Outra pesquisa confirma dificuldades à reeleição de Lula

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Nova pesquisa, mesma dificuldade a Lula

Nova pesquisa do instituto Paraná, divulgada na terça (24), confirma o cenário já revelado pelos levantamentos CNT/MDA e Datafolha (confira aqui e aqui) também de junho, como os feitos pela Quaest e AtlasIntel (confira aqui, aqui, aqui e aqui) de maio: se a eleição de outubro de 2026 fosse hoje, o presidente Lula (PT) teria dificuldades para se reeleger. Contra vários potenciais candidatos da oposição.

 

Atrás de Bolsonaro no 1º turno

Inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficaria numericamente à frente de Lula até no 1º turno. Em empate técnico no limite da margem de erro de 2,2 pontos para mais ou menos, Bolsonaro teve 37,2% de intenção de voto na consulta estimulada Paraná, contra 32,8% de Lula.

 

Atrás de Bolsonaro no 2º turno

Fora da margem de erro, Bolsonaro também bateria Lula no 2º turno, por 46,5% a 39,7%. Embora fique à frente dos demais potenciais candidatos em todas as demais simulações de 1º turno, o líder petista ficaria numericamente atrás no 2º turno também da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP).

 

Atrás de Michelle e Tarcísio no 2º turno

Em um eventual 2º turno com Michelle, ela teria 44,4% de intenção, contra 40,6% de Lula. Já em um 2º turno com Tarcísio, este teria 43,6% contra 40,1% do atual presidente. Que, numericamente atrás, ficaria em empate técnico, na margem de erro, com a esposa e o ex-ministro de Infraestrutura de Bolsonaro.

 

Empate técnico com Eduardo, Flávio e Ratinho Jr. (I)

Se seu adversário no 2º turno fosse o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), ou o senador Flávio Bolsonaro (PL), ou o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD); Lula ficaria numericamente à frente. Mas não passaria do empate técnico com nenhum dos três.

 

Empate técnico com Eduardo, Flávio e Ratinho Jr. (I)

Nas simulações de 2º turno da pesquisa Paraná, Lula teria 41,6% contra 39,1% de Eduardo, 42,1% contra 38,4% de Flávio e 41,2% contra 37,0% de Ratinho Junior. Fora da margem de erro, o atual presidente só levaria hoje o 2º turno contra o senador Rogério Marinho (PL), por 41,8% a 31,2%; e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), por 41,4% a 33,5%.

 

Empate técnico com Michelle no 1º turno

Nas consultas estimuladas ao 1º turno, além de numericamente atrás de Bolsonaro, Lula também não passaria do empate técnico com Michelle, por 33,5% a 30,2%. Mas, fora da margem de erro, o petista lideraria o 1º turno contra Tarcísio, por 34,0% a 24,3%; contra Eduardo, por 33,8% a 21,3%; e contra Flávio, por 33,8% a 20,4%.

 

Grande influência eleitoral de Bolsonaro   

“Bolsonaro está à frente de Lula tanto na consulta estimulada ao 1º turno, por 37,2% a 32,8%, quanto ao 2º turno, por 46,5% a 39,7%. Embora inelegível, o resultado nos cenários estimulados pela Paraná revela a grande influência eleitoral que o ex-presidente exercerá em 2026”, destacou William Passos, geógrafo com especialização doutoral em estatística no IBGE.

 

Contra Michelle e Tarcísio

“Dos candidatos elegíveis, Lula empata tecnicamente com Michelle no 1º (33,5% a 30,2%) e no 2º turno (40,6% a 44,4%). Com Michelle numericamente à frente no segundo pleito. Também na margem de erro, Lula aparece atrás de Tarcísio de Freitas no 2º turno (43,6% a 40,1%), apesar de superá-lo fora da margem no primeiro (34,0% a 24,3%)”, ressaltou William.

 

Conclusão do especialista

“Contra os irmãos Eduardo e Flávio Bolsonaro, Lula crava iguais 33,8% de intenção no 1º turno contra, respectivamente, 21,3% e 20,4%. Mas empata tecnicamente com ambos no 2º turno: 41,6% a 39,1% contra Eduardo e 42,1% a 38,4% contra Flávio. Com base na pesquisa Paraná, se o pleito fosse hoje, Lula teria dificuldades para se reeleger”, concluiu o especialista.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Aos 14, matou os pais, o irmão de 3, e diz: “Faria tudo de novo”

 

Suzane von Richthofen adolescente; Inaila de Oliveira Freitas, de 37 anos; Antônio Teixeira Freitas, de 3 anos; Antônio Carlos Teixeira, de 45; e a minissérie britânica “Adolescência”, da Netflix (Montagem: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

 

Aos 14, matou os pais e irmão de 3 anos

O caso do adolescente de 14 anos que matou a tiros os próprios pais e o irmão, de apenas 3 anos, enquanto dormiam, virou (confira aqui) notícia nacional. O triplo homicídio aconteceu no último sábado (21), no distrito de Comendador Venâncio, em Itaperuna. O motivo? Os pais seriam contra a relação do filho com uma adolescente do Mato Grosso, que conheceu na internet.

 

Crime premeditado e frio

Após esconder embaixo do travesseiro a arma do pai, que era Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), o adolescente esperou que sua família dormisse para executá-los. E arrastou os três corpos até uma cisterna, onde os jogou. Pelo peso dos corpos dos pais, o filho parricida usou Veja, produto de limpeza, para que eles deslizassem sobre o chão.

 

“Faria tudo de novo”

O mais chocante, no entanto, foi revelado pelo delegado de Polícia Civil Carlos Augusto Guimarães, à frente da investigação. Perguntado se não se arrependia, o adolescente respondeu que não. E que “faria tudo de novo”. Ele disse ter visto no celular do pai que este tinha R$ 33 mil reais para receber de FGTS. O que pode ter também custado as três vidas.

 

Arma em casa e regulação da internet

O caso escabroso revela vários perigos. O primeiro, de se ter uma arma de fogo em casa, ao alcance de menores de idade. O segundo, que está hoje presente na vida de todos os pais, é o uso de internet pelos filhos, sem acompanhamento ou regulação das redes sociais. Que, no Brasil, é vendida como “censura” pelo mesmo pensamento político de direita armamentista.

 

Lembrança de Suzane von Richthofen

As características do caso de Itaperuna evocam a lembrança macabras de Suzane von Richthofen. Que, em 2002, na cidade de São Paulo, foi mandante do assassinato dos pais, também enquanto dormiam. Porque eles também eram contrários à relação da filha com Daniel Cravinhos, que cometeu o duplo homicídio com o irmão Cristian.

 

Mundo cão com carinha de emoji

Como o adolescente de Itaperuna passou a se relacionar com a do Mato Grosso pela internet, inevitável também lembrar da série da Netflix “Adolescência”. Que, com base em fatos reais, conta a história de um adolescente britânico que matou uma colega de escola a facadas, por conta de bullying sexual travestido de emoji. Que é a carinha do mundo cão em que vivemos.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Crônica do sábado — Bayern e Flamengo com cerveja de Munique

 

 

 

Bayern e Flamengo com cerveja de Munique

 

— E aí? No meio do caminho tem o Bayern, tem o Bayern no meio do caminho? — indagou o tricolor Christian, de bate-pronto, garganta ainda molhada do gole de Spaten.

— Vamos saber no domingo. Mas no caminho de vocês, na segunda, tem a Inter de Milão, vice-campeã da Champions — retrucou o rubro-negro Aníbal, tão logo se sentou à mesa do boteco, antes de pedir um copo ao garçom.

— Certeza de brasileiro nas quartas de final da Copa do Mundo de Clubes só no jogo que abre as oitavas, à uma da tarde de sábado. O que você acha? Dá Botafogo ou Palmeiras?

— Em tese, será equilibrado. O Palmeiras tem mais time e opções de banco. Mas o Botafogo faz um Mundial mais consistente. Apesar de ter se acovardado no 2º tempo contra o Atlético de Madrid. Acabou com a invencibilidade dos clubes brasileiros no torneio. E jogou o PSG no caminho do Flamengo nas quartas, caso consiga passar pelo Bayern.

— E você acha que dá?

— Racionalmente, quem não disser que o Bayern é favorito, está mentindo. Se pudesse expressar em números, diria que o Bayern tem 60% de chance de passar, contra 40% do Flamengo. Verdade que vencemos bem o Chelsea, que também era o favorito. Mas se o clube inglês é um grande do futebol da Europa, o alemão é um gigante.

— E se passar do Bayern, pode pegar o PSG nas quartas, o Real Madrid na semi e o Manchester City de Guardiola na final.

— E pode nem acabar aí. Como vi num vídeo do Instagram, se passar por todos esses gigantes europeus, a Fifa vai inventar mais um jogo antes de entregar a taça ao Flamengo: contra os clones do Brasil de 1970. E, depois, contra os clones do Chicago Bulls de Michael Jordan, para decidir qual esporte é melhor: basquete ou futebol.

— Muito bom! — disse Christian, em meio a gargalhadas e engasgado de Spaten.

— Falando sério, se fosse um torneio de pontos corridos, não daria para o Flamengo. Mas é um jogo de mata-mata. Que será decidido por quem tiver mais posse de bola. Creio que essa será a disputa: quem vai conseguir propor seu jogo.

— E, no caso do Flamengo, sem cometer erros.

— Certamente, sem os erros de defesa que geraram os gols que levamos do Chelsea e do Los Angeles FC. E sem meter quatro bolas na trave, como neste último jogo. Mas transformando chances criadas em gols. Que é o dilema do Flamengo dentro do próprio futebol brasileiro.

— Imagina, então, contra o Bayern.

— O Bayern não é invencível. Embora tenha conquistado a Bundesliga em 2025, perdeu nela de virada, por 2 a 3, em plena Allianz Arena, para o Bochum. Que foi o lanterna e rebaixado no campeonato alemão.

— Como foi eliminado pela Inter nas quartas de final da Champions deste ano, no empate de 2 a 2 em Milão, após o time italiano ter vencido o de ida por 2 a 1 em Munique. E Bayern vem de uma derrota inesperada por 0 a 1 para o Benfica na Copa do Mundo de Clubes.

— Essa derrota é ilusória. Só aconteceu por soberba do Bayern, que entrou com o time cheio de reservas no 1º tempo. Como a do Flamengo contra o Los Angeles. Um perdeu, o outro empatou. O Bayern e o Flamengo que entrarão em campo no domingo serão bem diferentes dos seus últimos jogos na fase de grupos. Os dois irão com força total.

— Mas, como diria Noel, com que roupa acha que vão?

— Filipe Luís disse que não vai abrir mão do DNA rubro-negro e será o mais vertical possível. Lógico que, por circunstância de jogo e pela qualidade de jogadores como Olise e Coman pelas pontas, mais Musiala, Sané e Harry Kane flutuando pelo meio do ataque, sem contar Kimmish, cérebro do meio de campo deles, o Flamengo pode ser empurrado para trás. Como falei antes, será uma disputa por posse de bola. Deve vencer quem a impuser. E errar menos.

— Não acha que o espírito retranqueiro de Diego Simeone, técnico de Filipe Luís em sua melhor fase como jogador no Atlético de Madrid, pode baixar no treinador brasileiro?

— Simeone, pai e filho, foram despachados da Copa do Mundo de volta a Madri. O melhor exemplo do que o Flamengo não pode e não deve fazer foi dado pela Juventus de Turim, na goleada de 5 a 2 que tomou do Manchester City na quinta.

— Como assim?

— A Juventus  impressionou nos seus dois primeiros jogos na Copa do Mundo. E goleou por 5 a 1 o árabe Al Ain, e por 4 a 1 o marroquino Wydad Casablanca. Depois disso, o técnico croata Igor Tudor ficou com medinho do time de Guardiola e cedeu passivamente a posse de bola. Prova disso, só colocou em campo o camisa 10 e mais habilidoso jogador da Juve, o turco Kenan Yildiz, de apenas 20 anos, no 2º tempo, quando o time italiano já perdia por 1 a 3.

— Assim mesmo, o menino turco deu um passe de cinema para o sérvio Vlahović fazer o segundo gol da Juve.

— Mas a vaca de Turim já tinha ido para o brejo. Com a posse de bola que lhe foi cedida pela covardia do adversário, o Manchester teve até gol, o 5º da sapatada, do brasileiro Savinho.

— Com o goleiro Neuer e o atacante Thomas Müller, dois remanescentes dos 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil, em 2014, ainda jogando no Bayern, não teme a reedição de uma goleada sobre o Flamengo?

— Sim, o Bayern pode até golear o Flamengo. Mas o medo de que o Flamengo vença, entre os antiflamenguistas assumidos e enrustidos, é muito, mas muito maior do que o dos rubro-negros diante do gigante de Munique.

— Isso sou obrigado a admitir. Se o Bayern precisasse faturar uma grana extra era só vender sua camisa no domingo para botafoguenses, tricolores, palmeirenses e até os vascaínos.

— O Bayern pode ser o cadafalso ao Flamengo. Como sua escada para subir um degrau mais alto no futebol do mundo. Ganhe ou perca, é como Sean Connery diz a Kevin Costner, numa cena do filme “Os Intocáveis”, clássico de Brian De Palma: “Deus não gosta de covardes!” — ressalvou Aníbal, antes de tomar de um só gole o copo da cerveja de Munique.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Copa do Mundo de Clubes fecha semana do Folha no Ar nesta 6ª

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Os jornalistas Paulo Renato Porto e Sebastião Carlos Freitas são os convidados para encerrar a semana do Folha no Ar nesta sexta (27), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3.

Os dois analisarão as participações dos brasileiros Flamengo, Botafogo, Fluminense e Palmeiras na fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes, nos EUA.

Sebastião e Paulo Renato também falarão o que esperam das oitavas de final, que se iniciam às 13h deste sábado (28), com Palmeiras x Botafogo. E do resto da fase do mata-mata até à final, em 13 de julho.

Por fim, os dois jornalistas analisarão o confronto América do Sul x Europa no Mundial de Clubes e suas lições ao futebol brasileiro.

Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta sexta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.

 

Elis Regina Nuffer — Um reencontro que arrebentou o peito

 

Profissionais que passaram pela redação da Folha da Manhã ao longo dos anos, no Encontro Teclas Antigas, realizado no último sábado, de 21 de junho, que reuniu jornalistas e comunicadores de Campos dos anos 1980 e 1990, na Donatello Pizza (Foto: Roberto Joia)

 

 

Elis Regina Nuffer, jornalista

Crônica de um reencontro que arrebentou o peito

Por Elis Regina Nuffer

 

Não era só mais um evento como tantos que estamos acostumados a cobrir. Era como atravessar um espelho e dar de cara com tudo o que um dia fomos — e com tudo o que ainda pulsa dentro de nós. Um encontro de jornalistas ao ar livre, sim, mas bem longe do óbvio. Árvores altas ao redor de um chão muito nosso e céu aberto como teto. Natureza crua, cenário perfeito para um reencontro que foi tudo, menos suave.

Foi intenso.

Gente que o tempo tinha empurrado para longe, mas nunca apagado da lembrança. Colegas que viraram amigos, amigos que viraram histórias. Jornalistas e comunicadores de todas as vertentes: da notícia quente, das colunas sociais, de assessoria, de comercial. Os que estamos e os que se foram. Sim, estão conosco nas nossas memórias de um tempo que não se apaga e se renova na saudade e no que aprendemos juntos.

O impacto não veio devagar. Veio como avalanche. Cada rosto reencontrado, cada abraço que durava o necessário para a emoção fluir, cada riso entrecortado de lembrança… tudo isso foi tirando o ar e devolvendo pedaços nossos que andavam esquecidos até de nós próprios.

Não era nostalgia. Era celebração bruta de nós que sobrevivemos (e vivemos intensamente) o Jornalismo da virada de século. De quem ainda acredita. De quem escolheu contar histórias — e agora nós somos protagonistas de uma das mais intensas histórias.

Naquele dia, sábado, 21 de junho de 2025, a comunicação teve voz, corpo e alma. Teve lágrima represada, solta no rosto e emoção sem filtro. E todos sentimos isso… estávamos presentes com o coração.

Tudo organizado perfeitamente com toda delicadeza pelas incríveis Jô e Jane (como disse o nosso amigo Roberto Assis, parece nome de dupla sertaneja). Mas quando chegamos à Donatello (oh, que lugar incrível!), trocamos logo a delicadeza pela intensidade. Nada de açúcar, só a força crua do reencontro.

Foi como um soco no peito — desses que não doem, mas abrem a alma. Reencontrar tanta gente que fez parte da caminhada de cada um de nós, naquele cenário descomplicadamente encantador, foi visceral. Árvores altas como testemunhas silenciosas, vento correndo solto entre as conversas, e o céu, cúmplice, estendido sobre nós.

Não era só saudade. Era o impacto de ver rostos que o tempo não conseguiu apagar, vozes que marcaram eras, sorrisos que carregam histórias. Havia ali jornalistas de todos os cantos da Comunicação. Gente que enfrentou pauta dura, deadline cruel, mudança de rota no meio do caminho… e sobreviveu. Gente que enfrenta tudo isso todo dia e estava ali compartilhando a sua emoção.

Cada abraço parecia resgatar pedaços nossos deixados para trás. Foi reencontro com os outros, mas também com quem a gente era — e talvez ainda seja. Foi intenso. Honesto. Inesquecível.

Não dava para sair igual depois daquilo. Foi explosão estar ali. Foi como se o tempo tivesse dado uma trégua só para nós. As árvores ouviram as nossas histórias e viram quantos abraços demorados (muitos repetidos) que contavam tudo o que as palavras não conseguiram dizer.

Ah, Donatello gentil, perfeito para nossos risos soltos, olhos marejados e memórias flutuando no ar. Cada conversa era uma viagem no tempo – muitos de nós não nos víamos há anos. E, mesmo assim, bastou um olhar para que tudo fizesse sentido outra vez. Estávamos em casa falando da nossa casa porque a Redação sempre foi a casa de cada um de nós.

Um caleidoscópio de histórias humanas, todas convergindo naquele instante mágico. Ali, entre o som da natureza, o chão e o céu, lembramos por que escolhemos essa profissão: contar o mundo ao mundo, mas ali também nos contar.

Foi mais que um encontro. Foi um reencontro com nossa essência, com a paixão que nos move, com a coragem que nos une. E, confesso, ficou difícil conter a emoção diante de tanta trajetória entrelaçada ali, sob as copas generosas das árvores que se doaram só para nós naquele sábado do primeiro grande encontro que sempre será ÚNICO!

Saímos mais leves. Mais inteiros. Com o coração pulsando gratidão.

E quem não chorou… bem, talvez, sorriu chorando por dentro.

P.S.: Esta crônica é sem medida.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.

 

Copa do Mundo de Clubes no Folha no Ar desta quinta

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

As jornalistas Maria Laura Gomes e Silvana Venâncio são as convidadas para o Folha no Ar desta quinta (26), ao vivo, a partir das 7h da manhã, na Folha FM 98,3.

As duas analisarão as participações dos brasileiros Flamengo, Botafogo, Fluminense e Palmeiras na fase de grupos da Copa do Mundo de Clubes, nos EUA.

Silvana e Maria Laura também falarão o que esperam das oitavas de final, que se inicia às 13h deste sábado (28), com Palmeiras x Botafogo. E do resto da fase do mata-mata até à final, em 13 de julho.

Por fim, as duas jornalistas analisarão o confronto América do Sul x Europa no Mundial de Clubes e suas lições ao futebol brasileiro.

Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta quinta poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.

 

RJ x Campos na Saúde e eleições 2026 no Folha no Ar desta 3ª

 

(Arte: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

Ex-deputado federal, ex-presidente da Câmara Municipal de Campos, 1º suplente a vereador do MDB e servidor federal do IFF, Marcão Gomes é o convidado do Folha no Ar desta terça (24), ao vivo, a partir das 7 da manhã, na Folha FM 98,3.

Ele falará sobre a queda de braço entre os governos do Estado do Rio de Janeiro e de Campos, e das suas consequências (confira aqui e aqui) à Saúde Pública do município e de todos os vizinhos do Norte Fluminense que atende diariamente.

Marcão também analisará os primeiros seis meses do governo Wladimir 2, ao qual deve passar a integrar como secretário de Patrimônio Público, e da sua relação com a nova Câmara Municipal.

Por fim, com base nas pesquisas, tentará projetar as eleições de 4 de outubro 2026, a presidente (confira aqui, aqui, aqui, aqui e aqui), governador (confira aqui), senador (confira aqui) e deputados, daqui a pouco mais de 1 ano e 3 meses.

Quem quiser participar ao vivo do Folha no Ar desta terça poderá fazê-lo com comentários em tempo real, no streaming do programa. Seu link será disponibilizado alguns minutos antes do início, nos domínios da Folha FM 98,3 no Facebook e no YouTube.

 

Pesquisas de junho: Bolsonaro não 67% x 57% Lula não

 

(Infográfico: Eliabe de Souza, o Cássio Jr.)

 

 

Lula desaprovado e com dificuldade de reeleição

A confirmar a AtlasIntel e a Quaest (confira aqui, aqui, aqui e aqui) de maio, três novas pesquisas apontam que o governo Lula 3 segue desaprovado pela maioria dos brasileiros em junho. E que, se o pleito de outubro de 2026 fosse hoje, não daqui a 1 ano e 3 meses, Lula teria dificuldades para se reeleger presidente em um eventual 2º turno contra possíveis adversários.

 

Maioria desaprova o governo

Na Ipsos/Ipec de junho, 55% dos brasileiros desaprovam o Lula 3, enquanto 39% aprovam e 6% não opinaram. Na pesquisa CNT/MDA de junho, 53% desaprovam o atual Governo Federal, enquanto 41% aprovam e 6% não opinaram. Com institutos de metodologias diferentes, são quase os mesmos números.

 

Dificuldades no 2º turno (I)

Já na Datafolha de junho, com margem de erro de 2 pontos para mais ou menos, embora lidere numericamente, Lula não passaria do empate técnico no 2º turno contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP), por 43% a 42% de intenções de voto. Assim como contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), por 50% a 46%.

 

Dificuldades no 2º turno (II)

Na CNT/MDA, com margem de erro de 2,2 pontos para mais ou menos, Lula também lidera numericamente, mas também não passa do empate técnico contra Tarcísio, por 41,1% a 40,4%. A pesquisa não fez projeção de um eventual 2º turno entre o líder petista e Michelle.

 

Dados das três pesquisas de junho

A Ipsos/Ipec ouviu 2.000 eleitores de 5 a 9 de junho. Com margem de erro de 2 pontos, fez só avaliação de governo, sem levantamento eleitoral. A Datafolha ouviu 2.004 eleitores de 10 a 11 de junho. E fez apenas consulta eleitoral, sem avaliação de governo. Só a CNT/MDA, que ouviu 2.002 eleitores de 11 a 15 de junho, pesquisou ambas: avaliação de governo e eleição.

 

Força eleitoral de Bolsonaro

Embora inelegível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, além de réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro também foi pesquisado nas simulações eleitorais para 2026. E, tanto na CNT/MDA quanto na Datafolha, ainda seria o adversário mais duro em uma eleição presidencial contra Lula.

 

Bolsonaro x Lula na CNT/MDA

Na CNT/MDA, Bolsonaro liderou numericamente a consulta estimulada (com apresentação dos nomes ao eleitor) do 1º turno, por 31,7% a 31,1% de Lula, em um empate técnico. Que também se repetiria ao 2º turno, com 43,9% do capitão contra 41,4% do petista.

 

Lula x Bolsonaro na Datafolha

Na Datafolha, quem liderou numericamente a consulta estimulada foi Lula, por 36% a 35% de Bolsonaro, em outro empate técnico. Que se repetiria na projeção do 2º turno, mas com vantagem numérica do ex-presidente, com 45% contra 44% do atual.

 

Lula e Bolsonaro lideram rejeição

Lula e Bolsonaro também lideram a rejeição, índice mais importante em um eventual 2º turno. Na Datafolha, 46% dos brasileiros não votariam de maneira nenhuma no petista e 45%,no capitão.

 

Rejeição dos demais presidenciáveis

A lista negativa seguiu na Datafolha com 32% de rejeição presidencial ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), 31% do senador Flávio Bolsonaro (PL), 30% de Michelle, 19% do governador do Paraná, Ratinho Jr; 18% do governador de Minas, Romeu Zema (Novo); e os mesmos 15% de Tarcísio e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).

 

Lula não 57% x 67% Bolsonaro não

Na Datafolha, 66% dos brasileiros acham que Lula se candidatará à reeleição. Mas 57% acham que ele não deveria concorrer, contra 41% que acham que deveria. Quanto a Bolsonaro, 67% dos brasileiros acham que ele deveria abrir mão de uma candidatura juridicamente inviável e apoiar outro candidato, contra 29% que acham que deveria manter sua pré-candidatura.

 

Brasil dividido em três terços

A CNT/MDA não mediu rejeição, mas fez consultas reveladoras. São 32,6% os que preferem votar em Bolsonaro ou alguém apoiado por ele, 30,9% os que preferem votar em Lula ou alguém apoiado por ele e 30,6% os que preferem votar em alguém que não seja ligado a Bolsonaro ou Lula. O eleitor do Brasil se divide quase igualmente nestes três terços.

 

Esquerda 21,7% x 38% direita

Outras consultas da CNT/MDA revelam como o cenário hoje traz dificuldades à eleição de um presidente de esquerda em 2026. São 21,7% os brasileiros que se dizem de esquerda (17,4%) ou centro-esquerda (4,3%). Enquanto 38% se dizem de direita (33,8%) e centro-direita (4,2%). Outros 6,4% se dizem de centro, com expressivos 33,9% que não souberam responder.

 

Lula 3 pior que Bolsonaro

Em outra consulta da CNT/MDA desfavorável à reeleição de Lula, 43,1% dos brasileiros acham que o seu governo está pior do que o de Bolsonaro. Do outro lado, 34,4% acham que o atual está melhor que o anterior, com 20,5% que acham que os dois governos são semelhantes.

 

Quem mais acertou em 2022?

Contratada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), o instituto MDA foi o que mais acertou os resultados das eleições presidenciais de 2022. No 1º turno, a CNT/MDA projetou 48% dos votos válidos a Lula, que teve na urna 48,43%; e 40% a Bolsonaro, que teve 43,20%. E, no 2º turno, projetou 51,1% a Lula, que teve 50,9%; e 48,9% a Bolsonaro, que teve 49,1%.

 

Análise do especialista (I)

“Falamos dos institutos de pesquisa de maior credibilidade do país. O Datafolha faz pesquisas a presidente da República desde 1989, primeira eleição após redemocratização do Brasil. E o CNT/MDA, por sua vez, foi o instituto que mais acertou as urnas de 2022”, observou o geógrafo William Passos, com especialização doutoral em estatística no IBGE.

 

Análise do especialista (II)

“Como síntese das últimas projeções desses institutos, destaco as dificuldades para a eleição de um presidente de esquerda em 2026, mesmo na condição de incumbente. E a manutenção de Jair Bolsonaro como a principal liderança anti-lulopetista, com potencial influência sobre o resultado das urnas de 2026, ainda que não venha candidato”, concluiu o especialista.

 

Publicado hoje na Folha da Manhã.