“Ainda Estou Aqui” desde a estreia
“Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, foi lançado nos cinemas brasileiros em 7 de novembro. Nos dias 13, 16 e 20 daquele mês, o filme foi analisado, respectivamente, por três críticos de cinema na Folha da Manhã: Felipe Fernandes (aqui), Aluysio Abreu Barbosa (aqui) e Arthur Soffiati (aqui).
Produtora de Campos
Os três críticos reconheceram na Folha, de cara, as virtudes do filme brasileiro. Que tem entre seus produtores a campista Maria Carlota Fernandes Bruno, parceira antiga de Walter. Em entrevista publicada na Folha (aqui) em 30 de novembro, ela projetou as chances ao Oscar.
Ineditismo no Globo de Ouro e Oscar
Em 6 de janeiro, Fernanda Torres ganhou (aqui) o Globo de Ouro de melhor atriz dramática — até então inédito ao cinema brasileiro. E, em 23 de janeiro, foram confirmadas as indicações (aqui) de “Ainda Estou Aqui” ao Oscar. Nas categorias filme — até então inédita ao cinema da América do Sul —, filme internacional e atriz, com Fernanda.
No domingo de carnaval
No final da noite do último dia 2, em pleno domingo de carnaval, veio o Oscar de filme internacional. Desejado e frustrado desde a indicação na mesma categoria de “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, em 1963. Para ser celebrado em 2025, por todas as cidades do país, em meio à folia. Onírico, como tinha que ser em se tratando de arte e Brasil.
Frustração por Fernanda
Já na madrugada de segunda (3), ficou também a frustração pelo Oscar não levado por Fernanda. Que, além de uma soberba atuação no filme, fez tudo que tinha que fazer na campanha. Fluente ao dar entrevistas em inglês, espanhol, francês e italiano, levou ao mundo seu carisma já tão conhecido dos brasileiros.
Etarismo?
Para filme, não. Quem entende algo de cinema e Oscar, sabia que a indicação já era o prêmio. Mas a frustração a atriz foi maior porque a vencedora não foi Demi Moore, mulher madura como Fernanda, por sua atuação em “A Substância”, de Coralie Fargeat. Mas para Mikey Madison, de 25 anos, por seu papel em “Anora”, de Sean Baker, grande vencedor da noite.
Festa brasileira no México
Não foi a maior injustiça do Oscar, marcado por vencedores e perdedores imerecidos em seus 96 anos. Mas foi a primeira vez que o Brasil levou a estatueta. Que foi também comemorada no México. Porque o principal concorrente de “Ainda Estou Aqui” em filme internacional era “Emilia Pérez”, ambientação francesa do México bastante criticada pelos mexicanos.
Do Brasil à Letônia
Também derrotado por “Ainda Estou Aqui” em filme internacional, “Flow”, de Gints Zilbalodis, levou o Oscar de longa de animação. No qual bateu gigantes dos EUA na categoria, como Disney e Pixar. E, no poder mundial do cinema, também virou celebração popular na Letônia.
Publicado hoje na Folha da Manhã.