PT antes da debandada
Na última quarta-feira, o sempre bem informado jornalista Ilimar Franco abriu (aqui) sua coluna “Panorama Político”, em O Globo, anunciando como certa a debandada (mais uma) que deve se abater sobre o PT a partir de novembro. Tão logo os cabos eleitorais dos deputados estaduais, federais e senadores (por enquanto) petistas disputem as eleições municipais de outubro, como prefeitos e vereadores, as consequências irreversíveis (e ainda inconclusas) da Operação Lava Jato levarão os muitos desiludidos a bater em outras portas.
Debandada anterior
Em nossa região, as jovens lideranças mais promissoras que o PT tinha nem esperaram o pleito de outubro. Para disputá-lo, o vereador de Campos Marcão se filiou ao Rede Sustentabilidade, mesma agremiação escolhida pelo vice-prefeito de Macaé, Danilo Funke. Outro ex-petista macaense de proa, o vereador Igor Sardinha, por sua vez, escolheu o caminho pouco provável do PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd).
Dote da noiva
Com o risco do ex-presidente Lula ainda ser preso e o tremendo desgaste do seu partido em todos os colégios eleitorais do país, não é preciso pesquisa para saber que, sob a estrela cadente do PT, qualquer candidato hoje perde muito mais votos do que ganha. No entanto, antes do êxodo de novembro, a bancada petista garantirá tempo de propaganda bastante razoável ao pleito de outubro. E isso é fundamental, sobretudo, numa campanha curta.
Caio, Rafael e Garotinho
O candidato a prefeito que tiver o PT em sua aliança, onde o repúdio à legenda pode ser diluído, contará com um minuto na propaganda eleitoral de TV à tarde e noite, mais oito spots de 30 segundos, todo dia dos 35 de campanha, entre 27 de agosto e 30 de setembro. E isso equivale a inlvugares 10% do tempo total. Em Campos, embora Hélio Anomal tenha se lançado pré-candidato a prefeito do PT, três outros políticos disputam o apoio do partido. Dois são também pré-candidatos, outro não: Caio Vianna (PDT), o vereador Rafael Diniz (PPS) e o secretário de Governo Anthony Garotinho (PR).
Ponto e nó
A costura de Caio é partidária, já que o PDT é um dos poucos aliados que sobrou ao PT, inclusive com o pedetista Ciro Gomes acenando como via alternativa à disputa da presidência em 2018 — caso Lula desista ou não possa se candidatar. Como partidário é o nó da costura no caso de Rafael, integrante do PPS, legenda que sempre esteve na vanguarda do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Mas, apesar da determinação nacional contra coligações do PT com legendas algozes, o jovem vereador tem dialogado com o diretório estadual petista.
Arma ao inimigo
Já Garotinho joga por cima. Na votação do impeachment de Dilma, como toda a mídia nacional divulgou (aqui), ele negociou a ausência da filha, a deputada federal Clarissa Garotinho (PR), mesmo grávida do neto, para depois o governo Rosinha Garotinho (PR) levar (aqui) da Caixa Econômica Federal (CEF) os R$ 367 milhões da terceira “venda do futuro”, com credidário até 2026. Se já valeu como paga, ou se Garotinho ainda quer troco, fica a possibilidade de que Anomal saia candidato, mesmo sem chance de ganhar, só para não dar arma ao inimigo.
Publicado hoje (02) na Folha da Manhã
Rafael, Rafael, larga desse encosto petista, é melhor para você.
http://www.conversaafiada.com.br/politica/gilmar-quer-abafar-a-lava-jato
E quanto ao PMDB, assumindo agora a trincheira da corrupção no país? Não haverá debandada? Ou será que o Cunha é também do PT?
Caro Paulo Henrique,
Não, por enquanto não há previsão de debandada em nenhum outro partido além do PT, nem mesmo no PMDB que lhe serviu de cúmplice. Mas, de repente, quem sabe se vc não entra em contato com algum jornalista de renome nacional e consegue ser levado a sério como fonte do contrário? Só aconselho a (tentar) fazer isso com um jornalista igualmente sério, como o Ilimar Franco, não com um mau caráter, mercenário, chapa-branca e condenado pela Justiça por apologia ao racismo, como é o infeliz caso de Paulo Henrique Amorim, seu xará.
Abç e grato pela chance de ressaltar o que é de conhecimento público!
Aluysio
Muitos campistas que pensam e agem igual a mim, estão convencidos de que a nossa cidade só romperá os grilhões do atraso sócio-político-econômico e cultural que vem sofrendo nos últimos trinta anos, quando se libertar da tirania e da ganância dos Garotinhos.
Contudo, não podemos fechar os olhos à esperteza do líder desse clã, sob pena de fazermos cálculos equivocados, que nos afastem a possibilidade de êxito no pleito eleitoral que se avizinha. Daí a nossa avaliação: Se ele quiser o PT do seu lado, ele terá, pois o que Dilma e Lula menos querem neste momento, é tê-lo como desafeto.
Entendo que, somente depois que os partidários da oposição tiverem a capacidade de reconhecer a astúcia do maior algoz que a nossa cidade já conheceu, é que estarão aptos para enfrentá-lo e, até, derrotá-lo. Subestimá-lo só o fortalece.