Por Aluysio Abreu Barbosa
Não é só na Câmara Municipal de Campos que a Operação Lava Jato chegou (aqui). Ela também já aterrissou na Justiça do município. A partir dos documentos divulgados na maior operação contra a corrupção na história do país, evidenciando o envolvimento da empreiteira Odebrecht em fraude de licitações e pagamento de propina, o Ministério Público Estadual (MPE) ajuizou ação no Fórum de Campos, contra pessoas físicas e jurídicas, pedindo medidas cautelares, como busca e apreensão e bloqueio de bens. O processo corre em segredo de justiça na 4ª Vara Cível de Campos, onde a juíza Elizabeth Franco Longobardi teria negado os pedidos do MPE. Nas duas etapas do “Morar Feliz”, assinadas nos dois governos Rosinha Garotinho (PR), mais os aditivos, a Odebrecht levou no total R$ 996.434. 912,43 dos cofres públicos de Campos.
Na 23ª fase da Lava Jato, batizada de “Acarajé” e deflagrada em 22 de fevereiro, a Polícia Federal (PF) apreendeu planilhas com doações da Odebrecht para cerca de 300 políticos, de 22 partidos, entre eles (aqui) a prefeita Rosinha, seu secretário de Governo Anthony Garotinho (PR) e a filha do casal e deputada federal, Clarissa Garotinho (PR), além de outros políticos da região, como o prefeito de Macaé, Dr. Aluízio (PMDB), e o de Rio das Ostras, Alcebíades Sabino (PSC). Todos negaram ter recebido qualquer repasse ilegal da major empreiteira do país.
Como vários dos citados têm foro privilegiado, o juiz Sérgio Moro encaminhou as listas apreendidas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que na semana passada devolveu os casos de primeira instância à Vara Federal de Curitiba, encaminhando os demais à Procuradoria Geral da República, para analisar a abertura de inquérito caso a caso. Essas planilhas estavam na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, diretor-presidente da Odebrecht Infraestrutura, que assinou (aqui) o contrato da primeira fase do “Morar Feliz”, em 1º de outubro de 2010, junto com Rosinha.
No inquérito assinado (aqui) pelo delegado da PF Filipe Hille Pace, fica claro o papel de Benedicto como elo do dinheiro que circula entre a Odebrecht e os políticos: “É possível verificar que Benedicto é pessoa acionada por Marcelo (Bahia Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, detido desde 19 de junho de 2015 e condenado a 19 anos e quatro meses de prisão) para tratar de assuntos referentes ao meio político, inclusive a obtenção de apoio financeiro”. Após a apreensão das planilhas em sua casa, Benedicto cumpriu os cinco dias de prisão temporária em Curitiba, sendo liberado ao final por Moro, em 26 de fevereiro, com a condição de não deixar o país ou mudar de endereço.
Na Câmara de Campos, a sessão começa às 10 da manhã de hoje. Nela será apresentado o pedido de CPI da Lava Jato, contendo o mínimo necessário de nove assinaturas: vereadores Marcão (Rede), Rafael Diniz (PPS), Nildo Cardoso (DEM), Gil Vianna (PSB), Alexandre Tô Contigo (PRB), Fred Machado (PPS), Zé Carlos (PSDC), Dayvison Miranda (PSDC) e Genásio (PTC). Os governistas tentarão esvaziar a sessão ou alegar a existência de outras CPIs, das quais ninguém sabe nada, para tentar empurrar a da Lava Jato ao fim da fila.
Publicado hoje (26/04) na Folha da Manhã
Não dá pra entender a atuação passiva da imprensa campista em fatos como este. Se o processo corre SEM SEGREDO DE JUSTIÇA por que a Folha da Manhã não corre atrás e apura os fatos revelando o nome dos envolvidos? Não deixem que O Globo venha pra cá e faça furos que poderiam ser da imprensa local.
Caro Cacau,
O processo corre EM SEGREDO DE JUSTIÇA, não “sem”, como chegou a ser publicado num erro de digitação que já havia sido corrigido na postagem anterior, que anunciou a matéria, mas acabou reproduzido nesta por desatenção. Agradeço pelo alerta e peço desculpas a vc e aos demais leitores pelo erro já corrigido.
Abç!
Aluysio
A JUSTIÇA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES ESTA TODA (trecho excluído pela moderação).
Só sujeira!
ESTA CAMPOS COMANDADA POR ESTES POLÍTICOS SUJOS É UMA VERGONHA NACIONAL.