Antes do STF, Bolsonaro sai enfraquecido de Copacabana

 

Bolsonaro no sábado de Copacabana (Foto: Alexandre Cassiano/O Globo)

 

 

Quantos com Bolsonaro em Copa?

Qual o público real da manifestação pró-anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no último sábado (15) em Copacabana? Os 18,3 mil contabilizados pela Universidade de São Paulo (USP)? Os 30 mil calculados por imagens pela DataFolha? Ou os 400 mil anunciados pela PM comandada pelo governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro e presente ao evento?

 

Bem abaixo da expectativa

Nos bastidores, nem os bolsonaristas confiaram na conta da PM de Castro. E calcularam o público de Copacabana entre 70 mil e 130 mil pessoas. Qualquer que tenha sido o número real, foi menos do que Bolsonaro, quando era presidente, conseguia colocar nas ruas. E, certamente, bem menos do que o 1 milhão que contava ter no sábado.

 

Enfraquecido para o STF

Com perspectiva de se tornar réu, mais 33 acusados de tentativa de golpe de Estado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na sessão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) da próxima terça (25), Bolsonaro quis mostrar força. E saiu de Copacabana enfraquecido. Como sua pauta no Congresso por uma anistia a crimes pelos quais sequer foi julgado.

 

Sem motivo para celebrar

Pode ser cedo para o governo Lula 3 celebrar. Em queda de popularidade em todas as pesquisas, o atual presidente e o PT estão distantes do tempo em que dominavam as manifestações de rua no Brasil. Nos 21 anos entre o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992; e as Jornadas de Junho de 2013, no governo Dilma Rousseff (PT).

 

Esquerda leva metade?

O pastor Silas Malafaia não pareceu errado ao rebater as críticas à baixa adesão popular a Bolsonaro no sábado: “Quero ver a esquerda levar metade”. Ainda assim, o bolsonarismo colheu outro revés ontem (18). Quando Eduardo Bolsonaro (PL) se licenciou do mandato de deputado e desistiu de ser presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal.

 

Asilo por quê?

Eduardo decidiu continuar nos EUA. Onde já quis ser embaixador do Brasil, mas também não conseguiu, e está desde o final de fevereiro. Ontem, Jair comentou a decisão do filho 03. Após Copacabana e antes do STF, não pareceu otimista: “Ninguém falou em asilo (político) ainda. Mas se for o caso, ele (Eduardo) pede. Ele pede e o Trump dá imediatamente para ele”.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

fb-share-icon0
Tweet 20
Pin Share20

Deixe um comentário