“Pontal” no Sesc-Campos homenageou Kapi e Neivaldo

Na visão do repórter fotográfico Valmir Oliveira, o espetáculo “Pontal”, na noite de ontem, no Sesc-Campos, com os atores Yve Carvalho, Sidney Navarro e Saullo de Oliveira, que homenageou o poeta e diretor de teatro Antonio Roberto de Gois Cavalcanti, o Kapi, falecido no último dia 2 de abril, e o comerciante Neivaldo Paes Soraes, o Bambu, desaparecido desde o início da noite do último domingo (21/06), na foz do rio Paraíba do Sul, às margens do que restou do Pontal real de Atafona, onde a peça foi encenada a primeira vez no verão de 2010, no bar de Neivaldo, com direção de Kapi:

 

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Com Neivaldo ainda desaparecido, buscas serão retomadas nesse sábado

Bombeiros estiveram hoje na residência de Neivaldo na ilha do Peçanha (foto de Genilson Pessanha - Folha da Manhã)
Bombeiros estiveram hoje na residência de Neivaldo na ilha do Peçanha (foto de Genilson Pessanha – Folha da Manhã)

 

Neivaldo (reprodução de facebook)
Neivaldo (reprodução de facebook)

Com informações do jornalista Arnaldo Neto

Acabou há alguns minutos, com o cair da noite, o trabalho de busca pelo comerciante Neivaldo Paes Soares, o “Bambu”, de 54 anos, desaparecido desde o início da noite do último domingo (21/06). Amanhã, as buscas recomeçam a partir das 7h da manhã, com uma lancha e agentes da Capitania dos Portos de São João da Barra (SJB). Já os Bombeiros retomam a partir das 8h o trabalho que fizeram durante todo o dia de hoje, com mais uma lancha, com equipe de mergulhadores, mais um jet ski e um quadriciclo, para percorrem o litoral nos dois sentidos da foz do rio Paraíba do Sul, onde a canoa a motor de Neivaldo foi encontrada por pescadores rodando sozinha, na manhã de segunda-feira. Com mais uma lancha, a Defesa Civil de SJB também voltará a engrossar  amanhã as buscas com mais uma lancha, mas só na parte da tarde, devido a um compromisso que já estava agendado.

Irmão de Neivaldo, o também comerciante Élvio Paes Gomes, o “Estranho”, hoje cogitou a possibilidade de homicídio. Ele disse que a porta da frente da casa do irmão, na ilha do Peçanha, estava apenas encostada (como o blog adiantou ontem aqui), enquanto Neivaldo tinha o hábito de não sair sem trancá-la a chave. Segundo Estranho, o irmão já teria registrado queixa na 145ª Delegacia de Polícia (DP) de SJB, após se envolver em confronto físico com vizinhos na ilha. No entanto, nada na casa parece ter sido levado, assim como a canoa de Neivaldo foi encontrada na manhã de segunda, com o motor ligado, dando voltas pela foz do Paraíba, com todos os pertences aparentemente intocados. Dentro da embarcação havia uma churrasqueira, carne já assada de churrasco, uma rede e iscas de pesca, uma garrafa e latas de cerveja vazias, cigarros de palha fumados pela metade e uma sacola plástica com mantimentos: farinha, café e açúcar.

De acordo com testemunhas, perto do cais do Restaurante do Ricardinho, ao lado da Igreja Nossa Senhora da Penha, em Atafona, Neivaldo estava sem colete salva vidas e chegou a cair quatro vezes da canoa, tendo dificuldades também para acionar o motor, antes de tentar cruzar a foz do Paraíba até sua casa, já à noite, na ilha do Peçanha. Como Estranho só oficializou o desaparecimento do irmão na tarde de quinta, o delegado titular da 145ª DP, Célio Peralta, ainda não se pronunciou sobre o caso, o que só deve fazer na próxima terça-feira, dia 30. Todavia, mesmo sem poder falar oficialmente, policiais adiantaram que como Neivaldo morava na ilha do Peçanha, pertencente a São Francisco de Itabapoana, o caso será repassado à 147ª DP, naquele município, cuja delegada titular é Ivana Morgado.

 

O barco de Neivaldo foi encontrado por pescadores na manhã de segunda, com pertences aparentemente intocados, mas sem o condutor (foto de Genilson Pessanha - Folha da Manhã)
O barco de Neivaldo foi encontrado por pescadores na manhã de segunda, com pertences aparentemente intocados, mas sem o condutor (foto de Genilson Pessanha – Folha da Manhã)

 

 

Atualização às 10h50 de 27/06: Ontem à noite surgiu o boato de que o corpo de Neivaldo teria sido encontrado em Gargaú, em São Francisco de Itabapoana, do lado oposto a Atafona na foz do rio Paraíba do Sul. Mas nem ontem, nem na manhã de hoje, existe qualquer confirmação da informação.

 

“Pontal” hoje no Sesc e “A matrioska” a partir de amanhã, na Persona

Exibida no auditório da Prumo no Porto do Açu, no último dia 12, após o grande sucesso da estreia em 2010, a peça do Pontal sobe o rio Paraíba do Sul para hoje ser exibida, às 20h, no Sesc de Campos (foto de Michelle Richa - Folha da Manhã)
Exibida no auditório da Prumo no Porto do Açu, no último dia 12, após o grande sucesso da estreia em 2010, a peça do Pontal sobe o rio Paraíba do Sul para hoje ser exibida, às 20h, no Sesc de Campos (foto de Michelle Richa – Folha da Manhã)

 

Dois espetáculos, um baseado em poemas transformados em causos contados entre pescadores, outro erguido sobre a prosa de um poeta da construção. Hoje, às 20h, no Secs de Campos, após fazer grande sucesso (aqui) no Porto do Açu a, a peça “Pontal”, reunindo poemas meus, do Artur Gomes, Adriana Medeiros e Antonio Roberto de Gois Cavalcanti, o Kapi, com direção de Yve Carvalho e ele no elenco, ao lado de Sidney Navarro e Saullo de Oliveira. Com grande sucesso de público, a peça foi encanada a primeira vez no próprio Pontal de Atafona, no verão de 2010, no Bar do Bambu, antes do mar tomar o lugar.

Já amanhã, no espaço da companhia de teatro Persona, também às 20h, se dará a estreia (aqui) da peça “A matrioska ou o jogo da verdade”, texto do poeta e dramaturgo Adriano Moura, com direção de Fernando Rossi. Finalista do 1º Concurso Nacional de Dramaturgia da Federação de Teatro Associativo do Estado do Rio de Janeiro (Fetaerj), o texto será encenado por Caio Paes de Freitas, Gabriel Azeredo, Katiana Rodrigues, Liana Velasco e Mayko Gente Boa, com reencenação no mesmo local e horário nos dias 28 de junho (domingo), mais 4, 5, 11 e 12 de julho.

 

Após pré-estreia de sucesso no Secs, a peça “A matrioska ou jogo da verdade” terá turnê a partir de amanhã, pelos próximos três finais de semana, no esoaço da Cia. Persona (foto de Valmir Oliveira - Folha da Manhã)
Após pré-estreia de sucesso no Sesc, a peça “A matrioska ou jogo da verdade” terá turnê a partir de amanhã, pelos próximos três finais de semana, no espaço da Cia. Persona (foto de Valmir Oliveira – Folha da Manhã)

 

Neivaldo Paes Soares, o “Bambu”, está desaparecido desde domingo na foz do Paraíba

Neivaldo Paes Soares, o “Bambu”, está desparecido na foz do Paraíba do Sul, entre o  rio e o oceano Atlântico, desde o último domingo
Neivaldo Paes Soares, o “Bambu”, está desparecido na foz do Paraíba do Sul, entre o rio e o oceano Atlântico, desde o último domingo (facebook de Neivaldo)

 

Está de desaparecido, desde o início a noite do último domingo (21/06), o comerciante campista Neivaldo Paes Soares, de 54 anos. Conhecido como “Bambu”, desde que passou a morar e tocar seu bar junto à foz do rio Paraíba do Sul, primeiro no Pontal de Atafona, em São João da Barra e depois na Ilha do Peçanha, que pertence a São Francisco de Itabapoana, ele foi visto pela última vez no domingo, dentro de sua canoa a motor, nas imediações do tradicional Restaurante do Ricardinho, ao lado da Igreja Nossa Senhora da Penha.

Segundo informações de quem estava no local, ele não estaria usando colete salva vidas e teria chegado a cair do barco quatro vezes, tendo depois dificuldades também para ligar o motor de popa, antes de iniciar a travessia da foz do rio até a Ilha do Peçanha. Na manhã do dia seguinte, aua canoa foi encontrada com o motor ligado, rodando em círculos por pescadores do rio Paraíba, que conduziram a embarcação e a amarram na Ilha da Convivência. Dentro da canoa, aparentemente abandonada, havia uma churrasqueira, carne de churrasco já assada, rede e iscas de pescas, uma garrafa e algumas latas de cerveja vazias, cigarros de palha fumados pela metade e um saco plástico com mantimentos: farinha de mandioca, café e açúcar.

Na manhã de hoje, o fiscal de meio ambiente de São João da Barra, Luiz Henrique Araújo, o “Lulu”, foi até o local, encontrou a canoa de Neivaldo nas mesmas condições e conversou com os pescadores que a encontraram. Depois, Lulu seguiu até à ilha seguinte do Peçanha, foi a casa de Neivaldo, que estava com a porta da frente só encostada, aparentemente nas mesmas condições em que seu dono a deixara quatro dias antes.

Irmão de Neivaldo, o também comerciante Élvio Paes Soares, o “Estranho”, esteve hoje oficializando o desaparecimento junto à 145ª Delegacia de Polícia (DP) de São João da Barra, para dar início as buscas, que começaram, lideradas por Lulu e pelo pescador e mergulhador Juliano Alcântara, antes mesmo das autoridades.

 

Atualização às 16h30: Os boatos de que um corpo humano teria sido encontrado na foz do Paraíba não são verdadeiros. Um corpo foi, sim, achado boiando no local agora há pouco, mas era de um cavalo.

 

Atualização às 18h05: Com a chegada da noite, as buscas foram interrompidas para ser retomadas amanhã pela manhã, quando contarão com mergulhadores do 5º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM) de Campos.

 

Atualização às 19h02: Foi no bar (e residência) de Neivaldo, instalado na antiga casa de barco da família Aquino, proprietária do Grupo Thoquino, que no verão de 2010 foi encenada pela primeira vez a peça “Pontal”, num grande sucesso de público e talvez último momento de brilho de um lugar que o mar não tardaria em reaver aos seus domínios. Com concepção e direção de Antônio Roberto de Gois Cavalcanti, o Kapi, falecido em abril deste ano, o espetáculo reuniu poemas de Aluysio Abreu Barbosa, Artur Gomes, Adriana Medeiros e do próprio Kapi, trazendo no elenco Yve Carvalho, Sidney Navarro e Mairus Stanislavski, depois substituído por Artur. Dois anos depois, em julho de 2012, com o novo avanço do mar e a destruição da antiga construção no Pontal, Neivaldo se mudou à outra margem da foz do Paraíba, para um casa que já havia comprado na ilha do Peçanha. Lá ele passou a receber os amigos e conhecidos, na informalidade que comungava novamente casa e bar.

 

Atualização às 0h59 de 26/06: Texto de post de Neivaldo publicado aqui, na democracia irrefreável das redes sociais, em 25 de março de 2013:

“Para que todos tenham uma bela noção do que é a ilha à qual eu moro, eu preparei um discurso o qual vocês transformarão em imagem e venham me visitar.

As ilhas do terceiro maior delta do Brasil ao nosso alcance.
Transporte-se para as ilhas, viaje por inúmeros canais.
Junior barqueiro, oficial do delta, com ótima segurança, leva você a qualquer ilha e as praias de São Francisco de Itabapoana.
Com bela parada na ilha do Peçanha, no restaurante da ilha. Lagoas salgadas e doce. Do nascer ao pôr-do-sol, o mangue seco, água potável, sem nenhum produto químico, brota da terra ao alcance das mãos, NATUREZA VIVA.
Descubra este paraíso, ouça os pássaros, a sinfonia dos ventos, a força do mar e a calmaria do nosso rio paraíba do sul, DESCUBRA A PAZ.

Serão todos otimamente recebidos, mas ligue antes, viver com a natureza, não é sempre muito fácil, até o paraíso é preciso de um trabalho.

Com carinho e amizade para todos”

 

Atualização às 11h25 de 26/06: Três lanchas, um jet ski e um quadriciclo do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil de São João da Barra e da Capitania dos Portos do município, estão desde às 8h da manhã em busca de Neivaldo Paes Soares, o “Bambu”. As embarcações maiores estão na foz do Paraíba do Sul, onde Neivaldo teria desaparecido no último domingo (21/06), e contam com dois mergulhadores dos Bombeiros, que não foram à água pela falta de referencial mais preciso numa área muito extensa. O jet ski está percorrendo o litoral pelo lado esquerdo da foz, até São Francisco de Itabapoana, enquanto o quadriciclo percorre a faixa de areia do lado contrário, até a praia do Açu. Se nada for encontrado, o trabalho das equipes de busca segue até o cair da noite.

 

Crítica de cinema — Longa cumpre seu papel de entretenimento

Bagdá Café

 

Qualquer gato vira-lata 2 (1)

 

Mateusinho 3QUALQUER GATO VIRA-LATA 2 — “Qualquer gato vira-lata tem a vida sexual mais sadia que a nossa”, espetáculo montado em 1988 e escrito pelo ator Juca de Oliveira, deu origem às duas versões do filme “Qualquer gato vira-lata”, lançados, respectivamente, em 2011 e 2015. Em cartaz nos cinemas de Campos, o segundo longa-metragem, dirigido por Roberto Santucci e Marcelo Antunez, traz, novamente, o triângulo amoroso entre Tati (Cléo Pires), Conrado (Malvino Salvador) e Marcelo (Dudu Azevedo), com novas tramas e desfecho esperado — que, apesar da obviedade do enredo, consegue entreter os espectadores com boas doses de humor.

Durante viagem a uma ilha do Caribe, ao preparar o pedido de casamento para Conrado e ver seus planos ruírem depois de o namorado dizer que precisa um tempo para pensar, Tati une-se à ex-esposa do homem para provocar ciúmes nele. A visita de Marcelo, seu ex-namorado, é oportuna para a ocasião. Enquanto Tati e Ângela ficam contra Conrado, ele e Marcelo brigam pela protagonista.

Em cena, com elenco formado, também, Rita Guedes, Mel Maia — cuja maturidade artística é notada no filme —, Álamo Facó, Letícia Novaes, Fábio Júnior e Stella Miranda, o embate entre homem e mulher, masculino e feminino, macho e fêmea prevalece, tanto nas conquistas quanto na necessidade de demonstrar força sobre o adversário. Em entrevista recente, o autor da peça, Juca de Oliveira, afirmou que “as mulheres deixaram de ser caça para se tornarem caçadoras”. Em “Qualquer gato vira-lata 2”, a frase do também ator torna-se ainda mais evidente.

A relação humana, tanto no primeiro quanto no segundo longa-metragem, é interpretada a partir do reino animal — visto que Conrado é professor e estuda o comportamento de jovens namorados com o de diferentes espécies. A forma como o homem compreende os vínculos animais e a dificuldade com que vivencia suas próprias relações levam o público ao riso, com humor ora dosado, ora exagerado.

Em certos momentos, como na festa da tequila, “Qualquer gato vira-lata 2” remete quem assiste à lembrança outros filmes brasileiros de comédia, como “Muita calma nessa hora”, cujos personagens se reúnem na praia, com bebidas para comemorar o aniversário de uma das personagens, e a sequência do casamento em “Se eu fosse você 2”. No entanto, apesar das cenas de festas, tal como ocorreu em “Entre abelhas”, há momentos de drama.

A chegada do pai de Tati ao resort onde a moça está hospedada modifica o roteiro brevemente. O homem, interpretado por Fábio Júnior, conversa com a filha sobre casamentos e vida. O aspecto dramático prevalece, principalmente, devido ao contexto em que se encaixam não apenas os personagens, mas também os atores. A encenação, durante a sequência, ultrapassa a barreira da ficção.

A emoção e as trocas entre pai e filha deixam transparecer a realidade. Enquanto dialoga com Tati/Cléo, o pai — personagem e ator — fala sobre a importância e a saudade que sentiu da moça. A pedido dela, canta uma canção e envolve, também, o público, que, brevemente, se esquece do lado cômico que precede a bela sequência.

As últimas cenas de “Qualquer gato vira-lata 2” deixam, no público, a expectativa de um terceiro filme da franquia. Aos diretores, produtores e atores, resta a sabedoria para não deixar que o possível novo longa-metragem perca o humor, que, até o momento, foi conseguido nos dois primeiros momentos, e cumpra o seu papel.

 

Mateusinho viu

 

Publicado hoje na Folha Dois

 

Confira o trailer do filme: