Fred Machado estreia como bolo de fubá na presidência da Câmara

 

 

Charge do José Renato publicada hoje (24) na Folha

 

Fred é bolo de fubá

Desde que Edson Batista (PTB) sucedeu Nelson Nahim (PSD) na presidência da Câmara de Campos, ficou famosa em seus corredores a comparação entre bolo de fubá e bolo Amélia. Por cortar sua fatia e deixar farelos, Nahim era o bolo de fubá. Por cortar sua fatia e não deixar nada, Edson era o bolo Amélia. Novo presidente, Fred Machado (PPS) estreia como bolo de fubá. O contingenciamento de 30% nos salários dos assessores dos vereadores, chefes de gabinete e assessores das comissões permanentes, de outubro a dezembro de 2018, está suspenso. Os cerca de 150 assessores voltarão a receber integralmente a partir de janeiro.

 

Revolta

É difícil pensar em um crime mais revoltante do que a morte do pequeno Dione Valentim, com pouco menos de um mês de vida. Ele morreu no final da noite de terça (22) no Hospital Ferreira Machado (HFM) e seu corpo foi sepultado ontem no cemitério de São Sebastião, na Baixada Campista. O suspeito de ter matado a criança com cinco socos na cabeça é o próprio pai, Lucas do Espírito Santo Pereira, de 21 anos. No sábado (19) ele teria se irritado, jogado o filho recém-nascido na cama e o esmurrado. O motivo? O bebê golfou. A versão foi dada pela mãe de Dione. Os três veraneavam numa casa alugada no Farol de São Thomé.

 

O mais primitivo

Acreditar na inocência de qualquer suspeito, até que se prove em contrário, é o pilar de qualquer estado democrático de direito. A versão da mãe, que levou seu companheiro à prisão desde terça, não foi a primeira apresentada por ela. Quando os dois levaram o pequeno Dione, primeiro ao Posto de Saúde do Farol e depois ao HFM, a versão inicial foi de acidente doméstico. Inconsolável ontem no velório do seu filho, a mãe também pode ser processada por omissão de socorro, segundo informou o delegado titular da 134ª DP, Bruno Cleuder. Mas se a culpa de Lucas for provada, mexerá com o mais primitivo de qualquer ser humano.

 

Bolsonaros (I)

Um dos maiores beneficiados com a revolta pela sucessão de crimes bárbaros cometidos na sociedade brasileira, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ontem se pronunciou sobre as suspeitas sobre seu filho mais velho. Senador eleito, Flávio Bolsonaro (PSL) caiu na berlinda nacional com revelações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), levantando fortes suspeitas da prática da “rachadinha” — repasse criminoso de salários de assessores parlamentares. Isso além da sua ligação com a milícia carioca “Escritório do Crime”, cujo líder teve a mãe e a esposa empregadas por Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

 

Bolsonaros (II)

Sobre as suspeitas que pairam sobre seu primogênito, o presidente disse ontem na Suíça: “Se, por acaso, ele errou e isso ficar provado, eu lamento como pai, mas ele vai ter que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar”. Pelo menos no plano retórico, foi uma atitude bem diferente da negação da realidade adotada pelo PT e seus eleitores sobre todos os escândalos de corrupção que envolveram o partido hoje presidido pela sua coveira, a deputada federal Gleisi Hoffmann. Agora, se quando voltar ao Brasil, Bolsonaro vai honrar o que disse, afastando Flávio e os outros dois filhos do governo, como querem os militares que o compõem, é para se conferir de perto. O diabo é quase sempre converter discurso em prática.

 

O guarda da esquina

Único integrante do governo brasileiro a não assinar o Ato Institucional nº 5 em 1968, que suprimiu direitos e inaugurou a fase mais dura da última ditadura militar no Brasil (1964/1985), o então vice-presidente Pedro Aleixo observou: “O problema é o guarda da esquina”. Uma prova de como o discurso de força dos Bolsonaro pode influenciar negativamente a sociedade foi dado na tarde de ontem, por um guarda civil municipal, no Jardim São Benedito. Ele foi flagrado em vídeo (aqui) agredindo fisicamente um homem que, sem desrespeitar sua autoridade, não se dobrou ao seu autoritarismo.

 

Milionário

Um apostador de Teresópolis, na Região Serrana, acertou as seis dezenas da Mega-Sena e ganhou sozinho o prêmio de R$ 37,9 milhões. Esta foi a primeira vez em 2019 que alguém acertou a sena. A Mega estava acumulada desde o início do ano. As dezenas sorteadas foram 11, 12, 20, 40, 41 e 46. A quina teve 58 ganhadores, cada um com o prêmio de R$ 53,1 mil e a quadra, 4.135, com valor de R$ 1.064 por aposta. O próximo sorteio será no próximo sábado e o prêmio estimado é R$ 2,5 milhões.

 

Com o jornalista Paulo Renato Porto

 

Publicado hoje (24) na Folha da Manhã

 

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Este post tem um comentário

  1. Savio

    Sobre “rachadinha”, há vários “modos”, alguns até “legalmente”, pois já dizia Paulus na Tribuna Romana, “Nem tudo que é lícito, é honesto”: No Governo Garotinho, quem exercesse algum cargo, pagava “pedágio” ao partido dele de época! Era “contribuição partidária”, se o servidor não concordasse, simplesmente “perdia” o posto ou cargo!

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