Folha 40 anos — Luiz Mário Concebida

 

Jornalista Luiz Mário Concebida

Minha vida nessa vida!

Por Luiz Mário Concebida(*)

 

Meu Deus. Lá se vão quatro décadas. Parece que foi ontem a iniciativa ousada de produzir um jornal que pretendia, de cara, ser o líder da comunicação na região. Com muito orgulho participei desse momento especial, como um dos primeiros a ser contratado para um determinado setor: o de esportes. Isso mesmo. Fui o primeiro editor/repórter esportivo da Folha.

Na verdade, nesse simples depoimento, desejo ser mais operacional do que estratégico. Foi assim nossa atuação à época. Era um homem da notícia. E foi por isso que Andral Tavares e Pereira Junior, empreendedores da Folha e proprietários da Campos Difusora, onde eu operava como noticiarista, me levaram para o novo desafio jornalístico. Já conhecia Aluysio Barbosa, mas timidamente. Diva não era de meu relacionamento. Aquela mulher grande, professora universitária, eu aprendi a chamar de dona Diva (até hoje).

Não foge da minha memória aquele desafio de colocar em campo um jornal totalmente diferente, desde os padrões de impressão até a conduta de buscar a notícia mais atual possível, em todos os níveis. Não foi difícil enfrentar aquele momento, pelo apoio obtido e pela escola que tinha vivido com Luís de Gonzaga Balbi e Oswaldo Lima no Monitor Campista. Ali aprendi até a ser ousado, porque deixar o tradicional para o desafio era uma forma de enfrentar riscos. Mas, o comprometimento era tamanho as vitórias foram se acumulando desde as primeiras edições.

É bom ressaltar, contudo, que nem tudo corria as mil maravilhas. O empreendimento não foi nada fácil. Adquirir equipamentos, então, nem se fala. E tivemos frustrações até do jornal não circular em um ou outro dia. Ou, ainda, chegar tarde às bancas. Mas, até nessas ocasiões, dava para sentir a importância do novo veículo; leitores chegavam a ir ao próprio jornal para saber o que tinha ocorrido. Jornaleiros reclamavam. Desculpas eram publicadas. Estresse interno, então, nem se fala. Mas, aos poucos a coisa se consolidou, inclusive com aquisição de equipamentos modernos que já não nos frustravam em não circular em certos dias.

Participei com orgulho desse início. E fui transformado em editor-geral do jornal, seis meses depois de ser lançado. Foi uma decisão ousada dos empresários, mas acredito que deu certo, porque fiquei nessa posição ao longo de dois anos. Desisti da editoria geral porque sentia o quanto poderia ser útil na setorial e foi assim que acabei completando oito anos na casa. E, após uma breve experiência na TV, retornei.

Com relacionamento que a mídia me proporcionou, optei por outros rumos na vida, mas todos calçados na comunicação. A Folha foi o estágio decisivo do alicerce que o jornalismo construiu na minha vida. Pelo resto da vida!

 

(*) Jornalista e ex-editor-geral da Folha

 

Publicado hoje (07) na Folha da Manhã

 

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