Adeus a Adílio, lenda do Flamengo e do futebol brasileiro

 

Adílio, craque e eterno camisa 8 do Flamengo campeão do Mundial de Clubes e da Libertadores da América em 1981, tricampeão do Brasileirão de 1980, 1982 e 1983, no qual marcou o gol do título (Foto: Divulgação)

 

Adílio formou o maior meio de campo da história do Flamengo, ao lado de Andrade e Zico (Foto: Divulgação)

Dia contraditório em emoções. Sobretudo aos rubro-negros. Pouco depois da atleta do Flamengo Rebeca Andrade conquistar o ouro em Paris na apresentação solo da ginástica, e se tornar a (o) maior medalhista da história do Brasil nas Olimpíadas, partiu o grande Adílio, aos 68 anos. Vítima de câncer no pâncreas, foi uma lenda do Flamengo e do futebol brasileiro.

Eterno camisa 8 da Gávea, foi campeão da Libertadores da América e do Mundial de Clubes, no qual marcou um dos 3 a 0 na final contra o Liverpool, em 1981. E foi tricampeão do Brasileirão em 1980, 1982 e 1983. Neste, mesmo com Zico em campo, foi Adílio o grande craque da final contra o Santos, em outro 3 a 0, no qual marcou o gol do título. Naquela campanha de 1983, testemunhei o Flamengo 7 a 1 Rio Negro, na primeira vez em que eu e meu irmão, o tricolor Christiano, fomos ao Maracanã, com nossos pais.

Também tricolor, meu pai se ufanava de ter visto Pelé, Garrincha, Puskás, Didi, Zizinho e tantos outros grandes craques do passado jogarem no Maracanã. E, para mim, ainda é do velho Aluysio, ex-campeão juvenil do futebol de Campos pelo Rio Branco, a melhor definição que já ouvi sobre o Adílio: “esconde a bola no pé”.

 

 

Como parece agora relevante a conversa recente que tive com Chiquinho, boleiro sexagenário, motorista da Folha e entre as pessoas que mais gosto de conversar sobre futebol. Ao elogiar o futebol do De La Cruz com Chiquinho, eu disse: “lembra até Adílio”. A quem o viu jogar, cria da comunidade da Cruzada São Sebastião, ao lado da Gávea, a referência mais alta é Adílio, não o craque uruguaio.

Na Seleção Brasileira, Adílio teve o azar de jogar na mesma época de Sócrates. Mas, diferente deste, foi campeão do mundo. Condição que, no futebol de clubes, concedeu a uma geração de flamenguistas ainda crianças, nascidos só após o Tri do Brasil em 1970 e que só veriam o Tetra em 1994 já adultos.

Adílio foi um dos heróis da minha infância. Sempre será!

 

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