Folha 40 anos — Celso Cordeiro Filho

 

Jornalista Celso Cordeiro Filho

Marco da competência

Por Celso Cordeiro Filho(*)

 

Desde o tempo em que trabalhávamos em A Notícia, de Hervé Salgado Rodrigues, percebia a vontade de Aluysio Barbosa, nosso editor-geral à época, em ter seu próprio jornal para dar-lhe a dinâmica que tinha em mente. E isso, após muitas batalhas, aconteceria com a colocação em circulação do jornal Folha da Manhã, que já se diferenciava por ser impresso em offset. Participei de seu primeiro número e, hoje, entre idas e vindas, continuo por aqui, agora sob o comando de seu filho, Aluysio Abreu Barbosa.

Ao longo desses anos, a Folha procurou ser sempre um jornal moderno, liberto de conceitos paroquiais, tendo sempre uma visão ampla e o compromisso de defender a comunidade de Campos, polo das regiões Norte e Noroeste Fluminense. Embora mantenha esse compromisso, está sempre em sintonia com os acontecimentos nacionais e internacionais que, diretamente ou indiretamente, interferem na vida de todos nós. Por isso mesmo, é um jornal ágil que tanto pode relatar acontecimentos da cidade, como de outros lugares distantes, que acabam se tornando bem próximos da gente.

Poderia evocar muitas passagens que vivi aqui no jornal, mas confesso que seria particularizar uma sensação pessoal, o que não é de meu feitio e nem da proposta dessse depoimento. Mesmo sendo um representante da velha geração do jornalismo campista, não sou dado a saudosismos. O tempo é hoje e vamos nos adequando. Contudo, devo confessar que ainda estou em falta com a modernidade, uma vez que não frequento com assiduidade as redes sociais. Não por resistência, talvez justificada por uma avaliação crítica: há muita inutilidade sendo veiculada. Mas é óbvio que preciso me render ao incontestável: a internet modificou significativamente a estrutura da imprensa tradicional e, por isso, é necessário conhecer e usar as novas tecnologias.

Esse aprendizado requer humildade. Até então, nós, da mídia convencional, nos comportávamos como donos da verdade, por ser o canal mais importante na veiculação de notícias. Hoje, há uma crescente democratização no processo de difusão e, por isso mesmo, teve que se adequar com as edições online. Fazer jornalismo hoje e ignorar o online é suicídio. Mas, ainda estou convencido que a mídia tradicional — o jornal impresso, por exemplo — terá sempre espaço desde que se adeque à nova realidade, que é o que a Folha vem fazendo cotidianamente. Veicular os fatos circunscrevendo-os à realidade, evidenciando as consequências futuras. Um jornal mais analítico e não de veiculação pura e simples dos fatos, porque isso já é feito em tempo real através do online. Enfim, quero saudar a Folha nos seus 40 anos e assegurar que é muito honroso participar dessa equipe sob o comando de Aluysio Abreu Barbosa.

 

(*) Jornalista e editor da Folha Dois

 

Publicado hoje (07) na Folha da Manhã

 

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