Campos com leitos clínicos de Covid zerados e voto bairrista

 

Campos está com os leitos clínicos de Covid zerados. A boa notícia, que não deve ser confundida com o fim da pandemia, foi dada no início da manhã de ontem no programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3, pelo vice-prefeito Frederico Paes (MDB). Egresso de atuação como dirigente hospitalar, experiência que tem sido aproveitada na Saúde Pública do município, ele também revelou que 40 mil campistas ainda não tomaram a primeira e a segunda doses da vacina contra a Covid. Esses 10% da população da cidade sem imunização, alertou, “podem complicar a vida dos outros 90% que foram vacinados”. Estreante na política na chapa vitoriosa do prefeito Wladimir Garotinho (PSD) em 2020, Frederico deu nota 9 aos 11 primeiros meses de governo, elencando seus acertos, detalhando-os sobretudo na Saúde, mas também admitindo erros. E fez uma convocação a Campos e ao Norte Fluminense, inclusive para a oposição, na campanha eleitoral para deputados federais e estaduais em 2022: não votar em candidatos de fora, visando eleger o maior número possível de representantes da região. Também industrial do açúcar e do álcool, ele falou da retomada da secular vocação agropecuária do município, projetando que a safra de cana deste ano deve gerar divisas de R$ 700 milhões. Que podem chegar a R$ 1 bilhão com a volta da Usina Paraíso à moagem.

 

Frederico Paes (Foto: Genilson Pessanha/Folha da Manhã)

 

Saúde – Finalizando 11 meses de governo, infelizmente, a gente não pode deixar de falar que nós encontramos uma saúde muito caótica. É impossível falar do que a gente está realizando no governo Wladimir sem falar como a gente encontrou: saúde precária em todos os sentidos, uma assistência péssima, quase 50 Unidades Básicas de Saúde (UBS) fechadas ou sucateadas. E nós tomamos, por determinação do prefeito Wladimir, a saúde como missão número 1 desse governo. Por exemplo, a gente pode citar a reabertura das UBS do Parque Aurora, Jamil Abdo, Vila Nova, Parque Santa Rosa, Dores de Macabu, Lagoa de Cima e São Sebastião. Abrimos, ainda, a Policlínica do Servidor e da Terceira Idade, além do posto de saúde do Mercado Municipal. No Ferreira Machado, eu gostaria de citar, por exemplo, o Centro de Queimados, que foi inaugurado há poucos dias. Inauguramos também o novo centro cirúrgico, e ainda um setor de tisiologia, para tratamento de tuberculose e que estava muito abandonado. Teve uma participação do Ministério Público no Centro de Atendimento a Criança e Adolescente Vítima de Violência: lá há um ambiente separado, com uma entrada separada do Ferreira Machado, onde crianças e adolescentes que são acometidos com violência doméstica têm atendimento especializado. Também, recentemente, inauguramos o polo e cadastramento para doação de medula óssea, uma coisa muito importante, que é junto ao nosso Hemocentro. Enfim, uma série de melhorias que nós fizemos no Ferreira Machado, que é o hospital mais importante da região. A gente inaugurou o mamógrafo no Centro de Referência da Mulher. Estava há três anos fechado. Enfim, é uma série de coisas que a gente fez em 10 meses. Eu considero que há muito a fazer, mas houve avanço significativo. Um deles é a questão dos corredores do hospital. Conversamos com os diretores do Ferreira, doutor Arthur Borges, e do HGG, doutor Vitor Mussi, e conseguimos esvaziar os corredores. Nós conseguimos abrir leitos, muitas vezes provisórios, em que a pessoa entra, faz uma triagem, e fica no próprio hospital ou vai para algum hospital contratualizado. Mas, conseguimos tirar aquela situação de corredor, que era uma situação horrível. Até o fim do ano, vamos abri mais quatro UBSs: no Carvão, no Campelo, em Três Vendas e Pernambuca. A gente pode falar que é uma UBS por mês.

Leitos clínicos de Covid zerados – É importante a gente destacar que essas boas notícias não podem ser confundidas com relaxamento das pessoas. A gente tem uma preocupação muito grande com as festas agora de final de ano. A gente tem que admirar o SUS como um dos melhores sistemas de saúde do mundo. Foi graças a esse sistema, que está aí funcionando há mais de 20 anos, que a vacinação do povo brasileiro avançou muito. Não foi diferente em Campos. Nós tivemos aqui, por muitas vezes, um trabalho por muitas vezes árduo e difícil de vacinação, comandado por doutor Charbell e toda a nossa equipe. Deu muito trabalho, porque, na verdade, na busca por vacinação, as pessoas enfrentaram fila, tiveram às vezes dificuldade de acesso. Mas hoje, em Campos, a gente pode comemorar que não tem nenhum paciente internado em leito clínico. A Santa Casa zerou os pacientes de UTI. Não dá para comemorar se a gente tem gente internada em UTI. Nós temos, hoje, sete pessoas internadas em UTI em toda a rede pública e municipal. Só que, se a gente olhar um pouquinho para trás, há quatro, cinco meses, nós tínhamos 120 leitos de UTI ocupados, entre públicos e privados, e mais 10, 15 pessoas aguardando em fila de espera por um leito de UTI, sem conseguir respirar, o que é uma coisa terrível. Não dá para a gente sair soltando fogos em comemoração, porque ainda existe gente internada. Mas, o fato de não haver, hoje, nenhuma pessoa internada em leito clínico é uma coisa muito importante. Raramente o paciente entra direto na UTI, ele entra através do leito comum, leito clínico. Infelizmente, quando o quadro evolui, passa para a UTI. Eu acredito que, até o final do ano, a gente possa estar com essa situação zerada.

Campistas sem vacinar são 40 mil – Faço um apelo público para que as pessoas procurem a vacinação contra Covid. Nós temos, hoje, 40 mil pessoas que deveriam ser vacinadas e ainda não foram. São pouco menos de 10% da população, que deveriam ser vacinadas e ainda não foram, em grande parte pessoas abaixo de 45 anos. Estamos falando de adultos jovens. Teve uma procura maciça dos idosos, porque foi ali no início da vacinação. O Dr. Charbell vai começar uma campanha junto à imprensa para nos ajudar a fazer um chamamento para que essas pessoas se vacinem, porque elas podem complicar a vida dos outros 90% que foram vacinados. A gente sabe que a vacina tem um período, tem uma época de atuação. Nós já estamos falando da terceira dose, que é uma dose de reforço. Você, que tomou a vacina, observe o cartão de vacinação. Cinco meses depois da segunda dose, você pode procurar o posto médico, procurar todos os nossos locais de vacinação, para tomar a dose de reforço.

Retomada da vocação agropecuária – A nossa secretaria de Agricultura está sendo tratada como secretaria. Porque a gente não encontrou nada lá. Era perto do Horto Municipal, numa situação precária. Hoje a gente tem uma secretaria fortalecida, que vai trazer dignidade para os nossos produtores rurais. Mas, repito, é um programa lento. Apesar de a gente ter feito mais de 150 quilômetros de estrada vicinais já em 10 meses, recuperamos pontes, diversas pontes de madeira, pontes que estavam caídas, ainda há muito a fazer. Nós temos mais de 40 pontes em condições precárias, hoje, no município, em que o produtor mal consegue escoar a produção. O Almy (secretário de Agricultura e ex-reitor da Uenf), trouxe essa demanda e falou: “Wladimir e Frederico, a gente não pode fazer qualquer programa sem dar uma infraestrutura mínima aos nossos produtores, e essa infraestrutura passa por estradas vicinais”, que, por muitas vezes, poderiam ser feitas com o apoio do Estado.

Safra vai gerar R$ 700 milhões – O setor sucroalcooleiro, hoje, além de gerar mais de 5 mil empregos diretos na nossa região, e aí não é só Campos, é São Francisco, São João da Barra, Quissamã, Cardoso, enfim, ele traz uma importante injeção de recurso. Hoje, a Coagro já terminou sua safra, e a Canabrava está finalizando.  Mas, pelos números projetados já para esse ano de 2021, deve fechar em torno de R$ 700 milhões. É um valor muito importante. Por exemplo: 60% ou 65% desse valor são para pagamento de matéria-prima ao produtor, e esse produtor gasta na região, investe na região. O restante, 35%, 40%, são para manutenção, pagamento de salário, reforma da indústria, custo industrial, custo administrativo, em que também grande parte desse recurso fica na região. Então, hoje, a retomada do setor sucroenergético já é uma realidade. E o que a gente quer agora é crescer mais, quem sabe chegar aí a um faturamento da região no nosso setor em torno de R$ 1 bilhão. É uma coisa possível de acontecer, principalmente com a reabertura da Usina Paraíso. O clima tem nos ajudado também, tem chovido um pouco mais, e nós estamos, hoje, com uma situação da Usina Paraíso que vai gerar mais 2 mil empregos na nossa região.

Erros e acertos do governo Wladimir – Eu pude observar uma conquista que nós tivemos, que foi a reabertura do Restaurante Popular, o Restaurante do Povo. Em parceria com o governo Cláudio Castro, o Governo do Estado, nós vamos abrir um restaurante em Guarus também, para atender àquela população. Existe aquela história de que não vamos dar o peixe, vamos dar a vara e ensinar o cara a pescar. Mas, a gente sabe que tem hora que precisa dar o peixe, tem que ser feito isso, e é o que a gente está fazendo. Sobre o restaurante de Guarus, o prazo (dito em entrevista de Cláudio Castro à Folha, de entrega em novembro) é muito apertado. Ouvi isso também e comentei com uma pessoa naquele dia que não ia dar tempo. Se pelo menos até o início do ano ele ficar pronto, a gente vai ficar muito feliz. Na Saúde, houve muitos avanços. Destaco também a Educação. Temos lá o professor Marcelo Feres, que é um grande profissional. Quanto aos erros, eu acho que a experiência que a gente precisa adquirir com o tempo fazem com que a gente às vezes cometa algum equívoco. E a oposição, por mais que às vezes machuque o ouvido você receber críticas, ela é importante. Por muitas vezes essa crítica é infundada, mas quando é verdadeira, ela é importante. O que a gente não pode admitir é fake news, coisas que são inventadas para prejudicar o governo municipal.

Nota de 0 a 10 – Colocaria uma nota 9. Não estou falando isso porque sou vice-prefeito, mas pelo esforço e pelo resultado que estamos alcançando em tão pouco tempo. Talvez daqui a quatro meses, espero que não dure tanto, eu volte ao programa e fale que foi para 8 ou para 9,5, porque 10 nunca é. Mas há um esforço. E o Wladimir, que vou chamar de menino, porque tem 30 e poucos anos, eu já estou com 50 e lá vai fumaça, é um cara muito bem intencionado. É uma pessoa que, como todos nós, comete equívocos, mas uma pessoa que quer acertar, tem uma vontade muito grande de acertar. E não para de trabalhar. O cara é uma máquina para trabalhar. Tem uma brincadeira em que ele fala: “Bora trabalhar”. Então, esse gás acaba contagiando de forma positiva todo o governo.

“Dinheiro novo” – Não me lembro de Campos ter tido, acho que desde a época do avô de Rafael (Diniz), que foi Zezé Barbosa, uma interação que está tendo com o Governo do Estado e o Governo Federal como Wladimir conseguiu. Eu já estive em Brasília diversas vezes com ele nos ministérios, ele é muito querido lá. Campos, este ano, vai receber, deve fechar aí em quase R$ 200 milhões do chamado “dinheiro novo”, dinheiro externo, entre emendas parlamentares, recursos do Governo do Estado. Aqui fica um agradecimento muito especial ao governador Cláudio Castro, que tem sido muito parceiro do município. Se não fosse o governador, talvez a gente não conseguisse atingir vários objetivos. E o governo federal, através de senadores, deputados federais. Eu queria dar destaque aqui para a Clarissa Garotinho, que tem colocado muita emenda aqui na nossa cidade; o Christino Áureo também é outro deputado; enfim, vários deputados federais têm proporcionado emendas parlamentares. Por exemplo, na agricultura nós vamos receber, no ano que vem, mais de R$ 15 milhões em emendas parlamentares para compra de equipamento, estrada vicinais, reforma de ponte, uma série de coisas. Essas emendas parlamentares, se não fosse a habilidade do Wladimir, a gente não conseguiria com tanta rapidez como nós estamos conseguindo.

Racha na base – Faço um destaque ao Fábio Ribeiro, nosso presidente (da Câmara), que ainda conseguiu avançar muito em relação à maneira e a velocidade com que (o pacote de projetos do governo) foi conduzido. Então, não resta dúvida, como a gente falou: entre erros e acertos, houve essa questão da falta ali de um diálogo maior, à época (em maio), com alguns vereadores. Por outro lado, houve uma separação necessária. Nós tínhamos ali diversos vereadores que estavam acompanhando o governo simplesmente em busca de cargos. Eles caminharam no segundo turno conosco, mas não trouxeram os votos. A verdade é essa. Os votos não vieram por falta de empenho deles. Então, acho que a base, hoje vou chamar de 15, é consolidada, e tem que ser dada oportunidade e valor a essas pessoas. Nós temos que enaltecer o nosso presidente Fábio Ribeiro, que tem conduzido com muita força no sentido de habilidade política, a nossa Câmara. E a base, hoje, repito, ela tem que ser valorizada.

Oposição – Faltou diálogo. Eu repito o que falei. Estive aqui logo após esse embate, e desde daquela época eu falei isso. Esses três que você citou aí (Raphael Thuin, Fred Machado e Bruno Vianna) são pessoas que têm um pensamento eu diria até alinhado com o governo em muitas coisas. Acho que a unanimidade é sempre burra, é preciso haver discussão, haver debate. Há pessoas que não são posição simplesmente por serem oposição. A gente entende ali que a divergência é normal, faz parte das questões políticas, mas o importante é querer o bem da população. É a primeira vez que eu entrei na política e, graças a Deus, fui vitorioso junto com o Wladimir. Existe um meio político fechado em que as notícias circulam ali naquele meio. Mas, se você escutar a população como um todo, ouvir as pessoas, formadoras de opinião ou não, pessoas que usam e que dependem por muitas vezes do poder público, você vai ver que, hoje, o governo Wladimir está com uma aceitação excepcional. Essa oposição sabe disso, sabe que o governo Wladmir está fazendo um governo bom. Tem erros? Tem, mas tem feito, tem procurado se esforçar. E aí começa a se criar essas fake news nessa oposição chamada raivosa. É uma oposição que não traz nada de produtivo.

Não aos candidatos de fora – Nós perdemos de forma muito trágica dois deputados: o João Peixoto, que inclusive é um dos fundadores da nossa cooperativa lá atrás, o grande João, de diversos mandatos, e o Gil Vianna. Eu acho que Campos, São João da Barra, Cardoso, enfim, esses municípios próximos aqui têm condição de fazer pelo menos quatro deputados estaduais. Nós temos a obrigação de fazer. É preciso, na campanha, falar com os nobres candidatos, sejam eles do nosso grupo ou não, para não deixar esse povo de fora vir pegar voto aqui. A quantidade de eleitor que vota em deputados que vêm aqui só em época de eleição, acho que a imprensa pode até ajudar nisso, é absurda. Existem deputados federais de fora que trazem benefícios, como eu citei agora, por exemplo, o Christino Áureo. É uma pessoa ali mais ligada à região de Macaé, mas que atua aqui em Campos e região, no estado todo, tem feito um excepcional mandato. Eu falei, numa reunião política esses dias com o nosso grupo, que eu acho que a gente tem condição de fazer três deputados estaduais. E, quem sabe, dois deputados federais. Agora, é preciso fazer um trabalho bem feito. A eleição do Garotinho para deputado federal, com a Justiça liberando, é certo que vai puxar. Então, eu acho muito importante essa união da população aqui em torno da cidade, mostrar para as pessoas que o voto num candidato local é muito importante. Acho que tem que ser massificado isso na cabeça do eleitor na campanha. Convoco até a oposição. Na verdade, pelo número de eleitores, dava para eleger todo mundo (risos). Dá para fazer tranquilamente cinco, seis deputados estaduais, dois, três federais.

 

Confira abaixo, em dois blocos, a íntegra do Folha no Ar da manhã de ontem, na Folha FM 98,3, como vice-prefeito Frederico Paes:

 

 

 

Página 2 da edição de hoje da Folha da Manhã

 

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Este post tem um comentário

  1. César Peixoto

    Antes das eleições de 2018 eu disse que Wladimir ia vencer para prefeito por ter um vice-prefeito de peso como Frederico e acertei. Já que. Frederico almeja fazer um número expressivo de deputados,porque não ele mesmo não se candidatar a uma cadeira na Câmara. Não sou cabo eleitoral mais pode contar com o meu voto

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