Marcão secretário de Rafael
Como anunciado (aqui) nesta coluna, na edição do último domingo (10), o ex-presidente da Câmara Municipal, vereador Marcão Gomes (PR), assume nesta sexta (15) a secretaria municipal de Desenvolvimento Humano e Social. Hoje, segundo informou o próprio Marcão, sua nomeação deve sair publicada no Diário Oficial (DO) de Campos. Titular da pasta desde o começo do governo Rafael Diniz (PPS), a socióloga e advogada Sana Gimenes assumirá a presidência da Fundação Municipal da Infância e Juventude.
Transição
A transição entre as equipes de Marcão e Sana começou há cerca de 15 dias. E levará mais 15 até o processo ser concluído. Ontem (14), a cinco dias da reabertura do trabalho legislativo na terça (19), Marcão se reuniu com cerca de 17 vereadores da bancada da situação. A intenção é manter seus fortes laços com a Câmara Municipal, agora presidida por seu aliado Fred Machado (PPS), na ligação com o Executivo. Marcão garantiu que eu diálogo, enquanto secretário, não será apenas com o líder governista, vereador Genásio (PSC), mas com todos os outros 24 edis, inclusive da oposição.
Objetivo: 60 mil
Às 8h de hoje, no sentido de reforçar a transição, está marcada uma reunião do Conselho Municipal de Assistência Social, na sede da secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, no antigo CSU de Guarus. As equipes de Marcão e Sana estarão presentes. No Ponto Final de domingo, além de elogiar sua antecessora, o novo secretário revelou seu principal objetivo ao integrar a gestão Rafael: “Campos tem 60 mil famílias em estado de vulnerabilidade. Vou ajudar o governo a se aproximar delas. Não só no Desenvolvimento Social, mas com saúde, educação, esporte, qualificação profissional, inserção no mercado de trabalho e cultura”.
Lição ignorada
Na tarde de ontem, no Calçadão, foi realizada a primeira atividade do cronograma do Movimento Unificado de Mulheres de Campos. “Resistência” pregada por PT e Psol, atraiu poucas pessoas. Fazer oposição ao governo Bolsonaro no Pelourinho, símbolo vivo da escravidão, é emblemático. Mas só aos já convertidos. As organizadoras do ato também foram responsáveis pela manifestação do “Ele Não!”, em 29 de setembro, na praça São Salvador — e vários lugares do país. Seu efeito prático? Na pesquisa presidencial do Ibope três dias depois, Bolsonaro ampliou (aqui) sua liderança no voto feminino brasileiro, de 18% para 24%.
Leia a íntegra da coluna na edição desta sexta (15) na Folha da Manhã
Bebianno “o mentiroso”, segundo Carlos e Jair Bolsonaro, fica. O laranjal está fazendo estrago sem precedentes. A chantagem funcionou e Bolsonaro recuou. Afinal, depois da Val do Açaí e Natália e Fabrício Queiróz a palavra laranja virou tóxica. O embate Bolsonaro x Bebianno e o laranjal do PSL mostram a imensa fragilidade e despreparo do presidente e sua tropa. Eleito como combatente contra a corrupção, bastou 1 mês p/a máscara cair? Cadê as panelas?
Caro Aguinaldo,
Suas críticas e cobranças são pertintentes, mas o fato é que Bebianno saiu do governo.
Grato pela participação!
Aluysio
Caro Aluysio, a única certeza do desfecho ainda preliminar (a dinâmica está apenas começando) da crise política aberta com o “Bebigate” é a que o “capitão fascista” não governa o país, mesmo que ainda ocupando a cadeira de Presidente da República no Planalto.
A “sofrida” demissão do “braço direito” de Bolsonaro na arena partidária, Gustavo Bebiano, revelou a enorme fragilidade deste governo, rachado ao meio entre dois setores reacionários: os militares (especificamente os generais) e os representantes neoliberais do mercado financeiro.
O descarte prematuro de Bebiano foi considerado uma clara derrota dos ministros do triunvirato neoliberal, que tentaram até o último momento a permanência do ex-presidente do PSL no governo.
O “estrago” político da revelação dos áudios das conversas entre Bolsonaro e Bebiano ainda está em pleno curso. Os generais ficaram profundamente ressentidos com a recente decisão da Globo em renegar seu apoio ao golpe militar e orientaram Bolsonaro a estreitar vínculos do governo com Edir Macedo e Silvio Santos para debilitar o “império global”.
Por outro lado, se Bolsonaro, por força do mercado, se deixa levar pelas trilhas privatistas do triunvirato neoliberal, será inexoravelmente “vítima” de um golpe militar. Entre o “fogo e a frigideira”, Bolsonaro simplesmente não governa, apenas administra a máquina estatal ora ao sabor dos militares, ora ao sabor dos neoliberais… isto só ocorre quando as duas alas das classes dominantes não estão bem unidas em atacar as conquistas do povo trabalhador.