Governos Wladimir, Castro e Lula em Campos
No segundo bloco do programa Folha no Ar de ontem (4), além dos números já conhecidos da aprovação do eleitor de Campos ao governo do prefeito Wladimir Garotinho (PP), foram também revelados os relativos aos do governador Cláudio Castro (PL) e do presidente Lula (PT). Enquanto a gestão de Wladimir é aprovada por 70,5% (com 14,9% que desaprovam e 14,6% que não souberam avaliar), a de Castro tem aprovação de 41,4% (com 20,8% que desaprovam e 37,8% que não souberam avaliar) e a de Lula é aprovada pela minoria de 28,9% (com reprovação majoritária de 59,5% e 11,6% que não souberam avaliar).
Antilulismo goitacá
Enquanto Wladimir tem na alta aprovação ao seu governo a melhor chance de se reeleger em 6 de outubro, daqui a 4 meses e 1 dia, e o de Castro ficou na conta do chá, a reprovação ao Lula 3 entre os campistas é hoje mais que o dobro da aprovação. Foi o cenário desenhado pelos números da pesquisa Prefab Future, que ouviu 1.002 eleitores de Campos em 26 de abril, com base no IBGE e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número RJ-04536/2024. Se não dá para cravar que o eleitor de Campos é conservador, parece não haver dúvida matemática de que ele hoje tem expressiva maioria antipática ao Governo Federal.
Direita lidera na pesquisa
No debate se o eleitor campista se posiciona mais à direita ou à esquerda, uma pergunta mais específica da pesquisa foi feita: “Você se considera ideologicamente um eleitor de?” A direita liderou com 39,6%, com 28,0% se identificando como moderado, 23,7% como apolítico, cabendo a identificação com a esquerda a apenas 8,7% do eleitorado campista. São números que não se traduzem necessariamente em eleições municipais. Sobretudo quando polarizadas por políticos como Wladimir e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), ideologicamente camaleônicos em suas vitoriosas e ainda relativamente curtas trajetórias políticas.
Esquerda à frente na urna
Pode ser que prefeitáveis de direita como a Delegada Madeleine (União), o odontólogo Alexandre Buchaul (Novo) e o empresário Clodomir Crespo (DC) tentem capturar esse eleitor ideológico. Que deu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) 64,87% dos votos válidos de Campos no 2º turno de 2018 e 63,14%, no 2º turno de 2022. Entre estes dois pleitos nacionais, dois candidatos tentaram surfar o bolsonarismo local no 1º turno da eleição a prefeito de 2020: o ex-vereador Tadeu Tô Contigo levou 2,17% dos votos válidos, e o empresário Jonathan Paes, 0,51%. Candidata estreante do Psol, Professora Natália teve quase o dobro dos dois: 4,68%.
Ideologia a prefeito?
Como, pela única pesquisa até aqui registrada neste ano de nova eleição municipal, Madeleine já saiu de 6,8% de intenções de voto na consulta estimulada, isso pode ser tanto voto conservador, quanto moderado e apolítico que admira sua brilhante trajetória como delegada de Polícia Civil. Bem como pelo apoio dos Bacellar. Assim como os 18,7% de Carla Machado, quase certamente, se devem mais aos seus quatro mandatos como prefeita de São João da Barra do que por ser deputada estadual do PT. Com apoio declarado do senador Flávio Bolsonaro (PL) e bom trânsito com o Lula 3, Wladimir liderou a pesquisa com 53,7%.
Publicado hoje na Folha da Manhã.
Talvez o resultado dessa pesquisa explique o foto devter uma Prefeitura rica, com um povo pobre, sem emprego, saúde precária, crescimento da quantidade de favelas “comunidades” em total contraste com Municípios quevtem Prefeitura rica mas com cidades bem estruturadas como Niterói e Marina, governados por Prefeitos mais à esquerda.
Corrigindo:eu comentário aguarda moderação.
Talvez o resultado dessa pesquisa explique o fato de ter uma Prefeitura rica, com um povo pobre, sem emprego, saúde precária, crescimento da quantidade de favelas “comunidades” em total contraste com Municípios que tem Prefeitura rica mas com cidades bem estruturadas como Niterói e Maricá, governadas por Prefeitos mais à esquerda.
Pesquisa meio “inusitada” na hora de captar o espectro ideológico pois meteu um “moderado” no meio da direita e da esquerda que meio que vai acabar abrangendo pessoas mais ao centro desses espectros e torna o resultado retratado bem incerto pra qualquer diagnostico.
É importante também destacar que o antônimo de conservador é progressista e esses conceitos NÃO se confundem com direita e esquerda.
Caro George Anderson,
Para quem busca a confirmação do que queria que fosse, não o que de fato é, pesquisa costuma ser assim: “inusitada”. Mas, como os bolsonaristas exemplificaram tão bem em 2022, quem questiona pesquisa, quase sempre, chora no quente da cama com o resultado da urna. Isso posto, importante destacar que a pesquisa fez perguntas ao eleitor de Campos sobre direita e esquerda, NÃO sobre conservador e progressista.
Grato pela chance do esclarecimento.
Aluysio
Caro Aluysio, questionar metodologia de pesquisa é nada mais do que levar ela a sério e conferir se ela se serve ao diagnostico que visa, isso nada mais é do a própria ciência relativa a esses levantamentos faz para identificar vieses e falhas metodológicas que afetem sua confiabilidade.
Se vê muito isso, por exemplo, em pesquisas sobre pautas morais como o aborto, onde quando se é perguntado se a pessoa é “contra” ou a “favor” geralmente se obtém resultados um tanto quanto discrepantes de quando se pergunta se a pessoa é a “favor” ou “contra” a prisão de mulheres que abortam, como se vê, a precisão da pergunta é importante pra maior precisão dos resultados.
NÃO há qualquer negacionismo quanto à sua utilidade nesse exercício e essa pesquisa, nesse escopo, apresentou questionamentos bem mal formulados mesmo que chamei de inusitados pra pegar leve.
Justamente a confusão quanto a esses conceitos citados prejudica se extrair um recorte credível das posições do eleitor campista apenas com base nessa pesquisa (espero que outras com metodologia mais acertadas e até mais detalhadas venham, sei muito bem que os próprios partidos contratam levantamentos dessa qualidade).
Caro George Anderson,
Sei. Vc é diferente dos bolsonaristas. E não questiona pesquisa quando não gosta do resultado. Só a metodologia. Ou o que julga ser seu “recorte credível”. Para pegar leve, nem chega a ser “inusitado”.
Grato pela chance da constatação.
Aluysio