Bolsonaro abre 11 pontos sobre Haddad
Ontem foi a vez da Datafolha registrar o crescimento de Jair Bolsonaro (PSL), que foi de 28% a 32% das intenções de voto. A apenas quatro dias das urnas de domingo, ele está agora a 11 pontos à frente de Fernando Haddad (PT), que oscilou negativamente e está com 21%. Na segunda-feira (01), o Ibope já tinha colocado essa vantagem em 10 pontos (31% a 21%). Nas duas pesquisas, mais que o crescimento real de Bolsonaro nas intenções de voto, o que mais impressionou foi o salto da rejeição de Haddad nos últimos dias: 9 pontos na Datafolha (32% a 41%) e 11 pontos no Ibope (27% a 38%). É o preço salgado do antipetismo.
Voto contra
Bolsonaro ainda lidera a rejeição nos dois institutos. Tem 45% no Datafolha, onde se manteve estabilizado, e 44% no Ibope, onde oscilou negativamente. Mas diante da polarização consolidada, é quase certo que vá enfrentar no turno final o segundo candidato mais rejeitado: o do PT. Nas projeções de segundo turno, o capitão ficou em empate técnico com Haddad no Datafolha (44% a 42%) e em empate exato no Ibope (42% a 42%). O Brasil nunca teve dois presidenciáveis com níveis tão altos de rejeição disputando o segundo turno, desde que essa forma de disputa foi adotada pela Constituição de 1988. Este é o pleito do voto contra.
O anti-Lula
A primeira eleição direta a presidente após a ditadura militar (1964/85) foi em 1989. E desde lá sempre houve o anti-Lula. O primeiro, Fernando Collor de Mello, bateu o petista no segundo turno. E talvez seja o que mais se aproxime de Bolsonaro como fenômeno eleitoral. Fernando Henrique Cardoso foi o único a derrotar o PT duas vezes no primeiro turno, a reboque da estabilização da economia com o Plano Real. Mas desde que Lula chegou ao poder em 2002, até o PT ser dele deposto em 2016, pela corrupção eviscerada na Lava Jato e a recessão econômica criada por Dilma, ninguém encarnou o antipetismo tão bem quanto Bolsonaro.
Os planos de Lula
Preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 7 de abril, Lula continuou liderando todas as pesquisas presidenciais e articulando politicamente. Na fase de definir candidaturas e apoios, ele ordenou da cadeia a intervenção no PT de Pernambuco para impedir a candidatura de Marília Arraes a governadora em Pernambuco. A cabeça da neta de Miguel Arraes foi trocada com o PSB, que governa aquele Estado, pelo isolamento nacional de Ciro Gomes (PDT). Ao mesmo tempo, Lula emplacou seu aliado Guilherme Boulos como candidato a presidente do Psol, impedindo que partido oferecesse uma opção fora da sua área de influência.
As ações de Lula
Sempre seguido por Bolsonaro, Lula continuava liderando as pesquisas a presidente, até ser barrado 1º de setembro pela Lei da Ficha Limpa que sancionou quando presidente. Assim mesmo, retardou até o limite a sua substituição por Haddad, consumada no dia 11. Foi o suficiente para afetar diretamente todos os candidatos competitivos alternativos da esquerda. Dois ex-ministros de Lula, Marina Silva (Rede) desidratou rapidamente, enquanto Ciro teve seu crescimento paralisado. Em contrapartida, Haddad cresceu rapidamente, impulsionado pelos votos de Lula entre os mais pobres, os menos escolarizados e no Nordeste.
O resultado: Bolsonaro acima dos 30%
As opções de esquerda foram isoladas, Geraldo Alckmin (PSDB) não conseguiu crescer sobre Bolsonaro e este parecia ter batido seu teto. Tudo parecia correr com os planos de Lula. Na última semana, pela Ibope e Datafolha, Haddad ficou a apenas seis pontos do líder. Mas o instituto Paraná esticou essa vantagem. Sua pesquisa divulgada na quarta (26) registrou o capitão com 31%, 11 pontos acima do petista. No último sábado (29), a coluna registrou seu estranhamento com essa diferença nos números. Coincidência ou não, no início da semana Ibope e Datafolha se aproximaram da Paraná e também registraram Bolsonaro acima dos 30%.
O anti-Lula cresce
A transferência de votos de Lula a Haddad veio primeiro. Mas aparentemente bateu teto na semana passada. Nesta veio a rejeição. Por sua vez, Bolsonaro cresceu com os apoios da reta final: da bancada ruralista, de lideranças evangélicas e dos partidos do centrão. Ele também capitalizou com a reação antipetista à possibilidade do PT voltar ao poder. Líder nas demais regiões do Brasil, o capitão já é o segundo no Nordeste, atrás apenas de Haddad. Lidera também no voto feminino e avança sobre outro reduto lulista: os mais pobres e menos escolarizados. A quatro dias da urna, o candidato de Lula parou. E o anti-Lula voltou a crescer.
Publicado hoje (03) na Folha da Manhã
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