pouca gente está satisfeita. Acredito que Campos esteja refletindo esse descontentamento”
(Paulo Feijó, PR, deputado federal)
“Penso que a população está amadurecida para não cair em conversa afiada de pessoas que estão na oposição ao governo atual, mas não de governos anteriores”
(Roberto Henriques, PSD, suplente de deputado estadual)
Publicado hoje na Folha da Manhã
Acabou para eles, o que os davam os votos para os garotinhos era os empregos das firmas prestadores de serviço, agora já era.
chega de famili garrotinho
Caro Aluysio acho totalmente desnecessárias as pesquisas aqui vinculadas:
1-Que os “GAROTINHOS” estão em queda isto é fato não se discute.
2-Tentar prever o que irá acontecer em 2016 é praticamente impossível,tendo apenas 50% de chance de estar certo pois pode ganhar o candidato da oposição como o candidato apoiado pelos “GAROTINHOS”.
3-Estas pesquisas servem mais ao governo que a oposição pois eles podem utiliza-las como objeto de estudo para se encontrar uma estrategia para que se mude o curso da politica desfavorável atualmente aos “GAROTINHOS”.
4-Tentar dizer que os “GAROTINHOS” estão mortos politicamente é uma inverdade pois, quer queira quer não .eles já escreveram seu nome na historia politica do Brasil.
5-Se a oposição se descuidar, com a habilidade politica que os “GAROTINHOS”possuem somados a maquina municipal e a consciência do eleitorado,que já esta provado a ultima lembrança é a que fica ,ou seja,o que se define a eleição são os fatos gerados 6 meses antes uma eleição,assim sendo,corremos um sério risco de termos esse grupo politico por mais tempo no poder.
Nossa, certos nomes aqui causam até ansia (trecho excluído pela moderação).
Haja dinheiro pars reelegerem.
Caro Marcus Vinicius,
Talvez não seja desnecessário dizer:
1 – Li todas as pesquisas Pro4 e Pappel para tentar descrevê-las em matérias. Confio em seus núneros. Mas sei tb que são retratos do instante. Tivesse que apostar para 2016, o faria tendo qualquer candidato do garotismo como favorito.
2 – Concordo. Sinceramente, acredito que o leitor mais atento dessas consultas mais detalhadas do Pro4 foi Anthony Garotinho, melhor intérprete de pesquisas que pessoalmente vi.
3 – Sobre o que penso da gravidade exercida pelo garotismo na história da política de Campos, indico a (re)leitura: http://www.fmanha.com.br/blogs/opinioes/2014/10/06/ponto-final-qual-o-tamanho-de-garotinho/
Abç e grato pela chance do debate!
Aluysio
O que se define a eleição são os fatos gerados 6 meses antes do pleito( Marcus Vinicius disse anteriormente e eu concordo ) … Eles farão sucessor sim (não com meu voto) e vocês vão ver, porque o Campista é levado pelo populismo barato do casal …
Ano que vem iremos as urnas e dá a resposta a família garotinho.
Caro Jose Alves,
Pode ser que sim, ou não.
Abçs e grato pela chance da concordância parcial!
Aluysio
Caro Aluysio sou leitor da coluna Ponto Final desde a época do seu saudoso Pai,sei que a Folha não omite a relevância dos “GAROTINHOS”na historia politica de Campos do Rio e do Brasil.
Só para Registrar nunca votei nos “GAROTINHOS” por discordar da forma como governam.
Dai a querer jogar uma pá de cal nos “GAROTINHOS” ,embora fosse um grande avanço para nosso município,acho que ainda não será dessa vez pois nunca vi um politico com tanta sede de poder,não tem sábado,domingos ou feriados ele respira politica 24 horas por dia.
A unica chance de nos livrarmos dos “GAROTINHOS” seria se tivéssemos por aqui uma filial da Lava Jato do Dr.Sergio Moro que faria também muito empreiteiro daqui ver o sol nascer quadrado.
EU NASCI EM CAMPOS, VIVO EM CAMPOS, AMO CAMPOS E POSSO DIZER QUE, NUNCA VI MUDANÇA SIGNIFICANTE EM NOSSA CIDADE!
VOCÊS TEM IDÉIA O QUANTO ENTRA DE DINHEIRO NA PREFEITURA DE CAMPOS? NÃO? O QUE A PREFEITURA ARRECADA TODO ANO, DARIA PARA NO MÍNIMO, CRIAR UM HOSPITAL DE PRIMEIRO MUNDO POR ANO, DARIA PARA ASFALTAR A CIDADE INTEIRA E AINDA TROCAR O MESMO ASFALTO (NA CIDADE INTEIRA) POR ANO. DARIA PARA COLOCAR ÔNIBUS DE PRIMEIRA CLASSE, COM AR CONDICIONADO, EM TODA CIDADE. ENFIM, DARIA PARA MUDAR A CARA DE NOSSA CIDADE PARA MELHOR É CLARO, MAS…PORQUE NÃO FAZEM ISSO? DINHEIRO TEM, MAS (trecho excluído pela moderação) NÃO!
O QUE HÁ POR TRÁS DE TUDO ISSO? A (trecho excluído pela moderação), NADA MAIS QUE ISSO!
IMAGINE VOCÊ, UMA OBRA REALIZADA PELA PREFEITURA EM UMA RUA, QUE PODE SER FEITO EM TORNO DE R$200.000,00 (DUZENTOS MIL REAIS). A EMPRESA CONTRATADA ASSINA OS PAPÉIS, INFORMANDO QUE A OBRA CUSTOU 1.500.000,00 (HUM MILHÃO E QUINHENTOS MIL REAIS), NÃO DARIA PARA FAZER A MESMA OBRA EM VÁRIAS RUAS DA CIDADE? É ISSO QUE ACONTECE COM O SUMIÇO RÁPIDINHO DOS ROYALTIES, É POR ESSE CAMINHO QUE TODA A ARRECADAÇÃO DA PREFEITURA DESAPARECE, OU SEJA, A (trecho excluído pela moderação) FAZ COM QUE A CIDADE, FIQUE PARADA NO TEMPO.
AGORA IMAGINE A FAMÍLIA GAROTINHO NO PODER DE CAMPOS DURANTE 35 ANOS, E VOCÊ VÊ QUE A CIDADE EM NADA MUDOU, PARA ONDE FOI TANTO DINHEIRO?
ESPERO QUE OS CAMPISTAS ACORDEM DE VEZ E NÃO VOTEM MAIS NESSA FAMÍLIA GAROTINHO,QUEM NÃO AMAMNOSSA CIDADE!
ELES QUEREM É SOMENTE O PODER, QUEREM PARA SI A RIQUEZA QUE NOSSO MUNICÍPIO GERA.
POR FIM, EU PERGUNTO: PORQUE O “ROLO COMPRESSOR” DESSA SENHORA ROSINHA NÃO ACEITOU QUE HOUVESSE UMA AUDITORIA PARA ONDE VAI OS DINHEIROS DOS ROYATIES DE CAMPOS? PORQUE SERÁ? ORA, QUEM NÃO DEVE, NÃO TEME!!
ISTO É UMA…VERGOOOOOOOOOONHAAAAAAAAAA!
Caro Marcus Vinicius,
Queira-se ou não, goste-se ou não, não há como escrever sobre política ou sequer viver em Campos sem orbitar em torno da gravidade mais densa do garotismo. A Folha, enquanto porta voz de sua comunidade, não o seria se não reconhecesse isso como fato histórico e (ainda) presente. Certamente, grande parte disso, como vc bem disse, deve-se à capacidade de dedicação, de trabalho e à perseverança quase inumanas de Anthony Garotinho, sem par em qualquer nome dos que se lhe opõem em Campos.
Por motivos bem diferentes, sobretudo de natureza moral, é a mesma dedicação, trabalho e perseverança que movem tanto o juiz federal Sérgio Moro, quanto o procurador da República Deltan Dallagnol, no brilhante trabalho conjunto na investigação do Petrolão (confira aqui: http://www.fmanha.com.br/blogs/opinioes/2014/12/21/o-bem-que-um-juiz-e-um-promotor-podem-fazer-a-um-pais/). De fato, é um trabalho que só encontra paralelo (confesso) na Operação Mãos Limpas na Itália, responsável lá por desarticular e prender os envolvidos na sórdida mistura entre política e crime que sempre existiu no Brasil, mas passou a ser institucionalizada no país sob o governo pelo PT.
Tão certo quanto infelizmente, não se fez perceber ninguém do mesmo nível e com o mesmo compromisso cidadão na nossa comarca, seja no Judiciário, mas principalmente em nossos Ministérios Públicos Estadual e Federal — este, curiosamente tão ativo, por exemplo, durante o governo Mocaiber. Lamento maior que esse, meu caro amigo, só por vc e os demais leitores do Ponto Final, acostumados com meu pai, serem hoje obrigados a se contentar conosco.
Abç e grato pela chance de dizer algumas coisas!
Aluysio
Bem antes da operação lava jato o Dr.Sergio Moro já sentia essa semelhança entre Brasil e Itália no que tange a corrupção onde escreveu um artigo denominado CONSIDERAÇÕES SOBRE A OPERAÇÃO
“MANI PULITE” vou apenas citar um texto dessa obra prima :
” A gravidade da constatação é que a corrupção tende a
espalhar-se enquanto não encontrar barreiras eficazes. O
político corrupto, por exemplo, tem vantagens competitivas no
mercado político em relação ao honesto, por poder contar
com recursos que este não tem. Da mesma forma, um
ambiente viciado tende a reduzir os custos morais da
corrupção, uma vez que o corrupto costuma enxergar o seu
comportamento como um padrão e não a exceção”.
Assim sendo não acho uma utopia acreditar que possamos ser pessoas melhores,pois os políticos corruptos nada mais são que o espelho da sociedade que nos pequenos gestos cotidianos,sem culpa,cometem atos reprováveis,cito,jogar lixo pra fora do carro,parar em local proibido ou vagas restritas para deficientes ou idosos,falar ao celular enquanto dirige colocando sua vida e de terceiros em perigo,uma “sonegadazinha”no ajuste anual do imposto de renda e muitos outros que cometemos e dormimos como “anjinhos” no final do dia.