Aos 14, matou os pais e irmão de 3 anos
O caso do adolescente de 14 anos que matou a tiros os próprios pais e o irmão, de apenas 3 anos, enquanto dormiam, virou (confira aqui) notícia nacional. O triplo homicídio aconteceu no último sábado (21), no distrito de Comendador Venâncio, em Itaperuna. O motivo? Os pais seriam contra a relação do filho com uma adolescente do Mato Grosso, que conheceu na internet.
Crime premeditado e frio
Após esconder embaixo do travesseiro a arma do pai, que era Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), o adolescente esperou que sua família dormisse para executá-los. E arrastou os três corpos até uma cisterna, onde os jogou. Pelo peso dos corpos dos pais, o filho parricida usou Veja, produto de limpeza, para que eles deslizassem sobre o chão.
“Faria tudo de novo”
O mais chocante, no entanto, foi revelado pelo delegado de Polícia Civil Carlos Augusto Guimarães, à frente da investigação. Perguntado se não se arrependia, o adolescente respondeu que não. E que “faria tudo de novo”. Ele disse ter visto no celular do pai que este tinha R$ 33 mil reais para receber de FGTS. O que pode ter também custado as três vidas.
Arma em casa e regulação da internet
O caso escabroso revela vários perigos. O primeiro, de se ter uma arma de fogo em casa, ao alcance de menores de idade. O segundo, que está hoje presente na vida de todos os pais, é o uso de internet pelos filhos, sem acompanhamento ou regulação das redes sociais. Que, no Brasil, é vendida como “censura” pelo mesmo pensamento político de direita armamentista.
Lembrança de Suzane von Richthofen
As características do caso de Itaperuna evocam a lembrança macabras de Suzane von Richthofen. Que, em 2002, na cidade de São Paulo, foi mandante do assassinato dos pais, também enquanto dormiam. Porque eles também eram contrários à relação da filha com Daniel Cravinhos, que cometeu o duplo homicídio com o irmão Cristian.
Mundo cão com carinha de emoji
Como o adolescente de Itaperuna passou a se relacionar com a do Mato Grosso pela internet, inevitável também lembrar da série da Netflix “Adolescência”. Que, com base em fatos reais, conta a história de um adolescente britânico que matou uma colega de escola a facadas, por conta de bullying sexual travestido de emoji. Que é a carinha do mundo cão em que vivemos.
Publicado hoje na Folha da Manhã.