Uenf: orçamento da Faperj e promessas de pagamento e autonomia

 

Charge do José Renato publicada na capa da Folha de 30/04/17

 

 

Com seus 950 funcionários (310 professores e 640 servidores técnicos e administrativos) sem receber três meses de salário de 2017 e o 13º de 2016, a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Darcy Ribeiro está com suas atividades paradas há cinco dias. Seu reitor, Luis Passoni, passou o dia de hoje no Rio de Janeiro para tentar solucionar o quadro de abandono da mais importante instituição de ensino superior de Campos e Norte Fluminense. Em reuniões na secretaria estadual de Ciência e Tecnologia, no Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a Uenf conseguiu R$ 7,5 milhões no orçamento para bolsas de alunos, além de promessas de pagamento dos salários atrasados de professores e servidores e autonomia financeira a partir de 2018.

Com a presidente da Faperj, Maria Isabel Castro, o reitor da Uenf conseguiu com que fosse mantida a previsão orçamentária inicial de R$ 15 milhões para bolsas de estudantes em 2017 — depois de ser reduzida pela metade. Por sua vez, do secretário estadual de Ciência e Tecnologia Gustavo Tutuca, Luis Passoni teve a promessa do acerto ainda em agosto os salários atrasados de maio e junho dos professores e servidores — e pagamento até outubro o 13º de 2016, mais julho, agosto e setembro de 2017. Já na Alerj, o reitor se reuniu com vários deputados para que o orçamento de 2018 à Uenf, de R$ 180 milhões, seja executado em duodécimo, com o repasse todo mês de 1/12 do total em papel moeda.

Até pelo histórico de não cumprimento das promessas por parte do governo estadual Luiz Fernando Pezão (PMDB), não se sabe se as três novidades bastarão para que a Uenf possa retomar suas atividades. A assembleia da Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf) definiu a paralisação na última quinta (03), até que todos os atrasados de professores e servidores fossem quitados. Hoje, os servidores administrativos da Uenf e Faetec decidiram aderir (aqui) ao movimento.

Falando ao blog enquanto chegava de carro a Campos, o reitor Luis Passoni disse que o secretário Gustavo Tutuca espera normalizar os atrasados com a Uenf e as demais univesidades estaduais a partir de dois aportes financeiros. O primeiro deve render ao Estado do Rio o reforço de R$ 1,5 bilhão. É relativo à venda da folha de pagamento dos servidores, cuja licitação indicará a agência bancária vencedora.

A segunda injeção de recursos seria fruto do ajuste fical no acordo dos governos estadual e federal, prometido há alguns meses por Pezão como única “salvação” ao quadro falimentar das finanças fluminenses. A partir dele, o Estado decretaria por três anos a moratória das suas dívidas com a União, que concederia ao RJ um empréstimo de R$ 3,5 bilhões. A expectativa é que esse socorro financeiro se concretize até outubro.

 

Confira a reportagem completa na edição de amanhã (09) da Folha

 

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Este post tem um comentário

  1. Savio

    O que mais me espanta e me constrange, é ver a sociedade campista, salvo honrosas exceções, se movimentando! Parece que a habitual letargia começa a atingir nível patológico!
    Estou em contato com o Hospital Veterinário, com um cão enfermo e fico impressionado com o atendimento, a dedicação e profissionalismo dos professores, dos alunos, dos funcionários de modo geral, aí, quando converso com a médica que supervisiona os acadêmicos em estágio prático, e fico sabendo que está sem receber seus salários, fico sem chão, isso é um absurdo, ninguém merecer sofrer tal constrangimento!
    Por isso, parabenizo a Folha da Manhã e o seu histórico apoio à UENF, desde a sua inauguração, e agora, no meio desta inimaginável crise.
    Os absurdos cometidos pelo Estado, um Governador acusado do desvio de milhões. Professores, pessoal da ativa, bem como os que estão aposentados, tendo que passar por este criminoso vexame.
    O nosso Brasil está de cabeça pra baixo, com seus valores invertidos, a ponto de presenciarmos todo tipo de injustiça! E enquanto isso, cada vez mais vergonhosamente, os acordos, as negociatas que garantam o Poder estão se sofisticando, se aprimorando em todas as esferas do Governo.
    Temos que manter a UENF a qualquer custo, não podemos ficar inertes vendo todo este absurdo.

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